segunda-feira, junho 23, 2014
Desilusão
Empatámos com os
EUA (2-2) e só um milagre nos permitirá passar à segunda fase do Mundial. Já
tivemos um meio-milagre que foi conseguir empatar o jogo aos 94’, caso
contrário a última partida frente ao Gana serviria mesmo só para cumprir
calendário. Assim, ainda dará para não fazermos já companhia à Espanha e à
Inglaterra.
Até entrámos bem no
jogo com um golo logo aos 5’ pelo Nani. Só que os EUA vieram para cima de nós e
tivemos sorte em não sofrer nenhum golo até ao intervalo, porque o Miguel Veloso
fazia figura de corpo presente a trinco e os americanos conseguiram rematar uma
série de vezes de fora da área sem oposição. Com o William Carvalho no banco,
não se percebe esta insistência do Paulo Bento… Perto do fim da 1ª parte, o
Nani atirou ao poste e o Éder não acertou bem na bola na recarga permitindo a
defesa ao Tim Howard. Claro que, à semelhança do primeiro jogo, tivemos mais um
par de lesões musculares (Postiga e André Almeida), o que não pode deixar de
levantar muitas dúvidas acerca da preparação da equipa (digam-me outra selecção
que tenha tido tantos problemas musculares em tão pouco tempo…).
Na 2ª parte, lá
entrou o William Carvalho para o lugar do lesionado André Almeida, mas o Miguel
Veloso na lateral-esquerda continuou a ser uma desgraça. Não conseguimos meter
um ou outro contra-ataque que nos teria permitido matar o jogo e a igualdade surgiu aos 64’ num remate fora da área
depois de um canto, em que o Nani não aliviou bem e depois não saiu ninguém na
dobra. Percebeu-se logo que seria muito complicado ganharmos, mas mesmo assim
ainda tivemos um ou outro lance em que poderíamos ter feito melhor, porém o
Éder esteve desastrado (eu acho-o melhor que o Postiga e Hugo Almeida, mas quando
se diz que ele pode ser o substituto do Cardozo até fico com suores frios…! Meu
rico Tacuara!). Aos 81’, o Bruno
Alves confundiu o relvado com um areal brasileiro e ficou deitado na
pequena-área mais tempo do que seria desejável colocando em jogo o Dempsey que,
com a barriga, fez o 1-2 para os EUA. Inacreditável! Já estávamos praticamente
a fazer as malas, quando o Cristiano Ronaldo fez a única coisa de jeito no jogo
todo e centrou largo para o Varela marcar um bom golo de cabeça e impedir a
qualificação directa dos EUA, dando-nos uma réstia de esperança.
Quando o melhor de
Portugal é o Ricardo Costa, isto diz praticamente tudo acerca da nossa
exibição. Tirou uma bola em cima da linha ainda com 1-0 para nós e foi dos
poucos a mostrar alguma garra. O Nani também não esteve mal, embora longe da
sua melhor forma. O André Almeida não comprometeu a lateral-esquerdo, mas saiu
por lesão ao intervalo. E o Varela merece destaque pelo golo do empate. Todos
os outros estiveram muito sofríveis, com realce para a não-existência do Miguel
Veloso e do Raul Meireles. O Moutinho melhorou ligeiramente em relação à
Alemanha, mas está irreconhecível.
E, pronto,
preparamo-nos para voltar para casa sem honra nem glória. As culpas terão de
ser repartidas por algumas pessoas e não acho que o Paulo Bento seja o grande
culpado de tudo. Mas esse balanço será feito depois do último jogo. Não
acredito num milagre por duas razões: lembro-me do Alemanha – Áustria do
Mundial de 82 e um empate entre alemães e americanos qualificam os dois (e não
é preciso dizer quem é o treinador dos EUA…); mas principalmente não acredito
que nós ganhemos ao Gana (e muito menos por uma grande diferença de golos).
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