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sábado, dezembro 24, 2011

Feliz Natal

Que todos os desportistas em geral e os benfiquistas em particular tenham um óptimo Natal.

(roubado descaradamente ao Facebook do J.G.)

sábado, dezembro 17, 2011

Goleada natalícia

Tal como na época passada, o último jogo do ano foi frente ao Rio Ave em casa e mais uma vez voltámos a golear (5-1). Foi uma exibição bastante agradável, com grande eficácia na concretização, embora o resultado esconda um pouco as dificuldades que sentimos na 1ª parte, em que até começámos a perder. Mas os últimos 11’ do 1º tempo foram fantásticos e marcámos três golos neste período, acabando com as dúvidas frente ao vencedor.

Até entrámos bem na partida, com muito mais dinâmica do que nos paupérrimos jogos anteriores, mas o Rio Ave chegou à vantagem aos 24’. Nós não nos desconcentrámos e pressionámos ainda mais o adversário, com o Saviola a reaparecer em bom plano e o Nolito a ser um quebra-cabeças na esquerda. Chegámos à igualdade aos 34’ pelo Cardozo num penalty indiscutível por braço de um defesa. E logo no minuto seguinte, colocámo-nos em vantagem numa grande jogada do Nolito, culminada com um golo de ângulo quase impossível. Era muito importante para tranquilizar a equipa que não fôssemos para o intervalo a perder e fizemos melhor do que isso. Fomos a ganhar e não por um, mas sim por dois golos de diferença, já que o Saviola fez o 3-1 no último minuto, depois de um toque maravilhoso do Aimar.

Entrámos de um modo fantástico na 2ª parte, com a estreia do Garay a marcar com a gloriosa camisola, numa boa antecipação de cabeça na sequência de um livre do Aimar aos 47’. Se dúvidas houvesse, ficaram logo dissipadas. A equipa tirou um pouco o pé do acelerador e permitimos que o Rio Ave tivesse mais bola, sem no entanto criar perigo. Aos 77’ fechámos a contagem, com um bis do Nolito, numa jogada estudada na sequência de um canto. O Jesus aproveitou para dar minutos ao Nélson Oliveira, entrando igualmente o Rodrigo e o regressado Gaitán. O resultado estava feito e duas ou três boas defesas do guarda-redes, Huanderson, impediram o seu avolumar, principalmente a remates do Rodrigo.

Em termos individuais, o destaque vai inteirinho para o Nolito. Desde o 1º minuto que estava a dar nas vistas e abrilhantou a sua exibição com dois golos. Se no ano passado foi o Salvio que se começou a mostrar neste jogo, pode ser que este ano tenhamos o regresso do Nolito, depois de um fulgurante início de época. Espero que o Jesus se tenha convencido de vez a não o deixar tantas vezes no banco… Como não o tenho elogiado ultimamente, acho que é merecido referir também o Saviola, que se apresentou mais dinâmico do que nos últimos tempos. O Cardozo marcou pelo 3º jogo consecutivo e também correu mais que o costume. O Aimar continua a espalhar magia pelos relvados e o Garay finalmente lá se estreou a marcar pelo Benfica. O Artur continua a fazer tudo com uma calma impressionante, mas não percebi os três passes consecutivos para fora, quando tentava pôr a bola nos laterais. Menos bem esteve o Maxi Pereira, que foi muitas vezes batidos pelo extremo contrário.

Finalmente um jogo calmo na Luz e vamos para a pausa natalícia com um espírito mais alegre. Depois de vários jogos seguidos a marcar apenas um golo, tirámos a barriga de misérias e esperemos que esta senda goleadora se mantenha no novo ano.

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Sorteio da Liga dos Campeões

Calhou-nos o Zenit de São Petersburgo nos oitavos-de-final da Champions. Em teoria, não foi um mau sorteio, embora entre os possíveis adversários só o Milan fosse de facto um tubarão. Mas mais vale o Zenit do que o Nápoles, Lyon ou Marselha.

A nosso favor, temos o facto de o campeonato russo estar a sair da pausa de Inverno na altura dos jogos, o que nos pode dar vantagem na questão do ritmo de jogo (porém, convém não esquecer
que na época do Trapattoni defrontámos o CSKA Moscovo também em Fevereiro e fomos eliminados). Independentemente disso, há que assumir sem complexos o favoritismo nesta eliminatória, já que, para além de nós sermos cabeças-de série, é a primeira vez que o Zenit se qualifica para os oitavos-de-final da Champions e eles encontram-se abaixo de nós no ranking da Uefa.

Eu sei que o Zenit deu recentemente uma grande alegria a todos os desportistas ao eliminar da Champions um clube assumidamente corrupto, mas por isso mesmo a sua tarefa já foi cumprida. Escusa de ir mais além, no entanto o Danny que fique descansado que cá estaremos nós para continuar a defender o bom-nome de Portugal, tal como ele o fez.

P.S. – Todavia, atenção que todas as cautelas são poucas. Também no ano passado fiquei contente com o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões e depois da Liga Europa, e foi o que se viu… Muito cuidado com o jogo da 1ª mão, se eles ficarem em vantagem, são muito bons no catenaccio, ou não fossem treinados por um italiano.


* Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Milagre

Um golo do Cardozo aos 85’ permitiu-nos vencer o Marítimo na Madeira e conservar assim o 1º lugar ex-aequo com o CRAC. Foi um triunfo justo, já que tivemos mais oportunidades flagrantes que o adversário, mas mais uma vez a exibição deixou muito a desejar. Além disso, jogámos quase toda a 2ª parte com mais um jogador por duplo amarelo (justo), o que acabou por ser importante para o desfecho final.

Como se esperava, o Gaitán não recuperou a tempo e o Jesus apostou no Rodrigo à direita. O Marítimo defendia muito bem, mas mesmo assim tivemos duas enormes oportunidades de golo pelo Aimar e Cardozo. Aliás, já no ano passado, o Tacuara falhou um golo de baliza aberta nos Barreiros, tal e qual como agora. Foi inacreditável e merece uma adenda a isto! Nós íamos fazendo um jogo muito lento, à semelhança de 4ª feira passada e acabámos por não criar muitas situações de golo iminentes.

Na 2ª parte, dá-se a tal expulsão logo de início, mas o que é certo é que tivemos que esperar até à entrada do Nolito, aos 81’, para começar a criar verdadeiro perigo. O Jorge Jesus tem grandes culpas no cartório, porque protelou a entrada do extremo espanhol, quando estava na cara que o que era necessário era impor mais velocidade, dado que o Marítimo jogava com menos um e fechava-se muito na defesa. Até que a cinco minutos de final, o Cardozo lá se livra de estar na história do jogo só pela negativa e marcou um daqueles golos que foi “só encostar”, mas há que lá estar.

Em termos individuais, não houve ninguém que se sobrepusesse muito aos demais, já que a exibição foi globalmente fraquita. Quando, à semelhança da partida frente ao Otelul, o Jardel é dos melhores em campo, está tudo dito. O Cardozo mereceria o destaque caso não tivesse um dos falhanços do século. E gostaria que alguém me explicasse o que é que o Jorge Jesus tem contra o Nolito, que, no pouco tempo que esteve em campo, foi fundamental para a vitória…


Daqui a uns tempos, ninguém se vai lembrar da exibição, já que o resultado é o mais importante. Estou de acordo com isto, mas a fazer exibições destas, não iremos muito longe. A falta de velocidade é o que mais me preocupa, já que jogar a passo parece ser o lema por estes dias. Estar quase toda a 2ª parte a jogar com mais um e sem criar perigo é inadmissível num clube como o Benfica.

P.S. – O Sr. Jorge de Sousa lá preparou o caminho do seu clube para a semana que vem: um vermelho por duplo amarelo e outros dois amarelos impedem o Marítimo de apresentar os três titulares de meio-campo no campo do CRAC. Nada de novo no reino da Dinamarca, portanto…

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Lentidão exasperante

Vencemos o Otelul Galati por 1-0 e conseguimos o primeiro lugar no grupo da Champions. É um feito de realçar e é isto que irá ser lembrado no futuro quando falarmos deste jogo. E ainda bem que assim é, porque é sinal que o conseguimos. Só que da mesma maneira que uma derrota após uma boa exibição não é o fim do mundo, uma vitória com uma exibição miserável deve ser motivo de reflexão.

O mais importante (a qualificação para os oitavos-de-final) estava já conseguido, mas jogando contra o último classificado (com zero pontos!) em casa seria péssimo que desperdiçássemos esta oportunidade de ouro de evitar os tubarões no sorteio. Com um golo do Cardozo logo aos 7’ depois de uma assistência do Gaitán, pensei que finalmente iríamos assistir a uma partida calma. Pura ilusão. O Otelul Galati veio à Luz com dois camiões-tir, claramente para perder por poucos, e era raro passar de meio-campo. Por tudo isto, não se compreende que nós tivéssemos produzido uma tão má exibição. Tenham lá paciência, mas se nós marcássemos um golo ao Paços de Ferreira no início da partida e depois ficássemos a “controlar o jogo” até final, o Estádio da Luz viria abaixo com protestos. Com o devido respeito, defrontámos o Paços de Ferreira da Liga dos Campeões e foi precisamente isso que fizemos. Eu ainda perceberia que realizássemos este tipo de jogo perante o Manchester United ou o Basileia, mas contra o Otelul?! Poupem-me!

Isto não quer dizer que tivéssemos que ir à maluca para cima deles, mas bastava que fizéssemos as transições um pouco mais rápido e certamente o marcador seria outro. Jogámos devagar ou parados, o que perante a muralha defensiva dos romenos tornou muito difícil a criação de desequilíbrios. O Artur ainda se viu e bem, quando defendeu dois golos certos na mesma jogada, a única de verdadeiro perigo criada pelo adversário. No entanto, custa-me imenso a perceber como é que o Benfica dá o flanco desta maneira e se torna vulnerável a um qualquer lance fortuito que nos poderia lançar para, por exemplo, Camp Nou! Seria quase uma derrota se isso acontecesse e, depois da eliminação da Taça de Portugal, o mínimo que se pedia era uma exibição que nos orgulhasse. Não aconteceu.

Perante uma pobreza franciscana tão generalizada, é difícil eleger alguém, mas como o Cardozo marcou o golo (foi só encostar) e o Artur fez duas defesas muito importantes merecem destaque. O Nolito veio mexer um pouco com o jogo na 2ª parte e o Gaitán também apareceu a espaços.

Quanto ao sorteio, desde que evitemos o Milan, acho que nos podemos ter boas hipóteses com os outros adversários possíveis (Marselha, Lyon, Zenit, Nápoles, CSKA Moscovo e Bayer Leverkusen). E há um jogo que eu não me importaria nada que acontecesse nos oitavos: Apoel – Basileia. Se já houve outros que jogaram meias-finais da Champions com o Corunha e finais com o Mónaco, acho que está na altura de nós também termos um pouco de sorte nos sorteios.

A má notícia da noite foi a lesão do Gaitán, que não deverá recuperar a tempo para o Marítimo. Espero que o nosso nível exibicional suba, pois caso contrário será difícil ganhar lá.

sábado, dezembro 03, 2011

Chateadíssimo

Perdemos com o Marítimo por 1-2 e pelo sétimo(!) ano consecutivo estamos fora da Taça de Portugal antes de chegarmos à final. Isto equivale a dizer que há oito anos que não a ganhamos, o que só nos envergonha enquanto clube que mais Taças de Portugal conquistou. Não basta dizer-se que é um objectivo, e dos mais importantes, é preciso mostrar-se em campo que assim o é e, depois de estarmos a ganhar ao intervalo, permitirmos a reviravolta no marcador é uma demonstração que esta partida não foi encarada com o espírito que deveria ter sido.

Houve algumas alterações na equipa titular e percebeu-se que o Maxi Pereira, Javi García e, principalmente, o Aimar são pouco menos que insubstituíveis. Na 1ª parte, controlámos completamente a partida, mas sempre jogando a passo e colocámo-nos na frente com um penalty transformado pelo Saviola (foi a única coisa de jeito que fez enquanto jogou). Confesso que me pareceu simulação do Nolito, mas na repetição vê-se que ele é empurrado por trás e, aliás, é esse jogador que leva o amarelo e não o outro que tirou a perna antes de ele passar.

