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sexta-feira, agosto 08, 2008

O meu avô

O meu Benfica morreu hoje um bocadinho para mim. O meu Benfica sempre incluiu o meu avô, o meu pai e, mais tarde, o meu irmão. Raras foram as vezes que eu não vi os jogos acompanhados deles os três. A partir de hoje, infelizmente, a companhia restringir-se-á a dois.

O meu Benfica tinha sempre o mesmo ritual: o meu avô ia buscar-nos a casa, deixávamos o carro estacionado na Av. do Uruguai e íamos a pé para a Luz. Eram dois quilómetros de mística benfiquista, por entre o descampado que é hoje o Colombo, onde ultrapassávamos e éramos ultrapassados por magotes de gente vestida de vermelho. Mais tarde, com o estádio novo e o avançar da idade do meu avô, os papéis inverteram-se. Éramos nós que o íamos buscar (estava sempre em pulgas à nossa espera) e estacionávamos o carro no parque do estádio, pois a sua capacidade de locomoção já não se coadunava com maratonas de dois quilómetros. E muitas vezes, depois dos jogos e dos jantares em casa dos meus pais, era eu que o levava de volta a casa dele. As partidas fora da Luz eram sempre vistas na sua casa na sua companhia e da minha avó.

É claro que aos 91 anos já se viveu uma boa vida e bastante longa, mas uma das coisas que mais me custa é que há apenas duas semanas ele ainda andava. Um problema urológico debilitou-o no início de Abril e foi nessa altura que ele em três anos (repito, três anos) perdeu o 1º jogo ao vivo no estádio da Luz. Viu todos os jogos de todas as competições da era Koeman e da era Fernando Santos (na do Trapattoni uma ou outra constipação fê-lo perder alguns, poucos, jogos), e só no ano passado é que perdeu dois dos últimos três jogos na Luz. A última partida que presenciou ao vivo foi a da despedida do Rui Costa. Mal sabíamos nós que seria também a da sua despedida. Não obstante esse problema urológico, e contra todas as nossas previsões e receios, há cerca de um mês ele renovou o seu bilhete de época de título fundador! Mas uma queda em casa com respectiva fractura de vértebras precipitou tudo em nove dias.

Vai-me ser difícil ver um jogo sem ouvir os seus comentários sempre imparciais. Jogador do Benfica no chão era no mínimo falta e cartão amarelo para o adversário!
- “Atacado por trás... amarelo!”
- “Ó avô, foi carga de ombro!”
- “Olha para aquilo... empurrado... penalty!”
- “Ó avô, que disparate, ele deixou-se cair, ninguém lhe tocou”.
Muitas vezes lhe dizia: “se o avô fosse presidente do conselho de arbitragem, não haveria mais nenhum campeonato que nos escaparia!” Ele respondia-me com um sorriso cúmplice de quem sabia que eu tinha razão. Mas apesar desta visão enviesada, ele manteve a lucidez em relação aos nossos jogadores até ao fim. Dizia-me baixinho, geralmente quando o levava a casa, como se tivesse vergonha que o mundo ouvisse: “Este Luís Filipe e Edcarlos não jogam nada”.

Eu posso dizer que devo tudo o que sou ao meu avô, na medida em que sou incapaz de me imaginar sem ser benfiquista e isso nasceu com ele. Foi a sua suprema inteligência e visão de futuro que o fez tornar-se sócio do Benfica quando nos anos 30 foi estudar para o... Porto! E de fazer o meu pai sócio quando nasceu, que por sua vez me fez a mim quando eu vi a luz. Aliás, ainda hoje estava a pensar no facto de o meu avô ter visto todos, repito, todos os títulos conquistados pelo Glorioso: 31 campeonatos, 24 taças de Portugal, duas Taças dos Campeões e a Taça Latina, só para referir os mais importantes.

A sua forma de viver o Benfica, aliada à sua idade, levava-o por vezes a encadear-se. Foi um dos muitos que foi enganado pelo discurso do Vale e Azevedo (como o reconheceu depois), mas no caso dele só após a sua eleição, já que tinha (tal como nós) votado no Tadeu. Grandes discussões tivemos com ele sobre este assunto e tentámos convencê-lo a votar no Vilarinho, mas ele amuou e disse que assim sendo não ia votar nessas eleições. No entanto, depois teve um gesto que jamais esquecerei. Como eu estava nos EUA na altura e não podia votar, ele foi ao estádio e colocou os seus 20 votos no Vilarinho por mim.

