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terça-feira, maio 16, 2023

Amasso

Vencemos em Portimão no sábado por 5-1 e conseguimos o que era fundamental, que era ir ao WC na penúltima jornada com quatro pontos de vantagem (o CRAC ganhou em Mordor 2-1 aos 92’ ao Casa Pia no domingo). Deste modo, não iremos enfrentar um adversário que disputaria a sua própria final da Champions, se por acaso tivesse oportunidade de nos afastar do 1º lugar.
 
Com o Morato no lugar do castigado Otamendi e perante um Portimonense que tem sido uma sucursal do CRAC nos últimos (largos) anos, entrámos muito fortes com o João Neves a atirar ao poste logo no segundo minuto. Não demorámos muito mais a inaugurar o marcador, o que aconteceu aos 4’ através do Grimaldo, depois de um centro do Aursnes na direita, num lance em que não se percebeu logo imediatamente se a bola entrou ou não. Tanto VAR, tanto golo anulado por 1 e 2 cm e depois não há tecnologia da linha de golo em Portugal...! Brilhante! No entanto, pelas repetições dá toda a sensação que o guarda-redes toca na bola já dentro da baliza. Não descansámos com a vantagem e o João Mário colocou novamente a bola na baliza, mas estava em claro fora-de-jogo. Todavia, o golo deveria ter vindo antes nessa jogada, porque o Gonçalo Ramos rematou muito mal, quando estava em boa posição, tendo a bola depois sobrado para o nº 20. O David Neres era o nosso maior desequilibrador e rematou rasteiro com muito perigo e o Gonçalo Ramos teve um tiraço de fora da área à barra (seria uma bela homenagem ao golão do João V. Pinto em Alvalade nos 6-3, cujo 29º aniversário foi um dia depois, no domingo). O Portimonense fez a sua primeira incursão na nossa área com um cabeceamento por cima a seguir, mas aos 28’ marcámos o merecido segundo golo: centro do João Mário na direita e autogolo do Filipe Relvas. As coisas estavam bem encaminhadas, mas uma bola parada fez-nos sofrer o 1-2 aos 38’ num livre para a nossa área, em que o Morato não cortou a bola depois de um ressalto e o Pedrão atirou sem hipóteses para o Vlachodimos. Na jogada seguinte, o Gonçalo Ramos trabalhou bem, mas permitiu a defesa do guarda-redes Nakamura, quando só o tinha pela frente. Era importantíssimo chegar ao intervalo com os dois golos de vantagem e felizmente conseguimo-lo, com o regresso do Gonçalo Ramos aos golos passados vários jogos (já não marcava desde o Rio Ave, há seis jornadas) num belo trabalho individual depois de um roubo de bola do Chiquinho no meio-campo e contra-ataque conduzido pelo David Neres, que abriu para o nº 88.
 
No regresso do intervalo, o Roger Schmidt colocou (e bem) o Florentino no lugar do amarelado e pouco inspirado Chiquinho, demonstrando que queria salvaguardar-nos de algum imprevisto arbitral do Sr. Artur Soares Dias... Voltámos a entrar fortes com o Rafa a meter a bola na baliza, mas estando 9 cm fora-de-jogo...! As oportunidades sucediam-se em catadupa, com o David Neres a não picar suficientemente a bola sobre o Nakamura pouco depois e este a brilhar num remate do Grimaldo de fora-da-área. O Portimonense ia fazendo alterações, mas praticamente não conseguia chegar à nossa baliza. A excepção foi um contra-ataque rápido com um centro largo para a área, em que o Aursnes se antecipou ao avançado, que só teria de encostar. Nos últimos cinco minutos, entraram o Musa e o Gonçalo Guedes para os lugares do David Neres e Gonçalo Ramos, e o croata mostrou logo serviço no minuto seguinte num contra-ataque conduzido pelo Rafa na sequência de um canto contra nós, em que teve sangue-frio para sentar um defesa e o guarda-redes e atirar para a baliza deserta. Aos 89’, o mesmo Musa fez o seu bis ao aproveitar muito bem um enorme frangodo guarda-redes Nakamura, que não conseguiu agarrar uma bola, com o nosso avançado a antecipar-se bem, atirando para a baliza.
 
