origem

domingo, fevereiro 11, 2007

Inconcebível

Pela segunda terceira vez na nossa história fomos eliminados por uma equipa de divisão inferior na Taça de Portugal. Perdemos na Póvoa de Varzim por 2-1, contra o 12º classificado (!) da Liga de Honra, e dissemos adeus à prova que era objectivamente mais fácil de ganhar este ano.

Estava com muito medo deste jogo, porque dois dos maiores roubos destes últimos anos sucederam-se na casa do Varzim. O célebre jogo do “deixem jogar o Mantorras” em 2001/2002, em que o Sr. Isidoro Rodrigues conseguiu empatá-lo a dois golos, depois de estarmos a ganhar por 2-0, expulsando-nos dois jogadores e dando oito (!) minutos de compensação e, no ano seguinte, a derrota por 2-1 provocada por um penalty muito duvidoso (no mínimo) do João Manuel Pinto, já depois de o Simão ter sido expulso. Por outro lado, assim que soube da nomeação do Sr. Olegário Benquerença para este jogo, as minhas preocupações aumentaram. Para compôr o ramalhete, sempre que voltamos de jogos da selecção há jogadores lesionados, como é agora o caso do Petit e do Karagounis. Mas mesmo apesar destas condicionantes todas, tínhamos mais que obrigação de vencer, até porque o Varzim não está nada bem classificado e despediu inclusive o treinador há pouco tempo.

Com as lesões daqueles dois médios, o Fernando Santos optou pela titularidade do Beto e João Coimbra. Não começámos mal o jogo, mas eles marcaram no primeiro ataque que tiveram aos 13’, através de um autogolo do Nélson. Todavia, o nosso defesa sofreu um empurrão (curiosamente nenhum comentador referiu isto), que o fez desequilibrar-se e tocar inadvertidamente na bola. A partir daqui, pressionámos mais o Varzim e chegámos ao empate aos 30’ num grande golo de cabeça do Simão depois de um centro teleguiado do Rui Costa. Não estávamos a jogar mal, apesar de o Beto a meio-campo ser um grande empecilho à fluidez do nosso jogo atacante. O Simão está de facto em grande forma e a maior parte das nossas jogadas de perigo passaram por ele. Pouco depois do golo, o defesa Alexandre (o tal que não deixou jogar o Mantorras há cinco anos - ele eram empurrões, rasteiras, agarrar a camisola - e só levou um amarelo a cinco minutos do fim!) atirou-se para cima do Simão na grande-área, mas o Sr. Benquerença fez o que muito bem sabe: não assinalou o respectivo penalty a favor do Benfica.

Na 2ª parte, entrámos com o Mantorras logo de início para o lugar do João Coimbra, opção que muito estranhei, porque apesar de tudo não estávamos a jogar mal e criávamos oportunidades. Por outro lado, ainda menos compreensível era a manutenção do Beto em campo, porque ao menos o João Coimbra ainda pode valer alguma coisa, ao passo que do outro já nada se pode esperar. E a péssima decisão que foi esta troca tão cedo comprovou-se durante todo o 2º tempo. Deixámos de conseguir pressionar o Varzim e fomos muito menos perigosos do que na 1ª parte. O Simão deixou de vagabundear pelo ataque e desapareceu do jogo ao assumir o lado esquerdo do losango. Estávamos muito mais lentos, não conseguíamos criar desequilíbrios no ataque e ninguém se desmarcava em condições. Parecia que estávamos à espera que o golo da vitória caísse do céu. O Varzim, ao ver a nossa inoperância atacante, começou a acreditar e a subir mais no terreno. E as coisas poderiam ter ficado muito mais complicadas para nós, quando o Beto teve uma paragem cerebral e fez uma falta passível de amarelo à entrada da área (!) do Varzim, pouco depois de já ter visto um. Neste caso, o Sr. Benquerença teve uma decisão que nos favoreceu, o que é um momento histórico na vida deste árbitro. O Fernando Santos emendou a mão e substituiu finalmente o brasileiro. Mas aos 77’ o Nélson resolveu oferecer a eliminatória ao Varzim. Se no 1º golo ainda tem a desculpa do empurrão que sofreu, neste 2º é inadmissível que faça uma falta perto da linha lateral, quando o adversário está virado para a sua própria baliza! Eu parecia que estava a adivinhar, quando berrei contra ele. Converte-se um lance inofensivo num livre perigoso para a nossa área, do qual viria a resultar o 2-1 para eles. Até final tivemos duas oportunidades de ir a prolongamento, mas o Luisão proporcionou uma boa defesa ao guarda-redes e o Marco Ferreira tirou o golo ao Mantorras, depois de uma abertura fantástica do Rui Costa.

