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quarta-feira, dezembro 22, 2004

Benfica - 4 - AD Oliveirense - 1

Confesso que foi das poucas vezes que saí do estádio com um sabor amargo na boca depois de uma vitória. Tive a experiência do que é ser adepto do clube regional e ganhar os jogos com "intervençãozinha arbitral". Posso dizer que é uma sensação bastante desagradável e é precisamente isto que nos separa dos adeptos do clube regional, que não se importam (gostam mesmo) de ganhar humilhando o adversário e com a ajuda do árbitro para ser tudo mais fácil. Os adeptos do Glorioso são diferentes e a prova disso são os poucos aplausos que dispensaram à equipa no fim do jogo e os comentários que fui ouvindo na bancada ao desenrolar dos acontecimentos. Poucos benfiquistas gostam de ganhar "ajudados". Todavia, uma coisa é ver os jogos ao vivo e outra é tirar dúvidas na televisão. In loco, não tive dúvidas que o 1º penalty é bem assinalado, no 2º tive dúvidas, o 3º achei claramente forçado e não me pareceu que a bola tivesse entrado no nosso 2º golo. Através da televisão confirmei que o 1º penalty o é de facto, o 2º também, no 3º fiquei com dúvidas e o 2º golo é bem validado. Conclusão: fomos provavelmente beneficiados no 3º penalty. O árbitro marcou mais de um penalty num jogo e depois? Se dois deles existiram de facto, qual é o problema? Na televisão, verifica-se que o árbitro só tem provavelmente um erro grave nos lances capitais, o que comparado com os supostos três erros graves que me pareceram ao vivo já não é mau.

Mas o essencial a reter talvez seja, mais uma vez, a paupérrima exibição que fizemos. Com uma série de jogadores em má forma (Simão, Karadas, Sokota, Fyssas) e outros lesionados torna-se difícil ganhar mesmo a uma equipa da 3ª Divisão. De positivo, a confirmação que o Alcides tem potencial para ser mesmo reforço, a velocidade do Carlitos (que nos deu dois penalties) e a nossa reacção na 2ª parte e no prolongamento. Apesar de tudo lutámos, mas aos jogadores do Glorioso SLB exige-se outras qualidades para além da combatividade. No entanto, quando temos um treinador que passa a vida a dizer que o "importante é não perder" não podemos ter grandes veleidades em relação às nossas exibições.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Benfica - 1 - Penafiel - 0

Vitória justa num jogo sem Miguel, Luisão, Ricardo Rocha, Manuel Fernandes e Nuno Gomes, ou seja, cinco titulares indiscutíveis. Para além disto, também "não tivemos" o Simão e o Petit, que fizeram dois piores jogos que tenho visto pelo Benfica, embora o Petit me pareça em condições físicas precárias. O jogo nem chegou a ser sofrido, porque o perigo que o Penafiel criou foi pouco ou nenhum. De positivo, a estreia do Alcides embora seja preciso vê-lo num jogo "a sério". Mas apesar destas contingências todas continuamos a jogar muito pouquinho. Nos 30 minutos iniciais jogámos bastante bem, mas depois voltou a monotonia habitual. A história dos ovos e omeletes é verdadeira e aplicável, mas jogarmos invariavelmente só meia-parte (e às vezes nem isso) é difícil de entender. Esperemos que, quando os lesionados voltarem, possamos jogar "para ganhar" em vez de "o importante ser não perder". Estamos no Natal e é este o meu desejo, ouviu Sr. Trapattoni? Mude o discurso e a atitude e pode ser que cheguemos a algum lado.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Afinal, só perdemos um ponto...

Claro que a falta de cinco (!) titulares indiscutíveis, incluindo três dos quatro defesas, faz mossa. Claro que quando a dupla de centrais é constituída por Argel e Amoreirinha não se podem esperar milagres (que, curiosamente, acontecem aos outros, que defrontam equipas obscuras colombianas em finais em vez de equipas reputadas da Argentina ou Brasil, e mesmo assim têm que ganhar nos penalties). Claro que o Simão tem direito a ter dias menos bons. Mas o que é inadmissível é o Benfica ter um treinador que diz estas duas "pérolas" no flash interview da Sport TV no final dos 4-1 no Restelo: "depois do 2-0, o jogo já estava perdido" e "com tantos titulares de fora o mais importante era não perder". Ficámos todos a saber que, afinal, só perdemos um ponto, porque segundo o nosso treinador o empate já era um bom resultado.

Voltamos a bater na mesma tecla: com este tipo de discurso como é que os jogadores do Benfica podem mostrar motivação e vontade de alterar resultados adversos? Percebeu-se perfeitamente na 2ª parte que os jogadores estavam descrentes na possibilidade de conseguir inverter o rumo do jogo. Quando o próprio treinador diz que dois golos de diferença, ainda na 1ª parte, são irrecuperáveis. Meu caro senhor Trapattoni: o único resultado que é bom para o Benfica é a vitória! Sempre foi e sempre será. Não quer dizer que a possa conseguir sempre, mas tem que lutar sempre por ela, mesmo que esteja a perder por dois, três ou quatro. Veja se mete de uma vez por todas na cabeça que o historial do Benfica não permite que se entre em campo com a ideia de que "o importante é não perder"! E que os sócios e adeptos não vão ficar satisfeitos, como o senhor provavelmente ficaria, se chegarmos ao fim do campeonato com mais 20 pontos do que temos agora, resultantes de 20 empates consecutivos, porque "o importante é não perder"...

Será que o Pai Natal não nos pode pôr o Camacho no sapatinho?

terça-feira, dezembro 07, 2004

Onde fica o ombro?

Ganhámos por 2-1 ao Estoril num jogo de bastante sofrimento e finalmente aproveitámos na íntegra (que é como quem diz, ganhando 3 pontos) um deslize do clube regional. Já há bastante tempo que isto não acontecia, mas alguma vez teria de ser. Continuamos a jogar muito pouco, estamos cada vez mais Simão-dependentes e a malapata das lesões parece não ter fim (dos titulares indiscutíveis já só falta o Simão magoar-se), mas ao menos regressámos às vitórias.

De qualquer maneira, o que mais vai ficar lembrado do jogo de ontem é que assistimos a uma das piores arbitragens de que há memória. Este jogo deveria ser mostrado a todos os candidatos a árbitros para lhes mostrar o que é apitar sem classe. O Estoril passou a maior parte do tempo a dar sarrafada, o Simão e o Zahovic foram violentamente derrubados em lances de possível contra-ataque e cartões amarelos nem vê-los. O Manuel Fernandes é agredido sem bola, responde, é expulso e o jogador do Estoril fica impune. Cada vez que o Karadas saltava à bola era falta atacante. Mas a grande discussão é sobre o penalty a nosso favor. Tenho algumas perguntas a este respeito: onde fica o ombro? Ficará no cotovelo, no braço ou na mão? O jogador do Estoril tocou ou não no Karadas? Se fosse no meio-campo era apitada falta ou não? É claro que o Karadas se aproveitou da situação e caiu de forma aparatosa, mas o que é certo é que foi desviado pelo adversário e não foi pelo ombro deste. Ao menos, neste caso, o árbitro não errou.

sábado, dezembro 04, 2004

clube regional - 0 - Beira-Mar - 1!!!

He, he, he, he, he! O clube regional teve a segunda derrota consecutiva em casa, algo que eu nunca me lembro de ter acontecido. O Beira-Mar, que convém recordar não ganhava há oito (!) jogos, foi triunfar no Dragon. O árbitro, coitado, num acto bastante corajoso lá arriscou ter que ser ouvido também pela juíza e conseguiu considerar uma simulação (expulsando com duplo amarelo) de um jogador aveirense uma jogada em que este foi derrubado, quando se ia isolar para a baliza do clube regional. Mas nem mesmo assim o clube das riscas conseguiu dar a volta ao resultado. Depois da alegria vespertina, com o presidente do clube regional a ser constituído arguido, todos os desportistas tiveram outra inesperada satisfação na noite de hoje. É o que se chama um dia perfeito!

P.S. - Será que é desta que o Glorioso aproveita uma escorregadela do clube acima citado para anular a diferença pontual? Cada vez mais me convenço que, se tivéssemos o Camacho, chegaríamos ao fim da primeira volta praticamente campeões!

Finalmente arguido!

Será desta? Sinceramente duvido... Como se diz aqui, no post Os campeões, "quando se acusa alguém sério e honesto, parece-me que quem estará mais interessado em esclarecer as coisas será o acusado, para que não restem dúvidas quanto à seriedade e honestidade que são postas em causa". No caso do presidente do clube regional, que foi hoje detido para interrogatório, nunca houve esta preocupação. Até que hoje foi a juíza, elle-même, a querer ouvi-lo. Pode ser que o que TODA a gente sabe, que o clube regional tem vindo a ser favorecido de forma ESCANDALOSA pelos árbitros durante os últimos 20 anos, seja finalmente provado e que os culpados sejam colocados onde merecem. Mas o mais certo é acontecer o que acontece invariavelmente no nosso país, ou seja, a montanha parir um rato. Todavia, a esperança é a última a morrer e desejamos todos ardentemente que esteja a mudar alguma coisa para que a pouca vergonha acabe de vez. Ou será que ainda há alguém que pense que um certo clube ser sistematicamente beneficiado pelas arbitragens é pura coincidência?

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Beveren - 0 - Benfica - 3

Facto #1 - O Benfica precisava, pelo menos, do empate para conseguir a qualificação para os 16avos de final da Taça Uefa;
Facto #2 - O Benfica tinha, à partida para o jogo, um golo de vantagem e o Estugarda seis. Sendo o critério de desempate a diferença de golos, se o Benfica ganhasse ao Beveren por 6-0 ficaria com um golo de vantagem em relação ao Estugarda. Ou seja, o Estugarda teria de ganhar por mais de um golo ao Zagreb na última jornada. Se ganhássemos por 7-0, o Estugarda teria de ganhar por mais de dois e assim sucessivamente;
Facto #3 - Ganhar por 6-0 seria complicado, mas o Beveren tinha perdido 5-1 com o Estugarda e 6-1 com o Dínamo Zagreb. Para além do mais, a partir dos cinco minutos ficámos a jogar contra 10 com a expulsão do guarda-redes;
Facto #4 - A diferença entre ficar em 1º ou 2º lugar no grupo é a diferença entre apanhar equipas como presumivelmente Basileia, Besiktas, Club Brugges, Sochaux, Villareal, Auxerre e Zenit ou Liverpool, Real Madrid, Ajax, Fenerbahçe, Panathinaikos, Celtic e Valência;
Facto #5 - Durante a 1ª parte criámos oportunidades mais do que suficientes para fazer até mais que seis golos, mas na 2ª inexplicavelmente deixámos de jogar;
Facto #6 - A não ser que o Estugarda não ganhe o jogo com o Dínamo de Zagreb (o que, relembrando o que o Zagreb jogou na Luz, irá ser bastante difícil de acontecer), lá ficaremos no 2º lugar.

A minha pergunta é: porque é que não tentámos, nomeadamente na 2ª parte, marcar mais golos? Porque é que passámos o tempo todo a jogar para o lado e para trás? Mesmo a jogar a passo, não poderíamos ter sido um pouco mais objectivos na procura do golo? Será que é assim tão indiferente ficar em 1º ou 2º? Ganhámos por 3-0, mas convém não esquecer que a equipa deles é muito fraca e que jogámos contra 10 praticamente o jogo todo. Parece que estamos sem alegria a jogar e, quando estamos em vantagem no marcador, nos esquecemos que o objectivo de um jogo de futebol continua a ser meter a bola na baliza adversária. A jogar desta maneira não entusiasmamos ninguém e o pior é que não estou a ver ganharmos algum título. Mas espero bem que me engane...

segunda-feira, novembro 29, 2004

Era de esperar...

