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segunda-feira, março 21, 2016

A betão armado

Um golo do Jonas ao 93’ deu-nos uma vitória suadíssima em casa do Boavista e permite-nos ir para a paragem das selecções isolados na frente do campeonato. Pela maneira como foi conseguido (foi muito mais do que a ferros!), fui um triunfo muito importante e, caso sejamos (como todos desejamos) campeões, vai ser lembrado como um dos momentos da época.

Já sabíamos que iríamos ter as contrariedades dos castigados Jardel e Mitroglou (este de maneira bem escusada), mas o que não contávamos era com as ausências do Fejsa e Gaitán. O sérvio parece feito de cristal: joga um ou dois jogos e lesiona-se logo, o que é uma grande chatice, porque neste momento é fundamental no nosso meio-campo. Quis isto então dizer que, da equipa mais utilizada pelo Benfica, jogaram Eliseu, Renato Sanches, Jonas, André Almeida e Pizzi (estes dois com a agravante de terem sido fora do seu lugar)! Ou seja, não há milagres e a nossa exibição esteve longe de ser brilhante. Mesmo assim, deveríamos ter ido para o intervalo a ganhar, fosse com aquela bicicleta do Jiménez, bem defendida pelo Mika, ou pelo remate do Pizzi, que passou a rasar o poste.

Na 2ª parte, os nervos começaram a vir ao de cima conforme o tempo ia passando e a igualdade se mantinha. E o pior foi que o Boavista se lembrou que também havia baliza do nosso lado e conseguiu criar-nos perigo. Muito correram e muito lutaram os jogadores do Boavista, é um pouco incompreensível como estão na posição que estão… Vimos um remate deles quase bater no nosso poste, depois de ter ressaltado na perna do Lindelof, mas também tivemos uma grande oportunidade novamente pelo Pizzi, num remate que não teve a força desejada, quando estava em excelente posição já na área. No entanto, em período de compensação veio a justiça ao mundo com um grande golo do Jonas: despejo do Eliseu para a entrada da área, assistência de cabeça do entretanto entrado Carcela para o Jonas, que de primeira e pé esquerdo atirou rasteiro cruzado, sem hipóteses para o guarda-redes. Foi a loucura absoluta lá em casa e eu não festeja tanto um golo desde o Jardel no WC na época passada!

Com tantas baixas, é natural que a exibição tenha ficado muito aquém do desejável e um desses casos é o Jonas: o jogo não lhe saiu nada bem, mas marcou um dos golos mais importantes da época e obviamente merece destaque por isso. Bom jogo do Samaris novamente a central e também do Lindelof, ambos muito concentrados. Também gostei bastante da maneira como o Carcela entrou e, neste momento, está indiscutivelmente em melhor forma do que o Salvio. Menos bem esteve a ala direita, com o Nélson Semedo e o (pela primeira vez titular esta época) Salvio, que se fartou de perder bolas.

A lagartada que não fique muito aziada, porque só esta época, assim de repente, lembro-me de cinco jogos que ganharam muito perto do fim ou mesmo já em períodos de compensação (Tondela, Arouca, Nacional, Belenenses e Académica). São 10 pontos a mais, portanto temos pena, mas nós temos não há muito tempo um campeonato e uma competição europeia perdidas em quatro dias com golos fora de horas. Não foi a melhor das exibições, mas foi o melhor dos resultados e a alegria que todos sentimos no fim foi bem elucidativa disto!

P.S. – Um dos avançados magoou-se e o Jonas foi chamado à selecção brasileira. Que grande chatice! Ainda por cima, porque os jogos são todos oficiais de qualificação para o próximo Mundial. Tenho sempre imenso medo destes jogos das selecções, porque o nosso histórico é infelizmente muito prejudicial. E nesta altura da época, não nos podemos dar ao luxo de perder mais ninguém, muito menos o melhor marcador do campeonato! Também por isso, espero que o jogo com o Braga seja no sábado, mesmo com a ida a Munique na 3ª feira seguinte. Prefiro ter os jogadores das selecções todos descansados mais um dia, do que ter quatro dias antes de Munique. Até porque, palpita-me, isso será irrelevante em casa do Bayern…

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