Eu percebo a racionalidade com que se deveria encarar uma morte aos 91 anos, mas a vida é muito injusta, porque bastaria ao meu avô ter juntado apenas mais três aos 1098 meses que viveu e poderia ver o seu primeiro bisneto. E isso é o que me custa mais. A deterioração da saúde de uma pessoa idosa num hospital é impressionante. Foram nove dias sempre a piorar, mas mesmo assim ainda mantendo a lucidez. Com o colar cervical, a fala era extremamente difícil de perceber e no passado sábado o meu irmão ouviu-o a dizer Garcia. “Quer que eu chame o enfermeiro Garcia? Ou é algum médico?” Não, o que ele queria saber era se nós já tínhamos contratado o Luis García... Aliás, a última coisa com nexo que ele disse na vida (na passada 3ª feira) foi “gostava muito, gostava muito”, quando eu lhe referi que tinha que se pôr bom depressa porque tinha que levar o seu bisneto ao Estádio da Luz para ver o Benfica...

Mas estando ele internado no Hospital da Luz, ao menos morreu a ver o Estádio do Glorioso, já que a janela do quarto dele tinha essa magnífica vista. E isso, eu sei que ele gostou.

P.S. – O funeral é amanhã à tarde e o nosso luto será feito poucas horas depois onde ele desejaria que nós o fizéssemos: ao vivo no Estádio da Luz. Mas pela 1ª vez desde a existência deste blog, não haverá crónica do jogo. Não terei cabeça para isso. Será a minha derradeira homenagem ao sócio 300 e qualquer coisa do Sport Lisboa e Benfica. Até sempre, avô!

56 comentários:

Anónimo disse...

Um abraço sentido.

Anónimo disse...

agora o teu avô vê os jogos de um lugar bem especial.

paz à sua alma...

um abraço para ti e para os teus

Anónimo disse...

Logo à noite o teu avô terá a sua alegria.

Cumprimentos e força

Jota disse...

Paz à sua alma, e um abraço para todos vós.

Pedro F.Ferreira disse...

Repito aqui o que já te disse: força, um abraço sentido de amizade, os meus sinceros sentimentos e que fique o conforto de que a herança (o legado)do teu avô é muito digna. Isso é a prova de que não foi uma vida em vão.

Abraço para ti e para a tua família.

Bakero disse...

Os meus sentimentos. Um dos meus avôs morreu há 9 anos atrás e também me foi difícil compreender que havia Benfica sem o meu avô, pois foi ele um dos ou o principal responsável pelo meu benfiquismo.

Como dizia o eterno Fialho Gouveia, vão-se juntando os grandes benfiquistas no "4º anel".

Um grande abraço.

MBA disse...

Abraço físico já te dei, faltava o cobernético. Uma vida de 91 anos, feliz como imagino que tenha sido, é mais do que qualquer um de nós pode dizer com certeza que vai ter.

Fica a consolação de ter visto TODOS os campeonatos do Glorioso e de deixar um legado que vai durar muitas gerações.

E quanto aos três meses... ele há-de ver, mas de outra perspectiva.

Aquele abraço,
MB

Anónimo disse...

Um abraço de amizade.
tarirari

Anónimo disse...

Um texto muito bonito sobre o teu avô, a tua referência ao nosso clube, mas também sobre o significado do benfiquismo na expressão de uma tradição familiar muito especial.
Eu pessoalmente ainda me vou lembrando das conversas dele com o meu pai, que era seu doente, sobre os filhos de ambos, as suas evoluções na Medicina, na vida e no resto. Não sobre o SLB, porque o meu pai não era dado a futebois. Mas ambos sabiam essa outra comunhão de interesses que eu e o teu pai tinhamos (fora os filmes , claro).
Sinto a vossa mágoa, como eu senti há 3 anos quando tocou a minha vez...
Resta esperar que possas esta época dedicar o título de campeão ao teu avô. E, pelo que vi ontem, já não tinha tantas esperanças há muitos anos.
Apesar dele não ter podido estar connosco a ver ao vivo o renascer da ilusão, eu acho que ele estava lá escondido na alma daquela águia que como sempre nos sobrevoou no início. Não achas?
Um abraço para ti e para os teus, criança incluída, claro.