Sem quatro titulares indiscutíveis, com o penalty do costume por marcar (o Sr. António Costa rouba-nos dois penalties em anos consecutivos em Leiria, quando será que acaba a carreira?), com uma bola ao poste com 0-0, sendo o guarda-redes adversário o melhor em campo e com o abono de família (Simão) desinspirado é natural que tenhamos sido derrotados. Isto tudo não invalida que a exibição tenha sido fraquíssima, na senda de exibições anteriores. Falta-nos alegria a jogar, alguns jogadores (Paulo Almeida e Geovanni, por exemplo) pura e simplesmente não existem, a quantidade de passes que efectuamos para o lado e para trás na zona de meio-campo é enorme, não há velocidade de processos, nomeadamente na transição da defesa para o ataque, enfim, há um sem-número de coisas que estão mal. Finalmente fizemos as três substituições e, de facto, melhorámos um pouco com o Zahovic, que, apesar de ter falhado um golo de baliza aberta, ao menos apareceu isolado à frente do guarda-redes e deu outra movimentação à equipa. A substituição de defesas-esquerdos já é mais difícil de entender e a não-utilização do Everson, com o meio-campo a não dar mostras de conseguir fazer pressão sobre o adversário, também (afinal, foi contratado para quê?).

O problema principal reside no discurso do treinador e na sua correspondência prática. Quando empatámos com o Braga em casa foi bom, porque "ao menos não perdemos e conquistámos mais um ponto". Quando perdemos com o clube regional (roubados, é certo), não havia motivos para alarme porque "ainda continuamos na frente". O empate com o Gil Vicente, o empate com o Rio Ave e a derrota em Leiria fazem parte de um "campeonato longo" e é importante "manter a cabeça fria". A equipa está formatada para jogar para trás, sempre na retranca, sem fazer pressão atacante sobre o adversário e assim é difícil ganhar jogos. Ontem, segundo o nosso treinador, "merecíamos pelo menos o empate" e a "equipa estava cansada do esforço (?) de quinta-feira". Lá está, se tivéssemos empatado o treinador estaria satisfeito porque, pelo menos, não teríamos perdido. Com este género de discurso, não estou a ver como é que os jogadores se capacitam e metem na cabeça que têm que fazer TUDO para ganhar e que o empate, para o Benfica, é quase sempre um mau resultado! E, já agora, que "esforço" fizemos na quinta-feira?! Foi a primeira meia-hora onde ainda jogámos qualquer coisita que nos cansou? Ou "esforçaram-se" muito durante a restante hora, onde nos limitámos a controlar o jogo e criámos somente duas oportunidade de golo? (Não houve uma outra equipa que também jogou quinta-feira, por acaso num sítio bem perto na ex-URSS? É estranho que, neste caso, o cansaço lhes tenha dado para marcar oito golos em dois jogos...)

Pelas minhas contas, ficaremos hoje a três pontos do 1º classificado e é um facto que "nada está perdido". Vamos ver é até quando...

sexta-feira, novembro 26, 2004

Um grande problema

Ganhámos por 2-0 num jogo que, felizmente, acabou por não ser muito difícil. E, para isso, muito contribuiu o bom desempenho defensivo, se exceptuarmos uns 10 minutos a meio da 2ª parte, onde pareceu haver algum desnorte e o Zagreb criou duas oportunidades de golo quase consecutivas. O problema é que, mais uma vez, a 2ª parte foi uma total nulidade em termos atacantes, tirando a jogada do Sokota à barra e o falhanço do Simão quase no fim do jogo. E, como a última imagem é a que fica, a equipa foi assobiada no final por alguns adeptos. Como dizia o avô da Leonor Pinhão, citado pela própria, "assobiar o Benfica é pior do que bater na mãe" e acho inadmissível que se assobie a equipa num jogo europeu e em que estamos a ganhar por 2-0! Se uma equipa não tem os adeptos do seu lado não consegue ir a lado nenhum e, neste momento, deve ser mais fácil para os jogadores jogarem fora da Luz do que na Nova Catedral.

Isto não equivale a dizer que eu aprecie a maneira como estamos a jogar, bem pelo contrário. Não acho normal que nos cantos a favor do adversário não haja nenhum jogador do Benfica sequer a meio do nosso meio-campo! Está tudo acantonado na nossa grande área! Até o Rio Ave, já empatado 3-3 na Luz, tinha dois (!) jogadores na linha de meio-campo. O problema é que a equipa está formatada para jogar para trás e para o lado assim que está em vantagem. Não criamos situações de contra-ataque e lances de perigo nem vê-los. Futebol atacante é algo que não consta do dicionário do nosso treinador. Quando estamos em vantagem esquecemo-nos que existe uma baliza no outro lado do meio-campo. E os adeptos lidam mal com a falta de ousadia da equipa. Isto não quer dizer que eu pense que devêssemos partir à maluca para cima do adversário, a ganhar por 2-0, mas entre isto e não ter a mínima tendência para passar do nosso meio-campo vai uma grande diferença.

Já aqui escrevi e volto a repetir: é óbvio que não me importo de ser campeão a ganhar todos os jogos por 1-0, mas duvido que o consigamos ser a jogar desta maneira. Basta aparecer um Rio Ave, a jogar mais atrevido, que dois golos de vantagem já se viu não serem suficientes, porque a equipa não mostra nem capacidade de reacção nem cria situações de perigo para colocar o adversário em sentido. Se o Zagreb tem marcado um golo na 2ª parte, lá acabaríamos o jogo à rasca.

Acho que ficaríamos muito melhor se o Camacho voltasse, mas assobiar o Benfica é que nunca!

P.S. - O que é que o clube regional fez para merecer a sorte de ter, num jogo decisivo, um adversário a marcar um penalty daquele maneira?!

quarta-feira, novembro 24, 2004

Razão vs. Coração

Diz a razão que seria melhor o clube regional ganhar hoje para ainda manter esperanças de continuar nas competições europeias. E seria melhor porque teria os jogos europeus para se cansar e distrair e não se preocuparia exclusivamente com o campeonato (já que parece que conquistar a Taça de Portugal irá ser difícil este ano...). Ou seja, pela lógica deveria torcer pelo clube regional.

Só que... queremos mesmo que uma equipa (infelizmente) portuguesa continue na Europa a tentar marcar golos depois de simular a devolução da bola ao adversário, na sequência da lesão de um jogador deste, como aconteceu recentemente no jogo com o PSG? Não me parece... Mesmo ficar indiferente a uma vitória do clube regional seria muito contra-natura e é quase sempre impossível ir contra o coração, portanto: FORÇA CSKA!

P.S. - Gostaria de saber quem é que vai ser responsabilizado pela utilização do Miguel no passado Domingo que fez com que ele vá parar, pelo menos, três semanas. E, também, quem teve a brilhante ideia de o colocar a jogar na 2ª parte contra o Oriental depois de estarmos a ganhar por 1-0. Não será incompetência a mais?

segunda-feira, novembro 22, 2004

Arriverdeci, Sr. Trapattoni!

Pois é, a paciência e o benefício da dúvida esgotaram-se de vez. Nunca fui a favor de mudanças de treinador a meio da época, não só por não ser uma tradição centenária do Benfica, como por geralmente não haver benefícios directos disso. O novo treinador demora sempre algum tempo a conhecer os jogadores, e a equipa, e raramente se conseguem cumprir os objectivos imediatos. Mas neste caso é diferente. Ok, se o Florentino Pérez não tivesse despedido o Del Bosque depois de ser campeão, provavelmente teria ganho o campeonato no ano passado e, mais importante ainda, o Camacho ainda seria treinador do Glorioso. O resto da história é conhecida, mas o que é facto é que agora o Camacho é um treinador livre outra vez. E do ano passado para este ano, na equipa principal só saiu o Tiago, ou seja, o Camacho conhece muito bem o Benfica e a grande maioria dos seus jogadores, e consequentemente não haveria o tal período de adaptação. Então, DO QUE É QUE ESTAMOS À ESPERA?!

Não é preciso ser bruxo para ver que com o Sr. Trapattoni será muito difícil nós ganharmos algo este ano. Contra o Anderlecht fiquei bastante preocupado, contra o Estugarda mais preocupado ainda, contra o clube regional (apesar da Benquerença ajuda) a 1ª parte foi miserável, contra o último classificado perdemos uma oportunidade rara para nos distanciarmos do clube regional e hoje foi a gota-de-água. Depois da perda de pontos dos adversários, ou ganhávamos hoje ou mostrávamos que não tínhamos estofo de campeões. E o que é que mostrámos? Uma 1ª parte fabulosa, mas esquecemo-nos de entrar em campo depois do intervalo. E é aqui que deveria ter entrado a mão do treinador, caso tivéssemos um. Algumas perguntas que gostaria muito de ver respondidas:

- Depois de ter saído o Karadas, numa clara demonstração de receio do adversário e sinal inequívoco para a equipa recuar, e não haver mais nenhum avançado no banco para se juntar ao Sokota, porque é que não acabámos o jogo com o Luisão ou Argel a ponta-de-lança (lembram-se do jogo da Taça contra o Nacional no ano passado?) para o chuveirinho final? Ah, é verdade, se calhar eram precisos cá atrás, não fosse o Rio Ave marcar outro golo...
- Como é que o Miguel faz os 90 minutos depois de vir de uma lesão e em evidente dificuldades físicas? Não estaria o João Pereira no banco?!
- Como é que, tendo o meio-campo (Petit, Manuel Fernandes e Geovanni) dado o berro na 2ª parte, não entra ninguém para equilibrar as coisas? O plantel é curto, mas também o era no ano passado e raramente não fazíamos as três substituições.
- Como é que é possível só fazermos uma substituição num jogo em que sofremos o empate a 10 minutos do fim? O Zahovic nem para 10 minutos dá?

O que é trágico é que não criámos um único lance de perigo a seguir ao empate. Pior ainda, só criámos um lance de perigo (pelo Luisão) na 2ª parte inteira! Os golos do Rio Ave não foram fortuitos, todos perceberam que eles poderiam acontecer a qualquer momento. Menos o nosso treinador... Ou se se apercebeu disso, nada fez para os contrariar. E depois, no fim, vieram as declarações do costume, "a Superliga é longa, nada está perdido, blá, blá, blá". Curiosamente, hoje não disse que foi bom, porque sempre é um ponto e poderíamos ter perdido (e é verdade, a haver um vencedor temos que reconhecer que era justo que fosse o Rio Ave). Não me venham com a história que o Sr. Trapattoni ganhou muitos títulos na carreira. Também o Pélé e o Eusébio, mas não é por isso que ainda jogam hoje. Há um tempo para tudo e o tempo do Sr. Trapattoni infelizmente esgotou-se. Não é por acaso que em Itália já não pode treinar por causa da idade. Como disse num post anterior gostaria imenso de engolir estas palavras no final do ano, mas como referiu hoje o Sokota "muito dificilmente vamos ganhar o campeonato se jogarmos assim". Eu acrescentaria: "muito dificilmente vamos ganhar qualquer coisa com este treinador". O discurso sempre cauteloso ("não podemos é perder") e atitude sempre defensiva (será que ainda não reparou que é preferível ganhar um jogo e perder outro do que ter dois empates?), os sucessivos desaires em jogos importantes, o desperdício de ocasiões de ouro para nos distanciarmos dos rivais, a falta de resposta no banco para diferentes situações de jogo só podem levar a uma conclusão: Arriverdeci, Sr. Trapattoni! Ainda vamos a tempo, se queremos ganhar algo este ano.

domingo, novembro 21, 2004

Um dia maravilhoso!

Melhor era impossível! Ok, era possível com duas derrotas em vez de dois empates, mas também não vamos ser muito gananciosos. Três resultados excelentes com a particularidade dos golos do nosso contentamento terem surgido nos minutos finais dos três jogos. Que é quando são mais saborosos e tornam os festejos mais intensos.

No único jogo que vi um bocado (a parte final), os lagartos estavam a dominar, mas um canto salvador fez com que o Beira-Mar empatasse. Entretanto, e pelas repetições, parece-me que há um penalty a favor do Beira-Mar, mas enfim...

Em Stamford Bridge, o melhor treinador da história do futebol lá teve de se contentar com um empatezinho depois de estar a ganhar por 2-0. Se ele disse que não gostou do Tottenham-Arsenal da semana passada, porque se uma equipa sua sofresse 4 ou 5 golos ficava envergonhado, o que é que ele dirá esta semana quando perdeu uma vantagem de dois golos a jogar em casa? A sorte deste ser cuja arrogância está sempre a atingir novas fronteiras foi que o Arsenal empatou em casa, caso contrário lá estaria de volta ao 2º lugar.

E o melhor fica para o fim: o clube regional perdeu pela 1ª vez no seu novo estádio! Eu estava a conduzir e quase ia tendo um acidente com a alegria dos festejos. Igualmente pela 1ª vez em vários anos, o clube regional teve um jogador expulso por agressão ao adversário. Se as arbitragens fossem sérias, toda a gente sabe que este clube jamais acabaria os jogos com 11, mas o McCarthy excedeu-se hoje. Se se tivesse ficado pela habitual cotovelada, não aconteceria nada (o Jorge Costa, o Costinha, o Maniche ou o Derlei certamente já o instruíram nesta arte), mas resolveu aplicar um gancho de esquerda e o árbitro, coitado, não teve outro remédio. Gostaria de fazer um apelo ao Conselho de Disciplina da Liga e da Federação para nunca mais castigarem o Victor Fernandez. Está mais que provado que o lugar dele tem que ser no banco! Para que as coisas ainda fossem mais belas, efectivamente o Cafú está ligeiramente adiantado (como diz aqui, tantos centímetros quantos a bola entrou na baliza do Baía na Nova Catedral) quando marca o golo. Pensei que, também pela 1ª vez em vários anos, o clube regional fosse prejudicado pela arbitragem (o que, pelas minhas contas, faria com que faltassem 450 jogos de prejuízo para equilibrar a balança entre benefícios e prejuízos nestes 20 anos, em que dos cerca de 600 jogos disputados para o campeonato, o clube regional foi beneficiado em pelo menos 75% deles), mas constou-se-me que o Toñito marcou um golo que foi mal anulado. Afinal a balança ainda não começou a reequilibrar...

Para ser um fim-de-semana de sonho, só falta ganharmos amanhã ao Rio Ave. Espero que, para variar um bocado, não copiemos as abébias dos adversários, porque dádivas destas (e ainda por cima a dobrar) não acontecem todos os fins-de-semana.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Fim-de-semana para esquecer

Para além do (infelizmente) já habitual discurso do Trapattoni do "foi um bom resultado porque poderíamos ter perdido", voltámos a cair num outro erro: um jogador isola-se em frente ao guarda-redes, tem possibilidade de marcar e prefere atirar-se para o chão para simular um penalty. Ia-nos custando a eliminação frente ao Rosenborg no ano passado e quiçá custou-nos a vitória na Madeira este ano. Espero que o Sokota leve uma multa por isto. O empate contra este Marítimo foi um resultado normal (apesar de não devermos entrar num jogo a pensar que empatar não é mau...), mas perdemos o 1º lugar por causa de não aproveitarmos há duas semanas a dádiva do fcp contra o Nacional. Deveríamos ter, obviamente, ganho o jogo contra o último e assim estaríamos agora ainda um ponto à frente do clube regional.

Apesar de tudo, e mesmo tendo sido a nossa 2ª parte contra o Marítimo muito fraca, jogámos melhor que o fcp contra o Gil Vicente. Continua tudo na mesma: lance duvidoso e decisivo? É sempre assinalado a favor do clube regional. Neste caso, efectivamente, parece-me que não há penalty do Nuno, mas a pergunta (de retórica, obviamente) é: se fosse ao contrário, o que teria o árbitro assinalado? Dois golos caídos do céu, um falhanço clamoroso do Braima a oito minutos do fim, ainda com 1-0, e eis como se ganham 3 pontos a não jogar nada.

Quanto aos lagartos só uma pergunta: será que uma equipa que até deixa o Pinilla marcar merece estar na Superliga?

terça-feira, novembro 09, 2004

Os lagartos não são de confiança

Quando o Ricardo oferece um golo ao clube regional, o árbitro pode respirar de alívio por não ter que dar a ajudinha necessária (embora, claro, o Jorge Costa e o Maniche tenham feito as agressões do costume na disputa da bola, mas ainda está para vir o dia em que um jogador do clube regional é expulso numa situação destas). O Moreira nunca sofreria aquele golo, porque obviamente socaria a bola. Espero que o Scolari se convença de vez sobre quem é o melhor guarda-redes português. Embora haja outro que, de facto, tem qualidades únicas: defende com as mãos fora-da-área e nunca lhe acontece nada, e ultimamente até consegue defender golos. Mas como é Scolari é inteligente certamente saberá que a Benquerença nos jogos da selecção é diferente...

E eu que pensava que os lagartos me poderiam dar uma alegria se o jogo corresse anormalmente. Afinal, correu anormalmente, mas perderam. Contra grandes equipas nacionais (como o Glorioso) galvanizam-se, contra grandes equipas regionais já não mostram o mesmo empenho. Nunca se pode confiar neles...

segunda-feira, novembro 08, 2004

Antevisão do clube regional vs. lagartos

Uma das duas vezes por ano que eu torço pelos lagartos vai acontecer daqui a pouco. Se tudo correr anormalmente, teremos um jogo equilibrado. Se tudo correr normalmente, o 12º, 13º e 14º elementos da equipa da casa (habitualmente vestidos com umas camisolas diferentes) ajudarão o clube regional ganhar. Se o clube regional ganhar sem casos, teremos assistido a um autêntico milagre. Mas é quase certo que o Sr. António Costa não nos desiludirá.

P.S. - Vamos ter oportunidade de ver, pela primeira vez, se o maior caceteiro do futebol português actual, a.k.a. Costinha, depois de ter provado do seu próprio veneno em Guimarães, mudou finalmente a sua maneira de jogar. Seria um outro milagre.

Será que ainda há dúvidas?

- De que o Karadas é, de longe, o ponta-de-lança mais decisivo do Benfica? E de que, quando joga de início, marca sempre e/ou dá a marcar? Infelizmente por maus motivos (a lesão grave do Nuno Gomes), parece que finalmente irá ser titular.
- De que o Benfica rende muito mais a jogar com dois pontas-de-lança?
- De que com o Petit jogamos com 12 em vez de ser com 10?
- De que o Benfica tem que jogar sempre, COMO É ÓBVIO, para ganhar?

Finalmente fizemos uma boa exibição e marcámos quatro golos para o campeonato na Nova Catedral. Se nos mantivermos assim, e naturalmente com o Miguel (aquele Amoreirinha a defesa-direito é um autêntico passador), estamos definitivamente no bom caminho. O coitado do Paulo Costa bem tentou (começou logo por marcar falta a um corte limpíssimo do Luisão aos 20 seg. e não assinalou dois faltas do tamanho dos Himalaias sobre o Karadas, tendo inclusivamente numa delas, quando o adversário se atirou para cima dele, marcado falta ao Karadas!), e de certeza que as coisas se tornariam complicadas caso o jogo fosse mais equilibrado, mas estes pequenos pormenores, que são elucidativos sobre a forma com um árbitro quer condicionar uma das equipas, felizmente acabaram por não ter importância no resultado.

quinta-feira, novembro 04, 2004

"Podemos sofrer, mas não perder" - Trapattoni dixit

Pois é, alguém se importa de explicar ao Sr. Trapattoni que o Sport Lisboa e Benfica joga SEMPRE para ganhar? Não foi, não é e nunca será nossa tradição jogar para não perder! O nosso glorioso passado jamais o permitirá. Alguém lhe explica que uma das máximas do futebol é "quem joga para empatar acaba quase sempre por perder"? Foi demasiadamente má a nossa exibição hoje, sem velocidade, sem vontade e sem confiança. E porquê? Quem é que deu ordens aos jogadores para se fecharem todos lá atrás e partirem para o ataque à velocidade de caracol? Porque é que era importante "não perder"? Estaremos porventura numa eliminatória em que só uma das equipas é apurada? Serão estes jogos a eliminar? Porque é que não poderíamos jogar para ganhar? As declarações do Sr. Trapattoni ontem não auguravam nada de bom e, infelizmente, confirmaram-se na prática. O Benfica fez uma exibição paupérrima e foi goleado outra vez por uma equipa relativamente secundária e perfeitamente ao nosso alcance (ou melhor, ao alcance de uma equipa do Benfica que não fosse treinada por um senhor que se limita a jogar para "não perder").

Poderíamos até jogar mais na expectativa, mas tínhamos obrigação de, quando estivéssemos com a posse de bola, partirmos em velocidade para o contra-ataque. Até tínhamos jogadores para isso (Simão, Geovanni, João Pereira), mas nunca o fizemos. Houve várias coisas que correram muito mal: enquanto o Petit não voltar, continuaremos a jogar com 10; não tínhamos outra vez o Miguel e o Amoreirinha não é lateral-direito; o Geovanni desperdiça consecutivamente as oportunidades que lhe são dadas no seu lugar de "origem" (segundo ele); o nosso atacante em melhor forma continua a sentar-se no banco; o Nuno Gomes está irreconhecível e é sistematicamente impedido de jogar com outro ponta-de-lança ao seu lado; estamos a perder por 2-0 e trocamos um ponta-de-lança por um médio, com o Sokota no banco. O perigo que criámos ou foi por passes errados do adversários (quando o Simão se isolou) ou através de remates fortuitos (Manuel Fernandes ao poste e Karadas de cabeça). Raramente construímos uma jogada com princípio, meio e fim.

O Sr. Trapattoni veio dizer no final que, depois de sofrer o 1º golo, começou a pensar mais no jogo contra o V. Setúbal! Perdão?! Está 1-0 e já damos o jogo como perdido?! [correcção: afinal o Sr. Trapattoni fez este comentário a seguir ao 2-0, mas pela maneira como (não) jogámos bem poderia ter sido a seguir ao 1º golo; de qualquer modo, 2-0 é irrecuperável?! Nacional-clube regional, Benfica-Heerenveen?!] Mas o que é isto?! Ou se assume que o jogo pode ser perdido (como efectivamente poderia sem ficarmos eliminados de nada) e aí jogamos com os suplentes para poupar os titulares, ou temos um prestígio a defender e não é com derrotas consecutivas por 3-0 que o defendemos. Um "anderlecht" por época ainda se atura, mas este já é o segundo... No ano passado sofríamos muitos golos, apesar de também os marcarmos. Realmente estamos diferentes este ano, continuamos a sofrê-los, mas não os marcamos. Será preferível perder 4-3 contra o Inter ou 3-0 contra o Estugarda? Não se conseguirá arranjar um lugarzito de "prestígio" na FIFA ou UEFA para este senhor (como o clube regional fez há uns anitos com o Ivic) para irmos buscar o Camacho de volta? Espero, com toda a sinceridade, estar redondamente enganado e ter que fazer mea culpa no fim da época, mas, se continuarmos com esta mentalidade de "não perder", não vejo que possamos chegar a algum lado com o Sr. Trapattoni.

quarta-feira, novembro 03, 2004

A equipa que envergonha o desporto

Por volta dos 85 minutos de jogo, o árbitro interrompeu uma jogada do PSG a meio-campo porque estava um jogador francês caído na área. Quando o jogo é retomado com o lançamento da bola ao solo, os jogadores do PSG nem se fizeram ao lance e deixaram o Maniche à vontade para lhes devolver o esférico. Só que o Postiga começa a correr em direcção à baliza, o Maniche passa-lhe a bola e só não foi golo porque o guarda-redes defendeu. Por um lado, até preferia que o clube regional tivesse ganho o jogo com este lance para que todo o mundo civilizado verificasse (caso ainda tenha dúvidas) o quão EXECRÁVEL este clube é! Em Inglaterra, um jogo foi repetido porque o Sr. Arsène Wenger achou que o seu clube não tinha tido fair-play numa jogada semelhante. Estão a ver o mesmo acontecer no Dragon? Eu também não...