Em termos individuais, o melhor em campo foi o João Neves que o encheu completamente. Esteve em todo o lado, não parou quieto um minuto, defendeu, atacou, rematou, deu um show inversamente proporcional ao seu tamanho! O David Neres também voltou a estar muito bem, sendo neste momento o nosso atacante em melhor forma. O Rafa, passado bastante tempo, está a readquirir a sua forma e já não era sem tempo...! O Gonçalo Ramos voltou aos golos, o que é de saudar, ia marcando outro que seria um golão (mas a barra não deixou), porém falhou outros dois em excelente posição, o que deverá ser motivo de auto-reflexão. Na defesa, não gostei muito do Morato, que esteve longe de fazer esquecer o Otamendi e está no lance do golo sofrido. O Musa, apesar de eu continuar a achar que é um cepo, está decididamente melhor nesta parte final da época do que em grande parte dela.
 
Faltam dois jogos e temos quatro pontos de vantagem. Iremos ao WC no próximo fim-de-semana e depois receberemos o Santa Clara na Luz. Temos tudo a nosso favor e seria preciso um cataclismo para não festejarmos o 38. A equipa está a subir novamente de produção e devemos estar confiantes. Mas as catástrofes inimagináveis por vezes acontecem e, portanto, há que continuar a estar muito concentrados. Até esses três pontos estarem do nosso lado, nada está decidido.
 
P.S. – O Grimaldo assinou ontem pelo Bayer Leverkusen, depois de sete épocas na Luz. Foi três vezes (esperemos que quatro nos próximos dias...) campeão e um dos jogadores mais importantes dos últimos anos. Por isso, agradeço-lhe tudo o que fez enquanto jogador do Benfica. Preferiu ir para outro campeonato, ganhar mais do dobro do que ganhava na Luz, mesmo que isso signifique ficar arrecado de troféus. Está no seu direito. Mas a última imagem é a que fica e, sinceramente, não percebo MESMO NADA o timing deste anúncio. Na semana decisiva do campeonato, é que se torna isto público?! Qual seria o problema de esperar mais uma ou duas semanas...?! A transferência já não se daria dessa forma?! Desrespeitar o clube e nós, adeptos, desta forma era algo perfeitamente evitável.

1 comentário:

joão carlos disse...

De facto não se percebe porque razão não existe a tecnologia da linha de baliza quando estes são o lance mais difíceis de analisar, mesmo com varias câmaras, e se forem pelo ar praticamente impossível de analisar pelo que li é porque o sistema é muito caro, mas com tanto dinheiro gasto em coisas sem sentido e tanta multa que se cobra não deve ser por falta de dinheiro, no entanto não é só cá que não existe essa tecnologia alias são raríssimos os casos em que ela é implementada.
Desta vez conseguimos traduzir o nosso domínio em oportunidades condizentes com esse domínio coisa que já não fazíamos há muito tempo, algumas dessas oportunidades escandalosas e criadas em jogadas de bom recorte, mas depois as mais flagrantes incrivelmente desperdiçadas para depois aproveitar aquelas mais mal amanhadas.
Existe uma bipolaridade do treinador nas substituições excelente ao fazer a primeira cedo e quando se impunha mas depois as outras novamente a arrastar até mais não poder para o fim quando era evidente vários dos jogadores em dificuldades físicas e alias não foi por acaso que bastou ele ter feito duas delas para a equipa imediatamente voltar a marcar, e já agora aquilo não foi sangue frio foi mesmo aselhice que foi uma receção de bola completamente desconchavada a aselhice foi tanta que conseguiu fintar o guarda redes e o defesa que não esperavam aquilo.