Marcos Sobral disse...

Não sei o teu nome. Mas isso não importa agora. Dei casualmente pelo teu blog enquanto vagueava pela net a ver videos do Benfica, tanto para ver como para enviá-los a um dos meus melhores amigos que foi esta semana viver para a Austrália, em que o Benfica é o seu maior apoio.
Não tenho palavras para descrever o teu texto.... Indubitavelmente um dos melhores que jamais li em toda a minha vida. Eu não sou de chorar nunca mesmo, não tem nada a ver com ser-se homem ou não que isso é uma parvoice, um homem se tem de chorar também o faz, mas talvez pela minha educação fui criado assim (se bem que num dos piores dias da minha vida, em novembro de 1999 chorei baba e ranho pelo Benfica, parecia um rio, um verdadeiro bébé, e ainda dei cabo do frigorífico, de duas cadeiras da cozinha e de duas das portas do meu armário do quarto. Ainda nessa mesma noite os fui buscar ao aeroporto, estava mesmo cego....foi pior que qualquer pesadelo que já tenha tido. Nem vou dizer o que aconteceu nem com quem porque certamente o saberás e eu não quero tocar no assunto), mas ao ler este teu texto, fiquei e tenho ainda lágrimas nos olhos....literalmente. Nem sei que te diga.... Primeiro o quão lamento como é obvio. Depois o quanto invejo desmesuradamente o ENORME Homem que foi o teu avô, por tudo o que pôde ver pelo Benfica....
A pessoa com quem melhor me dou da minha família é precisamente o meu avô, e sou fotógrafo hoje em dia provavelmente por sua causa, pois ele foi fotógrafo toda a sua vida (foi a primeira pessoa até a fazer fotografias a cores em Angola). E o meu avô sempre foi praticamente indestrutível, sempre teve uma saúde arrebatadora (ainda há cerca de 3/4 anos eu, com os meus 22 anos ia com ele fazer-lhe companhia até ao seu trabalho no qual ele tinha de caminhar durante 25 minutos e eu pura e simplesmente não conseguia acompanha-lo....ele andava tão depressa e vigorosamente que eu com 22 anos (e menos) virava-me para ele com os seus 81/82 e dizia-lhe para ele esperar um pouco que eu já estava cansado....e olha que eu faço bastante desporto e sou bastante energético.... E agora do nada dou com o meu avô doente, cujo corpo parece um autêntico esqueleto, e o mês passado passou varios dias no hospital....era para ser operado mas devido á sua estupidez (não encontro outra palavra pois fiquei e estou ainda super revoltado com ele, passamos a vida a discutir, mas adoramo-nos, mas esta foi demais mesmo) ele já na sala de operações recusou-se a....ser operado ! Agora está em casa, doente, quase sem forças e apenas come gelados e só faz as coisas á sua maneira, como aliás sempre foi seu apanágio....
Por isso percebo bem o que deves sentir pelo teu avô.... nem tenho palavras para te dizer o quanto lamento....
A tua história fez-me inclusivamente recordar a história de um outro senhor, que era professor de Filosofia e tinha o pai no hospital numa cama, e o pai tinha Alzheimer profundo, e não se lembrava sequer dele (do próprio filho). Mas, lembrava-se duma coisa. Apenas de uma única coisa. Dá para imaginar prontamente o quê.... O Benfica.... A única coisa da qual se lembrava e pela qual perguntava era o Benfica.... São coisas que nem sequer precisam de mais palavras....
Eu amo o Benfica acima de tudo, mais do que a minha própria vida, e não morria mas MORRO pelo Benfica, e sei que um dia ainda serei presidente.
Mas são estas histórias únicas no mundo que se vê a nossa grandeza e quem somos....
poderia estar aqui horas e horas a escrever, mas ainda estás de luto, por isso só te posso dizer uma vez mais que tenhas muita força e dar-te um enorme abraço.
E ontem o teu avô teve o que merecia. E ele esteve lá a ver.

Marcos Sobral

Anónimo disse...