É por estas e por outras que eu não percebo como é que há pessoas que ficam contentes com as vitórias deste clube que não só envergonha o nome de Portugal, como é uma afronta aos valores que estão na base do desporto. É indiscutivelmente o clube mais NOJENTO do mundo! Felizmente, se tudo correr como desejamos, estará rapidamente fora das competições europeias e não veremos mais atitudes ESCATOLÓGICAS como estas (habituais cá dentro, como todos sabemos) embaraçarem o nosso país lá fora.

P.S. - Ainda por cima, queixam-se do árbitro. Só nos últimos cinco minutos houve uma carga sobre o guarda-redes do PSG convertida num canto, um livre perigoso inventado à entrada da área que o Carlos Alberto desperdiçou e o jogo termina com um jogador do PSG a correr isolado em direcção à baliza... Serão burros ou acham que somos todos cegos?!

terça-feira, novembro 02, 2004

Dois desejos para hoje

Espero que quem é desonesto, quem é mentiroso, quem utiliza meios ilícitos para atingir os seus fins, quem envergonha o país de que faz parte, tenha a derrota que merece. Go Kerry! Allez PSG!

segunda-feira, novembro 01, 2004

O desperdício do costume

Desde há alguns anos que é (quase) sempre assim. Quando jogamos a seguir ao clube regional, e este perde pontos, nós costumamos retribuir a dádiva. No Sábado, ainda por cima depois de mais um golito do clube regional em claro fora-de-jogo (o Derlei não toca na bola, mas perturba o guarda-redes) e de um penalty por assinalar (os erros do costume desse tal Paulo Costa), o Nacional conseguiu proporcionar uma grande alegria à população portuguesa nos últimos 5 minutos de jogo. O clube que todos nós pagamos e que tem um estádio para 3.000 (!) pessoas justificou finalmente a sua existência.

Estava com um mau pressentimento em relação ao nosso jogo por três motivos: não tínhamos nem o Miguel nem o Petit, o clube regional tinha empatado e o Gil Vicente tinha trocado de treinador (e estaria, como se verificou, muito mais motivado). No entanto, e pela primeira vez nos últimos três jogos, não temos razões de queixa da arbitragem. Se empatámos o jogo foi por culpa nossa. Claro está que acabámos por ter sorte com um golo daqueles (um livre muito mal marcado pelo Simão, com a bola a ir ao ombro do adversário) aos 95 minutos, mas, por outro lado, tivemos pelo menos sete oportunidades de golo (João Pereira 2x, Simão 2x, Manuel Fernandes, Ricardo Rocha, Sokota) contra duas do Gil Vicente, que na 2ª parte nem sequer rematou à nossa baliza. O Trapattoni errou ao colocar o Amoreirinha em vez do Giovanni (caramba, estávamos a jogar contra o último classificado), com o João Pereira (o melhor do Benfica neste jogo) a defesa direito, mas esteve muito bem nas substituições. Todavia, não se percebe como é que o Karadas, o nosso avançado em melhor forma actualmente, não é titular. O Nuno Gomes parece que já se esqueceu do jogo com o Rosenborg e simulou outra vez um penalty em vez de rematar à baliza. Acho que lhe fazia bem um estágio pelo banco e espero que o Trapattoni tenha percebido a utilidade de ter dois pontas-de-lança no banco e não deixe mais um deles na bancada. O Fyssas foi o coveiro pela 2ª vez (já tinha sido contra o clube regional) e duplamente, já que foi inacreditável a forma como se deixou bater pelo Nandinho no golo e como se fez expulsar por uma simulação grosseira.

Lá mantivemos o 1º lugar, mas para além do clube regional já só temos os lagartos a 3 pontos (voltou o Rochemback e começaram a jogar). Claro está que, para a semana e se ganharmos, estarão novamente a 6, seja por erros próprios, seja por uma mãozinha do 12º, 13º e 14º jogador que estão sempre presente no Dragon. Vai uma apostazinha?

quinta-feira, outubro 28, 2004

Júbilo nacional!

Há 25 anos que não tínhamos uma alegria tão cedo, com o fcp ser eliminado logo na 1ª eliminatória da Taça. Portugal acordou mais feliz hoje!

O Glorioso lá cumpriu a sua obrigação e não reeditou o fantasma Gondomar (que, como há males que vêm por bem, convém não esquecer, permitiu a entrada de um tal de Jose Antonio Camacho no Benfica). O Sokota ressuscitou, mas não percebi a entrada do Miguel. Porque é que o Trapattoni colocou um dos jogadores mais utilizados do plantel a jogar a 2ª parte inteira, quando o jogo estava mais ou menos controlado? Espero que a lesão não seja grave (embora duvide que possa jogar no Domingo), mas nós temos sempre um galo em jogos destes (já no ano passado, o Petit teve uma lesão muscular no jogo com o Belenenses na meia-final da Taça, quando já estávamos a ganhar por 3-0) que parece de propósito. No entanto, houve algo que me fez muita confusão ontem: quando o Oriental marcou um golo, houve adeptos de Benfica que aplaudiram! OK, eu sei, o clube é treinado pelo grande Chalana e estávamos a ganhar por 3-0, mas aplaudir um golo contra o Benfica?!?! Há valores sagrados que deveriam estar acima de tudo!

P.S. - Espero que a saúde do Costinha melhore, mas enquanto ele continuar fora dos relvados as pernas e as caras dos adversários agradecem. Quem agride constantemente colegas de profissão de outras equipas arrisca-se a ver o "feitiço virar-se contra o feiticeiro"... Pode ser que, depois de ter sofrido uma entrada "à Costinha", ele próprio se torne num jogador mais leal e correcto no futuro.

segunda-feira, outubro 25, 2004

À conquista do 2º lugar!

Fraca exibição, mas ganhámos apesar de tudo (e de todos). Grandes golos do Karadas e Sokota (finalmente!). Julgo que, se continuarmos assim, o 2º lugar (que dará acesso directo à Liga dos Campeões) será nosso. Sim, porque não tenhamos ilusões, o 1º já está entregue. Este é o 3º jogo consecutivo em que somos prejudicados e o fcp beneficiado. Depois de um penalty inexistente em Guimarães e de um golo que não valeu na semana passada (já para não falar dos dois penalties), só faltava mesmo um golo irregular validado contra nós. É certo que, numa das repetições, parece que a ponta do cabelo do Ávalos chega a tocar na bola... Como me disse um amigo meu, não tendo este jogador o cabelo espigado, é natural que a bola se tenha desviado da sua trajectória...

Enquanto isto, lá para o Norte, uma vitória calma conseguida do modo habitual. Vantagem de dois golos na 1ª parte, como convém (e para prevenir possíveis Estoris e Leirias), para se poder descansar na 2ª para os jogos difíceis que aí vêm. É óbvio que o elemento essencial, cuja falta o fcp sentiu bastante na 4ª feira, reapareceu em grande forma: 2º golo em claro fora-de-jogo e a agressão do costume (neste caso, feita pelo Maniche, que pisa o adversário no chão) naturalmente não sancionada. Enfim, um jogo perfeitamente normal.

Na TSF, hoje de manhã, o jornalista referiu que "os líderes ganharam e estão na frente do campeonato." E eu que pensava que o líder tinha 16 pontos e o 2º classificado 15... Que ingenuidade a minha!

P.S. - Excelente a tarja dos Diabos Vermelhos: "O Orelhas é o nosso presidente. A Puta é de toda a gente"!

sexta-feira, outubro 22, 2004

Susto desnecessário

A entrada do Karadas foi fundamental para ganharmos o jogo, mas esteve tudo muito tremido. Não se compreende a desconcentração no início da 2ª parte. Também não se compreende como é que nós vamos buscar um jogador como o Paulo Almeida. O homem não dá mais do que cinco passos para a frente, é absolutamente inacreditável. É um zero absoluto a atacar, ao pé dele o Fernando Aguiar é um autêntico Rui Costa! Aliás, como é possível um jogador de meio-campo estar a jogar profissionalmente há cinco anos e nunca (sim, nunca!) ter marcado um golo?! Para cúmulo do azar, o penalty para o Heerenveen resulta de uma perda de bola dele. Espero que o Petit recupere para Domingo, porque senão iremos entrar em campo só com 10 jogadores. O Nuno Gomes foi o melhor em campo, mas parece que se prepara para só marcar golos na Taça Uefa (três golos em três jogos, contra zero golos em seis jogos na Superliga).

Finalmente, quero manifestar mais uma vez o meu espanto pela política de preço dos bilhetes nos jogos do Estádio da Luz. Como é que não se faz distinções de adversários? Será que ver o Bystrica e o Heerenveen é igual a ver um Benfica-Porto? O preço dos bilhetes foi exactamente o mesmo. O resultado está à vista... Porque é que não se estimula as pessoas a irem mais ao estádio, dando-lhes promoções? Por exemplo, quem comprasse um bilhete para o jogo no Domingo, por mais cinco euros teria direito a um bilhete para hoje. Porque é que não se franqueia a entrada para os lugares cativos num jogo que é apenas quatro dias depois de um clássico e o segundo de uma série de quatro jogos consecutivos na Nova Catedral em apenas uma semana e meia? Será que é preferível ter o estádio quase vazio? Andámos a provocar os lagartos e afinal...

P.S. - Será que a Liga vai castigar o treinador do Heerenveen por ter dito que "o Benfica foi roubado" no Domingo, por ter marcado "um golo muito bonito que não foi assinalado". Para além do "roubado", gosto especialmente do "muito bonito" para caracterizar um frango descomunal... Eu também achei muito bonito!

quinta-feira, outubro 21, 2004

Allez, PSG, Allez!

Os verdadeiros desportistas, aqueles que se revêem nos valores nobres do desporto (a lealdade, o respeito pelo adversário, o fair-play e o olhar a meios antes de atingir os fins), puderam rejubilar com a grande vitória do Paris Saint-Germain sobre uma certa equipa que representa valores precisamente contrários. E, se essa vitória se fez também com um golo em que um jogador interveniente no lance está em posição de fora-de-jogo, não puderam deixar de ter um grande sorriso nos lábios por uma certa equipa ter provado do seu próprio veneno. A vingança (pequena, é certo) surgiu apenas três dias depois!