Na 2ª parte, desperdiçámos algumas boas ocasiões (e o fiscal-de-linha ajudou ao assinalar um ou outro fora-de-jogo inexistente que impediu de ficarmos com jogadores isolados), mas foi inadmissível a forma como (não) defendemos. Demos imenso espaço ao Marítimo e eles foram criando situações de perigo, acabando por dar a volta ao marcador. Se o Eduardo fez duas boas defesas que salvaram dois golos, esteve muito mal no 2º golo ao ficar a meio caminho e permitir um chapéu adversário. Quanto ao 1º golo, com um remate a 35m da baliza, era indefensável. Até final, poderíamos ter chegado ao empate, especialmente pelo entrado Aimar, com duas boas ocasiões, mas não concretizámos e fomos ingloriamente eliminados.

Quando o melhor do Benfica é o Jardel está praticamente tudo dito. O Nolito também se esforçou bastante e, no seu jeito fossão, acabou por ser o que mais perigo criou. O Gaitán voltou a durar só uma parte. O Rodrigo mal se viu, o Saviola viu-se, mas era melhor que não se tivesse visto (tirando, como já disse, o penalty), o Ruben Amorim fez dos piores jogos de águia ao peito e o Eduardo defendeu o que o Artur defenderia, e sofreu o que o Artur não sofreria.

Parece que no nosso clube há algum tempo que não se percebe o seguinte: por ser uma prova com muita tradição, pela envolvência e simbolismo do local da final, por ser um troféu que nos tem a nós como clube mais vitorioso, porque melhor que ganhar o campeonato é fazer-se a dobradinha e, PRINCIPALMENTE, por ser o último jogo da temporada (tornando-se, portanto, a última imagem desta), a conquista da Taça de Portugal tem o condão de tornar uma época positiva. E ao longo destes anos, nós temos desprezado esse facto. De uma maneira que me custa MUITO a compreender. Com a eliminação de hoje (e como eu defendo já há bastante tempo que o Benfica TEM QUE ganhar um troféu todos os anos), só a conquista do campeonato poderá tornar esta uma boa temporada (a Champions é obviamente uma utopia e ninguém de bom senso dirá que ganhar-se a Taça da Liga salva uma época…). À atenção da equipa do Benfica que daqui a uma semana voltará ao Estádio dos Barreiros para o campeonato…

domingo, novembro 27, 2011

Sofrido, mas saboroso

Vencemos a lagartada por 1-0 e isolámo-nos provisoriamente no comando do campeonato. Foi um jogo bastante difícil, que se tornou ainda mais por o Cardozo se ter esquecido do cérebro em casa e se ter feito expulsar de forma infantil a meia-hora do fim. Sofremos muito mais do que devíamos, mas esta vitória faz-nos bem ao ego, porque foi conseguida com muito coração.

A lagartada entrou melhor que nós e foi a primeira equipa a criar perigo com um cabeceamento do Wolkswagen. Mas pouco depois foi uma pena que o golo do século não o tenha sido: canto do Aimar e remate de primeira do Gaitán, bem de fora da área, com a bola a bater no poste e a rolar pela linha de golo até sair do outro lado. A lagartada fazia uma pressão muito alta e nós não conseguíamos ter bola para jogar, pelo que a partida era algo incaracterística. Até que aos 42’ acontece o momento do jogo, com um canto do Aimar direitinho para a cabeça do Javi García que fez o resultado do encontro.

A 2ª parte começou melhor para nós e estávamos a dar impressão de a controlar desde o início, ao contrário do que tinha acontecido na primeira. A lagartada teve uns livres em posição perigosa, mas não conseguiu criar verdadeiras oportunidades. Em termos atacantes, criámos uma óptima situação quando o Cardozo tirou dois adversários do caminho e lançou uma bomba, só que o Rui Patrício defendeu bem. Do outro lado, o Artur foi mais uma vez brilhante ao defender um cabeceamento para golo do Elias. Mas aos 63’ o cariz do jogo muda quando o Cardozo, que já tinha visto um amarelo, sofreu uma falta, é certo, mas protesta, batendo com as mãos no chão, e leva o segundo. Independentemente do excesso de rigor do Sr. João Capela, um jogador não pode protestar daquela maneira quando já tem um amarelo. Espero que leve pelo menos um mês de ordenado de multa! A partir daqui, claro que tivemos imensas dificuldades em criar perigo, mas mostrámos muita coesão defensiva. A lagartada teve algumas oportunidades, o Artur curiosamente esteve mal num lance em que confiou no golpe de vista e numa ou outra saída quase até ao limite da área (a falta que faz o Luisão…), mas conseguimos manter a vantagem e até tivemos duas óptimas oportunidades, com um canto directo do Gaitán à barra e uma desmarcação do Rodrigo que o isolou, mas o Rui Patrício defendeu bem.

Em termos individuais, o Javi García foi o melhor, não só porque marcou o golo, como principalmente na defesa em que fez o papel do ausente Luisão como comandante da equipa. É o maior e tem especial apetência para marcar golos decisivos frente à lagartada! O Witsel também voltou a estar bem, tal como em Manchester. O Gaitán foi mais constante do que na 3ª feira e atirou duas bolas aos postes. O Artur fez uma defesa magnífica, mas esteve menos bem nos lances que já referi. O Jardel não destoou na defesa, mas não consegue fazer um passe de jeito para a frente. Continuo a preferir o Miguel Vítor. O Aimar lutou bastante, mas foi bem marcado. O Rodrigo entrou muito bem e criou dificuldades à defesa dos lagartos. Quanto ao resto da equipa, esteve num plano muito elevado em termos de entrega ao jogo.

Colocámos a lagartada a quatro pontos de nós e iremos ver o que faz o CRAC frente ao Braga. Mas agora temos que nos concentrar para o difícil jogo da Taça de Portugal na Madeira frente ao Marítimo. É impreterível que a equipa se capacite que queremos ir ao Jamor e saiba que não pode baixar os níveis de concentração.

P.S. – O vice-presidente da lagartada vir falar de pré-história ao mesmo tempo que alguns criminosos do seu clube deitavam fogo às cadeiras do estádio é no mínimo irónico…

quarta-feira, novembro 23, 2011

Histórico

Um inédito empate em Old Trafford (2-2) permitiu o nosso apuramento para os oitavos-de-final da Champions. E digo já que será uma enorme desilusão se deixarmos passar a oportunidade de ouro ficar em 1º lugar no grupo, porque para isso bastará uma vitória perante o Otelul Galati, o último classificado com zero pontos. Em termos teóricos, isso permitirá safar-nos dos grandes tubarões que vencerão os outros grupos, o que pode fazer toda a diferença quanto a pensar nuns possíveis quartos-de-final.

Entrámos muitíssimo bem no jogo e logo aos 3’ colocámo-nos em vantagem com um autogolo do Phil Jones (quem?!), claramente o elo mais fraco da defesa do Manchester, depois de uma boa jogada de combinação entre o Witsel, Maxi Pereira e Gaitán. Durante os primeiros 15’, o jogo foi todo nosso, mas por uma ou duas vezes faltou o último passe para construir oportunidades de golo. Depois, o Manchester subiu de produção, mas só conseguiu chegar ao empate com um golo fora-de-jogo do Berbatov aos 30’. A partida entrou então numa fase louca, com parada e resposta, o Artur fez uma óptima defesa que impediu o golo a um adversário isolado e o Aimar teve um bom remate cruzado defendido pelo De Gea.

Na 2ª parte, sofremos um bom bocado nos primeiros 20’. O Manchester United veio para cima de nós, o Artur voltou a ser brilhante, mas nada pôde fazer aos 59’ com o golo do Fletcher, que contou com alguma sorte no ressalto. Respondemos de forma fantástica ao igualar novamente a partida aos 61’ pelo Aimar, que aproveitou uma boa jogada do Bruno César após um mau alívio do De Gea. Os ingleses sentiram muito este golo e nunca mais foram a equipa pressionante do início da 2ª parte. Entretanto, já tinha acontecido a pior notícia da noite que foi a saída do Luisão, lesionado. Até final da partida, qualquer uma das equipas poderia ter ganho, mas o Artur esteve gigante na baliza e o Rodrigo teve uma óptima jogada já perto dos 90’ que só por pouco não deu golo.

Em termos individuais, o melhor foi o Witsel, muito bem secundado pelo Artur. O belga é um jogador de jogos grandes, está visto, e voltou às grandes exibições do início da época. O Artur transmite uma calma olímpica que contagia toda a equipa. O Gaitán fez uns primeiros minutos muito bons, mas depois foi-se apagando ao longo da partida, enquanto o Bruno César fez uma exibição muito consistente tanto a defender como a atacar. O resto da equipa esteve excelente em termos de entrega e luta, e só há que lamentar a lesão do Luisão, embora o Miguel Vítor o tenha substituído muito bem. Espero que esta opção seja para continuar no futuro, caso se confirme a indisponibilidade do capitão, porque o Miguel Vítor é muitíssimo melhor que o Jardel.

Foi uma exibição de nos encher a alma, já que chegámos ao campo do vice-campeão europeu e jogámos de igual por igual. Empatámos, qualificámo-nos e continuamos invictos na época até agora. O apoio dos adeptos que estiveram no estádio foi extraordinário e durante a maior parte do jogo só se ouviu a sua voz. Mas, como o mundo não pára, temos que nos preparar bem para o derby de sábado. A lagartada teve a semana toda para pensar no jogo, enquanto nós temos que gerir os índices físicos com cuidado. Há que nos refocar e pensar que o grande objectivo é o campeonato. Além disso, está na altura de acabar com a euforia da lagartada, que se se deixar em rédea solta pode tornar-se perigosa.

P.S. – Que raio de sorte tivemos no sorteio da Taça de Portugal! Vamos ao Marítimo e, se ganharmos, depois iremos ao WC (ou a Belém)… Ou seja, iremos defrontar as (teoricamente) equipas mais fortes no terreno delas. Lá terá de deixar de haver poupanças na Taça.

segunda-feira, novembro 21, 2011

Com dois dias de atraso...

Mas até parecia mal se eu não agradecesse...! Muito obrigado, Briosa!

P.S. - Ao Pedro Emanuel, só faltou vir pedir desculpas... Estava cá com uma cara de enterro...

sábado, novembro 19, 2011

Polo aquático

Um golo do Rodrigo aos 83’, apenas dois minutos depois de ter entrado em campo, permitiu-nos eliminar a Naval na Figueira da Foz, numa partida decorrida sob péssimas condições climatéricas. Choveu durante a maior parte dos 90’ e foi impossível fazer o nosso jogo habitual.

O Jesus fez bastantes alterações na equipa, já a pensar em Manchester, e dos titulares só jogaram os centrais (Luisão e Garay), Javi García e Aimar. Até entrámos bem na partida e o Nolito teve logo uma óptima oportunidade para marcar. Mas a maior parte do nosso perigo acabou por ser através de bolas paradas, já que, com o decorrer do tempo, o relvado ia ficando cada vez mais impraticável. A Naval praticamente não existia em termos atacantes e chegámos ao intervalo sem aproveitar as duas ou três boas chances que tivemos.

Na 2ª parte, tal como referiu o Jesus no final, mudámos a nossa forma de jogar, com mais bolas bombeadas para a frente, porque era difícil fazê-la rolar naquele terreno. O guarda-redes adversário, Taborda, continuava a dar nas vistas e retirou-nos alguns golos certos. O Bruno César entrou aos 60’ para fazer descansar o Aimar e a entrada do brasileiro reforçou o nosso controlo do encontro, se bem que a Naval também se mostrasse mais do que na 1ª parte e até tenha tido uma óptima oportunidades para marcar, mas felizmente a bola saiu ao lado. Uma cabeçada do Bruno César foi defendida pela perna do guarda-redes, mas finalmente lá fizemos o golo da vitória, quando já se pensava em prolongamento. Boa rotação do Rodrigo na sequência de um livre do Rúben Amorim e remate de primeira com o pé direito.

Não foi uma exibição brilhante do colectivo e portanto, em termos individuais, ninguém se destacou muito. O Rodrigo merece o destaque óbvio por ter sido decisivo, mas também gostei novamente dos centrais, que me pareceram sempre muito concentrados. O Bruno César entrou bem na partida e o Amorim melhorou quando, por causa desta substituição, passou para o meio. Quanto aos novos, o Capdevila demonstrou porque é suplente e está sem ritmo nenhum, o Rodrigo Mora e o Nélson Oliveira estiveram muito combativos, mas pouco eficazes, e o Eduardo foi quase um espectador.