Costumo passar aqui porque gosto das tuas análises e fotos dos jogos, não tenho comentado na net desde o inicio do ano, a vida é f***** mas quero-te mandar um abraço e dizer-te para teres força, o teu avô como alguém disse, está no 4º anel, como um grande benfiquista que foi, está lá com a minha mãe, está lá com tantos de nós... e estará sempre contigo também, afinal como dizes uma parte de ti foi "moldada" por ele e ele vive através de ti e dos teus. Fica bem

Anónimo disse...

O teu texto é muito bonito e, por isso, reforço o que já te disse: alegra-te pela felicidade de o teu avô te lembrar muitas, muitas, coisas boas.
Mais um abraço do José Eduardo.

Tanque Silva disse...

Os meus sentimentos.

Anónimo disse...

Nao tenho o privilegio de conhecer o autor deste blog mas conheço bem e partilho interesses comuns com o seu pai, quer de natureza profissional quer clubistica. Nutrimos um pelo outro respeito e consideração cimentados na base de uma profissão comum

Desconhecia que a familia se tinha reduzido e que o momento era de natural consternação

Um abraço amigo do JOAO MORAIS

Anónimo disse...

Estimado Amigo

Minhas condolências.

91 anos de vida e muitas alegrias, algumas contigo ao lado.

Como já disse várias vezes " Gostava de ser o avô do meu neto igual ao que o meu avô foi para mim"

Aquele abraço Sentido

Hugo Duarte

Peyroteo disse...

R.I.P.

Os meus sentidos pesames, desportivistas, de um Leão.

Pedro Aniceto disse...

Não o conheço, você não me conhece, mas aceite um abraço. Há-de haver algures, tenho a certeza de que há-de haver. uma roda de avôs que também se não conhecem a discutir cartões e grandes penalidades numa espécie de ritual onde todos um dia estaremos mais tarde ou mais cedo.

Pedro Aniceto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rui disse...

Força! Ele vai assistir ao 32º Titulo no 4º anel a festejar de uma forma que nós não podemos! :) Continua!!

Anónimo disse...

Boa tarde.
Antes de mais, os meus mais sentidos pêsames pela sua perda tão difícil de viver.
Sabe, ao ler o seu texto, só me veio à memória ( e aos olhos as lágrimas..) os momentos que passei com o meu avô a assistir ao vivo aos jogos do Benfica. Andámos por quase todo o país, vendo a nossa Gloriosa equipa a espalhar a sua classe e mística.
Ele adoeceu e ficou limitado no seu andar mais ou menos quando eu começei a trabalhar e ganhei o hábito de lhe levar o jornal desportivo do dia (sim, porque era aquela altura em que não havia jornais desportivos diários..) no final do dia e, no dia seguinte, ele só lia as notícias do Benfica.
Como ele gostava particularmente de A Bola e do Record, quando estes jornais passaram a diários, passei a comprar diariamente os 2 e a levá-los ao final do dia.
Ele faleceu vai para 16 anos e ainda hoje, todas as manhãs, compro os 2 jornais desportivos. A maior parte das vezes, nem tempo tenho de os abrir, mas é como se fosse uma forma de manter perto de mim a memória de alguém que me ensinou a amar o Benfica.
Por isso, achei que o gesto do Benfica de homenagear o sócio nº 15, com 99 anos, dando-lhe a honra/alegria de dar o pontapé de saída do jogo de apresentação da nossa equipa, só mostra a grandeza deste clube que nós todos amamos. Nesse momento, confesso que o meu pensamento foi para o meu avô e deixei umas lágrimas aflorarem aos meus olhos.

Um grande abraço para uma grande benfiquista

António M. Tavares
(rail_2004@netcabo.pt)

Anónimo disse...

Os avós serão SEMPRE uma parte importante e especial de nós...

Um beijinho grande para ti

1234567vv disse...

Caro amigo!

Um abraço muito especial neste momento díficil.

Mais um motivo para puxar pelo nosso glorioso. Para que a vitória seja em honra de tão nobre Benfiquista!

Vermelhovzky

Olinda Dinis disse...

Não nos conhecemos, li algumas vezes o teu blog. Hoje vim cá porque vou formatar o pc e estava a ver se devia guardar(nem sei onde nem como) alguns dos links dos favoritos... E deparei-me com esta "despedida" Emocionei-me ao ler tudo o que escreveste. Deves estar orgulhoso pelo teu avo, muitos parabens pela familia que parecem ser.
Beijo
Olinda

Anónimo disse...