Mas quero, a bem da verdade, deixar aqui bem claro que o clube regional foi muito prejudicado pela ausência de dois elementos fundamentais, que tiveram uma contribuição decisiva nas vitórias dos últimos dois jogos: o Elmano Santos e o Olegário Benquerença. De facto, o seu substituto (um tal de Pierluigi Collina) não esteve à altura dos acontecimentos e o clube regional não pode explanar o seu futebol do modo habitual.

Todavia, e infelizmente, este clube ainda não está arredado da fase seguinte. Apesar de estar em último lugar do grupo (e que gozo me dá escrever isto!), terá pelo menos mais três pontos no final, já que, na derradeira jornada, quando defrontar a equipa dirigida pelo melhor treinador de todos os tempos, este irá certamente fazer-lhe o jeitinho porque já estará qualificado. Vai uma aposta?

quarta-feira, outubro 20, 2004

I have a dream

Seria bonito se ganhássemos hoje por 2-0 com um golo do Pauleta através de um penalty inexistente e outro do Hélder depois de fazer falta sobre o guarda-redes. Mas, como nem sempre os sonhos se tornam realidade, contentar-me-ei apenas com uma vitória da nossa parte. Força PSG!

terça-feira, outubro 19, 2004

A questão fulcral

O que está em causa na vergonha do passado sábado ultrapassa em muito aquele jogo propriamente dito. A questão central é muito mais abrangente do que um golo ou um penalty. Vamos supor que não aconteceu o óbvio: que o penalty não existiu e que a bola não entrou na baliza. Gostaria que alguém me apontasse um lance duvidoso e decisivo, que tenha tido influência no resultado dos jogos entre o Benfica e o Porto nos últimos 10 anos (para não ir mais longe), que tenha favorecido o Benfica. A sério, um , por favor! (E não me venham falar da expulsão do Jorge Costa na final da Taça do ano passado, que não foi um lance duvidoso). Agradeço de antemão as respostas que vão certamente encher a minha caixa de email.

Para dar uma ajuda, e apenas de cabeça, aqui vão uns quantos lances duvidosos e decisivos favoráveis sempre para o mesmo lado:
- Penalty assinalado a favor do Porto por pretensa falta de Mozer quando o resultado estava 3-2 favorável ao Benfica, no Porto-Benfica (3-3) para o campeonato 93/94;
- Golo limpo anulado a Amaral por pretenso fora-de-jogo de um outro jogador num Porto-Benfica (0-0) para a Supertaça 94/95 (na finalíssima, o Benfica perdeu);
- Penalty descarado não assinalado de José Carlos sobre João Vieira Pinto num Porto-Benfica (2-0) para o campeonato de 95/96, quando o resultado estava em 1-0;
- Golo invalidado por pretensa mão de Kandaurov num Porto-Benfica (2-0) para o campeonato 97/98, com o resultado de 1-0;
- Simulação de Deco que provoca a expulsão de Éder e origina o livre que dá o 2-1 para o Porto num Porto-Benfica para o campeonato 01/02.

Isto para já não falar de:
- Arbitragem de Carlos Calheiros no Benfica-Porto (1-1) para a Supertaça 94/95 com três expulsões para o Benfica e duas para o Porto;
- Fora-de-jogo mal assinalado a Simão, que seguia isolado para a baliza, com 0-0 no marcador e simulação de Deco que origina o segundo amarelo a Ricardo Rocha num Porto-Benfica (2-0) para o campeonato 03/04.

Enfim, os exemplos são mais que muitos e este post já vai longo. Errar é humano, errar sempre para o mesmo lado é mais do que pura coincidência, não acontece por acaso. Outra estatística interessante (e que, infelizmente, os jornais não fazem, ou não querem fazer) é verificar os seguintes factos: nos últimos 10 anos, em quantos jogos contra o Porto é que o Benfica terminou em superioridade numérica? No momento das expulsões de jogadores do Benfica, qual era o resultado do jogo? Quantas equipas, que conseguiram estar mais vezes entre os seis primeiros no campeonato nos últimos 10 anos, têm um saldo de 10 derrotas consecutivas nas Antas como o Benfica?

Isto é que é a questão fulcral: porque é que os erros acontecem sempre a favor de uma determinada equipa? Oferece-se um apito a quem souber a resposta...

Um pequeno exercício

As declarações do presidente e do administrador da SAD do SLB ontem foram muito infelizes, porque focaram temas que não têm nada a ver com futebol. Afinal, se em Itália houve uma que conseguiu ser deputada, porque é que em Portugal não poderia existir outra que se tornou primeira-dama? Há quem escolha subir na vida pela horizontal, como é o caso, mas isto é um assunto extra-futebol. Duvido que haja algum benfiquista de bom senso que esteja de acordo com o nível baixo a que se desceu ontem. Atitudes, métodos e linguagens destas são mais próprios do clube regional.

De qualquer modo, isto não invalida que façamos o seguinte exercício: troquemos as personagens. Imaginemos que era a mulher do presidente do SLB a ir ao Dragon no meio da nossa claque e mostrando cartazes provocatórios ao presidente do clube regional. Será que o jornalista, muito diligentemente, iria perguntar ao presidente do clube regional para comentar o facto, lançando mais achas para a fogueira? Imaginemos que, na conferência de imprensa, o presidente do SLB tivesse o desplante de quase interromper as declarações dos dirigentes do clube da casa e a seguir agarrasse no microfone para tentar proferir declarações provocantes, depois de todo o clima que rodeou o jogo, contra esse mesmo clube. O que acham que aconteceria? Eu tenho um palpite e não é de todo pacífico... De facto, é bom para certas pessoas visitarem sítios civilizados de vez em quando, porque podem fazer certas coisas que, lá no sítio deles, os adversários nunca poderiam nunca fazer.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Glorioso - 0 - Suína Vergonha do Costume - 1

Não sei o que passa pela cabeça dos jogadores do Glorioso nas primeiras partes dos jogos grandes na Luz. Já é o terceiro jogo neste estádio novo e nunca jogamos nada! Estando nove pontos atrás ou quatro à frente é sempre o mesmo, entramos nervosíssimos e quase ansiosos pelo golo do adversário para começarmos a jogar qualquer coisa. Nas segundas partes é o oposto, melhoramos sempre, mas isso nunca deu para ganhar os jogos. Hoje, é óbvio que o resultado mais justo seria o empate.

Mas, infelizmente, ainda nos falta algo mais para ter a balança arbitral equilibrada em jogos deste tipo. Alguém tem alguma dúvida que, se fosse no Dragon, o clube da casa teria ganho 2-1 com um golo de penalty e o outro validado pelo fiscal-de-linha?! É claro que só em grave caso de iliteracia ou debilidade mental alguém pode sequer ter essa dúvida. Afinal, a equipa de arbitragem tem amor à vida e sabe que ela correria grave risco se não validasse esses dois lances no Dragon. E, obviamente, se fosse imparcial e justa deveria validá-los. Eu até estava a gostar da arbitragem, mas é nestes lances decisivos que se vê o poderio do clube regional. Em jogos muito divididos um lance destes faz a diferença e toda a gente se lembra (ou deveria lembrar) como é que esse clube, cujo nome não me atrevo a pronunciar por uma questão de higiene, tem ganho campeonatos sucessivamente ao longo destes anos (grandes ajudas nos primeiros jogos da época e, depois de entrar em velocidade de cruzeiro, elas já não são tão escandalosas e é sempre um justo vencedor no fim da época).

Lamento é que o presidente do Glorioso entre em guerrilha com esses seres abjectos. Deveria ser superior a isso e deixá-los a falar sozinhos. O que se passou na conferência de imprensa foi lamentável, o Benfica não ganha nada com este folclore que o presidente do clube regional gosta tanto de fazer. Concentremo-nos a tentar perceber porque entramos tanto a medo nestes jogos, levantemos a cabeça e deixemos os outros grunhirem sozinhos.

domingo, outubro 17, 2004

Manchester City - 1 - Chelsea - 0

Hip! Hip! Hurray! Hip! Hip! Hurray! O fim-de-semana desportivo não poderia ter começado melhor. O melhor treinador de todos os tempos continua a dar espectáculo em Inglaterra. Só é pena é que seja fora das quatro linhas. A sua fabulosa equipa milionária perdeu, tem agora a extraordinária média de 0,88 golos marcados / jogo e continua a dar grandes recitais futebolísticos. Principalmente, o maior embuste do futebol mundial, que provocou o penalty que lhes deu a derrota.

Mas o melhor foram as declarações no final do jogo. Parece que o grande génio dos bancos julgou que não era penalty e vai daí disse: "Não estou contente com a decisão, mas também não gosto de pressionar os árbitros, como outros." LOL! LOL! LOL! Quão hipócrita é que se pode ser?!

sexta-feira, outubro 15, 2004

Os bilhetes

Uma das coisas que nos diferencia do fcp é precisamente o nosso desportivismo e fair-play. Ao que se sabe nunca tivemos um guarda Abel para bater nas pessoas das Direcções contrárias, nunca colocámos um produto que obrigasse o clube visitante a equipar-se no corredor, devolvemos a bola quando o adversário a atira deliberadamente para fora mesmo que estejamos a perder, não temos jogadores que façam duas a três agressões por jogo, não colocamos os guarda-redes a marcar penalties quando já estamos a ganhar por 3-0, etc, etc.

Por tudo isto, não estou nada de acordo com a atitude da Direcção do Glorioso de não ceder os bilhetes ao clube regional e dar-lhes motivos para atiçarem os ânimos desta maneira. É sabido que aquele clube gosta de ganhar a humilhar o adversário e passando por cima de tudo e de todos. Vale tudo para conseguir uma vitória. Era bem escusado terem esta vitória dos bilhetes. Demos-lhes o que eles queriam, tornar isto uma guerra surda. Da mesma maneira que os porcos são colocados num curral e não dentro de casa, é obviamente preferível que a claque deles fique toda junta e não misturada com os adeptos do Glorioso. E, ao não ceder os bilhetes, o Glorioso corre esse risco. Resta saber como vai ser resolvido este problema. Mas não havia necessidade de termos chegado a este ponto...

quarta-feira, outubro 13, 2004

Visita ao WC

E não é que o jogo com o Liechtenstein serviu mesmo de lição?! Até ao 1º golo não jogámos assim tão bem, mas depois foi um festival com o Deco e o Cristiano Ronaldo a partirem os russos ao meio. Cada golo saiu-me a 1,87€ o que foi um excelente negócio! Antevê-se uma luta titânica entre a Rússia e o Liechtenstein para fugir ao... último lugar do grupo. A Rússia parecia um conjunto de amadores, talvez tenha sido atacada pelo síndroma da equipa que (não) joga habitualmente naquele estádio... :-)

Comparado com a Nova Catedral, o WC é bastante mais pequeno, mas a cobertura para baixo não é tão opressiva quanto parece do exterior. De qualquer maneira, faz confusão não se poder ver uma boa parte das pessoas da outra bancada superior. A visão, pelo menos do lugar onde estava (lateral superior), é boa, se exceptuarmos as grades amarelas que, mesmo com vidros a meio, não permitem que se vislumbre bem uma pequena parte do campo. De qualquer maneira, o que salta à vista, para além da foleirada das cadeiras são aquele azulejos horrorosos os quais, como diz uma amiga minha, "não têm explicação". Mas, pronto, um bom banho limpou-me do resquício de lagartada que trouxe de lá!

P.S. - Será que o Papa vai continuar a dizer que o Scolari prejudica o fcp, depois do jogo de hoje ter acabado com quatro (!) jogadores do Glorioso em campo, contra apenas um (!) do clube regional?! E isto a apenas quatro dias do SLB-fcp!

domingo, outubro 10, 2004

Não dá para acreditar...