Apesar de tudo, foi uma vitória justa. Estou sempre duplamente nervoso nestes jogos em que temos “tudo a perder e nada a ganhar”. O Jamor é um grande objectivo e eu já estou com saudades de lá voltar. É com agrado que vejo o empenho com que o nosso treinador fala desse objectivo. Agora, é concentrarmo-nos para jogar muito da época nos próximos dois jogos.

quarta-feira, novembro 16, 2011

Carimbo com goleada

Vencemos a Bósnia por 6-2 e fomos a última selecção a qualificar-se para o Euro 2012 na Ucrânia e na Polónia. Foi uma óptima exibição de Portugal com grande eficácia ofensiva, mas também duas desatenções na defesa que, perante equipas mais fortes, nos poderão custar muito caro.

Dois golos do Cristiano Ronaldo, outros dois do Postiga (enganou-se… :-), um do Nani e outro do Miguel Veloso fizeram um resultado, numa partida que esteve mais ou menos controlada, já que fizemos o 1-0 logo aos oito minutos, mas em que o 2-1 e o 3-2 ainda lançaram algumas dúvidas no desfecho final. O Coentrão esteve nos dois golos dos bósnios (penalty idiota e falta escusada de que resultou o 2º golo, se bem que o adversário estivesse em fora-de-jogo), mas também fez a assistência para um dos do Postiga. O C. Ronaldo foi o melhor em campo e terá feito das melhores exibições com a camisola das quinas. Golão igualmente do Nani e só espero que não repita a gracinha na próxima 3ª feira… No meio-campo, o Meireles e o Moutinho estiveram bem, e o Miguel Veloso veio equilibrar a equipa.

Lá tive que ocupar a minha cadeira no estádio para impedir que alguma pessoa mais indesejável o fizesse e o que é certo é que sempre que vou ver a selecção ao vivo na Luz invariavelmente ganhamos. Já escrevi aqui mais do que uma vez que gosto do Paulo Bento e do trabalho que ele está a fazer na selecção. Gosto que seja um homem de princípios e que esses não se discutam: as atitudes do Ricardo Carvalho e do Bosingwa foram suficientemente graves para que não haja o tradicional paninho quente, muito tipicamente português. E que é constantemente sugerido por alguns jornalistas nas perguntas que fazem ao seleccionador.

Veremos o que nos reserva o sorteio do Euro, mas vamos com calma. Ouvi n perguntas hoje sobre se seríamos favoritos, o que só pode ser uma brincadeira. Não há como o português para ir do oito ao oitenta ou vice-versa…

P.S. - Este jogo fica também na história por ser o último do Giberto Madaíl e do Amândio de Carvalho na selecção. Já não era sem tempo! Durante muitos anos, pensei que já faziam parte da mobília da casa…

segunda-feira, novembro 14, 2011

Particular em Genebra

Vencemos o Galatasaray no passado Sábado (2-0), com golos do Miguel Vítor e Saviola, e demos assim uma alegria aos nossos emigrantes na Suíça. Com 11 jogadores indisponíveis (selecções e lesões), fizemos uma exibição agradável dadas estas condicionantes. Aliás, uma das coisas que mais gosto neste Benfica do Jorge Jesus é que não há jogos a brincar. A nossa percentagem de vitórias mesmo em particulares é muito elevada e longe vão os tempos em que este tipo de partidas servia para os habituais suplentes se arrastarem em campo.

Aproveitámos ainda para estrear três juniores e devo dizer que gostei de ver o Cafu no meio-campo. Não o conhecia de todo, mas parece-me que temos ali alguém que sabe o que fazer com a bola. O melhor em campo terá sido o Saviola, o que é bom para ver se o motiva e um Saviola em forma faz sempre falta ao Benfica. O Rodrigo Mora também se movimentou bem, mas a sua pequena altura será sempre um obstáculo para a posição em que joga (nem todos podem ser o Miccoli...).

Claro que o aspecto mais positivo é ninguém (aparentemente) se ter lesionado, porque precisamos de todos disponíveis para o (terrível) resto do mês que se avizinha.

sábado, novembro 12, 2011

Empate na Bósnia

A selecção portuguesa não conseguiu melhor que um nulo no batatal da Bósnia e ficou tudo para decidir no jogo da próxima 3ª feira na Luz. Durante a partida, viu-se que Portugal é melhor que o adversário, mas o facto de não ter marcado nenhum golo poderá complicar as coisas na 2ª mão.

O Sr. Professor Queiroz, na sua típica elegância e respeito pelos colegas de profissão, poderá vir dizer que com ele a selecção estaria apurada, porque ele ganhou na Bósnia e Paulo Bento não. No entanto, não só o adversário está mais forte, como a nossa selecção está mais fraca em relação há dois anos. Mesmo assim, poderíamos ter ganho já que tivemos oportunidades para isso. Jogámos bem melhor do que na Dinamarca e repetindo a exibição teremos boas hipóteses de nos qualificarmos.

Em termos individuais, o Pepe foi o melhor da equipa e a selecção tem outra consistência defensiva com ele. E, já agora, também com o Coentrão. O Postiga falhou uma oportunidade incrível e o Cristiano Ronaldo outra, mas este com a desculpa de o ressalto na relva ter desviado a trajectória.

Olhando para o aspecto positivo, podemos dizer que temos tudo para resolver a qualificação em casa. Olhando para o negativo, somos o único cabeça-de-série que ainda não está apurado para o Euro, já que Irlanda (4-0), Croácia (3-0) e República Checa (2-0) podem ir fazendo as malas para a Ucrânia e Polónia. Enfim, na 3ª feira lá estaremos na Luz para ajudar a selecção a ir ao Europeu.

segunda-feira, novembro 07, 2011

As manobras do costume

Empatámos em Braga (1-1) e não conseguimos aproveitar o empate do CRAC em Olhão para ficarmos isolados no comando do campeonato. Foi um jogo cheio vicissitudes que acabam por não se estranhar, estando nós a jogar onde estamos, ou seja, num antrozinho ansioso por se equiparar ao antro-mãe. Três falhas de luz, curiosamente quando o Benfica estava melhor na partida, um penalty não assinalado para nós (puxão ao Luisão), outro inventado contra nós e uma expulsão transformada em amarelo pelo sempre solícito Sr. Pedro Proença foi o saldo da nossa ida a Braga. Enfim, o roubo do costume que já vem sendo hábito naquele sítio nos últimos três anos.

Entrámos relativamente bem na partida, com as novidades do Rúben Amorim e do Cardozo na equipa inicial em detrimento do Bruno César e Rodrigo, embora sem criar flagrantes oportunidades de golo. E isto porque falhávamos passes relativamente fáceis nas transições, tendo só o Gaitán para criar desequilíbrios. Até que a partir dos 25’ acabou o futebol na 1ª parte, porque as luzes começaram a apagar e acender ao longo de vários minutos. Coisas estranhas, estas, que só acontecem quando nós visitamos a Pedreira… Numa das voltas da luz, o Cardozo teve uma excelente oportunidade, mas cabeceou ao lado, depois de um magnífico centro do Gaitán. E já muito perto do intervalo, o Sr. Pedro Proença inventou mais um penalty contra nós num jogo importante (lá terá este vídeo de ser actualizado): o Emerson vira as costas ao lance, encolhe o braço, a bola bate nele e claro que é falta. Enfim, o Sr. Pedro Proença em todo o seu esplendor.

Na 2ª parte, a falta de luz no relvado chegou também ao cérebro do Jorge Jesus: saiu o Gaitán (disse ele no final que foi por o argentino ter vomitado ao intervalo) e entrou o Rodrigo. A consequência foi termos passado a jogar com o Witsel a extremo-direito e o Amorim a extremo-esquerdo! E isto quando o Braga estava a jogar com dois laterais adaptados… Incompreensível esta decisão, ainda por cima com o Nolito e o Bruno César no banco. É que não foram só aqueles dois a ficarem inoperantes: o Aimar também teve que recuar para perto do Javi García e passou completamente ao lado do jogo. Assim sendo, não foi surpresa nenhuma não termos conseguido ligar uma jogada de ataque durante grande parte do 2º tempo. No entanto, acabámos por ter alguma sorte no modo como chegámos ao empate aos 73’, porque o remate do Rodrigo ressaltou num defesa e traiu o Quim. Um golo caído do céu dado o modo como (não) estávamos a jogar. Finalmente lá entraram o Nolito e depois o Bruno César, mas acabámos o jogo em nítido défice físico em relação ao adversário. O que não deixa de se estranhar, dado que eles tiveram menos um dia de descanso do que nós… Todavia, mesmo assim, tivemos uma grande oportunidade muito perto do final, quando o Rodrigo teve um domínio magnífico, mas rematou ao lado.

A exibição colectiva não foi famosa e portanto é natural que em termos individuais ninguém tivesse sobressaído muito. Talvez o melhor terá sido o Luisão, que esteve ao seu nível habitual. O Gaitán estava a ser o mais perigoso na 1ª parte, embora tenha uma ou outra vez inventado em zona proibida. O Rodrigo merece referência pelo golo e pela oportunidade no final. Muito longe do seu nível normal, estiveram o Aimar, Cardozo e Maxi Pereira.

Dado que fomos arbitrados pelo Sr. Pedro Proença, o resultado nem se pode considerar mau. Para além dos dois penalties referidos, esqueceu-se também de expulsar o Djamal por cotovelada ao Gaitán (mostrou o amarelo) e voltou a deixar a sua marca num jogo importante. Mas poderíamos ter feito mais para tentar vencer a partida e especialmente não sei o que terá passado pela cabeça do Jesus naquele início da 2ª parte. O campeonato vai parar durante três semanas e, quando voltar, iremos receber a lagartada, que entretanto já só está a um ponto de nós. Lá teremos que os reduzir à sua insignificância no próximo dia 26…

quinta-feira, novembro 03, 2011

Desperdício

Empatámos na Luz com o Basileia (1-1) e perdemos uma oportunidade de entrar para a história ao não conseguirmos o triunfo, o que nos daria uma inédita qualificação logo na 4ª jornada da fase de grupos. Ainda por cima, voltou a ficar evidente que temos melhor equipa que eles e que, portanto, bastaria uma ou outra aceleraçãozita para marcarmos mais golos.

Com a novidade da estreia absoluta do Luís Martins no lugar do castigado Emerson, voltámos a entrar muito fortes na partida. Logo no 1’, o Rodrigo atirou uma bola ao poste, desviada pelo guarda-redes. Desta vez, demorou um pouco mais do que no jogo frente ao Olhanense, mas aos 4’ atirou uma bomba lá para dentro, num golo brilhante e de difícil execução técnica. Duas cabeçadas perigosas (Rodrigo e Garay) e um penalty escamoteado por um inútil árbitro de baliza foram a nossa melhor produção na 1ª parte. O Basileia praticamente não criou perigo.

No 2º tempo, entrámos novamente fortes, mas não se pode dizer que tivéssemos grandes oportunidades. As melhores foram novamente do Rodrigo, com uma cabeçada e um remate ao lado (de ângulo difícil) depois de contornar o guarda-redes. Entretanto, já o Basileia tinha empatado aos 64’ num lance em que o Maxi falhou a intercepção e o Miguel Vítor (que tinha entrado um minuto antes para o lugar do Luís Martins) chegou atrasado. Ainda faltava um bom bocado para o final da partida, mas para além do tal remate do Rodrigo não conseguimos criar mais nenhuma oportunidade.

Em termos individuais, voltei a gostar do Rodrigo, que não engana mesmo, e do Matic, que está a subir de forma e mostra-se mais confiante. O resto da equipa não mostrou a dinâmica habitual e ter marcado um golo muito cedo acabou por nos relaxar mais do que deveríamos. O Luís Martins mostrou potencial, mas precisa naturalmente de ter mais ritmo e mais jogos. Também a tarefa não era fácil, porque o adversário directo era o Shaqiri, o melhor jogador do Basileia.

Fiquei com uma sensação muito amarga neste jogo. Diga-se o que se disser, o Basileia é mais fraco que nós e tínhamos obrigação de ganhar jogando em casa. Ainda por cima, marcámos primeiro, o que torna as coisas ainda mais frustrantes. Por outro lado, para além de termos perdido uma oportunidade óptima de ficar já com a qualificação resolvida, deixámos de ter vantagem pontual em relação ao Manchester United (mesmos oito pontos, mas mais um golo para eles). Utilizando uma analogia, parecemos alguém a quem é oferecido uma faustosa refeição de sushi, mas dizemos “não, obrigado, fico aqui com este hamburger do McDonalds”. A diferença entre ficar em primeiro e segundo no grupo é abissal, e não percebo como é que pudemos negligenciar o facto de termos esta grande vantagem. Agora, só uma vitória ou um empate por dois ou mais golos em Old Trafford nos voltará a dar vantagem sobre os ingleses.