Devo dizer que é a primeira vez que visito este blog. Ainda bem que o fiz. Fui arrebatado com uma demonstração do mais puro benfiquismo que se pode encontrar. Que texto arrebatador.
Tenho a certeza que o teu avô, onde quer que esteja, adorou o jogo de sábado. Acabaste de ganhar mais um leitor.

Sentidos sentimentos. Forte abraço

Anónimo disse...

Hoje ao abrir o meu e-mail vejo com tristeza que um amigo perdeu o seu pai.
Encontro neste blogue uma homenagem bonita de um neto a uma “instituição” para mim sagrada: o avô.
O ciclo da vida é assim, e se para uns acaba para outros irá começar em breve, e em breve, o meu amigo também fará parte da tal “instituição” sagrada a que chamamos avós. Que venha lá mais um sócio para o Benfica para que o lugar no estádio deixado pelo bisavô não permaneça muito tempo vazio. Ao tio deixo a esperança de num futuro próximo serem novamente 3 a irem ao Benfica.
Ao meu amigo e restante família deixo aqui um sentido abraço e um beijo com toda a minha estima e amizade.

carla santos

J G disse...

Companheiro, deixo aqui um sincero abraço de sentimentos.
Cheguei hoje da maratona do Sudoeste e só agora li a tua prosa dedicada.

Compreendo-te na perfeição, e revejo-me em muito do que escreveste. Não tive a sorte de ter o meu avô materno tantos anos seguidos comigo. Mas a última vez que ele foi a um estádio de futebol levou-me com ele. Eu estava na 4ª classe e foi ele que me foi buscar a meio da tarde para irmos ver a final da UEFA contra o Anderlecht.

abraço

BP disse...

Um grande abraço. O Benfica percebe-se nestes momentos de dor... mas de uma estranha e plena comunhao!

Anónimo disse...

os meus sentimentos

MAD*MAX disse...

Os meus sentimentos...
E um abraço!
E Pluribus Unum

Anónimo disse...

os meus sentimentos e um grande abraço. tenho a certeza que ele vai continuar a ver e a sofrer pelo benfica no 4º anel.

nuno mendes
sócio e doente do SLB

Anónimo disse...

antes de mais queria dar-lhe os meus sentimentos. Não quero imaginar o que é perder um avô, uma pessoa tao especial. O meu, ta como o seu, viu todos(ou quase todos) os campeonatos ganhos e pagou na altura uma pequena fortuna para dar as primeiras cavadelas na construção do antigo estádio. É daquelas pessoas que passa o jogo a criticar, mas é uma forma de não mostrar a parte fraca. Só o vi chorar uma vez e foi no derradeiro jogo do antigo estádio contra o Santa Clara.
Hoje em dia não pode ver jogos, por tanto sofrer ao longo dos anos comos triunfos e derrotas do Glorioso, os seu coração nao aguenta. É das pessoas de que mais me orgulho e o meu grande exemplo.
Obrigada por partilhar este momento com todos nós.

Maria

Pulha Garcia disse...

Caro SLB,

Achei o texto lindíssimo e fiquei com grande consideração pelo teu avô. Tendo eu apenas 30 anos mas sendo em quase tudo igual ao caso familiar que descreves (com a diferença que comigo e com o meu pai vimos da Estrada da Luz, a pé apesar algumas vezes ainda passarmos pela Av. do Uruguai depois dos jogos para passar pelo restaurante Edmundo) imagino-me a envelhecer de forma semelhante.

Saudações de glória a todos os gloriosos

LF disse...

Os meus sentimentos pela perda de um familiar teu, e também, pelo que se percebe, de um grande benfiquista.
Um abraço
LF (Vedeta da Bola)

Anónimo disse...

Paz a sua alma....

..."Do sol que lá no céu
Risonho vem beijar
Com orgulho muito seu
As camisolas berrantes
Que nos campos a vibrar
São papoilas saltitantes."»

Os meus sentidos pêsames para si e para a sua família
Pedrove

Galaad disse...

Carissimo:

Nesta hora tão dificil para ti e toda a tua familia, não queria deixar de te mandar um grande abraço de solidariedade e pesar. Próprio de quem, tal e qual como tu, já perdeu um avô que também chorava e vibrava com as vitórias do nosso Benfica. Sei bem o que estás a sentir.

Velha cepa de Homens.