... mas quando o maior embuste do futebol mundial (20 milhões de euros pelo Paulo Ferreira é a maior vigarice que alguma vez foi cometida) resolve ajeitar a bola para o adversário marcar e o guarda-redes acha que está a jogar pelo seu clube (e dá um frango monumental) não há muito a fazer. Se fosse com o Miguel e o melhor guarda-redes português (obviamente o Moreira), que nem sequer é convocado, de certeza que aqueles golos não sofreríamos. Mas pronto, pode ser que este empate com o Liechtenstein sirva de lição tal como serviu a derrota no jogo inaugural com a Grécia no Euro. E como é nos maus momentos que se vêem os verdadeiros adeptos, na próxima quarta-feira lá farei o ENORME sacrifício de ir ao WC pela 1ª vez na vida para apoiar a selecção...

P.S. - Alguém me consegue explicar como é que o maior caceteiro, um dos jogadores mais execráveis e anti-desportistas do futebol mundial, que agride pelo menos um adversário por jogo (não é, Juninho Petrolina?) e gosta de mexer nos genitais em frente dos adeptos contrários pode ser o capitão da selecção?!?!

quarta-feira, outubro 06, 2004

Sorteio Grupos Uefa

Glorioso SLB (1º classificado campeonato português em 5 jornadas), Estugarda (2º em 7), Dínamo Zagreb (5º em 10), Heerenveen (10º em 7) e Beveren (13º em 8). Passam três clubes aos 16 avos de final. Era só o que mais faltava nós não sermos um deles! (Mas eu também dei, literalmente, pulos de alegria quando nos saiu o Anderlecht...) Temos obrigação de ganhar em casa com o Heerenveen e o Dínamo Zagreb e fora com o Beveren. Assim, mesmo que percamos em Estugarda, somos apurados.

Os lagartos tiveram teoricamente menos sorte do que nós. Um grupo com Newcastle, Sochaux, Panionios e Dínamo Tbilisi parece-me mais difícil do que o nosso. Ainda por cima, o último jogo é em Newcastle. Se não despacharem a coisa a tempo e horas...

segunda-feira, outubro 04, 2004

DUPLO NOJO!

Ainda há pessoas que me perguntam porque é que eu ODEIO tanto o FCP! O que se passou hoje foi um duplo assalto à mão armada que o justifica plenamente. Quem não tiver visto os jogos, pensará da mesma maneira: ambos os clubes ganharam jogando contra 10, tese corroborada pela nossa imparcial imprensa que conta as coisas sempre de uma maneira muito peculiar. A Bola online refere logo no 1º parágrafo da crónica do jogo do Glorioso que o mesmo "ficou ainda assinalado pela expulsão de Marco Ferreira, aos 41 minutos", enquanto em relação ao FCP, só no 3º(!) parágrafo é que se diz que "a partida ficou marcada por um lance que afectou o desfecho do desafio". São as chamadas diferenças subtis na ordem de importância...

Não tivesse o Geovanni feito uma das suas e tínhamos sido ESPOLIADOS vergonhosamente num jogo onde deveríamos ter ganho no mínimo por quatro golos de diferença (não podemos falhar tantas bolas de baliza aberta, não é Nuno Gomes e Simão?). O Marco Ferreira estava convencido que ainda joga pelo FCP, onde um lance daqueles nunca em tempo algum lhe teria dado o segundo amarelo, apesar de ser uma falta descaradíssima. Obviamente, o árbitro (que curiosamente é do Porto...), tendo de o expulsar, começou a ficar nervoso a partir daí e, não só não expulsou o Silva (por agressão bárbara ao Simão), não mostrou o segundo amarelo ao Paulo Turra (na falta que dá o nosso primeiro golo), como ainda inventa um penalty, caso contrário, e pela maneira como estamos a defender, seria impossível ao Guimarães ter marcado. Um autêntico roubo de igreja, que só não teve influência no resultado, porque o Geovanni resolveu lembrar-se do jogo em Alvalade no ano passado.

No Dragon, o NOJO do costume voltou. Aliás, só a sobranceria do Papa permitiu situações como o Estoril e Leiria, que já se percebeu serão irrepetíveis doravante. Tudo regressou à normalidade. Até aos 21 minutos, houve uma equipa que estava a trocar bem a bola e a criar situações de perigo e outra que estava a atacar atabalhoadamente. A solução? Coloca-se a mais perigosa a jogar com 10! A partir daqui, o vómito que sinto sempre ao ver os jogos do FCP para o campeonato, exactamente por situações como esta, intensificou-se de tal maneira que não me permitiu continuar a assistir ao ASCO. Foi ter que tomar algo bem forte, para conseguir sobreviver ao jogo daqui a 15 dias, quando o cheiro fétido emanado por aquelas camisolas vier empestar a Nova Catedral...

domingo, outubro 03, 2004

Satisfação Europeia

Depois do que aconteceu com o Anderlecht nunca fiando, mas realmente estes eslovacos seriam o grande candidato à 18ª posição se jogassem na nossa Superliga. No entanto, fizemos um jogo bastante sério. O Simão nunca tira o pé do acelerador seja o adversário o Inter de Milão ou o Dukla Bystrica, o Petit idem, idem, aspas, aspas e saúda-se o regresso do Nuno Gomes aos golos. Os suplentes estiveram na generalidade bem, mas continuo a estranhar o "degredo" do Karadas.

No entanto, há uma situação inacreditável: como é que o Benfica quer chamar pessoas ao estádio se coloca os bilhetes para o jogo de uma eliminatória que está ganha à partida ao mesmo preço do jogo contra o FCP?! Onde é que já se viu isto? Será que está escrito em algum lado que os bilhetes mais baratos tenham que ser sempre 9€ para sócios e 20€ para não-sócios?! Depois queixam-se de que vai pouca gente à Luz... Vamos ver se temos um pouco de sorte no sorteio, para nos calharem as equipas fortes em casa e as mais fracas fora.

Quanto às restantes equipas portuguesas, os lagartos lá se safaram bem em Viena, estava sinceramente à espera que o Braga passasse a eliminatória (mas a consentir golos daqueles é impossível), o Nacional fez o esperado, mas foi o Marítimo que mais me surpreendeu pela positiva (era possível conseguir ganhar nos penalties com a assobiadela ensurdecedora dos escoceses). A outra equipa portuguesa, mas da qual os verdadeiros desportistas se envergonham, teve o que merece em Inglaterra. Por muito que deteste o Mourinho (e detesto mesmo), o FCP é sempre o FCP. Ou seja, se alguma vez torcer por eles, podem internar-me à vontade. Terei perdido de vez o juízo!

A Zeros com o Braga

Estava mesmo a ver-se! Desde há bastante tempo que somos especialistas em esbanjar pontos em casa, quando os rivais também os perdem. Grande falatório, estádio "cheio", tudo eufórico e cá está. A zero no marcador e a zero em futebol jogado. Na 2ª parte conseguimos uma coisa extraordinária: jogar ainda pior do que na 1ª! Com a agravante que o Braga não jogou na 1ª, mas criou bastantes situações de golo na 2ª, ou seja, tivemos mais espaço para jogar.
1) Não percebo o que é que o Trapattoni tem contra o Karadas. Viu-se bem o que melhorámos com a entrada dele. O Nuno Gomes jogou muito pouco e o Sokota não "existe" (quando é que assina para começar a jogar alguma coisa?!);
2) O meio-campo deu o "berro" na 2ª parte, mas acabámos o jogo com uma substituição por fazer (com o Zahovic e o Paulo Almeida entre os suplentes). Será que o Trapattoni teve medo dos assobios?
3) O Geovanni, depois da "grande" exibição no particular no Restelo, entrou pessimamente no jogo. Aliás, é curioso notar o seguinte: quando a primeira intervenção não lhe corre bem, nunca mais é o mesmo;
3) O pior de tudo foram as declarações no final: tanto o Trapattoni como o Ricardo Rocha estavam relativamente satisfeitos porque "foi mais um ponto"! Mas o que é isto?!

Foi um fim-de-semana para esquecer. O Guimarães entrou cheio de medo contra o FCP e lá aconteceu o inevitável. Quero ver se fazem o mesmo para a semana contra o Glorioso... E para completar a desastrosa jornada, como diz um amigo meu, até os lagartos conseguiram um ponto!

quinta-feira, setembro 23, 2004

Grande Leiria!

Agora que a Superliga já está em dia, gostaria de corrigir e actualizar a informação que dei aqui. O que eu queria dizer é que não sei porque é que estou a perder tempo a blogar sobre o 12º e 14º classificados (he, he, he!). Os árbitros andam bastante distraídos lá pelas bandas do Dragon. Nem um penaltizinho, nem uma expulsãozinha, não percebo...

Mas o jogo de ontem comprovou algo que já pensava há algum tempo: o Vítor Baía tem uma mentalidade diferente da maioria dos jogadores daquele clube. Se pensarmos em nomes como Rodolfo, Frasco, André, Paulinho Santos, Costinha ou Jorge Costa, a palavra "caceteiro" vem-nos imediatamente à cabeça. Jogadores que demonstraram e demonstram total ausência de fair-play e respeito pelo adversário. Ora bem, o Vítor Baía é um caso à parte. Para além de ter qualidades únicas para a prática daquela função específica (é o único guarda-redes no mundo que pode defender com as mãos fora da área sem nunca correr o risco de ser expulso), ontem deu uma grande mostra de fair-play. Como o Krpan não conseguiu marcar à primeira, devolveu-lhe a bola para marcar à segunda. Que grande desportista!

terça-feira, setembro 21, 2004

Descubra as diferenças...

"Os adeptos ingleses têm uma filosofia de jogo interessante, mas quero advertir as pessoas que, às vezes, é preciso jogar à defesa para defender o resultado." José Mourinho, em Agosto.

"Como dizemos em Portugal, eles (Tottenham) trouxeram o autocarro e estacionaram-no em frente da nossa baliza. Ficaria frustrado se fosse adepto e tivesse de pagar 50 libras para ver este jogo. Só houve uma equipa em campo que quis ganhar.", José Mourinho, em Setembro.

Será que ele ainda julga que está em Portugal em que as declarações antigas que fazia que contradizia as recentes nunca eram publicadas por respeitinho dos jornalistas ao Papa? Claro está que uma pessoa tão competente, tão infalível, o melhor treinador da história do futebol mundial jamais na vida não ganharia um jogo por culpa própria, os erros são sempre dos outros, toda a gente sabe isso. Todavia, esta grande figura, a razão pela qual o futebol foi inventado há mais de um século, para podermos todos apreciar e ficar embasbacados com a sua sagacidade e clarividência está agora em Inglaterra, e estar sempre a desculpar-se dos maus resultados com os árbitros ou com os autocarros não entra na mentalidade britânica. Não te cuides, não! Olha que aí não tens o Papa para te defender...

Estoril e Marítimo

Foram dois fins-de-semana inolvidáveis: Glorioso a ganhar e os outros dois a empatarem e perderem. Aliás, nem sei porque estou a perder o meu tempo a blogar sobre o actual 11º e 13º do campeonato (he, he, he!), mas enfim...

No Sábado, o árbitro distraiu-se e lá acabaram os jogos vitoriosos no Dragon. Grande Estoril! Ainda assim, reconheço que jogos daqueles são pouco prováveis: o guarda-redes fez uma exibição memorável, só houve um penalty a favor do FCP e nem foi preciso mandar ninguém para a rua porque um jogador lesionou-se e o Estoril acabou a jogar com 10. Claro que, muito perto do fim, quando um estorilista está quase a isolar-se e leva uma sarrafada por trás o árbitro, obviamente, nada assinala, não fosse um empate transformar-se numa derrota.

