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quinta-feira, setembro 15, 2011

Bom resultado

No 200º jogo oficial na Nova Luz, empatámos com o Manchester United na 1ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Foi uma partida que fez jus à competição, com uma intensidade muito pouco vista no campeonato português e que agradou certamente aos 63.822 espectadores. Os ingleses têm uma equipa fabulosa, só de olhar para o banco deles dava medo (Nani, Hernández, Berbatov, Anderson, Owen), mas batemo-nos muito bem e até poderíamos, com um pouco mais de sorte, ter ganho o jogo.

O Jorge Jesus assumiu naturais cautelas e colocou o Rúben Amorim a titular em detrimento do Nolito. De resto, o esperado 4-2-3-1 com o Witsel ao lado do Javi García. A 1ª parte foi muito disputada, mas sem grandes ocasiões de golo. Houve um bom remate rasteiro do Cardozo (com o pé direito) para defesa do guarda-redes e outro do Gaitán ao lado, antes de estes mesmos dois jogadores fabricarem o 1-0. Foi aos 24’ num passe de trivela do argentino e um domínio no peito, seguido de rotação, do paraguaio a marcar um grande golo com o pé direito! Até ao intervalo, poderíamos ter feito o 2-0 num contra-ataque que o Javi García desperdiçou ao não rematar à baliza e preferir fazer um passe para o Gaitán, que acabou por ser interceptado por um defesa. Só que aos 41’ apareceu o velhote Ryan Giggs a aproveitar uma desconcentração da nossa defesa e meio-campo, que o deixaram seguir à vontade para um remate de fora da área sem hipóteses para o Artur. Um remate, um golo, é assim a eficácia das grandes equipas. Com espaço à entrada da área, não há cá remates ao lado.

Nos primeiros minutos da 2ª parte, deu a ideia que não íamos aguentar o ritmo do “Naite” (como diz o Jesus, uma variação interessante do “Manster” do Fernando Santos) que nos começou a empurrar para a nossa área. Um disparate do Emerson poderia ter dado mau resultado, mas começámos a equilibrar novamente com a entrada do Nolito para o lugar do Amorim. E foram mesmo do espanhol as duas grandes oportunidades de golo, num remate muito bem defendido pelo suplente Lindegaard (que foi titular em vez do De Gea e eles não ficaram nada a perder) e noutro lance já muito perto do final em que rematou ao lado, quando só tinha o guarda-redes pela frente. Guarda-redes esse, que fez uma óptima defesa num pontapé que é a imagem de marca do Gaitán (em arco sob a direita para o ângulo oposto da baliza). Quanto ao Naite, uma arrancada do Giggs que passou por metade da nossa defesa e só esbarrou no Artur foi praticamente o único lance de iminente golo que criaram no segundo tempo.

Em termos individuais, destaco o Cardozo, Gaitán e Luisão. O paraguaio lá continua a marcar golos “só de encostar” a “equipas fraquinhas” e o que importante é que é “muito lento e não presta”. É uma pena, de facto, que não o tenhamos trocado pelo Hugo Almeida…! O argentino irá ser a próxima grande venda do Benfica (podem escrever) e sabe bem em que jogos é que se tem que mostrar. Parece por vezes alheado da partida, mas a arrancada que fez para assistir o Nolito diz tudo. O Luisão é, naturalmente, o maior (em todos os sentidos)! O resto da equipa esteve bem e muito concentrada, merecendo também referência o Javi García e o Maxi Pereira. Apesar de não terem jogado mal, esperava que o Aimar e o Witsel tivessem sobressaído mais. Ao invés, um dos fe(Ma)tiche do Jesus continua a não me convencer nada. É bom para segurar bolas nas partes finais do jogo, mas falhou dois ou três passes que até um iniciado faria.

Conseguir um ponto perante uma equipa que esteve presente em três das últimas quatro finais da Champions é um bom resultado sob qualquer ponto de vista. Só o Giggs deve ter mais jogos na Liga dos Campeões que o nosso plantel todo somado. Foi pena que na outra partida não tivesse havido também um empate, mas o Jesus que não se ponha com histórias: sim, vão ser três equipas a lutar pelo apuramento com o Naite, mas era só o que mais faltava que não nos qualificássemos para os oitavos! Com o devido respeito, estamos a falar do Basileia e do Otelul Galati! Basta que entremos em campo com humildade e concentração, que a nossa maior valia virá inevitavelmente ao de cima. Não é preciso passar do “vamos lutar pela Champions” do ano passado para o “vamos lutar pela qualificação com o Basileia e o Otelul”. Nem 80 nem oito!

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