Enfim, deitámos 400.000€ e pontos para o ranking pela janela, e não conseguimos fazer história. Espero que no Domingo em Braga corrijamos este resultado insatisfatório e quebremos a malapata que nos tem perseguido naquele estádio.


P.S. - Este Sr. Carlos Velasco Carballo não fica nada a dever aos nossos árbitros. Transformou cantos em pontapés de baliza e vice-versa, sempre contra o Benfica, roubou-nos um penalty e transformou uma escorregadela evidente em falta contra nós. Que péssima e irritante arbitragem!

terça-feira, novembro 01, 2011

ευχαριστώ!

O agradecimento vai em grego (a língua oficial de Chipre), mas poderia ir em português do Brasil. Quase seis anos depois, o Manduca deu-nos uma alegria que nunca conseguiu quando vestiu a camisola do Glorioso. Mais vale tarde do que nunca! Obrigado, Apoel!

domingo, outubro 30, 2011

Desnecessário

Um bis do Rodrigo nos primeiros 13 minutos do jogo deu-nos a vitória sobre o Olhanense (2-1) e permitiu manter-nos a par do CRAC no 1º lugar do campeonato. A exibição prometeu imenso logo de início, mas acabámos o jogo a sofrer, algo que nos deverá fazer pensar de futuro.

Não poderíamos ter melhor entrada na partida. Aos 25 segundos deu-se (arrisco-me a dizer) o golo mais rápido que alguma vez se viu na nova Luz: excelente passe do Gaitán e óptimo remate em arco do Rodrigo. Pouco depois, aos 13’, um ataque rápido desmarcou o Maxi Pereira na direita, este centrou, um defesa do Olhanense interceptou, a bola subiu e o Rodrigo só teve que encostar de cabeça. Tal como disse o Jesus na conferência de imprensa, também a mim me passou pela cabeça uma possível goleada. Até sensivelmente à meia-hora protagonizámos bom futebol, com velocidade, boas desmarcações e passes longos, mas não criámos grandes situações iminentes de golo. O que valeu foi que estivemos bem na defesa e os algarvios também não criaram perigo nenhum.

A 2ª parte foi muito diferente para (bastante) pior. O Witsel entrou para o lugar do Aimar, numa troca a indicar poupança para o Basileia, mas sofremos o golo logo aos 47’ numa incrível desatenção defensiva, em que um adversário consegue centrar no meio de três(!) jogadores nossos e a bola cruza a nossa área sem que seja interceptada! Este golo poder-nos-ia ter espicaçado para repetir o início do jogo e fazer mais golos que nos dessem a tranquilidade total. Mas não, os jogadores pareciam que já estavam a pensar no Basileia, e a exibição neste período foi bastante sofrível. Claro está que lá tivemos um golito anulado ao Cardozo por fora-de-jogo inexistente, mas um enorme disparate do Maxi (fintar em zona proibida!) quase valia o empate se não fosse o grande Luisão a interceptar o remate. Em termos de oportunidades de golo, não construímos o número habitual e devemos ter acabado o jogo com tantos remates como o adversário.

Em termos individuais, o destaque vai obviamente para o Rodrigo pelos dois golos. O Matic não esteve ao seu nível habitual, o que quer dizer que fez uma boa exibição… ;-) Durante aqueles primeiros 30’ destacou-se igualmente o Gaitán. Todos os outros estiveram em plano bastante sofrível, mas o Artur lá sofreu mais um golo sem praticamente ter tocado na bola.

Como se costuma dizer, o mais importante é o resultado (e é), mas os srs. jogadores do Benfica têm que se mentalizar que um 2-0 aos 13’ não é sinónimo de que o jogo esteja ganho (o Jesus veio dizer que alguns deixaram de correr). Bem vistas as coisas, o Olhanense só teve duas oportunidades: o golo e a tal intercepção do Luisão, mas mesmo assim deveríamos ter evitado colocar-nos nessa situação e ter um sofrimento desnecessário naqueles minutos finais. Agora, é virar agulhas para a Champions e aproveitar esta oportunidade para carimbar já o passaporte para os oitavos-de-final.

domingo, outubro 23, 2011

Devagarinho

Vencemos o Beira-Mar em Aveiro (1-0) e continuamos na frente do campeonato. Um golo do Cardozo depois de um erro monumental do guarda-redes Rui Rêgo bastou para fazer o resultado, mas a nossa exibição deixou muito a desejar. É verdade que o adversário criou muito pouco perigo (por alguma razão tem apenas três golos na Liga e todos marcados num só jogo), mas estes jogos com vantagem mínima tiram-me sempre anos de vida.

O Jesus veio falar no final do cansaço de Basileia, mas sinceramente é algo que me custa a entender, especialmente porque do meio-campo para a frente só o Witsel e Bruno César jogaram os 90’ na 3ª feira. Os outros quatro ficaram no banco e só dois entraram (Cardozo e Nolito). Portanto, não percebo muito bem como é que a equipa poderia estar cansada. Até entrámos bem na partida, com alguma dinâmica, mas rapidamente se esfumou. Não éramos rápidos nas transições, nem no último terço do campo e o Beira-Mar provou por que é a equipa menos batida do campeonato, só com dois golos sofridos. Depois daqueles primeiros minutos, o jogo tornou-se bastante lento e previsível, até que aos 42’ o guarda-redes falhou um pontapé e o Cardozo cabeceou para a baliza deserta. Foi um golo muito importante, porque nos permitia tranquilizar e era fundamental que fôssemos para o intervalo em vantagem.

A 2ª parte foi pior que a 1ª, em que mesmo assim ainda criámos uma ou outra oportunidade, e a nossa exibição foi piorando, porque cada vez estávamos menos velozes. Vá lá que em termos defensivos não tenhamos estado mal, se bem que o Matic não é, nem de longe nem de perto, o Javi García. O Jesus ainda tentou mudar as coisas, fazendo entrar o Aimar e Gaitán, mas também não era a noite deles. Um fora-de-jogo descarado e não assinalado resultou na grande oportunidade do Beira-Mar, mas para não variar lá estava o Artur a resolver. O Cardozo teve uma boa chance para marcar, mas andou à procura do pé esquerdo e deixou que a defesa se recompusesse. Até final, ainda me enervei com alguns livres perigosos desnecessariamente consentidos, mas felizmente que não resultaram em nada.

Em termos individuais, o Witsel foi o melhor em campo, pelo que fez especialmente na 1ª parte. O Cardozo também jogou bem, fartou-se de ganhar bolas de cabeça, e no golo revelou muita concentração. Os centrais (Luisão e Garay) estiveram globalmente seguros e o Artur voltou a ser fundamental, apesar do pouco trabalho que teve. Ao invés, o Matic continua a não me convencer e o Saviola persiste em falhar passes muito simples. O Bruno César está em boa forma e melhor que o Nolito nesta altura. O Rúben Amorim substituiu o lesionado Maxi Pereira e, apesar de não ser a mesma coisa, não esteve mal. Menos bem esteve igualmente o Emerson, que depois de grandes exibições na Europa, já não é a 1ª vez que faz jogos internos fracos.

Costuma dizer-se que são nestes jogos que se ganham campeonatos, especialmente quando não se joga nada bem, mas se vence na mesma. Eu olho para eles como partidas que se esquecem rapidamente se vencemos e não nos perdoamos se isso não acontece. Felizmente, verificou-se a primeira hipótese. Mas tenho sempre esperança que consigamos tirar ilações para o futuro e não deixemos que apenas um golo de vantagem decida um jogo como este, em que a nossa superioridade é muitíssimo evidente. São três pontos muito importantes e é isso que afinal conta, mas eu acabei esta partida tão cansado como se tivesse estado em campo.

quarta-feira, outubro 19, 2011

Personalidade

Uma categórica exibição fez-nos derrotar o Basileia na Suíça (2-0) e conseguir uma importante vantagem na corrida para a qualificação para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Qualquer semelhança com a equipa que no ano passado perdeu os três jogos fora de casa e teve 0-7 em golos é pura coincidência. Agora sabemos controlar os diferentes ritmos do jogo, impor ou tirar velocidade quando é preciso, enfim, estamos adultos esta época.

O Jorge Jesus reservou uma enorme surpresa que foi a inclusão do Rodrigo e a colocação do Cardozo no banco. Fiquei muito céptico com esta opção, mas embora o Rodrigo não tenha estado mal (até teve participação directa no 1º golo), o Tacuara quando entrou marcou logo. Conseguimos controlar bem o jogo e na 1ª parte foram nossas as melhores situações de golo. Marcámos relativamente cedo, aos 20’, numa óptima jogada colectiva concretizada pelo Bruno César, que raramente falha quando está frente-a-frente com o guarda-redes. Na defesa, o Artur fez duas ou três intervenções que seguraram o resultado e os centrais estiveram imperiais. Até poderíamos ter chegado ao intervalo com uma vantagem maior, mas o Gaitán não conseguiu concretizar em dois lances em que poderia ter feito melhor.

Na 2ª parte, o Basileia ainda criou menos perigo do que na 1ª. Claro que uma vantagem mínima é sempre perigosa e foi com satisfação que vi o Benfica a tentar aumentá-la. Depois de o Artur ter feito uma mancha fundamental que evitou o empate, o Cardozo que entretanto tinha entrado aproveitou um livre perto da área aos 75’ para dar a machadada final na partida. Grande golo do tal que não presta, porque “é lento”…! Até final, aconteceram duas coisas muito dispensáveis: o 2º amarelo ao Emerson (cá está a razão pela qual deixar o Capdevila fora da lista foi um erro logo no início) e a expulsão do Jesus por protestos. Aliás, o húngaro Viktor Kassai esteve bastante caseiro e não gostei nada da arbitragem. Outras duas coisas que espero não tenham repercussões no futuro são as lesões do Maxi Pereira (teve que ser substituído pelo Miguel Vítor) e a do Gaitán, que acabou o jogo de rastos.

Em termos individuais, o Bruno César merece destaque por ter marcado mais um golo, o Gaitán enquanto teve pernas foi dos mais desequilibradores, o Luisão e Garay estiveram irrepreensíveis, o Artur é um rei e o Witsel tem classe que não acaba. Em geral, toda a equipa esteve bastante bem, inclusive o Emerson que, se tivesse evitado a expulsão, teria sido igualmente dos melhores. Ah, e o Cardozo é o maior!

Com dois jogos em casa na 2ª volta, seria um escândalo se não nos apurássemos para a fase seguinte. Concentremo-nos na recepção ao Basileia, mas acho que temos que nos capacitar que podemos lutar pelo 1º lugar do grupo. Estamos dois pontos à frente do Manchester United e, se tudo correr normalmente, um empate em Old Trafford bastará para conseguir esse desiderato. É que ficar em 1º ou 2º pode significar a diferença entre o CSKA Moscovo ou o Barcelona…

sábado, outubro 15, 2011

Tranquilo

Vencemos em Portimão (2-0) e passámos à próxima eliminatória da Taça de Portugal. Foi um jogo de sentido único, em que o Portimonense se limitou a defender e o resultado peca por escasso. Apesar de só termos marcado na 2ª parte, a nossa vitória nunca esteve em causa.

Alinhámos com uma equipa maioritariamente de segundas linhas, com excepção do Luisão, Garay, Nolito e Bruno César. A 1ª parte foi complicada, porque o Portimonense não passava (literalmente) do meio-campo e tivemos muito pouco espaço para desenvolver o nosso futebol. Um remate cruzado do Nélson Oliveira e uma bola ao poste do Capdevila num livre foram os nossos melhores lances. Não utilizámos muita velocidade e as oportunidades foram escassas.

Na 2ª parte, entrou o Saviola e pouco depois o Witsel, e aos 59’ colocámo-nos finalmente em vantagem pelo Bruno César num livre directo, em que foi visível a sua concentração antes do remate. As coisas tornaram-se mais fáceis, já que os dois autocarros do Portimonense teriam finalmente de ser desfeitos e foi com naturalidade que aumentámos o marcador aos 72’ numa excelente abertura do Bruno César para um bom golo do Rodrigo isolado perante o guarda-redes. O triunfo estava seguro e até final ainda poderíamos ter marcado mais golos, mas a equipa baixou o ritmo para controlar a partida e começou já a pensar na Suíça.

