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segunda-feira, janeiro 13, 2014

À Benfica

Onze Eusébios derrotaram hoje o CRAC por 2-0 e homenagearam de forma muito condigna a memória do MAIOR jogador português de todos os tempos. Com o nome do Rei escrito nas camisolas, os jogadores do Benfica encarnaram mesmo o espírito dele e fizeram uma partida plena de mística. Não foi uma exibição de gala, mas em termos de entrega raramente temos visto isto esta época. E, assim sendo, a vitória é mais do que natural, porque qualidade já todos sabíamos que este plantel tinha.

A partida começou mais ou menos equilibrada, até que o Markovic recuperou uma bola a meio-campo, meteu o turbo e fez um passe de morte para o Rodrigo fuzilar o Helton. Estávamos no minuto 13 e o estádio explodiu de alegria. Ao contrário do que é habitual, o CRAC não veio para cima de nós. Para isso muito contribuiu a postura do Benfica, sempre muito concentrado a defender e a cortar todos os espaços ao adversário. Na 1ª parte, não houve mais grandes situações de perigo, excepção feita já perto do intervalo a um falhanço do Jackson Martínez quase tão escandaloso quanto o fora-de-jogo em que estava e que não foi assinalado! Alguns colegas de bancada criticaram ao intervalo o pouco atrevimento atacante da nossa parte, mas todos nós nos lembramos do golo que sofremos em contra-ataque(!) quando estávamos a ganhar 2-1 na Luz há duas épocas, não…?

A 2ª parte foi mais aberta, especialmente na defesa do CRAC, porque nós aproveitámos o balanceamento atacante deles para começarmos a criar perigo. O Markovic teve um bom remate para defesa do Helton e pouco depois aconteceu um lance que nada ficou a dever aos saudosos anos 90 dos Donatos Ramos, José Guímaros, Fortunatos Azevedos e afins: na sequência de um canto, o Mangala cortou ostensivamente a bola cabeceada pelo Matic com a mão (é ver as imagens no final do post). O Sr. Artur Soares Dias estava a cinco metros do lance e nada marcou! O que valeu foi que, na sequência do canto logo a seguir, o Garay fez o 2-0 antecipando-se ao Mangala e ao Helton. Estava feita justiça! A partir daqui, o Sr. Artur Soares Dias descambou completamente e foi uma sorte o jogo não o ter seguido. Nós tivemos mais umas duas ou três boas oportunidades para fazer o 3-0, mas ao invés não deixámos o CRAC criar um único lance de perigo. Nos últimos 15’, estivemos a jogar em superioridade numérica, porque o Danilo viu um segundo amarelo por ter caído na área num lance com o Garay. Não foi falta nenhuma do nosso jogador, mas também achei exagerado o cartão.

Houve uma série de jogadores que se destacaram nesta partida: Matic, Markovic e Rodrigo fizeram grandes exibições, com o Markovic a vir inclusive ajudar o Maxi na defesa bastantes vezes! O Gaitán também esteve bem, igualmente a defender. O Enzo Pérez passou mais despercebido, mas foi muito útil na forma como não deixou o meio-campo do CRAC conduzir o jogo. Os centrais (Luisão e Garay) tiveram algum trabalho com o Jackson, mas ganharam a maioria dos lances. Boas exibições igualmente dos laterais (Maxi e Siqueira) e novo jogo do Oblak sem sofrer golos (já vai em quatro). Confesso que não estava à espera que o Jesus continuasse a apostar nele, mas ainda bem que o fez! O Lima esteve longe do que costuma fazer, mas nunca virou a cara à luta.

Com o empate da lagartada no dia anterior na Amoreira, tínhamos uma oportunidade de ouro de virar o campeonato isolados na liderança. E, desta vez, os jogadores do Benfica não falharam. Infelizmente, já todos sabemos que tem que ser sempre assim: contra tudo e contra todos, porque quando não se marca um penalty daqueles está tudo dito. Outro aspecto que poderá vir a ser muito relevante nas contas finais é o resultado ter sido 2-0, porque nos confere uma vantagem importante em caso de desempate: se marcarmos um golo lá, teremos de sofrer quatro para perdermos no confronto directo. Mas o melhor mesmo seria irmos lá a cima já campeões. Veremos o que acontece no resto do campeonato e como é as possíveis saídas no mercado de Janeiro nos afectarão.

P.S. – Nunca pensei que fosse possível, mas os adeptos do CRAC (tirando umas poucas vozes avulsas) respeitaram o minuto de silêncio em memória do Eusébio! Era bom que o futebol fosse sempre assim, mas o que isto prova é que quando há ordens superiores eles são domáveis. Ou seja, a questão das bolas de golfe e afins é tudo feito com a conivência de quem deveria ser o primeiro a condenar essas situações! Nada que nós já não soubéssemos… Infelizmente.

P.P.S. – Estava a comentar ao intervalo que o Sr. Artur Soares Dias não é mau árbitro. Até aí tinha deixado jogar dentro do razoável e sem ter mostrado cartões. Mas, lá está, cumpre aquela máxima em relação aos árbitros portugueses: “quem é bom, não é honesto; quem é honesto, não é bom”. Este penalty só pode não ser assinalado em duas situações (repare-se bem na posição do árbitro): ou o árbitro é literalmente cego ou é um ladrão. Tire-se as conclusões devidas.

 

 
[Frames retirados daqui.]

1 comentário:

bino disse...

Em relação ás imagens, reparem que o Matic se baixou para que o apitadeiro pode-se ver melhor.