sexta-feira, abril 12, 2013
Duas em três anos
Empatámos em Newcastle (1-1) e, pela 13 ª vez no nosso historial
(considerando a vez em que ficámos em 2º na fase de grupos da época de estreia
da Champions em 91/92, cujo vencedor
– Barcelona – teve acesso à final), chegamos às meias-finais de uma competição
europeia. Foi uma partida bastante complicada, especialmente a partir do
momento em que, denotando um espírito natalício muito fora de época, resolvemos
oferecer um golo ao adversário aos
71’. Aguentámos a pressão dos ingleses e conseguimos fugir à derrota já nos
descontos.
Entrámos bastante bem, personalizados e, aos 4’, poderíamos ter resolvido a
eliminatória, quando o Tim Krul defendeu um calcanhar do Lima e um
cruzamento-remate do Melgarejo… A 1ª parte foi toda nossa, tivemos boas
oportunidades com destaque para uma do Gaitán que, sem o guarda-redes na
baliza, viu um defesa cortar o seu remate. Poderíamos, e deveríamos, ter
resolvido tudo antes do intervalo, até porque o Newcastle não mostrou nada na
1ª parte e só teve um golo anulado (e bem) por fora-de-jogo perto do intervalo.
Com as substituições e colocação de mais avançados, os ingleses foram
bastante mais perigosos na 2ª parte, porque começaram a bombear bolas para a
nossa área. O Lima teve um remate muito por cima, quando estava em boa posição,
mas vimos outro golo bem (bem) anulado contra nós por fora-de-jogo descarado. A
20’ do fim, o cérebro do Matic parou e proporcionou a jogada do golo
adversário marcado pelo inevitável Papiss Cissé. Foi um erro infantil do género “vou eu à bola ou vais tu, Garay?” e
colocou-nos perante os 20’ mais complicados da época até agora. Não que o
Newcastle tivesse tido grande ocasiões para marcar (excepção talvez a um remate
do Ben Arfa muito por cima, quando estava já dentro da área), mas porque com a
ajuda das bolas aéreas e de um público fantástico nos empurrou para o nosso
meio-campo. O Jesus lançou logo a seguir o Cardozo e pouco depois o Rodrigo, e
o objectivo era claro: tentar marcar um golo. Confesso que naquela altura
pensei que a entrada do Maxi Pereira fizesse mais sentido, até porque o André
Almeida já tinha visto um amarelo, mas estas duas substituições foram de
mestre, porque não permitiram que a equipa fica barricada no seu meio-campo.
Depois de um excelente passe do Cardozo para a entrada da área que o Salvio não
dominou bem, quando poderia ter rematado à vontade, e de outro falhanço do
Gaitán só com o guarda-redes pela frente, o Tacuara
desmarcou genialmente o Rodrigo na esquerda, este centrou rasteiro, ligeiramente
atrasado, e o Salvio surgiu que nem um relâmpago para fazer a igualdade aos
92’! Foi o delírio, porque não só selava o apuramento, como nos salvava de uma (sempre
triste) derrota.
Em termos individuais, gostei muito dos laterais (A. Almeida e Melgarejo),
que estiveram quase irrepreensíveis a defender, do Salvio, claro, pelo golo
importantíssimo e do Enzo Pérez, a locomotiva do meio-campo (infelizmente, vai
falhar a 1ª mão das meias-finais, por causa dos amarelos; aliás, este árbitro
croata, Sr. Ivan Bebek, saiu-nos também uma boa peça…). A entrada do Cardozo foi fundamental na viragem do
resultado e o Artur também esteve seguro q.b. Os centrais passaram um mau
bocado por causa da qualidade do Cissé, mas na hora do aperto cortaram
bolas importantes.
Não tenhamos dúvidas que, se a conquista do campeonato é essencial para
ajudar a derrotar o cancro do futebol
português (que só vencido será com dois ou três títulos seguidos da nossa
parte), é a performance nas
competições da Uefa que nos dá o estatuto que temos de ser um grande clube
europeu. Por isso, esta segunda meia-final em três épocas, com dois quartos
pelo meio, restitui-nos de algum modo esse prestígio que estava em baixo.
Repito: temos 13 meias-finais, quando os restantes clubes portugueses têm em
conjunto 12! Mas, claro, que quero mais e Amesterdão está já ali ao virar da
esquina…! Há 23 anos que não provamos o sabor de chegar a uma final europeia...
P.S. – As hipóteses para o sorteio eram Chelsea, Fenerbahçe e Basileia.
Calharam-nos os turcos, que é provavelmente o meio-termo entre o que eu queria
(Basileia) e o mais teoricamente forte (Chelsea). De positivo, o facto de
jogarmos a 2ª mão em casa, mas vão ser dois jogos muito intensos, ainda por
cima com o jogo fundamental no Marítimo no meio deles. Também é bom para os anti-Benfica,
porque vão poder torcer pelo porco do Meireles. Se conseguirmos não sofrer
golos na Turquia, acho que temos tudo a nosso favor.
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