Em termos individuais, o melhor em campo foi indiscutivelmente o Bruno César, com um golo e uma assistência. Também gostei bastante do Miguel Vítor, mesmo actuando a defesa-direito, ou seja, fora da sua posição habitual, e do Rodrigo que melhorou imenso na 2ª parte depois de uma 1ª mais fraca. O Saviola e o Witsel acrescentaram naturalmente qualidade à equipa, porque em alguns jogadores notou-se a falta de ritmo de jogo (nomeadamente no Capdevila, David Simão e Nélson Oliveira).

Obstáculo ultrapassado está na altura de nos concentrarmos no jogo frente o Basileia, em que uma vitória nos lançará definitivamente no caminho da qualificação para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Quanto à Taça de Portugal, o plantel demonstrou que leva a competição a sério e ainda bem, porque estou com muitas saudades de voltar ao Jamor.

quarta-feira, outubro 12, 2011

Dinamarca - 2 - Portugal - 1

Perdemos em Copenhaga e, com a vitória da Suécia frente à Holanda, teremos de ir ao play-off para nos qualificarmos para o Euro 2012. Foi uma exibição muito pobre da selecção nacional e a vitória dos dinamarqueses só peca por defeito.

Num jogo decisivo, não se percebe a apatia com que os jogadores entraram em campo. Muita lentidão nos processos, pouca vontade, reduzida velocidade, foi tudo muito mau. Este era inequivocamente o jogo oficial mais difícil desde que o Paulo Bento assumiu o comando da selecção e foi de longe a nossa pior exibição. Mas também há que ter noção de que o Pepe e o Coentrão estavam lesionados (aquele Rolando tem que ir para avançado, pois esteve em quatro dos cinco golos sofridos por Portugal nestes dois jogos…), o Bosingwa tem que voltar rapidamente (o seu estranho afastamento é a única coisa que eu recrimino ao Paulo Bento), já que o João Pereira é muito mediano, e o Hugo Almeida também acaba por fazer falta, especialmente dada a inoperância do Postiga. Junte-se a isto um jogo péssimo do Cristiano Ronaldo (salvou-se o livre que deu o nosso golo) e um Nani muito esforçado, mas pouco desequilibrador, e temos uma selecção que quase não cria perigo nenhum. Para ajudar à festa, o Moutinho é outro que mal se vê em campo, o Carlos Martins melhorou ligeiramente na 2ª parte e o Raul Meireles correu bastante, mas andou igualmente perdido. O Rui Patrício acabou por ser o menos mau da equipa.

Enfim, é esquecer rapidamente esta desilusão, mas também depois do início horripilante da qualificação conseguirmos ir aos play-offs até nem é nada mau. Sendo cabeças-de-série pode calhar-nos a Irlanda Turquia (correcção feita pela própria Uefa), Bósnia, Montenegro ou Estónia. As duas últimas serão teoricamente mais fáceis que as duas primeiras, mas de qualquer maneira será um escândalo se não nos apurarmos.

sábado, outubro 08, 2011

Portugal - 5 - Islândia - 3

Vencemos a Islândia e estamos a um ponto de sermos os primeiros classificados no grupo e de nos qualificarmos para o Europeu de 2012. Foi conseguido o mais importante, mas não deixa de ser preocupante que tenhamos sofrido três golos perante uma selecção que ainda não tinha marcado fora de casa!

Fomos muito penalizados pelas ausências (especialmente o Pepe e o Fábio Coentrão) e no jogo aéreo fomos sistematicamente batidos. Se jogarmos assim em Copenhaga, estamos bem lixados. Chegámos ao intervalo a ganhar por 3-0 (dois golos do Nani e um do Hélder Postiga) e pensou-se que o resultado estaria feito, apesar de a Islândia ter entrado no jogo bem melhor do que nós. Na 2ª parte, o Cristiano Ronaldo atirou à barra, mas sofremos dois golos inexplicáveis que lançaram a incerteza na partida. Um forcing final devolveu-nos os três golos de diferença (Moutinho e Eliseu), mas o Rolando ainda teve tempo para oferecer um penalty que fez o resultado.

Em termos individuais, o Nani destacou-se por ter marcado dois golos e o Eliseu por ter marcado um e ter feito assistências para mais dois. O Carlos Martins fez uma boa 1ª parte. Negativamente, o foco vira-se inteirinho para o Rolando que conseguiu a proeza de estar nos três(!) golos sofridos. Aliás, em termos defensivos, a exibição esteve muito longe de ser brilhante e demos muito espaço ao adversário. Mas o que valeu foi que não estivemos mal na altura de colocar a bola da baliza. De qualquer maneira, há muito para corrigir na defesa para a próxima 3ª feira.

E, pronto, quando o Paulo Bento entrou a coisa estava muito preta e agora só precisamos de um ponto para conseguir o objectivo. Mérito total para ele. As coisas geralmente resultam melhor quando se tem um treinador no banco, algo que a selecção já não tinha há três anos.

domingo, outubro 02, 2011

Espectáculo

Vencemos o Paços Ferreira por 4-1 e continuamos na liderança do campeonato. Fizemos uma boa exibição e a justiça da nossa vitória é inquestionável. Estamos inquestionavelmente numa boa fase e esperemos que esta paragem no campeonato não nos faça mal.

Entrámos muito bem na partida e o Sr. Bruno Esteves fez-nos a cortesia de anular um golo limpo do Cardozo por inexistente fora-de-jogo. Continuámos a criar oportunidades e chegámos à vantagem de forma meio acrobática pelo Saviola aos 22’, depois de uma assistência de cabeça do Tacuara. O Paços Ferreira não criava perigo nenhum e nós aumentámos o marcador aos 43’ novamente pelo Conejo na sequência de um canto do Bruno César. No último lance da 1ª parte, o Aimar isolou-se, mas um defesa do Paços desarmou-o já na área. No estádio pareceu-me uma jogada legal, mas ao ver na TV já não tenho assim tanta certeza. O jogo parecia resolvido, mas a 2ª parte trar-nos-ia algumas surpresas.

Voltámos a entrar muito fortes e não deixámos o adversário respirar nos primeiros minutos da 2ª parte. Há um lance em que me pareceu claro que o Matic é praticamente montado por um adversário, que se encavalita nele em plena área, mas o Sr. Bruno Esteves mais uma vez decidiu contra nós. Ao invés, no lado contrário foi muito lesto a marcar um penalty contra nós por derrube do Luisão. O 2-1 foi feito aos 51’ e pouco depois foi o Artur a safar-nos de uma inesperada igualdade, ao defender com o corpo uma cabeçada do Melgarejo (bons pormenores do nosso emprestado ao Paços) à queima-roupa. O guarda-redes adversário, Cássio, continuava a abrir o livro na 2ª parte e fartou-se de defender (remates do Cardozo, Saviola e Emerson), mas quando o Luisão lhe surgiu isolado pela frente aos 65’ não pode fazer nada. Golo de cabeça do capitão na sequência de um livre do Aimar. Logo no minuto seguinte, o Nolito, que entretanto tinha entrado para o lugar do Bruno César, acabou de vez com a partida ao fazer o 4-1. Até final, baixámos o ritmo e o espectáculo veio das bancadas com os No Name Boys a puxar pelo público e um cântico colectivo que durou os últimos 15’. Foi um momento fantástico na Catedral!

Em termos individuais, o destaque vai obviamente para o Saviola que com dois golos regressou às grandes exibições e ainda viu o Cássio negar-lhe outros tantos. O Aimar justifica a cada jogo o que escrevi aqui. O Gaitán também mantém a sua boa forma e o Cardozo não esteve mal, fez uma assistência para golo, mas poderia ter marcado num lance em que preferiu ficar a reclamar um penalty (que até pode ter existido, mas nunca se vira as costas a um remate à vontade que muito provavelmente daria golo). O Artur foi fundamental para a vitória, ao fazer uma defesa fabulosa naquele tal lance que poderia ter dado a igualdade.

Esperamos agora para ver o que fazem CRAC e Braga, mas estamos a demonstrar uma consistência exibicional e uma segurança que não tínhamos no ano passado. Mesmo sofrendo golos em quase todos os jogos, algo que temos decididamente que melhorar. Vamos descansar, ver se a selecção se qualifica para o Euro 2012 e depois temos a ida a Portimão para a Taça de Portugal. E atenção que todos nós estamos com muita vontade de voltar ao Jamor.

quinta-feira, setembro 29, 2011

quarta-feira, setembro 28, 2011

Serviços mínimos

Um golo do Bruno César permitiu-nos derrotar o Otelul Galati e conseguir uma infelizmente pouco habitual vitória fora na fase de grupos da Liga dos Campeões. A nossa superioridade foi evidente durante todo o jogo e o resultado peca por muito escasso.

Desde o início da partida que tomámos conta da mesma. Sejamos honestos, pelo que mostrou hoje, o Otelul Galati está ao nível de um V. Setúbal (sem ofensa). Por isso mesmo, o empate seria sempre um mau resultado, tal como o é no Bonfim. Contra as equipas teoricamente mais fracas dos grupos (vindas do pote 4), o objectivo tem que ser sempre conquistar seis pontos (a não ser que haja excepções tipo o Dortmund ou o Nápoles) para ter meio caminho andado para a qualificação. Entrámos com essa mentalidade e ainda bem, só que fomos demasiado perdulários e nem sempre estivemos eficazes no último passe. Remates do Witsel, Bruno César e Saviola criaram perigo, antes de o Gaitán abrir o livro com uma abertura fenomenal para o Bruno César fazer o resultado da partida aos 40’. Era importante ir para o intervalo a vencer, esperar que o Otelul Galati abrisse um bocado a muralha defensiva na 2ª parte e tentar aumentar a vantagem com mais espaços.

Só que infelizmente isso não aconteceu. Continuámos donos e senhores da partida, os romenos raramente conseguiram criar perigo, mas não demos o golpe de misericórdia. E, já se sabe, que quando isso não acontece estamos sujeitos a algum dissabor num lance fortuito. Por isso, é que eu detesto este tipo de jogos em que maioritariamente “controlamos a partida”. “Controlar”, sim, mas com pelo menos dois golos de vantagem, sff! São já muitos anos a ver bola e lembro-me bem de “n” jogos que empatámos assim, depois de sermos superiores durante quase toda a partida. E não havia mesmo necessidade de sofrermos um bocado durante os minutos finais. Um pouco mais de concentração no último passe ou na finalização e teríamos ganho nas calmas. Assim, teve que ser o Artur a safar-nos no último minuto e termos tido a sorte de a recarga ter saído ao lado. Teria sido um péssimo resultado, ainda para mais com o empate do Basileia em Manchester.

Destaque individual para o Bruno César, pelo golo que marcou, para o Gaitán, pela abertura e toques de classe durante quase toda a partida, para o Luisão, por ter sido mais uma vez o patrão da defesa e se ter tornado no jogador do Benfica com mais presenças na Europa, e para o Cardozo, por se ter farto de ganhar bolas nas alturas e ter feito três ou quatro passes de ruptura a desmarcar os colegas. Boa 1ª parte do Witsel e muita atenção do Artur nas poucas vezes em que foi solicitado.

Estamos em 1º lugar no nosso grupo em igualdade pontual com o Basileia. O Jesus disse que preferia uma vitória do Manchester, mas este resultado dá-nos algumas hipóteses de lutar pelo 1º lugar. Se, por acaso, ganharmos os dois jogos aos suíços, iremos de certeza a Old Trafford à frente do grupo e, se não perdermos aí, teremos grandes possibilidades de terminar na frente. Mas não nos adiantemos ao calendário: para já, iremos ter um duplo confronto com o Basileia, em que quatro pontos praticamente nos darão a qualificação. No entanto, e para já, pensemos é em ganhar ao Paços de Ferreira no próximo Sábado.

sexta-feira, setembro 23, 2011

Soube a pouco

Empatámos em casa do CRAC (2-2), o que, dado o historial dos nossos jogos naquele antro, acaba por ser um resultado agradável. Teria assinado de cruz se alguém me propusesse este resultado antes de a partida começar, mas no final do jogo fiquei com a sensação que poderíamos ter feito melhor. Se tivéssemos jogado para ganhar, provavelmente tê-lo-íamos conseguido.

