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segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Motivador

Empatámos no WC (1-1) e mantivemos a distância para a lagartada (sete pontos), enquanto temos agora o CRAC a quatro pontos de distância (que deveriam ser sete, mas enfim…). O empate na casa de um concorrente directo para o título não é a priori um mau resultado, mas o modo como este foi obtido (aos 94’ depois de sofrer o golo aos 87’) pode dar-nos a motivação extra que necessitamos para conseguir gerir esta diferença pontual até ao fim do campeonato. Devido a estas circunstâncias, aquele golo do Jardel foi um dos que melhor me soube festejar no WC.

Já se sabia que não tínhamos Júlio César e acabámos por não ter igualmente o Gaitán, pelo que não ia nada confiante para o jogo. O Jesus resolveu (e muito bem) colocar o André Almeida a meio-campo (ele que já aí tinha jogado na 1ª volta) em detrimento do Talisca e revelámos uma segurança defensiva de assinalar. Aliás, à semelhança da segurança da defesa da lagartada, o que fez com que o jogo, apesar de bem disputado, não tivesse sido nada de especial, com poucas situações de perigo. Entrámos melhor na 1ª parte, com uns bons 20’, mas sem criar verdadeiras oportunidades, e a lagartada esteve melhor na 2ª, mas o Artur só fez uma defesa difícil num cabeceamento do Carrillo. Antes disso, o André Almeida tinha isolado o Jonas, mas esteve preferiu passar ao Lima (que acabou desarmado) em vez de rematar, quando só tinha o Rui Patrício pela frente. Uma péssima intervenção do Samaris isolou o João Mário, que proporcionou uma boa defesa ao Artur, mas na recarga o Jefferson atirou em arco e bateu o nosso guarda-redes. Estávamos no minuto 87 e era um balde de água fria enorme, porque nenhuma equipa estava a merecer ganhar este jogo. O sr. Jorge Sousa (não esteve mal, mas o critério das faltas na 2ª parte fê-lo inclinar um pouco o campo; e não foi a nosso favor, mas pronto…) deu quatro minutos de compensação e foi no último desses minutos que, numa jogada de insistência depois de um lançamento lateral, o Pizzi fez um balão para a área, o Jonas dominou bem a bola, mas o Jefferson ao cortá-la assistiu primorosamente o Jardel, que rematou de primeira, rasteiro, fazendo um grande golo (com um golo e uma assistência, o Jefferson foi o melhor em campo…! :-). Foi o delírio no nosso sector! Como já disse, foi dos golos que mais celebrei no WC. Por tudo o que ele representa: não só fez com que se tivesse que alagar as portas do estádio, para os melões em que se transformaram instantaneamente as cabeças dos lagartos passarem, como principalmente porque lhes torna a vida muito complicada no que toca ao título e nos faz ainda ter a margem de segurança de uma derrota ou dois empates em relação ao CRAC. Veremos no final, mas se formos campeões este pontinho será um dos momentos-chave na época.

Destaque individual ÓBVIO para o Jardel! Golo importantíssimo, mas não só. Esteve irrepreensível a defender, sempre muito concentrado, e na 1ª parte pareceu-me que deslocou o polegar, a equipa médica entrou, o Eliseu pediu a substituição, mas o homem levantou-se pouco depois e quis continuar a jogar. Que raça! Por mim, pode fazer o resto da carreira toda no Benfica, porque compensa com querer e vontade as limitações que tem. Está sempre disponível, nunca faz grandes ondas e globalmente cumpre sempre que entra. O mesmo é válido para o André Almeida. Jogo também muito bom naquela missão sempre difícil que é correr atrás dos adversários. É importante que estas segundas linhas (jogadores que sabem que nunca serão titulares indiscutíveis) do plantel tenham este tipo de atitude e sintam a camisola. E, quantos mais anos de Glorioso, melhor. O Samaris estava a ser provavelmente o melhor do Benfica, mas aquele atraso (ou lá o que foi aquilo…) aos 87’ não lembra ao diabo! O Maxi meteu literalmente o Nani no bolso e, citando o João Bizarro, pode renovar até 2045 com mais um ano de opção. O Jonas fez uma 1ª parte tecnicamente muito boa, teve acção preponderante no golo, só foi pena não ter acertado com a baliza nos dois remates de fora da área que fez. Ah, e ter resolvido passar ao Lima, quando deveria ter rematado naquele lance… Luisão imperial, como habitualmente, nos grande jogos e uma palavra para o Artur, que não comprometeu. O que já me satisfaz plenamente. Pela negativa, acima de todos os outros, o Ola John. Meu rico Gaitán! Com ele em campo, duvido que não tivéssemos ganho. Houve pelo menos uns três lances de um para um na 1ª parte em que o holandês não conseguiu passar por um lagarto e o argentino chamar-lhes-ia um figo. Já se sabe: se as primeiras duas ou três intervenções não lhe saem bem, nunca mais faz nada o jogo inteiro. Outro que esteve muito sofrível foi o Eliseu. Aliás, a nossa ala esquerda… valha-me Eusébio!

O post já vai longo, pelo que as considerações acerca de todo o circo que se montou principalmente depois do jogo ficam para um próximo texto. Onde também será abordada a questão de este clube pequenino estar cada vez mais ridículo, triste e patético. Quanto a nós, concentração para as próximas jornadas é tudo o que se pede. Faltam 14 jogos com oito em casa e seis fora. Teoricamente, as saídas que nos restam (Moreirense, Arouca, Rio Ave, Belenenses, Gil Vicente e Guimarães) não são muito complicadas, exceptuando talvez Guimarães, mas que é só na penúltima jornada. Temos tudo a nosso favor. Saibamo-lo aproveitar.

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