Ontem, o Marítimo proporcionou outra jornada bastante humorística. O Sporting cometeu a proeza de estar quase 60 minutos sem acertar na baliza! O árbitro também fez das suas, provando que o sistema continua muito vigilante: transforma um penalty e expulsão do Ricardo num fora-de-jogo inexistente e anula um golo limpíssimo ao Marítimo também por fora-de-jogo inexistente. Nada a dizer sobre a expulsão justíssima do Liedson, claro está. Ele que passe mais tempo a jogar e menos a simular e os lagartos terão certamente mais alegrias.

Aliás, algo que me fez confusão no início da época foi como é que o Sporting foi trocar um treinador que já foi campeão em Portugal, levou uma equipa relativamente secundária na Grécia (AEK Atenas) à Liga dos Campeões, depois de discutir o campeonato quase até ao último segundo, por outro treinador cujos méritos são ter subido de divisão e ter colocado o Nacional da Madeira no 11º lugar do campeonato, e ter sido adjunto do Carlos Queiroz na pior época do Real Madrid dos últimos anos. Se era para buscar um treinador do Nacional mais valia terem ido buscar o Casimiro Mior que ao menos colocou a equipa na Taça Uefa. Para além disso, convém não esquecer que o Sporting só não foi à pré-eliminatória da Liga dos Campeões porque o Geovanni marcou um golão a três minutos do fim do jogo, depois do Moreira ter efectuado um conjunto de defesas impossíveis. Até eu sou capaz de reconhecer que o Glorioso teve sorte ao conseguir ganhar em Alvalade (mas uma vitória legal, ao contrário da vitória do Sporting na Luz com o mergulho do Silva, dois penaltys contra o Benfica, dois jogadores do Benfica expulsos, etc.). Mas, enfim, devem estar convencidos que têm em mãos o novo excrem..., perdão, Mourinho, alguém que (como diz o grande Zé Manel, taxista), por muitas gravatas que use, tem sempre ar de merceeiro! Lol!

Académica - 0 - Glorioso - 1

Vitória justíssima e excelente exibição! Como é o Benfica, os jornais dizem "não jogou muito, equipa cínica a aproveitar as oportunidades, etc." Se fosse o FCP diriam "absoluto controlo do jogo, segurança defensiva impecável, força mental para reagir ao penalty falhado, variadíssimas oportunidades de golo, etc." Enfim, nada a que não estejamos já habituados.

A nossa defesa está praticamente intransponível (o dedo do Trapattoni está a notar-se), o meio-campo sufoca o do adversário até recuperar a bola, os alas estão em muito boa forma, só o Zahovic jogou pouco e o Sokota sem o Nuno Gomes não é o mesmo. As substituições foram muito bem feitas e estamos isolados em 1º! Parece que o Trapattoni finalmente acertou na equipa, mas poderia tê-lo feito mais cedo porque assim estaríamos na Liga dos Campeões. Ainda hoje estou para perceber o que lhe deu em Bruxelas...

Dukla Bystrica - 0 - Glorioso - 3

Muito boa exibição, uma segurança defensiva assinalável e uma vitória bastante confortável. O Sokota parece que só joga em quando está com o Nuno Gomes, o João Pereira finalmente parece que readquiriu a forma antiga, o Manuel Fernandes pode vir a fazer esquecer o Tiago num futuro não muito distante, o Moreira continua a provar quão idiota foi ter gasto 1,5 milhão de euros num guarda-redes para o banco e o Simão continua decisivo.

Os lagartos tiveram uma sorte bestial e conseguiram um resultado óptimo e o Marítimo surpreendeu pela positiva. De qualquer maneira, estou convencido que, das equipas na Taça Uefa, infelizmente só nós e os lagartos é que passaremos à fase de grupos. Espero que me engane, porque quantas mais melhor.

Para completar esta semana europeia em beleza até o CSKA Moscovo ajudou! Só foi pena aquelas duas bolas ao poste na mesma jogada... A sorte dos morcões é que o PSG está pelas ruas da amargura senão lá iriam eles ser eliminados logo na 1ª fase. Mas tenho esperança que seja o CSKA Moscovo a dar uma alegria a todos os verdadeiros desportistas!

Braga e Setúbal

Para este ser um fim-de-semana perfeito, tivemos uma grande contribuição do Braga e do Setúbal! Como não estava cá, não vi os jogos. Todavia, segundo os relatos que me fizeram do jogo de Braga, pensei que o 11 de Setembro iria ficar marcado na história. Disseram-me que o penalty que o Porto sofreu não só não tinha sido falta, como tinha sido cometido fora da área, acontecimento obviamente tão extraordinário e jamais passado na história do futebol português dos últimos 25 anos, cuja data naturalmente ficaria registada para todo sempre: 11 de Setembro de 2004. Quando vejo o resumo, é claro que aconselhei quem me tinha dado a informação a ir rapidamente consultar um oftalmologista (não é, J.M.?). O lance é muito duvidoso. O Quaresma faz efectivamente falta e é praticamente em cima da linha da grande-área, mas como o lance é muito rápido é natural que o árbitro tenha marcado penalty. Só não é natural que tenha sido contra o FCP.

Ao invés, no jogo de Setúbal, onde segundo rezam as crónicas, os lagartos se arrastaram em campo, o penalty que dá origem ao 1º golo é muitíssimo duvidoso, para não dizer que não foi. Mas parece que nem foi por aí que eles perderam o jogo.

Glorioso - 2 - Moreirense - 0

Infelizmente, estando fora do país, perdi o meu primeiro jogo oficial na Nova Catedral... Aliás, desde 19 de Agosto de 2001, é o segundo jogo que perco no Estádio da Luz (o outro, também por estar fora do país, foi quando ganhámos ao Marítimo por 3 - 0 no 1º jogo da época 2002-2003). Felizmente, não fiz falta! Já tive a oportunidade de ver a gravação do jogo e além dos dois grandes golos há que sublinhar o momento em que garantimos a vitória: a entrada (bastante assobiada) do Paulo Almeida. A partir daí, o Moreirense deixou de nos criar problemas e pudemos marcar o 2º golo em contra-ataque. Obviamente, concordo em absoluto com as declarações do Trapattoni no final do jogo. Os adeptos percebem muito pouco de futebol e é pena que assobiem a sua equipa quando ela está a... ganhar! A este propósito, cito a Leonor Pinhão no seu artigo desta semana n'"A Bola":

Eu, por exemplo, comecei cedo a ir ao futebol com o meu avô que, a propósito do mesmo assunto, me ensinou duas coisas fundamentais. A primeira: — Assobiar a equipa do Benfica é pior que cuspir na sopa. A segunda: — Assobiar a equipa do Benfica é pior que bater na mãe [os bolds são meus]. E quando algum assobiador, azar o dele, se sentava por perto e iniciava a sua demonstração de desagrado, o meu avô, sem perder a paciência, sempre repetia o mesmo gesto e a mesma afirmação. Com a mão tocava no ombro do protestante, chamando, assim, a sua atenção, e depois dizia-lhe, num tom de voz sereno e pedagógico: —Não teria sido melhor o meu amigo ter ficado em casa? É que, francamente, não faz cá falta nenhuma. E acabavam-se os assobios.

Ora, nem mais!

Selecção - Letónia e Estónia

Por motivo de férias, só agora me é possível voltar ao blog. Nestas três semanas algumas coisas aconteceram que vale a pena referir. A selecção cumpriu os objectivos mínimos e soma duas vitórias em dois jogos. Não pude ver nenhum deles, só vi os resumos, mas uma coisa parece certa: o Cristiano Ronaldo vai ter uma importância semelhante ao Figo. O Scolari tem uma estrelinha bestial e mesmo sem jogar bem, ao que se diz, ganhámos e já estamos à frente dos outros todos.

terça-feira, agosto 31, 2004

Se estivéssemos num país civilizado...

... não existiria um clube que compra jogadores só para eles não irem para os rivais e depois os vende passado um (!) mês a clubes estrangeiros. Qualquer semelhança com fair play é pura coincidência e depois ainda se admiram que as pessoas não celebrem as vitórias internacionais deles... Era só o que mais faltava!

... não existiria outro clube que despede o treinador (que lhes deu a classificação para a Taça Uefa no ano passado) ao fim de uma (!) jornada por causa de uma derrota por 3-0. Ah, é verdade, também naquele jardim tudo é possível, aliás basta ouvir o dono que cada vez que abre a boca só sai... ok, não vou mencionar.

segunda-feira, agosto 30, 2004

Beira-Mar - 2 - Karadas - 3

E ainda dizia A Bola hoje que o Karadas tinha feito um "treino discreto" e que "estava sem fogo". Imaginem se estivesse bem... Dois golos à ponta-de-lança e uma assistência fantástica (estás a ver Miguel, se tivesses feito isto contra o FCP na Supertaça, se calhar teríamos ganho) fazem bem esquecer as limitações técnicas que tem (nomeadamente no domínio da bola). No entanto, o resultado não esconde o seguinte: 40 min. iniciais péssimos, 5 min. finais da 1ª parte e primeiros 5 da 2ª razoáveis e últimos 40 medíocres. Retribuímos em 5 min. a gentileza de dois golos oferecidos e acabámos com o coração nas mãos, para variar. Espero que o Trapattoni tenha chegado definitivamente às seguintes conclusões: o Fyssas é melhor que o Dos Santos, entre o Ricardo Rocha e o Argel existe a diferença do dia para a noite, o Manuel Fernandes é o jogador do plantel mais parecido com o Tiago, o Karadas está actualmente em bastante melhor forma que o Sokota. O Simão tem que melhorar bastante e o João Pereira continua a ser o jogador em pior forma.

De qualquer maneira, acabado o estado de graça do treinador antevejo uma época muito complicada. Mesmo as substituições de hoje (o João Pereira pelo Amoreirinha, passando o Miguel para extremo-direito e a saída do Zahovic para entrar o Paulo Almeida a 5 min. do fim), apesar de serem as mais correctas, foram assobiadas...

Todavia, tenho quase a certeza que, se esta fosse a equipa inicial na Bélgica, teríamos passado a eliminatória...

P.S. - A competitividade do nosso campeonato é de louvar. No campeonato espanhol (essa liga menor), o Valência vai jogar três dias depois da Supertaça Europeia. No nosso, o FCP precisa de um mês (!!) para poder jogar a 1ª jornada...

sábado, agosto 28, 2004

Água com gás

A vitória do Valência ontem na Supertaça Europeia teve o efeito de uma água com gás. Não nos faz esquecer a azia que tivemos, mas melhora bastante a nossa disposição. No entanto, faço votos para que o FCP não perca mais nenhuma Supertaça Europeia...

Cada vez que vejo o Tiago, com os seus pézinhos de lã, fazer aberturas fantásticas (ainda hoje, do pouco que vi do jogo, foram logo três) ou marcar golões como fez a meio da semana, pergunto-me: porque é que trocámos um jogador fabuloso por um administrador portista? Quem é que é mais insubstituível?

sexta-feira, agosto 27, 2004

Pensava que era só eu...

Absolutamente imperdível este texto do Ricardo Araújo Pereira que saiu hoje no Inimigo Público. Muita gente me diz "nunca conheci ninguém como tu no que se refere ao Benfica". Afinal, meus caros e minhas caras, aqui está alguém como eu! Subscrevo todas as palavras que se encontram aqui em baixo. Grande RAP!



P.S. - Saiu-nos o Dukla Bystrica, da Eslováquia, na 1ª eliminatória da Taça Uefa. Nunca ouvi falar deste clube e espero que daqui a uns meses também já não me lembre dele. Seria bom sinal... (Mas também dei pulos de alegria quando nos saiu o Anderlecht e afinal...)