A 1ª parte foi muito má da nossa parte. Muito lentos nas transições, praticamente não criámos perigo e demos sempre a sensação de estar a jogar para o empate. O CRAC também não teve assim tantas oportunidades (um remate do Hulk e uma grande defesa do Artur a remate isolado do Fucile), mas marcou aos 37’ pelo Kléber na sequência de um livre escusado do Maxi Pereira.

Na 2ª parte, não poderíamos ter entrado melhor, porque fizemos a igualdade logo aos 47’. Boa jogada de insistência do Nolito e assistência para o Cardozo, que protegeu bem a bola do defesa e do Hélton, e rematou por debaixo do corpo deste. Só que novo erro infantil custou-nos a desvantagem três minutos depois. Canto curto do CRAC, centro rasteiro para a área, a nossa defesa toda a dormir e golo do Otamendi. Nem queria acreditar que, depois de termos empatado, consentíssemos um golo desta maneira! O CRAC praticamente morreu aí. Pouco mais fez até final da partida e ainda estávamos no minuto 50. Nós tivemos uma grande oportunidade dez minutos depois, na sequência de um dos poucos lances em que fizemos uma transição rápida para o ataque, mas o Cardozo isolado rematou contra o pé do Hélton. Aos 69’, o Jesus colocou o Bruno César e o Saviola, e a nossa superioridade continuou a ser vincada. Chegámos finalmente ao empate aos 82’ através do Gaitán, depois de uma assistência fabulosa do Saviola e também de dois bons toques do Cardozo. Até final nada mais de relevante se passou e foi pena que não tivéssemos aproveitado melhor o último esforço atacante do CRAC, porque tivemos uma ou outra possibilidade de sair com perigo para o ataque.

Em termos individuais, o Cardozo merece realce, porque marcou um golo (lá se vai a crítica de nunca ter marcado em casa do CRAC…) e esteve presente noutro. O Gaitán continua a decidir os momentos em que deve ou não correr, mas quando o faz ninguém o apanha. E marcou um golão! O Nolito também não esteve mal, embora mais discreto que o seu colega extremo. O Luisão foi um patrão durante quase o jogo todo e só foi pena ter ficado a dormir, como toda a defesa, no 2-1. O Artur fez um par de boas defesas e apenas não gostei da perna esticada perante o Guarín. O Saviola entrou muito bem na partida e foi preponderante na assistência para o Gaitán. O Emerson esteve regular, o que, apanhando com o Hulk pela frente, se pode considerar positivo. Menos bem, e porque também tem direito, esteve o Maxi Pereira.

Não perdemos num campo em que infelizmente isso acontece com regularidade e acabámos com os 11 em campo (coisa raramente vista), mas um pouco mais de ambição, especialmente na 1ª parte, poderia ter-nos valido uma vitória. Foi pena, mas podemos já corrigir isso na 3ª feira com uma vitória na Roménia para a Liga dos Campeões.

P.S. – Apesar de alguma inclinação do campo, fez bem ao Sr. Jorge Sousa estar a ser alegadamente observado pela Uefa. E, principalmente, fez bem a quem gosta de uma arbitragem sem influência no resultado.

P.P.S. – É oficial: o Fucile é um porco nojento!

segunda-feira, setembro 19, 2011

Ex-aequo

Vencemos a Académica por 4-1 e, com o empate do CRAC na casa emprestada do Feirense, estamos agora no 1º lugar com os mesmos pontos deles. O resultado não espelha as dificuldades que sentimos, já que a Briosa apresentou bom futebol na Luz e aos 81’ estava 2-1 no marcador, no entanto, a justiça da nossa vitória é indiscutível.

O Jesus rodou (e bem), o plantel, ficando o Aimar, Javi García e Gaitán no banco e foram dois dos substitutos, Nolito e Bruno César, as grandes figuras do Benfica. A Académica entrou em campo desinibida e havia ataques de parte a parte. A 1ª parte foi bastante agradável e, depois de duas boas defesas do Peiser a remates do Cardozo e Saviola, chegámos à vantagem aos 26’ através do Chuta-Chuta, na sequência de uma grande abertura de El Conejo (a única coisa de jeito que fez no jogo todo). Pouco depois, este mesmo Saviola falhou outra óptima oportunidade de baliza aberta, com o Cardozo sozinho ao lado e, claro, como comentava com os meus colegas de bancada, teríamos de marcar pelo menos dois golos, porque um sofrido é garantido. E assim foi aos 40’, num remate fora da área em que o Artur ainda tocou na bola e acho que poderia ter feito mais para a desviar. Mas no minuto seguinte aconteceu o momento do jogo, já que o Nolito colocou-nos novamente em vantagem e nem deu tempo à Académica para saborear o empate. Era muito importante chegar ao intervalo na frente e assim aconteceu.

Na 2ª parte, a Briosa arriscou mais e passou a jogar com a linha defensiva muito subida, o que proporcionou vários ataques perigosos ao Benfica. Infelizmente, não estivemos muito inspirados especialmente no último passe, mas o que é certo é que também não permitimos muito perigo ao adversário. Aos 71’ entraram o Aimar e Gaitán, que nove minutos depois fabricaram o golo da tranquilidade, com centro do nº 20, falha do Peiser e El Mago a cabecear à vontade para a baliza deserta. Finalmente à 5ª jornada, iríamos ter 10’ de descanso com mais de um golo de vantagem até final da partida. O que ainda permitiu a estreia do Rodrigo e o bis do Nolito, depois de um excelente passe do Aimar.

Em termos individuais, salienta-se naturalmente o Nolito, com dois golos, e o Bruno César, que parece outro jogador, bastante mais rápido a executar do que no início da época (embora, já nessa, altura, eu tenha escrito que ele não enganava quanto à qualidade). O Cardozo está com mais confiança, que se nota na forma como disputa os lances, mas desta vez ficou a zeros. Ao invés, o Saviola está em nítida baixa de forma, poucas coisas lhe saem bem, mas tem o mérito de nunca se esconder do jogo. O Emerson também é outro cheio de confiança e voltou a fazer um bom jogo. Quanto ao fe(Ma)tiche do Jesus, confirma cada vez mais o que eu suspeitava: vamos ter muitas saudades do Airton… Quanto à Académica, gostei do Éder (nº 17, ponta-de-lança), bastante melhor que os seus clones
Abdoulaye (nº 21) e Pape Sow (nº 8). A sério, foi a primeira vez que vi três gémeos na mesma equipa! :-)

O Sr. Vasco Santos confirmou que é um mau árbitro, ao perdoar um penalty a cada uma das equipas (a mão do Bruno César é dentro da área, mas um remate deste é desviado por um cotovelo também ainda com 0-0 no marcador), ao usar um critério disciplinar que não se entende (o Saviola levou uma cotovelada e o adversário ficou em campo) e os fiscais-de-linha assinalaram mal vários foras-de-jogo. Uma arbitragem para esquecer.

Com o empate dos assumidamente corruptos, iremos defrontá-los em sua casa na próxima 6ª feira em igualdade pontual, o que infelizmente tem sido raro na última década. Era fundamental não deixar escapar esta escorregadela deles. Estamos a subir de forma e eles provaram que sem o Hulk não são a mesma coisa. Se arranjarmos forma de o parar, teremos boas possibilidades de ganhar.

P.S. – Outra boa notícia é o facto do James Rodríguez já ter interiorizado a cultura daquele clube e ter dado um murro a um adversário, sendo expulso e não nos defrontando. Vá lá que o Sr. Bruno Esteves, depois de ter perdoado um penalty claríssimo ao CRAC, não teve coragem de não expulsar um jogador deles perante um lance tão evidente.

quinta-feira, setembro 15, 2011

Bom resultado

No 200º jogo oficial na Nova Luz, empatámos com o Manchester United na 1ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Foi uma partida que fez jus à competição, com uma intensidade muito pouco vista no campeonato português e que agradou certamente aos 63.822 espectadores. Os ingleses têm uma equipa fabulosa, só de olhar para o banco deles dava medo (Nani, Hernández, Berbatov, Anderson, Owen), mas batemo-nos muito bem e até poderíamos, com um pouco mais de sorte, ter ganho o jogo.

O Jorge Jesus assumiu naturais cautelas e colocou o Rúben Amorim a titular em detrimento do Nolito. De resto, o esperado 4-2-3-1 com o Witsel ao lado do Javi García. A 1ª parte foi muito disputada, mas sem grandes ocasiões de golo. Houve um bom remate rasteiro do Cardozo (com o pé direito) para defesa do guarda-redes e outro do Gaitán ao lado, antes de estes mesmos dois jogadores fabricarem o 1-0. Foi aos 24’ num passe de trivela do argentino e um domínio no peito, seguido de rotação, do paraguaio a marcar um grande golo com o pé direito! Até ao intervalo, poderíamos ter feito o 2-0 num contra-ataque que o Javi García desperdiçou ao não rematar à baliza e preferir fazer um passe para o Gaitán, que acabou por ser interceptado por um defesa. Só que aos 41’ apareceu o velhote Ryan Giggs a aproveitar uma desconcentração da nossa defesa e meio-campo, que o deixaram seguir à vontade para um remate de fora da área sem hipóteses para o Artur. Um remate, um golo, é assim a eficácia das grandes equipas. Com espaço à entrada da área, não há cá remates ao lado.

Nos primeiros minutos da 2ª parte, deu a ideia que não íamos aguentar o ritmo do “Naite” (como diz o Jesus, uma variação interessante do “Manster” do Fernando Santos) que nos começou a empurrar para a nossa área. Um disparate do Emerson poderia ter dado mau resultado, mas começámos a equilibrar novamente com a entrada do Nolito para o lugar do Amorim. E foram mesmo do espanhol as duas grandes oportunidades de golo, num remate muito bem defendido pelo suplente Lindegaard (que foi titular em vez do De Gea e eles não ficaram nada a perder) e noutro lance já muito perto do final em que rematou ao lado, quando só tinha o guarda-redes pela frente. Guarda-redes esse, que fez uma óptima defesa num pontapé que é a imagem de marca do Gaitán (em arco sob a direita para o ângulo oposto da baliza). Quanto ao Naite, uma arrancada do Giggs que passou por metade da nossa defesa e só esbarrou no Artur foi praticamente o único lance de iminente golo que criaram no segundo tempo.

Em termos individuais, destaco o Cardozo, Gaitán e Luisão. O paraguaio lá continua a marcar golos “só de encostar” a “equipas fraquinhas” e o que importante é que é “muito lento e não presta”. É uma pena, de facto, que não o tenhamos trocado pelo Hugo Almeida…! O argentino irá ser a próxima grande venda do Benfica (podem escrever) e sabe bem em que jogos é que se tem que mostrar. Parece por vezes alheado da partida, mas a arrancada que fez para assistir o Nolito diz tudo. O Luisão é, naturalmente, o maior (em todos os sentidos)! O resto da equipa esteve bem e muito concentrada, merecendo também referência o Javi García e o Maxi Pereira. Apesar de não terem jogado mal, esperava que o Aimar e o Witsel tivessem sobressaído mais. Ao invés, um dos fe(Ma)tiche do Jesus continua a não me convencer nada. É bom para segurar bolas nas partes finais do jogo, mas falhou dois ou três passes que até um iniciado faria.

Conseguir um ponto perante uma equipa que esteve presente em três das últimas quatro finais da Champions é um bom resultado sob qualquer ponto de vista. Só o Giggs deve ter mais jogos na Liga dos Campeões que o nosso plantel todo somado. Foi pena que na outra partida não tivesse havido também um empate, mas o Jesus que não se ponha com histórias: sim, vão ser três equipas a lutar pelo apuramento com o Naite, mas era só o que mais faltava que não nos qualificássemos para os oitavos! Com o devido respeito, estamos a falar do Basileia e do Otelul Galati! Basta que entremos em campo com humildade e concentração, que a nossa maior valia virá inevitavelmente ao de cima. Não é preciso passar do “vamos lutar pela Champions” do ano passado para o “vamos lutar pela qualificação com o Basileia e o Otelul”. Nem 80 nem oito!

quarta-feira, setembro 14, 2011

Relembrar XXV - Noites europeias

Como já não faço um “relembrar” há quase dois anos (mea culpa, mea culpa...), aqui fica este hoje para nos inspirar para mais logo frente ao Manchester United. Como na altura era muito puto e era à noite, não fui ver este jogo frente ao Olympiacos ao vivo (mais pormenores aqui), mas ele sempre me fascinou pela recuperação que fizemos no marcador (perdemos 0-1 fora e ganhámos 3-0 na Luz), pelos três golões (sim, são todos grandes golos) e, last but not least, pela beleza das camisolas brancas e dos calções encarnados do equipamento alternativo.