Só hoje vi o post, porque como sabes, a minha vida não me permite andar actualizado com estas coisas.

A ti, meu amigo, envio um abraço sentido com as mais profundas condolências.

Ass. Rui

Anónimo disse...

Que melhor homenagem a esse Homem do que este belo e sentido texto, cheio de benfiquismo e de amor?
Quando chegar a minha hora espero ter tido uma vida digna para estar rodeado dos amigos que pela vida fui recolhendo, pela minha família, e por tudo o que representa este clube, como foi o caso do teu avô.
Paz à sua Alma e viva o Benfica!

Jorge.

Anónimo disse...

Paz a sua alma e à de todos os avôs Benfiquistas que já partiram e que tal como o meu também foi o principal responsável (mais que o meu Pai) de eu ser Benfiquista.
Os meus sentidos pêsames para si e para a sua família.

Anónimo disse...

Já acompanho este blog há bastante tempo, mas que me lembre nunca tinha deixado nenhum comentário... Deixo este apenas para enviar um abraço, e com a concerteza que estará no 4º anel com fialho gouveia e tantos outros grandes benfiquistas a olharem para (por) todos nós...

Respeitosas saudações

Velho Estilo disse...

Caro Sérgio:

Foi com enorme emoção que descobri que o texto que escreveste para o teu avô e que publiquei no meu Blog dizia respeito ao avô de uma pessoa que conheço há pouco tempo mas pela qual tenho enorme consideração e estima.

Este meu comentário vem certamente tarde mas não poderia deixar de o fazer ao saber de tal ligação.

Um forte abraço meu caro.

VE

Helena disse...

beijinho
tens mais um anjo :)

P disse...

Grande abraço.

Força.


Pedro Ribeiro

Alexandre Vilarinho disse...

MAs que texto bonito, pá... um grande e sentido abraço...

Anónimo disse...

Paz à sua alma!
Agora, prossegue tu a tradição e passa a mística à geração seguinte... e aos teus netos também, quando chegar a hora. É uma boa maneira de o homenageares!

Saudações Benfiquistas

Anónimo disse...

Os meus sentidos pesames
sou do fcp mas aqui nada disso interessa
paz a sua alma

Paulo disse...

Venho aqui, quase 2 meses depois para te dizer simplesmente isto: o teu avô, lá no céu, deve estar muito orgulhoso do neto que tem.
Bonita e sentida homenagem.
Abraço

Pedro disse...

S.L.B., as minhas sinceras condolências. Peço imensa desculpa por só agora o fazer, peço imensa desculpa por não o ter feito no jantar da tertulia. Só agora li o post ea tua magnifica homenagem.

De certeza q o teu avó está orgulhoso do neto e sabe q o bisneto terá em ti um exemplo a seguir.

Abraços!!

Anónimo disse...

Não sou do Benfica, mas adorei ler este texto e do amor q tinhas pelo teu avô e ele por ti... um abraço

Anónimo disse...

Descobri este site agora e depois de ler estas palavras digo só isto, QUE INVEJA (no bom sentido)NÃO TER TIDO UM AVÔ ASSIM os meus eram lagartos e como podes imaginar o diálogo é impossivel.
Já me tinha apercebido da falta dele na bancada (muitas vezes ouço os teus ggritos de indignação na bancada (Guimaraes - Mete o Cardozo Agora), sabes que mais nós faicamos sem eles fisicamente mas no fundo na nossa cabeça as pessoas como o teu avô nunca morrem apenas se ausentam fisicamente!!!!

PS: Um dia destes meto-me contigo no Estádio (Estou muito desiludido não sei se vou com a Academica)

S.L.B. disse...

Anónimo: obrigado pelas tuas palavras. Então foste tu que deixaste um comentário semelhante a um post do Pedro F. Ferreira na Tertúlia ("mete o Cardozo agora" :-)

P.S. - Fico à espera de te conhecer pessoalmente. Também estou muito desiludido com este nosso futebol(?), mas no Sábado lá estarei. É mais forte do que eu.

Anónimo disse...

Sim fui eu que fiz esse comentário, e no Sábado lá estarei mesmo desanimado com este futebolzinho da treta!!!!

Miguel é o meu nome não sei como comentar sem ser anónimo

S.L.B. disse...

Ok, lá nos veremos, então.

