origem

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

Expectável

Vencemos o V. Setúbal por 3-0 e pela sexta vez em oito edições iremos marcar presença na final da Taça da Liga. Naturalmente que espero que consigamos o sexto troféu, porque mantermo-nos invictos numa final de uma prova oficial fica sempre no historial (tivéssemos conseguido isso nas provas europeias… ui, ui…).

O Jesus arriscou bastante ao colocar em campo apenas quatro titulares de Alvalade e foi sem surpresa que se viu o V. Setúbal, com os habituais titulares, a entrar melhor no jogo. Uma fífia do Eliseu logo no início só não os colocou em vantagem, porque o Lisandro López cortou de carrinho uma bola que ia directa para a baliza. Sem muita velocidade no aspecto ofensivo, o nosso jogo arrastava-se bastante, até porque o adversário fechava-se bem na defesa. Tirando duas desmarcações do Gonçalo Guedes culminadas com remates ao lado, não estávamos a criar grandes oportunidades até que aos 41’ um passe do Pizzi isolou o miúdo que foi puxado por um defesa dentro da área. Penalty indiscutível e óbvia expulsão. O Talisca atirou para o lado contrário do guarda-redes e inaugurou o marcador. Se com a dupla vantagem no marcador e nos homens em campo, as coisas estavam bem encaminhadas, com o segundo penalty aos 45’ ficaram praticamente resolvidas: roubo de bola do Cristante perto da área adversária, passe para o Talisca e este foi nitidamente derrubado por trás quando se preparava para rematar. Depois de alguma indecisão, acabou por ser o Pizzi a marcar o penalty, com um bom remate a meia altura para o lado contrário do guarda-redes. Um penalty como eu gosto: indefensável, mesmo que o guarda-redes tivesse acertado no lado.

Na 2ª parte, o Jesus resolveu tirar o Cristante e colocar o Jonas. Contra dez, um meio-campo com Pizzi e Talisca era suficiente, mas confesso que tenho sempre medo destas substituições em que entram titulares com o jogo praticamente resolvido. Parece-me sempre escusado e um risco desnecessário. A 2ª parte teve sentido único, mesmo que nunca acelerássemos muito o ritmo. Um grande remate de fora da área do Gonçalo Guedes só não deu um dos golos do ano, porque a bola foi à barra. Pouco antes de hora de jogo, o Jesus colocou o Salvio e tirou o miúdo. Com o Gaitán e o Sulejmani ainda magoados, achei novamente uma substituição escusada, ainda por cima porque se prevê que o Ola John jogue no domingo (poderia ter sido ele a sair) e o Gonçalo Guedes estava a ganhar confiança com a bola na barra. Aos 73’, demos a estocada final com um bom lance do Ola John, que encontrou o Jonas sozinho na área para este enganar o guarda-redes. O brasileiro marcou em todos os quatro jogos desta competição. Logo a seguir, o Jesus promoveu a entrada do Ruben Amorim, aplaudidíssimo, depois do calvário de quase seis meses lesionado. Nas poucas vezes em que tocou na bola, ela saiu sempre mais redonda do seu pé.

Em termos individuais, não houve ninguém que sobressaísse muito. O nível global foi razoável, gostei do Ola John, especialmente depois de ter estado horrível no WC (também pior era impossível…), o Gonçalo Guedes ainda precisa de crescer muito, mas é bem possível que dê alguma coisa, o Talisca melhorou imenso quando recuou na 2ª parte para o meio-campo e o Pizzi tem a virtude de nunca se esconder do jogo, mesmo quando as coisas não lhe saem bem. Destaque igualmente para o Lisandro, com um corte magnífico a evitar ficarmos em desvantagem logo no início. Aliás, se o argentino tiver a paciência que o Jardel teve enquanto o Garay fazia parte do plantel, pode ser o substituto natural do Luisão quando este arrumar as botas.

Enquanto os outros dois rivais não a ganharem, é natural que continuem a desdenhar esta taça. Cabe-nos a nós assegurar que isto continue assim pelo menos mais um ano. Foquemo-nos agora no campeonato e na nova sessão com o V. Setúbal no próximo domingo, que esperemos tenha um desfecho semelhante.

Sem comentários: