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sexta-feira, dezembro 24, 2021

Confrangedor

Perdemos ontem 0-3 com o CRAC em Mordor e ainda não vai ser nesta temporada que iremos ganhar novamente a Taça de Portugal, continuando o nosso registo vergonhoso de quatro triunfos (agora) nos últimos 26 anos...! Mais do que a derrota, foi a desconcentração competitiva com que encarámos esta partida que é absolutamente indesculpável. Toda a novela do Jesus sai-não-sai para o Flamengo é óbvio que iria ter consequências nefastas numa semana com duas idas a Mordor.
 
Como se já não bastasse isso, o Jesus ainda resolveu colocar a titular o Helton Leite e o Taarabt...! Ou seja, isto tinha tudo para correr mal e... surpresa... correu mesmo! Sofremos o primeiro golo pelo Evanilson logo aos 30 segundos na sequência de um lançamento lateral...! Repito: 30 segundos e na sequência de um lançamento lateral! Na bola lançada para a área, o Vertonghen tinha o brasileiro controlado, mas de repente largou-o e este só teve de encostar na recarga. Aos 7’ sofremos o segundo golo, quando o Helton Leite socou mal a bola por duas vezes(!) quase seguidas, tendo no segundo caso sobrado para o Vitinha, que lhe fez um chapéu sem grandes dificuldades. Aos 19’, o VAR Luís Godinho lá andou a arranjar o frame certo para que o Darwin estivesse 4 cm(!) fora-de-jogo e assim o 2-1 não pudesse ser validado. Missão cumprida! Aos 31’, tudo ficou sentenciado com o 0-3 num bis do Evanilson depois de uma assistência do Luis Díaz. O resultado só não se avolumou mais, porque o mesmo Luis Díaz complicou um pouco, numa saída da área completamente a despropósito do Helton Leite, e fez mal o passe quando a baliza estava deserta, permitindo um corte providencial do Weigl. O CRAC estava a fazer o seu jogo habitual de inúmeras faltas, simulações e tentativa de provocação aos nossos jogadores e, perto do intervalo, o Evanilson viu o segundo amarelo e foi expulso pelo Sr. Fábio Veríssimo, depois de um toque na cara do João Mário.
 
Na 2ª parte, entraram o Everton e o Yaremchuk para os lugares do Gilberto e Taarabt. O defesa-direito até estava a ser dos nossos menos maus jogadores, mas já se sabe que é sempre dos primeiros sacrificados. O CRAC reduzido a dez foi o que impediu que saíssemos de Mordor com um resultado ainda mais desnivelado, mas mesmo assim o Taremi ainda conseguiu falhar clamorosamente o quarto golo, ao atirar ao poste com a baliza escancarada. Quanto a nós, revelámos uma incapacidade confrangedora de conseguir criar perigo para a baliza contrária, mesmo estando com mais um em campo. O Fábio Cardoso pisou o Darwin, que teve de sair e levar oito pontos(!) no pé, mas nem amarelo levou. O costume, portanto... E lá tivemos mais um golo anulado, desta feita ao Otamendi de cabeça num canto, porque o Pizzi, que fez o centro, estava 33 cm fora-de-jogo (o que vale é que demoraram um tempão para ver estes 33 cm...!). Em cima dos 90’, também o CRAC viu um golo anulado pelo VAR por fora-de-jogo, na sequência de outra bola parada. E o Otamendi levou um muito escusado segundo cartão amarelo, que o irá impedir de jogar lá para o campeonato.
 
O Weigl voltou a ser dos poucos a mostrar alguma classe nestes jogos. O Gilberto também não esteve mal, mesmo que só o tenham deixado jogar 45’. Quanto aos outros, estiveram entre o medíocre e o inenarrável. Há ali um par deles que eu espero que tenha sido dos últimos jogos com a camisola do Benfica...
 
Como não fomos goleados desta vez, ainda não deve dar para o Jesus deixar de ser nosso treinador. Algo que acontecerá daqui a uma semana, quando lá formos perder para o campeonato e ficarmos a sete pontos deles e da lagartada. Não é futurologia. É para onde os factos actuais apontam. Tudo isto foi pessimamente gerido e roça o amadorismo completo. Está claro para toda a gente que o Jesus irá já para o Flamengo, porque, com a forma como (não) estamos a jogar, a contestação a ele irá ser cada vez mais insuportável. 
Dois jogos com os rivais, duas derrotas estrondosas. Vamos entrar em 2022 com a época já sem objectivos para atingir. Mas eu continuo na minha: o problema vem muito lá detrás e eu continuo à espera de que me expliquem o que se passou na 2ª volta da segunda época do Lage, quando desbaratámos sete pontos de avanço e perdemos o campeonato. Algo me diz que a chave das últimas épocas vergonhosas está aí.
 
Só espero é que se comece já a preparar a próxima nestes seis meses que faltam, para que as coisas não nasçam tortas outra vez. Ou seja, que não se vá para uma solução interina até final desta temporada e começar tudo de novo (o Mourinho no CRAC e o Rúben Amorim na lagartada entraram a meio de uma época e na seguinte foi o que se viu). Para mim, há um nome que salta logo à vista: já esteve no Benfica muitos anos, tem trabalho e identificação com a formação, foi sempre muito elogiado pelo modo como punha as suas equipas a jogar e pelos seus ex-jogadores, e acabou de ser campeão num clube que nunca o tinha sido: Renato Paiva. Era já.

5 comentários:

Nau disse...

Uma miséria de equipa. Outra de treinador, que, nas vésperas de um encontro tão importante para o clube e para quem sente o Benfica, andou em cafés e conspirações com dirigentes do querido «Falamengo», a fazer-se ao despedimento e à indemnização da sacada de milhões, o espertalhaço. Um «mestre da tática» que, pelos vistos, esqueceu tudo o que diziam que ele sabia, e despreza os compromissos que assumiu – jogar «o triplo» (lembras-te Jorge?). O senhor Vieira, o presidente idolatrado por tantos, bem nos tramou com o regresso do amigo.
Não é o perderem – que, quem joga, é certo que um dia há de perder. Não. É a maneira como perdem, o modo como (não)jogam e a lástima de empenho que revelam (que revelaram contra os dois rivais) em campo. Isso é que está em causa.
Uma organização defensiva que não se vê nem em clubes amadores. Parece que quantos mais são, mais se empatam uns aos outros. Cada aproximação do adversário era um Deus nos acuda, um «vai ser outro golo!». E o rapaz que jogou a guarda-redes é bem-parecido, alto e espadaúdo, lá isso, é!
Uma linha média a jogar com pezinhos de lã, lenta de exasperar, sem autoridade nem agressividade, incapaz de um rasgo de génio (sequer de uma jogada diferente), mole, a baldar-se ao choque, a não ter a inteligência da falta necessária (os outros, a ganhar, tinham muito mais faltas), sem saber como defender nem como atacar, uma coisa de confranger.
Uma linha avançada inoperante, estéril, sem nervo nem imaginação, que tão depressa marca muitos golos como parece que deixou de saber como se marcam. E aquela estratégia do pontapé lá para a frente à procura de um milagre de Darwin ou Rafa, toda a 1ª parte, foi para quê? Alguém entendeu?
Uma equipa castrada, amorfa, desorientada e sem reação, sem o comprometimento nem a intensidade nem a garra nem a classe que têm de caracterizar os atletas e as equipas do SLB, sem soluções, incompetente que deu dó, a perder por 3 e a jogar contra 10 a maior parte do encontro, e a levar baile. Parece que não queriam ganhar. E só perdemos por 3, porque a Nossa Senhora dos Aflitos esteve atrás das nossas balizas, o tempo todo. Vocês e o vosso joguinho a fingir provocam pesadelos e fazem dar voltas na tumba aos antigos jogadores de classe, raça, empenho e dignidade que passaram pelo clube e Honraram (sim, com H maiúsculo!) o Manto Sagrado – e foram tantos, tantos, que enriqueceram tanto a História do Sport Lisboa e Benfica, tornando-o um dos clubes mais conhecidos e respeitados do universo.
Alguém já terá explicado a esta tropa, ao ponto de eles entenderem, bem entendido, o que é o Benfica e a paixão dos seus muitos milhões (MILHÕES!) de adeptos espalhados pelo mundo? Alguém já lhes contou sobre a exigência que temos relativamente ao desempenho dos nossos atletas, de todas as modalidades e do futebol em particular? Já?

Uma palavra para a comunicação do clube, em geral: se não está entregue aos bichos, parece. Não defende capazmente o SLB face aos ataques diários de que é vítima. Não informa os sócios e os adeptos como devia informar. Não se dá a discutir os problemas. Dá tiros nos pés a toda a hora. O que faz melhor é a bajulice e a propaganda barata para defender os patrões e manter os tachos. Não julguem que somos parvos.
Outra para o Rui Costa: as promessas eleitorais e a mudança são para cumprir no Dia de São Nunca?