Nathalie...

Qualquer filme com esta senhora vale, no mínimo, duas estrelas, que vão direitinhas para ela. É sempre um filme a ver e a razão parece-me óbvia. Com 40 anos acabadinhos de fazer, a Emmanuelle Béart está melhor que nunca.



Neste caso, junte-se mais dois excelentes actores (Fanny Ardant e Gérard Depardieu ambos representando, com uma contenção notável, um casal em crise), um argumento bem construído com uns pozinhos de mistério e uma realização sóbria com a câmara sempre próxima das personagens (e que não precisa de fazer grandes piruetas para revelar os seus diferentes estados de espírito), e temos uma das melhores propostas cinematográficas actualmente em cartaz.

P.S. - Ahhh, como ficam bem as mulheres de vermelho...!

quinta-feira, agosto 26, 2004

Dúvida existencial

No Grupo H da Liga dos Campeões foram sorteados o meu 2º e 3º clube. Quando jogarem um contra o outro por quem é que hei-de torcer? Pelo Anti-Porto ou pelo Anti-Chelsea? Há decisões muito difíceis de tomar...

Naturalmente, gostaria que passassem o PSG (força Pauleta!) e o CSKA Moscovo, mas não devo ter muita sorte. Entretanto, espero que amanhã o Valência torne a semana um pouco menos negra...

quarta-feira, agosto 25, 2004

VERGONHA!

Não adianta estar com meias-palavras. A lamentável derrota de ontem tem um culpado: Giovanni Trapattoni. Nunca fui adepto de despedir o treinador ao fim de duas derrotas seguidas, mas as perspectivas para o futuro são muitíssimo negras. Há uma série de factores que gostaria bastante de entender:
- O Argel foi muito mal batido no golo do Quaresma. O prémio? Pô-lo a jogar outra vez. Resultado? Não marcou o Aruna Dindane no lance do primeiro golo e provocou o penalty que deu origem ao terceiro sendo expulso. Que coincidência... (E tudo isto com o Ricardo Rocha no banco!) Errar é humano, persistir no erro é burrice!!
- Porque não colocar de início um jogador que não joga há praticamente três meses e que faz a estreia pelo Benfica num jogo desta importância?! É o chamado elemento surpresa! Que surpresa... não resultou! O jogador em causa (Carlitos) até acabou por provocar o livre que deu origem ao primeiro golo numa falta escusadíssima... Ele há lá azares... Entretanto, os jogadores mais rodados como o Geovanni ficam no banco ou na bancada...
- O Benfica marcou 11 golos desde o início da época e há um jogador que marcou seis deles. O que se faz? Coloca-se-lo no banco para não corrermos o risco do Zahovic marcar outro golo. No seu lugar colocamos outro jogador que, curiosamente, acabou de renovar contrato e que, até hoje, tinha sido uma opção secundaríssima. Para além do facto do Manuel Fernandes só ter 18 anos... (Até nem foi dos piores, mas jogar com quatro defesas e três trincos não dá a imagem de uma equipa que quer acima de tudo defender?!)
- Precisamos de marcar dois golos, faltam 18 minutos para o fim do jogo e estamos a jogar com 10. Põe-se a jogar o ponta-de-lança que temos no banco? Claro que não, põe-se outro central para substituir o que tinha sido expulso...

Inventa-se num jogo desta importância, os melhores jogadores, que davam mais garantias, ficam no banco e o resultado só poderia ser este. Eliminados por uma equipa vulgaríssima e que estava perfeitamente ao nosso alcance. Por alguma razão, a partir dos 65 anos os treinadores deixam de poder treinar em Itália. A senilidade começa a ser evidente!

O que me deixa mais triste é não vislumbrar melhoras no futuro, porque se erra e se insiste no erro. Ou muito me engano ou o Trapattoni não chega ao final da época (gostaria muito de engolir estas palavras no futuro). Disse ele: «Acredito que um adepto que tenha visto este jogo pode ter confiança nesta equipa». É verdade, mas o mesmo não se pode dizer em relação a si...

segunda-feira, agosto 23, 2004

A derrota do costume

Tão cedo não vamos ter uma oportunidade como esta para ganhar ao FCP. Desta vez nem foi preciso o árbitro correr 60 metros a fugir dos jogadores do FCP ou anular-nos um golo limpo a poucos minutos de fim que nos daria a vitória, como aconteceu no passado. Vá lá que a arbitragem foi impecável, o que é caso raríssimo nos jogos com o clube regional. Tivemos muito azar, falhámos golos praticamente certos, eles foram lá uma vez e marcaram. Há dois lances marcantes no jogo: na primeira parte, o Miguel remata à baliza quase sem ângulo, em vez de passar para o Zahovic que estava isolado e marcaria certamente golo. Sinceramente, nunca hei-de perceber estes lances em que por egoísmo de alguns jogadores, que não passam a bola a companheiros melhor colocados, se perdem golos certos. O segundo lance marcante é o do golo deles em que o Argel é muitíssimo mal batido pelo Quaresma. Qual lance de génio, qual quê?! É uma enorme falha de marcação! Como é que se pode deixar aberto o caminho para a baliza, em vez de dar espaço pela linha de fundo?! Será que o Argel teve medo que o Quaresma fosse até à linha e criasse perigo?! O que é que deu ao Trapattoni para preterir o Ricardo Rocha, que nunca na vida seria batido daquela maneira?!

Espero que na próxima Terça não ofereçamos a eliminatória como oferecemos a Supertaça... E, já agora, para compensar a perda desta Supertaça pode ser que na próxima Sexta ganhemos a outra. Todos os desportistas portugueses estarão certamente a torcer por quem representa bem o nosso país. Força Marco Caneira! Força Valência!


P.S. - Excelente notícia é a renovação com o Manuel Fernandes até 2010. Parece que finalmente deixámos de dormir em serviço!

sexta-feira, agosto 20, 2004

Daquelas curiosidades que ninguém fala...

É por estas e por outras que se ganham campeonatos com vários pontos de avanço e sempre "muito justamente" no fim. São aqueles aspectos que ninguém fala, ninguém discute e passam despercebidos aos mais distraídos. Os professores universitários merecem (pelo menos) algum respeito e as estatísticas não mentem. Então, vejam lá o estudo que três deles fizeram sobre o campeonato do ano passado utilizando aquele método e que a "leitura obrigatória das quintas-feiras" refere.

Porque é que os jornais desportivos não se dedicam a este tipo de curiosidades e nos oferecem estudos cuidados parecidos com este, em vez de virem com entrevistas e declarações do género "vai ser um jogo difícil", "já não há equipas fáceis", "trabalho para merecer a confiança do treinador", "vou ser mais um para ajudar a equipa", "com a concorrência quem ganha é a equipa", etc. etc.? Não seria muito mais importante para elucidar o público demonstrar como algumas equipas estão melhor "apetrechadas" para ganhar do que outras? Ou será que não lhes interessa essa elucidação? (Como não lhes interessou, na conferência de imprensa do Del Neri à qual dedicaram uma página inteira, gastar sequer uma linha para mencionar que o ex-treinador do FCP passou boa parte da conferência a contestar o contrato "à experiência" e anunciar que vai para tribunal para tentar ser ressarcido do dinheiro que o FCP lhe deve...)

quarta-feira, agosto 11, 2004

SLB - 1 - Anderlecht - 0

Grande ambiente na Catedral e finalmente ganhámos um jogo oficial com o estádio cheio (com o Sporting, Porto, Inter de Milão e Leiria não o conseguimos, e o jogo com a Académica foi marcado pelo que aconteceu ao Fehér). Vale sempre a pena ver um jogo ao vivo especialmente com a Luz lotada (que é, como se sabe, uma das vistas mais magníficas que se podem ter no mundo moderno), nem que para isso tenha que interromper as férias e vir de propósito do Algarve, mas o Benfica é o Benfica!

O resultado acabou por ser bastante bom para o que produzimos e convém não esquecer que, das oito vezes que nas competições europeias ganhámos o primeiro jogo em casa por 1-0, só numa delas fomos eliminados... Precisamos de marcar pelo menos um golito lá e, se o Nuno Gomes (ou outro qualquer) não fizer uma gracinha semelhante à do Rosenborg no ano passado, estou convencido que passaremos. Espero é que não comecemos a defender o 1-0...

O jogo de hoje confirmou que o Paulo Almeida é um bom jogador (apesar de ser muito parecido com o Petit, o que deveria fazer com que em jogos teoricamente mais fáceis na Luz, só um deles jogasse). O Zahovic pode jogar a passo, mas tudo o que faz é bem feito e está a marcar golos como nunca. O Dos Santos é um bom suplente do Fyssas e ficámos claramente a ganhar em relação ao ano passado com o Cristiano (ok, também não era preciso muito...). O Simão continua a ser o jogador mais desequilibrador do Benfica e foi pena não ter concretizado, pelo menos, uma das duas oportunidades que teve. O Sokota precisa de mais apoio na frente, porque distribui muito jogo de cabeça.

Pela negativa, não percebo a inclusão do Yannick. Gastamos nós 1 milhão de euros num guarda-redes (suplente da selecção vice-campeã da Europa) e o treinador prefere incluir outro, de um clube que desceu e que foi o mais batido da Superliga no ano passado?! "Tem mais "experiência"?! Sinceramente, é difícil de entender e o jogo de hoje provou que cada saída dele dos postes é um calafrio. Enfim, um situação que espero corrigida rapidamente (até porque para mim o guarda-redes titular deveria ser sempre o Moreira). O Argel poderia ter estado melhor na 1ª parte, mas subiu na 2ª. E o João Pereira é indiscutivelmente o jogador do Benfica em pior forma. Se o Nuno Gomes e o Geovanni recuperarem para o jogo da 2ª mão (especialmente o Geovanni, para podermos ter um jogador rapidíssimo para o contra-ataque), as nossas hipóteses aumentam exponencialmente.

Em relação ao Anderlecht, para além do ponta-de-lança Aruna Dindane (o "26"), que é pretendido em Inglaterra, impressionou-me o Wilhelmsson ("17"), que fez a vida negra ao Miguel na 2ª parte. Espero que, tal como Karadas, para o ano esteja no Glorioso, porque nos faz falta um extremo assim.

sábado, agosto 07, 2004

Que chatice!

E eu que tinha grandes esperanças no Del Neri, agora foi tudo por água abaixo. Nem sei bem o que se passou, um treinador tão credenciado, que durante quatro anos colocou uma equipa italiana do meio da tabela... um pouco acima do meio da tabela, foi despedido?! Um homem que disse "independentemente dos resultados o sistema 4-4-2 é para manter" vai-se embora?! Um treinador que afirma que "tudo tem que mudar, se fosse para ficar na mesma tinha ficado cá o outro treinador" (que, como se sabe, infelizmente, tão maus resultados teve...) não vai continuar?! Agora que eu tinha grandes esperanças na defesa em linha, na lista de dispensas (McCarthy, Maciel, Pedro Emanuel, quiçá Carlos Alberto), nas suas declarações tão convenientes (começou logo no princípio ao anunciar ele próprio que iria ser o novo treinador do FCP) é que ele é despedido?! Que grande chatice!

Todavia (e porque uma das consequências que se espera no pós-Euro é a mudança de mentalidades no futebol português), num acesso de boa vontade e fair-play deixarei aqui algumas sugestões de nomes para futuro treinador do FCP, homens credenciados e que conhecem bem a casa (exactamente o que faltou a Del Neri). Por ordem de preferência aqui vai: Octávio Machado, Quinito, Ivic ou Artur Jorge.