O Petit e o Karagounis fizeram muita falta, mas a derrota deveu-se à atitude passiva da 2ª parte. Quando vi uma das páginas d’ A Bola desta semana, que referia o facto de termos jogos de três em três dias este mês se passássemos esta eliminatória da Taça, achei logo mau prenúncio. E a (não) atitude do 2º tempo deixa-me pensar que isto pode ter estado no subconsciente dos jogadores. Por outro lado, temos alguns elementos em má forma, como é o caso evidente do Nuno Gomes, que foi de uma inoperância total. O Simão não dá para tudo e não podemos esperar do Rui Costa um jogo completo a 100 à hora (mesmo assim fez duas assistências fantásticas). O Nélson fez dos piores jogos pelo Benfica e mesmo o Léo não esteve ao seu nível. O Katsouranis teve que estar preocupado com as asneiras do Beto e portanto não apareceu tanto no ataque como de costume, ao passo que o Anderson continua a ganhar muito poucos lances aos pontas-de-lança adversários. Mas o Fernando Santos tem grandes responsabilidades principalmente por causa das substituições que nos estragaram o jogo.

Esta derrota irá certamente afectar a afluência de público no jogo da próxima 4ª feira com o Dínamo de Bucareste, mas espero que não afecte o desempenho dos jogadores. Já perdemos uma Taça e portanto é bom que nos mentalizemos que temos outra para ganhar. Se chegarmos ao fim da época sem nenhum troféu, a desilusão será tremenda.

13 comentários:

Pedro Morgado disse...

Foi a 3ª e não a segunda vez que o Benfica foi eliminado por equipas de escalões inferiores.

http://www.maisfutebol.iol.pt/noticia.php?id=772519&div_id=1441

Pedro Morgado disse...

E boa sorte com o dínamo.

Era óptimo que Braga e Benfica ultrapassassem Parma e Dínamo.

Pedro Malaquias disse...

Não há falta nenhuma no lance do primeiro golo. O Nélson, definitivamente, não sabe defender.

Anónimo disse...

SANTOLAS

NULO GOMES

NELSON

BETO

FALTA DE CLASSE DO BANCO DO BENFICA

EIS AS CAUSAS DA DERROTA

GR1904 disse...

Também não vi nenhuma falta sobre o Nelson no lance do auto-golo. Ele aparece sozinho e sem estar pressionado, o que torna a jogada caricata, tal como foi caricata, a exibição do nosso defesa direito que teve directamente ligado aos dois golos do Varzim. Já ando a dizer há algum tempo que o Nelson nunca há-de ser um grande jogador pq tem paragens cerebrais imperdoáveis e, para agravar, são aos montes durantes os 90 minutos que nao apagam o jeitinho que ele tem de fazer centros para a área (ontem foram zero, por acaso).

O Santos tem duas péssimas facetas no banco: ou não mexe na equipa até aos 80 minutos ou qd mexe, só desiquilibra a estrutura da equipa. Foi assim contra o boavista e agr contra o varzim. Meio campo totalmente partido e a já costumeira historia: Rui Costa e Katsouranis nao aguentam um jogo inteiro, mas ele teima em mantê-los ate ao fim. O Mantorras nao é soluçao para nada, ja deu o que tinha a dar e nao sao golos como o do Leiria que me fazem esquecer toda a trapalhada e inconsequencia do seu futebol. Lamento dizer isto, mas a lesão que teve deu cabo do nosso Mantorras. Falta-nos claramente e de longe um homem de área, vai ser essa a nossa grande pecha perante o que falta jogar desta época.

S.L.B. disse...

Revejam a repetição em câmara lenta na RTP. Há um ligeiro toque do avançado do Varzim no Nélson, mas que é suficiente para o desequilibrar e fazê-lo tocar na bola. Não estou a dizer que é um erro descarado do árbitro, mas deveria ter sido assinalada falta.

Miguel Nunes disse...

Boa palavra para descrever isto... Inconsebível

BP disse...

