Não entrámos nada bem e a 1ª parte foi praticamente para esquecer. Com o Gaitán a revelar problemas físicos e a ficar no banco, o Jesus colocou o Talisca na esquerda e o André Almeida para substituir o lesionado Eliseu. Mas o brasileiro a jogar a extremo é um enorme desperdício e, com o Salvio muito complicativo, não tínhamos ninguém para criar grandes situações de perigo. Um remate do Lima que o Cássio defendeu (mas incrivelmente não foi canto) e uma cabeçada do Lisandro López num canto, foi tudo o que tivemos para apresentar. O Rio Ave só teve um remate com algum perigo, mas o Júlio César defendeu bem.
Na 2ª parte, o Jesus tirou o inoperante Samaris, colocou o Gaitán e a música foi logo outra. Entrámos mais pressionantes, mais velozes e o argentino poderia ter aberto o marcador logo de início quando, só com o Cássio pela frente, rematou por cima na recarga a um livre do Lima. O Rio Ave aproveitava o nosso balanceamento atacante para contra-atacar e também se começou a acercar com perigo da nossa baliza. O único golo surgiu aos 60’ num remate em arco de fora da área do inevitável Talisca. Perdão, não foi um golo, foi um golão! O mais difícil estava feito, mas até final ainda passámos por muitos sobressaltos, porque resolvemos dar uma de tiki-taka e querer entrar com a bola colada ao pé dentro da baliza, quando o que se pedia era remates. Como não matávamos o jogo, o Rio Ave foi sempre acreditando e chegou a marcar um golo, anulado devido a fora-de-jogo. É no limite, mas está fora-de-jogo, portanto vou achar muita piada a esta nova teoria que se vai ouvir durante a semana de “poderia não ter marcado”. Pois poderia, mas o jogador está ligeiramente adiantado! Já quase no final, uma cabeçada do Tarantini passou muito perto do nosso poste e gelou-me o sangue. Com o derradeiro apito, voltei a conseguir respirar, mas saí logo do estádio algo chateado por termos feito tanta cerimónia na altura de rematar à baliza e nos termos sujeitado a um “lance fortuito” que esteve em vias de acontecer. (Sim, eu sei, ganhámos, mas saí chateado. Acontece, porque nem sempre está tudo mal quando se perde, como também não tem que estar tudo bem só porque se ganha.)
Em termos individuais, óbvio destaque para o Talisca. Nove jogos, oito golos é um cartão de visita tremendo e, tal como disse do Markovic no ano passado, é bom que desfrutemos dele durante esta época, porque a continuar assim a probabilidade de o manter para o ano é muito pouca. Gostei do esforço do André Almeida na esquerda, embora tenha inventado num lance que nos poderia ter saído caro. O Júlio César praticamente não teve trabalho e vamos lá a ver se acaba o seu entra-sai da equipa. O Enzo Pérez esteve um pouco melhor que nas partidas anteriores, ao invés do Samaris que, apesar de se perceber que não é mau jogador, tarda em justificar os 10M€ investidos nele. Por aquele valor, tem que mostrar mais e pode começar já a fazê-lo não passando a vida a jogar para o lado e para trás. O Lima continua numa forma muito sofrível, apesar de ser um constante batalhador. Quanto ao Salvio, temos que lhe oferecer um descomplicómetro.
Na próxima 3ª feira, temos uma partida decisiva para a nossa continuidade nas competições europeias. Qualquer resultado que não uma vitória, afasta-nos delas. Se o campeonato é (e bem) a prioridade, não me passa pela cabeça ver a Europa no sofá a partir de Janeiro. Espero que esta vitória volte a dar à equipa alguma confiança e tranquilidade perdidas com a derrota em Braga.
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