Este jogo foi há quase 30 anos (época 1983/84), faz parte das minhas memórias de infância e simboliza para mim as célebres noites europeias da Luz em que, ajudado por um terceiro anel vibrante, o Benfica fazia grandes exibições e amedrontava os adversários. Que o mesmo se passe mais logo... Enjoy!

domingo, setembro 11, 2011

Mediano

Vencemos o V. Guimarães por 2-1 em mais um jogo em que tivemos que sofrer até final. Já era tempo de os jogadores do Benfica darem um bocado de descanso ao coração dos sócios e adeptos, e resolverem as partidas mais cedo. Este jogo vai dar paleio para o resto da época, porque o Sr. Duarte Gomes assinalou três penalties a nosso favor e ainda por cima em apenas 12’.

Não entrámos bem na partida e sentimos muito a falta do Aimar, que esteve no banco provavelmente a ser poupado para o Manchester na 4ª feira. Não tínhamos ninguém no meio-campo para pegar no jogo, já que os potenciais substitutos (Gaitán e Bruno César) estavam nas alas e o Witsel provou que não é um 10, o que me leva a questionar a opção de dispensar o Carlos Martins, que era o único do plantel que poderia substituir El Mago. Estava tudo mais ou menos morno, quando um defesa do V. Guimarães resolveu atropelar o Saviola. Penalty convertido em jeito pelo Cardozo, rasteiro para o lado esquerdo do guarda-redes, que nos colocou na frente aos 32’. Um minuto depois, novo penalty por braço na bola, mas desta vez o Cardozo acertou na quina da barra. A repetição na TV não é elucidativa, mas o braço do jogador está nitidamente aberto, embora pareça que a bola lhe bate na barriga. E em cima do intervalo, o terceiro penalty novamente por braço na bola, com o Cardozo a marcar exactamente como o primeiro e a fazer o 2-0. O jogador do Guimarães levanta ambos os braços quando tenta interceptar um remate do Saviola, mas mais uma vez a repetição na TV não esclarece se a bola tocou num deles antes de lhe bater na cabeça. Há que referir que, ainda antes do primeiro golo, há um penalty nítido que ficou por marcar por mão da bola do Alex depois de um centro do Emerson.

Na 2ª parte, alguns jogadores começaram a acusar o esforço dos jogos e viagens pelas selecções, mas mesmo assim tivemos dois falhanços inacreditáveis pelo Saviola e Garay. Ambos de cabeça, só com a baliza pela frente, atiraram por cima! Então, o lance do Saviola é dos mais incríveis que alguma vez vi, porque ele estava quase em cima da linha de golo. Não matámos o jogo e permitimos a redução do marcador aos 63’, num lance em que o Garay foi muito mal batido e o Artur também não está isento de culpas. Trememos um bocado, concedemos alguns livres por faltas perfeitamente idiotas nos últimos cinco minutos (um situação a rever, porque com outra equipa melhor sofreríamos um golo de certeza), mas conseguimos manter a vitória.

Em termos individuais, o Cardozo marcou dois golos de penalty, falhou um, e na 2ª parte ganhou a maior parte dos lances de cabeça. Mas estava nitidamente cansado por causa das selecções na parte final da partida, o que lhe valeu alguns assobios dos iluminados que continuam a achar que 105 golos em pouco mais de quatro épocas é irrelevante. O Javi García esteve bem na 1ª parte, mas menos vistoso na 2ª e o Emerson realizou alguns cortes providenciais. O resto da equipa esteve a um nível médio-baixo, com o Witsel a passar muito ao lado do jogo, provavelmente também ele reflexo da selecção.

É essencial que não percamos mais pontos até à visita a casa do CRAC daqui a duas jornadas e, por isso, este encontro era tão importante. Como voltamos a jogar em casa para a semana, frente à Académica, é de esperar a continuação desta senda vitoriosa. Mas, antes disso, teremos na 4ª um jogo a não perder frente ao vice-campeão europeu. O Manchester United visitará a Luz e espera-se uma grande noite europeia.

P.S. – Eu gosto imenso do Cardozo, mas ficaria mais descansado se não fosse ele a marcar os penalties. Não parece nada confiante e está a batê-los em jeito, ou seja, se o guarda-redes acertar o lado a probabilidade de os defender é grande. Felizmente que isso hoje não aconteceu, mas esta insistência nele para os penalties é mais uma das teimosias do Jesus. Especialmente, estando o Saviola em campo.

segunda-feira, setembro 05, 2011

Inexplicável...


... ou como a casmurrice ainda é um posto. Some things never change…

P.S. - Sim, blá, blá, blá, "o treinador é que sabe", "temos que respeitar as opções de quem lidera", mas o homem foi titular da selecção campeã da Europa e do Mundo.

domingo, setembro 04, 2011

Enganador

Quem se limite a olhar para o resultado do Chipre – Portugal (0-4) é levado a pensar que foi uma óptima exibição da selecção nacional consubstanciada numa vitória gorda. Ora, nada mais falacioso: aos 81’ estávamos a ganhar só 1-0 e a jogar contra 10 desde os 34’, quando foi assinalado o penalty que nos deu a vantagem.

Na 1ª parte, ainda criámos duas oportunidades até ao golo, mas a 2ª foi absolutamente lamentável até ao 2-0, com muito pouca aplicação dos jogadores, convencidos que a vitória estava garantida e actuando com uma sobranceria que eu já não via há bastante tempo. Salvou-se de facto o resultado, mas espero que esta seja uma exibição para não repetir. Continuamos na liderança do grupo e deseja-se um empate no Dinamarca – Noruega da próxima 3ª feira para podermos ficar isolados no 1º lugar. Se isso acontecer, uma vitória frente à Islândia em casa (nem outra coisa é de esperar) e um empate na Dinamarca, garantir-nos-á provavelmente a qualificação directa, já que temos cinco golos de vantagem sobre a Noruega.

De qualquer maneira, é claro que temos selecção para ir também ganhar à Dinamarca. Basta só que não joguem como frente ao Chipre…

terça-feira, agosto 30, 2011

Enervante

Conseguimos uma boa vitória na Madeira frente ao Nacional (2-0) e, até o CRAC jogar, estamos provisoriamente em 1º lugar. Foi uma partida marcada pelo nevoeiro que obrigou a interrompê-la duas vezes na 1ª parte, mas na 2ª mais que justificámos a nossa vitória e só foi pena termos conseguido o 2º golo tão tarde. O que me provocou uma carga de nervos durante muito tempo!

A Choupana voltou a fazer das suas e o nevoeiro foi o grande protagonista do 1º tempo. Do pouco que se jogou, porque as paragens condicionaram imenso o ritmo da partida, marcámos aos 22’ numa óptima cabeçada do Cardozo a centro do Gaitán, já depois de o Artur ter mantido a nossa baliza inviolada ao defender com o pé o remate de um adversário isolado logo no início do jogo. Até final da 1ª parte, o Cardozo voltou a pôr à prova o Elisson, o guardião contrário, num remate fora da área e houve mais uma ou outra situação em que, se dominássemos convenientemente a bola, poderíamos ter conseguido boas situações para marcar.

Na 2ª parte, tudo mudou: o nevoeiro desapareceu e o Benfica apareceu. Dominámos completamente e começámos a criar perigo. Só que à imagem do jogo frente ao Twente, continuamos a falhar muito na finalização e, até final da partida, andei com o credo na boca, porque estou farto de ver jogos em que só nós existimos em campo, fartamo-nos de falhar golos e no último minuto sofremos o empate num lance fortuito. Felizmente isso não aconteceu nesta partida, apesar de o Emerson ter cedido um canto idiota já na compensação que quase me gelou o sangue. O Nacional jogou com 10 a partir dos 62’ e deveria ter ficado a jogar com nove depois de uma cotovelada do Filipe Lopes no Witsel só ter dado um amarelo. O Luisão por mais de uma vez, o Aimar e o Cardozo tiveram oportunidades para marcar, mas foi só no último minuto da compensação que o Bruno César nos descansou com uma belíssima arrancada desde o meio-campo que o isolou e terminou com um forte remate à entrada da área. Finalmente respirei fundo, mas agradeço que de futuro os jogadores do Benfica resolvam os jogos mais cedo.

Em termos individuais, saliento o Cardozo por ter marcado numa altura muito importante, em que não estávamos a jogar grande coisa, e o Artur por se ter revelado (mais uma vez) muito seguro. O Aimar não sabe jogar mal e o Witsel também não. O Gaitán continua a desaparecer do jogo durante uns períodos, mas fez a assistência para o primeiro golo. O Bruno César tem-se revelado um bom Joker, mas seria bom se marcasse o golo da tranquilidade antes do minuto 90… :-)

O campeonato vai parar agora, porque a selecção vai jogar a Chipre e depois temos uma série de três jogos seguidos em casa, sendo dois deles para a Liga. Espero naturalmente a continuação destes bons resultados, porque o amadurecimento da equipa é algo que se sente cada vez mais. E também era bom que déssemos sequência a este jogo sem golos sofridos.

sexta-feira, agosto 26, 2011

Sorteio da Liga dos Campeões

Manchester United
BENFICA
Basileia
Otelul Galati

Sim, já joguei no Euromilhões! Depois de quase ter feito bingo numa das hipóteses que aventei
aqui, era o mínimo que podia fazer… :-) Acertei no país, mas falhei o clube, foi mesmo quase. O facto de ser o Manchester United em vez do Arsenal faz com que o 1º lugar esteja um pouco mais longe, mas mesmo assim considero que não é uma utopia pensar nisso. Se o grupo é bom, o calendário não nos favoreceu muito, porque começamos em casa com o Manchester United e depois temos dois jogos fora consecutivos. Mas mesmo assim, lá teremos que adiar o sonho de ganhar a Liga Europa, porque se com um grupo destes nós formos lá parar, é uma das maiores vergonhas da nossa história. E para vergonhas já bastou o ano passado…

quinta-feira, agosto 25, 2011

Show de bola

Uma exibição fantástica, a fazer lembrar as noites europeias da velha Luz, ajudou-nos a ganhar ao Twente (3-1) e a qualificarmo-nos para a Liga dos Campeões. Foi uma vitória justíssima que teve o senão de pecar por (muito) defeito, já que pelas oportunidades criadas deveríamos ter saído da Luz com uma goleada histórica.

Com o Witsel no meio-campo e o Aimar a apoiar directamente o Cardozo, entrámos a todo o gás na partida e a 1ª parte foi um festival de oportunidades falhadas. Fizemos imensos remates, só acertámos dois ou três na baliza, mas mesmo assim a eliminatória já deveria estar decidida ao intervalo. Nolito, Gaitán, Cardozo, todos tiveram oportunidades de marcar, mas parecia que a bola não queria entrar. O Twente só teve um remate perigoso, pelo habitué do Bryan Ruiz, que saiu ao lado da baliza do Artur.

Confesso que ao intervalo tive um mau pressentimento, porque, com tantas oportunidades falhadas, ainda nos sujeitávamos a um daqueles lances em que o futebol é fértil e teríamos a maior injustiça desportiva da história. Felizmente nada disto aconteceu, já que logo aos 46’ o Witsel fez o 1-0 num meio pontapé de bicicleta depois de um desvio de cabeça do Luisão na sequência de um livre do Gaitán. O Twente abanou ainda mais com o golo (na verdade, estava a abanar durante o jogo todo) e fizemos o 2-0 aos 59’ pelo Luisão, que correspondeu muito bem de cabeça a um canto do Aimar. A eliminatória pendia definitivamente para o nosso lado, mas logo a seguir entrou o extremo-esquerdo Ola John que deu tanto cabo da cabeça do Maxi na 1ª mão e o Twente começou a chegar à nossa baliza (antes disso, nem sequer pisavam a nossa área). Mas nós fizemos o 3-0 aos 66’, numa assistência primorosa do Cardozo que isolou o Witsel para este bisar. A partir daqui descansei, porque apesar de no ano passado ter visto o Lyon a marcar três golos nos últimos 15’, o Twente não é propriamente igual aos franceses e este ano temos um guarda-redes na baliza. Guarda-redes esse que, passados 15 anos, voltou a reeditar o espírito do grande Michel Preud’homme ao fazer uma defesa do outro mundo a um cabeceamento do Ruiz. Festejei como se fosse um golo do Benfica! No entanto, e confirmando aquilo que tem que ser resolvido rapidamente, o adversário não precisa de criar muitas oportunidades para nós não acabarmos o jogo a zero e lá sofremos o golito da ordem aos 85’ pelo inevitável Ruiz. Foi uma pequena mancha evitável numa grande exibição.