Para o administrador do blogue e para todos os benfiquistas: boas-festas e um novo ano com saúde e repleto de alegrias.


Anónimo disse...

Para mim, era treinador novo, já, e encostar - ou, sendo possível. vender já! - todos aqueles que já provaram, milhentas vezes, que não merecem vestir o "Manto Sagrado" ou que só ali estão pelo dinheiro!
A minha lista é muito grande: Helton, André Almeida, Grimaldo, Taarabt, João Mário, Pizzi, Meité, Everton e Rafa.
Ficavam, com lugar imediato no "banco": Svilar, Vertonghen, Otamendi, Yaremchuk e Seferovic.
Deixava, de uma vez por todas, o absolutamente estranho sistema de três centrais, e voltava ao tradicional 4x4x2 que sempre foi a matriz principal do nosso futebol mais recente.
Apostava sobretudo em jogadores que tenham VONTADE, que não se andem a arrastar em campo, e queiram, realmente, jogar futebol - e que tenham condições para representar o Benfica - começando por chamar jogadores como Paulo Bernardo, Tomás Araújo, Miguel Nóbrega, Ronaldo Camará, Martim Neto, Henrique Araújo ou Umaro Embaló. E "reintegrava", com efeitos imediatos, Morato, Ferro e Gedson.
Para treinador, tenho algumas dúvidas quanto à capacidade de Renato Paiva. Na verdade, acho-o quase tão execrável como JJ. Mas bons treinadores, além de humildes e baratos, não faltam em Portugal...
Em suma, precisamos de "arejar" a casa. Urgentemente!
... Embora tal não me pareça fácil, em especial porque continuamos a ser dirigidos por uma direcção de continuidade. É muito difícil, se não impossível, fazer diferente com os mesmos protagonistas...
Vamos acreditar num milagre de Natal?...
(JCSBranco)

carlos disse...

Para onde caminha o Benfica, responda quem souber?

Miguel disse...

O Weigl voltou a ser dos poucos a mostrar alguma classe nestes jogos.

O ódio ao Taraabt até se compreende, por causa da atitude vergonhosa que teve durante muito tempo (indigna de um profissional de futebol) e também pelo comportamento amalucado que tem sempre dentro de campo.

Mas ser incapaz de ver a nulidade que é o Weigl é o que podemos chamar no mínimo cegueira (para ser simpático).

Claro que há muitos outros problemas no plantel. Um Vertonghen que está no ponto para a reforma, um André Almeida a enterrar jogo após jogo, etc.

Mas o enterra número um é mesmo o campeão do passe para o lado e para trás e mestre da marcação à distância com os olhos. Tivessemos nós um gajo sem medo como o Gabriel (que jogou bem até ao dia em que chegou o alemão e lhe retirou a titularidade sem ter feito nada para isso acontecer) e duvido que humilhações como a de ontem tivessem acontecido.

joão carlos disse...

Se já é absolutamente ridículo, embora esta época já nem seja o primeiro lance destes que permitimos, permitirmos uma oportunidade num lançamento lateral ainda pior o é que o mesmo aconteça no primeiro lace do jogo uma completa falta de concentração dos jogadores que pelos vistos estavam avisados por isso ou a mensagem não passa ou eles não acreditam na mensagem que lhes estão a passar, mas nenhuma das duas abona em nada o trabalho do treinador.
Só que o problema é anterior á segunda volta do lage alias esse momento é só a consequência de algo anterior que foi o desmantelar completo da equipa no terceiro ano do rui que foi uma sangria completa depois o lage consegui foi colocar um penso para estancar a sangria que se foi aguentado, nem sabemos muito bem como, até rebentar por completo como esperado e problema nunca resolvido e só agravado com a vinda do bazofias.
Como se viu por este jogo, e todos os com este clube, um dos nossos problemas, embora não o único, é a mentalidade da equipa e a maneira como encaramos determinados jogos e nisso não existe nenhum treinador português que a consiga mudar, alias como se viu pela última década em que nesse aspecto em nada melhoramos pelo contrário em casa até pioramos esse aspecto, porque todos os treinadores portugueses são subservientes aos poderes instalados é aproveitar o que resta da época para um treinador estrangeiro de qualidade se ir habituando aos jogos internos, senão o estiver já habituado.