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sexta-feira, fevereiro 21, 2014

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Obtivemos uma excelente vitória em Salónica frente ao PAOK (1-0) numa exibição categórica e plena de confiança, que nos abre as portas dos oitavos-de-final da Liga Europa. Mesmo com uma equipa desprovida de grande parte dos habituais titulares, demonstrámos uma personalidade invejável, conseguindo calar um dos públicos mais fervorosos da Grécia e vencer num terreno onde este ano nenhum adversário o tinha conseguido.

Da equipa-tipo, só se mantiveram o Maxi Pereira, Luisão, Enzo Pérez e Lima, o que quer dizer que entrámos em campo com sete(!) jogadores que não costumam ser titulares (Artur, Jardel, Sílvio, Ruben Amorim, André Gomes, Sulejmani e Djuricic). Confesso que quando vi a equipa inicial fiquei um pouco apreensivo e pensei que iríamos jogar com nove, porque o Djuricic tem sido uma desilusão e julguei que o Enzo Pérez iria jogar na direita, onde tem sido muito menos eficaz do que no meio. Mas os primeiros minutos tiraram logo essa apreensão, porque foi o André Gomes a jogar à frente do Maxi e demonstrámos desde muito cedo que iríamos mandar no jogo. O PAOK entregou-nos claramente a iniciativa de atacar (o que não percebi muito bem, visto estarem a jogar em casa…), mas nós só o fazíamos pela certa, o que resultou em poucas oportunidades na 1ª parte. Só o Sílvio, numa boa jogada individual esteve perto de marcar, mas rematou muito por cima com o pé esquerdo quando estava em boa posição.

A 2ª parte começou com a única oportunidade do PAOK, num mau passe do Djuricic à saída da nossa grande área que fez com que um grego recuperasse a bola e rematasse a rasar o poste direito do Artur. Mas aos 59’ marcámos o único golo da partida, depois de uma boa jogada do Sulejmani pela esquerda, com intervenção do Enzo Pérez e assistência de peito do Djuricic para o Lima fuzilar. Felizmente o fiscal-de-linha não viu o (claro) fora-de-jogo do brasileiro e colocámo-nos assim em vantagem. Na senda do que vimos conseguindo nos últimos jogos, praticamente não deixámos o adversário acercar-se da nossa baliza. E ainda foi nossa a maior oportunidade até final, quando o entrado Markovic proporcionou ao guardião contrário a melhor defesa do jogo. Destaque óbvio para o regresso do Salvio, quase seis meses depois da lesão no WC, aos 75’.

Em termos individuais, o melhor do Benfica foi o Sílvio. Na 1ª parte, foi ele que transportou a equipa para a frente no corredor esquerdo e teve a nossa única chance de golo. E demonstrou grande segurança defensiva durante toda a partida. Bom jogo igualmente do Jardel, que conseguiu que não nos lembrássemos muito da lesão do Garay, o que só por si é um enorme feito. O Maxi e o Luisão continuam em excelente forma. No meio-campo, o Ruben Amorim tem a virtude de fazer passes a rasgar para a frente, mas tem que corrigir rapidamente os passes transviados que permitiram aos gregos recuperar a bola no nosso meio-campo, felizmente sem consequências nefastas. O André Gomes não destoou, excepção feita ao amarelo escusado que viu. O Enzo Pérez esteve mais discreto do que nos últimos jogos, mas confere o toque de classe ao nosso meio-campo. Na frente, o Lima foi decisivo e deu imensa luta ao Katsouranis &Cia, o Sulejmani subiu na 2ª parte e o Djuricic melhorou depois da assistência, porque até então tinha sido o jogador mole e com pouca capacidade de luta que é habitual. A entrada do Fejsa aos 64’ fez com que tivéssemos maior segurança defensiva e foi muito importante na manutenção da nossa vantagem. Quanto ao Artur, praticamente não teve trabalho e só se deu por ele pela negativa quando defendeu para a frente um cabeceamento inofensivo, valendo-nos a colocação do Jardel que aliviou a bola. Se calhar, de futuro, talvez não fosse má ideia não fazer a rotação dos guarda-redes…

Na próxima semana na Luz, espera-se que confirmemos o favoritismo e nos qualifiquemos para a próxima ronda. Fomos finalistas no ano passado, temos esse prestígio a defender e esta partida demonstrou mais uma vez que possuímos um plantel fabuloso que nos permite ir ganhar fora nas competições europeias mesmo com jogadores lesionados como o Garay, Gaitán e Cardozo. Já sabemos que o objectivo principal é o campeonato, mas o prestígio de que gozamos ainda hoje fez-se com as vitórias europeias e temos a obrigação de não fazer má figura na Europa.

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