Individualmente, o melhor em campo foi o Witsel. Marcou dois golos e esteve fantástico de princípio até (quase) ao fim (depois de passar para a direita, apagou-se um bocado e também já estava desgastado fisicamente). Joga bem e joga simples, os dois atributos que mais aprecio num jogador. O Aimar… bem, começam a faltar palavras para ele. É a pura classe em movimento. O Luisão esteve imperial na defesa e participou directamente em dois dos nossos golos e o Cardozo, o tal que “não joga nada”, fez uma partida de enorme sacrifício, fartou-se de rematar (nem sempre bem, é certo) e culminou na assistência preciosa para o 3-0. Cada vez gosto mais do Artur, que dá uma segurança na baliza que há muitos anos não tínhamos. E aquela defesa…! O Emerson foi outro a fazer um jogão e parece mais confiante. Menos bem, continua a estar o Gaitán, que da a sensação de se alhear do jogo durante vários períodos. Tive pena que o Jesus não tivesse deixado o Nolito até ao fim, porque teria tido a oportunidade de bater o recorde de golos consecutivos do rei Eusébio. Mas, enfim, não se pode ter sensibilidade para tudo.

Este jogo deixou-me com água na boca para o resto da época, mas também um pouco apreensivo. Se formos jogar a Champions desta maneira, arriscamo-nos a ter dissabores: não se podem falhar tantos golos. Temos de ser mais eficazes e talvez deixar a nota artística de lado quando estamos perto da baliza. Vamos ver o que o sorteio nos reserva mais logo, sendo que o grande objectivo da época é o campeonato, portanto só temos a ganhar com esta participação.


P.S. - Os desejos para o sorteio de logo estão aqui.

domingo, agosto 21, 2011

À rasca

Vencemos o Feirense por 3-1 num jogo bem mais difícil do que o resultado possa à partida evidenciar. Foi um triunfo justo, mas passámos por um escusado sofrimento já que nos fartámos de desperdiçar golos, especialmente na 1ª parte.

E bastaram os cinco primeiros jogos oficiais para o Nolito entrar directamente para a história do Benfica. Fez o 1-0 aos 14’ e igualou o feito do Eusébio ao marcar em todos eles. Lançamento lateral do Maxi e desvio de cabeça do Cardozo a assistir o espanhol. Até ao intervalo foi um fartote de falhar golos, com uma bola ao poste do Gaitán, ainda desviada pelo guarda-redes, e remates perigosos do Aimar e Nolito.

A 2ª parte foi bastante diferente, já que o Feirense se lembrou que havia uma baliza do outro lado do campo. E lembrou-se rápido, porque o empatou aos 53’ na sequência de um canto em que a nossa defesa ficou a dormir e mais uma vez o Artur foi batido sem culpa nenhuma. Desunimo-nos um bocado e acusámos o golo, porque nada o faria prever, mas não deixa de ser preocupante a forma fácil como neste início de época sofremos golos quando estamos na frente. Há muito trabalho defensivo ainda a fazer, já que não se pode esbanjar vantagens destas. Um livre do Cardozo a 25m da baliza permitiu uma boa defesa ao guarda-redes, mas eles também colocaram o Artur à prova. Entretanto, o Jesus inovou ao tirar um extremo (Gaitán) para colocar um médio-centro (Witsel) numa substituição que não nos favoreceu em nada e só afunilou mais o nosso jogo. Mas uma insistência do Maxi aos 75’ culminou num centro para o Cardozo encostar. Foi um daqueles golos à ponta-de-lança, em que é “só encostar”, mas o Jara também teve um destes em Barcelos, não é? Há uns para os quais “só encostar” é aparentemente mais fácil do que para outros… Este golo deveria ter terminado com o jogo, mas mesmo assim ainda permitimos que o Feirense criasse perigo em duas ocasiões. Numa delas, o Javi García arriscou ao colocar as mãos num adversário, que aproveitou para se deixar cair. O Sr. Hugo Pacheco, se quisesse, poderia ter decidido aqui o jogo. Pouco depois, foi a vez da nossa defesa ficar novamente a dormir e deixar um adversário desviar a bola praticamente na pequena-área. Felizmente, rematou muito torto. A um minuto do fim, o Bruno César, que entretanto tinha entrado, resolveu arrancar para a baliza, fintar dois adversários e rematar cruzado para fazer um golão. Mesmo assim, o Feirense ainda proporcionou ao Artur outra boa intervenção, que evitou que um adversário que furou no meio dos centrais fizesse golo.

Em termos individuais, há que destacar o Nolito por ter entrado na história do Benfica. O Cardozo, que alguns daqueles inteligentes que não gostam de jogadores que marcam golos (há gostos para tudo…) ainda assobiaram nalguns momentos do jogo, lá marcou o golito da ordem e fez uma assistência para outro. Nada mau, para quem “não joga nada”… O Aimar também continua a revelar a sua boa forma e foi como habitualmente dos mais esclarecidos. Uma palavra ainda para o Maxi por ter decidido o jogo, para o Bruno César por ter marcado um golão e para a estreia do Capdevila (futuramente, o lugar tem que ser dele). Do lado negativo, a nossa defesa revelou falhas de concentração, especialmente na 2ª parte, que não são admissíveis.

Conseguimos a vitória, que era o fundamental, mas ainda estamos muito longe daquilo que podemos, e devemos, produzir. O Jesus veio dizer no final que dá mais atenção ao aspecto ofensivo do que ao defensivo, mas sabe melhor que ninguém que a sofrer golos destes não vamos a lado nenhum. Podemos começar a manter a nossa baliza inviolada já na próxima 4ª feira.

P.S. – Muito bem esteve o Jesus ao não responder ao ataque soez de que foi vítima por parte do treinador do CRAC. Qual cão a tentar alegrar ao seu dono, aquela figurinha menor veio atacar vilmente o carácter do nosso treinador, por este ter considerado que o penalty que lhes deu a vitória em Guimarães foi duvidoso. Nada que seja de espantar vindo do clube de onde vem, que só se sente confortável a chafurdar na imundice que lhes está na massa do sangue nos últimos 30 anos.

quarta-feira, agosto 17, 2011

Em vantagem

Empatámos na casa do Twente por 2-2 e temos boas perspectivas de chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões. Foi uma partida bastante difícil, em que tivemos que sofrer um bom bocado, mas fico com a sensação que a poderíamos ter ganho, apesar de o Artur Moraes ter sido o melhor em campo.

Uma jogada de insistência do Gaitán criou a primeira sensação de perigo, mas foram os holandeses a inaugurar o marcador pelo De Jong logo aos 6’ num remate fora da área. Acusámos um bocado o golo e estava difícil conseguir fazer uma jogada de jeito, quando o Aimar rouba a bola no meio-campo e o Cardozo faz um golaço num remate a 25m da baliza. Nada mau para quem “não joga nada”… Era o minuto 21e aos 35’ colocámo-nos na frente numa óptima combinação atacante, em que participaram Cardozo, Gaitán, Witsel e Nolito, que marcou pelo 5º jogo consecutivo. Até final da 1ª parte, o Artur começou o seu show particular ao defender dois remates de golo.

Na 2ª parte, os holandeses entraram muito fortes e criaram várias situações de perigo. A primeira das quais na única falha do Artur, ao não socar bem uma bola na pequena-área. Mas depois o guarda-redes brasileiro esteve fenomenal ao defender dois remates à queima-roupa em lances de golo iminente. Só não conseguiu suster aos 80’ uma cabeçada desse jogador “fantástico, fantástico”, como diria o grande Futre, chamado Bryan Ruiz, que no entanto fez falta descarada sobre o Emerson, ao saltar para a bola. No ataque, estivemos mais discretos, mas mesmo assim, com um pouco mais de concentração no último passe, poderíamos ter colocado alguns jogadores isolados frente ao guarda-redes. O Nolito teve uma oportunidade dessas já muito perto do final, mas o Mihaylov defendeu com a cabeça!

Em termos individuais, é óbvio que o destaque tem que ir para o Artur, que fez uma exibição do outro mundo. Também gostei bastante do Cardozo, que continua a saber marcar golos, mas eu desejo que o continue a fazer no Benfica até acabar a carreira. Pelo mesmo preço, não arranjamos outro tão bom como ele. O Nolito foi outro a fazer um jogão, com o condão de ter durado os 90’ desta vez. O Aimar e Witsel também estiveram muito bem, assim como os centrais e o Javi Garcia. Muito longe da sua bitola habitual está o Maxi Pereira, facto a que não deve ser alheio a sua falta de férias.

Daqui a uma semana, temos a 2ª mão na Luz e esperava-se uma vitória para carimbar definitvamente a presença na fase de grupos da Champions. Aliás, isso só não acontecerá com um resultado negativo, o que seria uma surpresa, já que demonstrámos ter melhor equipa que os holandeses. Mas toda a concentração é pouca, porque para desleixos internacionais já nos bastou a Champions do ano passado.

sábado, agosto 13, 2011

O costume…

Pelo sétimo(!) ano consecutivo não vencemos na 1ª jornada do campeonato, ao empatar em Barcelos frente ao Gil Vicente por 2-2. O que torna as coisas ainda mais inacreditáveis é que aos 20’ estávamos a ganhar por 2-0… Sim, “ainda agora começou”, “temos todo o campeonato pela frente”, blá, blá, blá, mas um empate consentido desta maneira não é nada bom sinal.

Com dois golos em 20’, tivemos um começo auspicioso. Nolito, depois de uma abertura brilhante do Rúben Amorim, e Saviola, depois de uma boa combinação com o Jara foram os seus autores, mas tirando estes dois lances, não criámos assim muitas mais oportunidades. Na defesa, a falta do Luisão sentia-se bastante, porque o Jardel é um susto permanente. Temos aqui um grave problema, porque faltando o Luisão ou o Garay a equipa vai logo ressentir-se. Na direita, o Amorim esteve razoável, mas foi de uma falha dele que o Gil Vicente aproveitou para reduzir ainda antes do intervalo.

Na 2ª parte, tivemos uma óptima oportunidade pelo Jara, mas sofremos o empate a 17’ do fim outra vez pelo Laionel, que já no ano passado tinha marcado o golo da Académica na Luz também na 1ª jornada. Até final, não conseguimos criar mais perigo nenhum e deitámos dois pontos à rua.

Em termos individuais, a 1ª parte do Nolito foi muito boa, mas à semelhança de jogos anteriores ele só tende a durar 45’. O Gaitán continua um pouco desleixado do jogo, o que é uma pena, porque é um jogador fabuloso. O Aimar estava a ser dos melhores, estranhei imenso a substituição ao intervalo, mas o Jesus veio dizer que foi por lesão. Ao contrário dos outros jogos, o Witsel não entrou tão bem, facto a que não será alheio o desgaste da selecção belga. O Jara é muito lutador, mas este jogo provou mais uma vez a falta que o Cardozo faz. À atenção de quem gosta muito de assobiá-lo. É que “é só encostar” tem muito que se lhe diga…

Continuo a não perceber algumas coisas no Jesus: 1) porque é que na parte final do jogo não colocou um jogador alto (Matic?) a ponta-de-lança, acabando por não fazer as três substituições; 2) será que o Urreta não estará nesta altura mais adaptado ao futebol português que o Enzo Pérez e, não durando o Nolito os 90’, não seria útil tê-lo sempre no banco?; 3) entre o Emerson e o Capdevila não devia haver dúvidas…; 4) como é que se pode dizer que a equipa entrou para a 2ª parte convencida que o 2-1 daria para ganhar o jogo…?!

Uma equipa que quer ser campeã não pode deixar-se empatar com um primodivisionário depois de estar a ganhar por dois golos. Simples e básico. Uma falsa partida não augura nada de bom. Mas espera-se uma resposta diferente na Holanda na próxima 3ª feira.