quinta-feira, outubro 03, 2013
Descer à terra
Quando se sente alívio assim que o árbitro termina um jogo em que perdemos
por 0-3, isso diz muita coisa acerca da nossa exibição. Trinta minutos iniciais
de pesadelo foi quanto bastou ao Paris Saint-Germain para (espero eu) fazer ver
aos responsáveis do nosso clube que os sonhos megalómanos de chegar a uma final
da Champions estão tão desajustados
da realidade quanto acreditar que é apenas um erro aquilo que o Proença fez na passada
6ª feira.
O jogo não teve história, porque o PSG marcou logo aos 5’ e cada vez que ia
à nossa baliza era cada tiro, cada melro.
Felizmente, resolveram abrandar o ritmo quando chegaram aos três, porque
sinceramente o fantasma de Vigo pairou durante largos momentos. O Jesus
resolveu colocar-nos de início apenas com 10, porque o Djuricic fez (mais uma
vez) figura de corpo presente: nem ajudava no meio-campo, contribuindo para um
inferioridade numérica naquela zona que nos foi fatal, nem segurava nenhuma
bola no ataque. Para jogar assim perto do Cardozo, mais valia ter alinhado logo
o Markovic. Ou claro fazer como se fez na 2ª parte, em que o Jesus emendou a
mão, colocando o Enzo Pérez, o Matic e o entrado André Gomes (lesão do Fejsa),
e as coisas melhoraram. Fruto igualmente do abaixamento de ritmo do PSG, mas o
mal maior já estava feito.
Não é tanto a derrota que custa, é mais a forma como a equipa (não) actuou.
Falta garra, falta vontade, falta dinâmica e, principalmente, falta alegria a
jogar à bola (algo que nunca faltou nos quatro anos anteriores do Jesus). É a ausência
deste último factor que me preocupa mais: a equipa parece amorfa e não sabe
reagir às dificuldades que o jogo coloca (um óptimo exemplo passou-se frente ao
Belenenses). Relembro que fizemos uma óptima exibição em Stamford Bridge há
dois anos, roubados desde o minuto 40’, a jogar na 2ª parte com Witsel a
defesa-direito, Javi García e Emerson a centrais, e na frente com o Djaló e o
Nélson Oliveira na última meia-hora… E poderíamos ter ganho a eliminatória!
Compare-se esta equipa com a que jogou ontem e ainda se torna mais
injustificável o que se passou. Como não se percebe aquelas declarações do
Jesus no final da partida, quase assumindo que estava à espera de perder por
poucos. Ou, se calhar, pensando na nossa exibição,
percebe-se melhor…
O que se passou ontem deu a ideia de ser o Jesus a querer mostrar que não
temos equipa para a final da Champions.
Pois claro que não temos! Qualquer pessoa com os pés assentes na terra sabe
isto muito bem! Era bom que se pusessem de acordo na SAD acerca do principal
objectivo. Que, com a brincadeira que
foi o final da época passada e o início desta, já está a cinco pontos de
distância… E vamos lá a ver se não estará a mais depois da visita à Amoreira no
próximo Domingo…
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