Soms de facto diferentes! Não mercemos ganhar é um facto. Mas dando uma olhadela pelos blogs benfiquistas a malta queixa-se da ma exibiçao e do FSAntos. Incontornavel. Os jornais, igual! Se fosse com outros clubes ainda hoje se falaria da VERGONHOSA exibição do Benquerença. 2 penalties por assinalar e as merdinhas do costume... Devíamos ter feito mais, mas quem não chora não mama... Olha o Domingos... ctr o benfica até um video organizou... Oh S.L.B., tu k és um jarda nessas cenas, visiona la outra x o jogo e mostra umas quantas faltas! :D
Bora la apoiar o MAIOR na 4ª feira! Se NOS não acreditarmos, quem o fará? Os lagartos?
Abraços
PS. engraçado com a eliminaçao do SLB serviu para branquear mais uma descoberta do apito dourado! So faltava mesmo chegar aos jogadores...
Pps. http://obenficologo.blogspot.com

Artur Hermenegildo disse...

O Nelson tem de facto um problema, é bastante mau a defender. Já contra o Boavista fez uma série de erros.

Acho injustas as críticas ao Fernando Santos. A opção pelo Mantorras justifica-se porque de facto na 1ª parte nos faltou um homem na área, já que o Nuno Gomes cada vez anda mais longe dela. Como só se pode jogar com onze, tinha de sair alguém de meio-campo. Podia ter sido o Beto, mas isso significava que o Katsouranis tinha de começar a ficar amarrado a tarefas defensivas ainda mais cedo.

A opção não correu bem, mas porque o Mantorras não correspondeu, tal como depois o Karyaka, que nulidade!

A questão central é esta: não temos plantel para suprir sem problemas a ausência de 5 jogadores (Petit, Karagounis, Miccoli, Derlei, mais o Nuno Assis).

E, claro, acho que o Varzim jogou bem, melhor do que qualquer das chamadas equipas pequenas da Liga costuma fazer contra o Benfica, mesmo em casa.

antitripa disse...

Muuuito mau mesmo. De resto convém também referir e por haver certos espécimens a rejubilar dum orgasmo adiado desde 2006 que o varzim acabou por levar tantos jogadores ao mundial como eles próprios.

Anónimo disse...

MENTALIDADE BURGUESA
Depois do desastre da Taça de Portugal cuja resultado foi justíssimo espero que esta noite os jogadores encarnados sintam orgulho e responsabilidade por vestir aquela camisola. O que se tem passado esta época é mau demais, quando parece que estamos no bom caminho... mais uma derrota sem apelo nem agravo e a moda do "temos de conversar". Na Póvoa, existiu só uma equipa, o Varzim.
No Benfica, apenas Simão e pouco mais. Destaco pela negativa Nélson que alguns acham um bom jogador. Os erros dele têm custado muitos pontos ao Benfica esta época mais a eliminatória da Taça. No 2º golo do Varzim, Quim é mal batido, não pode ficar só a olhar para a bola. No ataque a nulidade do costume - Nuno Gomes. Este pseudo - jogador (muito querido da comunicação social) além de fazer o Benfica jogar com dez, é mais um central do adversário.... Fdx....
Para compor o ramalhete só falta o enterra do Ricardo Rocha. Quim, Rocha, Nelson (90% de todos os golos sofridos foram culpa deles) e Nuno Gomes são uns autênticos enterras que ninguém tem coragem de tocar. Aliás Nuno Gomes é um caso paradigmático: por mais merda que faça, joga sempre, não sei muito bem como. Quando me lembro de Nené, Rui Águas, Filipovic, Maniche (alto, louro e tosco, mas marcava que se fartava), ai que saudades, ai, ai, ai....
Quanto ao treinador, não há mais nada a dizer. Também consegue passar pelo Porto, Sporting e Benfica, sem saber ler nem escrever...
Maluco do Futebol

S.L.B. disse...

Estive a confimar no Almanaque do Benfica (não me fio nada nas informações da comunicação social...) e de facto o V. Setúbal estava na 2ª Divisão quando nos eliminou da Taça em 60/61 num jogo efectuado um dia (!) depois de termos ganho a Taça dos Campeões ao Barcelona. Jogo esse em que naturalmente alinhámos com as reservas e fomos eliminados. (E ainda se diz que nós controlávamos o futebol português naquela altura. Imaginem se não controlássemos...)

Anónimo disse...

Para mim houve falta do avançado do Varzim sobre o Nelson e um penalty por marcar, mas o que mim preocupa-me mais a incapacidade da equipa em correr no meio campo, em pressionar, a insistência em lançamentos longos para a cabeça de jogadores baixos e a nossa falta de poder físico. Já para não falar do Santinho