P.S. - Quando seleccionas a identidade, escolhe o "Nome/URL" em vez de "Anónimo" e aí podes optar pelo nome que quiseres.

Anónimo disse...

Caro S.L.B.
Tenho 58 anos e acabei de limpar as lágrimas depois de ler o teu texto e os comentários.
Acabei de ser avô pela 1ª vez, há 2 meses; desejo que a minha neta escreva um dia um texto igual ao teu.
PS desculpa pela familiaridade, mas penso que assim as pessoas sentem mais.
Cumprimentos
Alexandre Martins

S.L.B. disse...

Caro Alexandre,

Muito obrigado pelas tuas palavras. Toda a sorte do mundo para tua neta e tenho a certeza que ela irá ter muito orgulho no avô. Grande abraço.

Anónimo disse...

Meu caro,
Quase 2 anos depois da sua bonita homenagem, publicada aqui num momento tremendamente difícil, permita-me que lhe deixe uma singela manifestação de apreço e admiração. Provavelmente, dificilmente imaginaria encontrar aqui algumas palavras quase 2 anos depois, e ainda por cima de alguém profundamente desconhecido.
Conheci o seu Pai na 6ª feira passada e com Ele partilhei algumas breves horas de trabalho e lazer. Ontem, em plena sala de embarque do aeroporto de Roma (enquanto se aguardava que umas cinzas teimosas nos permitissem regressar a casa) tive a oportunidade de conversar um pouco com um Homem de diálogo fácil, agradável e envolvente, e assim conhecer este seu blog (a propósito da fatalidade que o apanhou desprevenido há cerca de ano e meio, e para a qual nunca estamos preparados).
Não lhe vou tomar demasiado tempo, no entanto peço-lhe que gaste uns minutos, poucos, e que me conceda o privilégio de escrever pela 1ª vez num blog (nunca fui muito destas coisas, e nem sei se serei lido por si).
Mas então porque lhe estou a escrever? Apenas para deixar uma mensagem, que tenho a certeza será apenas o reforço do que lhe corre nas veias. Pela lei natural da vida teremos tempo para, infelizmente, deixar de poder mimar os nossos Pais. Siga, dedicando todo o amor, respeito e reconhecimento, aos seus Pais, lembrando com alegria o seu Avô, e garantido que um dia dirá... “sei que fiz tudo o que podia, e tenho a certeza que, seja de onde for, os meus Pais estão felizes, orgulhosos e reconhecidos pelo amor que lhes dediquei”.
Nas palavras que ontem ouvi, percebi a imensa união e cumplicidade que vos liga, que liga a família, e isso foi incrivelmente reparador para alguém que também perdeu o Pai há quase 3 anos de forma trágica e inesperada. Sabe, acho que inconscientemente, esta também foi/é uma forma de homenagear um Homem a quem devo o que sou hoje – o meu Pai – e com quem vivi dos momentos mais maravilhosos da minha vida. Os mesmos rituais que teve com o seu pai e o seu avô, também eu mantive com o meu Pai, então a caminho do bonito estádio do Restelo (ninguém é perfeito, meu amigo).

Meu caro, perdoe o meu abuso de invadir este seu espaço, mas senti vontade de lhe escrever algumas palavras numa singela homenagem, da mesma forma que senti uma enorme vontade de o ler nesta sua homenagem a um Homem que o marcou e marcará para sempre.

Por fim, desejo que hoje festeje a conquista do 32º título de campeão (prevejo um 4-0 sem apelo nem agravo), e que recorde os momentos felizes que viveu na companhia de um fundador, que permanecerá eternamente na memória de todos os que com Ele tiveram oportunidade de privar.

Um abraço de um anónimo João Baptista

S.L.B. disse...

Obrigado pelas suas palavras, João Baptista. E que o seu Belenenses regresse à I Liga o mais depressa possível que gosto muito de ir ao Restelo (ver o Benfica, naturalmente :-). Abraço.

Pulha Garcia disse...

Gostei muito deste texto e identifiquei-me totalmente. No meu caso o Benfica também é family business mas sobretudo entre mim e o meu pai, e já agora vindos do lado da Estrada da Luz/Alto dos Moinhos. O Benfica está escrito nas nossas veias. Abraço glorioso, quando um dia já cá não estivermos outros estarão em nosso nome a prosseguir o caminho da instituição.