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sábado, fevereiro 06, 2021

Arrasados

Empatámos ontem na Luz frente ao V. Guimarães (0-0) e, não só não aproveitámos o empate no dia anterior do CRAC no Jamor frente ao Belenenses SAD (0-0), como nos distanciámos da lagartada, que ganhou ao Marítimo na Madeira (2-0). Com as vitórias igualmente do Braga e Paços de Ferreira, estamos, no final da 1ª volta, num impensável 4º lugar com 34 pontos, a 11(!) da lagartada (nunca na minha vida me lembro de uma diferença destas...!), a cinco do CRAC, dois do Braga e com o Paços de Ferreira com os mesmos pontos do que nós! Ou seja, era difícil prever pior nesta altura da época. Temos o campeonato mais que perdido e ainda só vamos começar a 2ª volta agora!
 
Com o Jesus ainda retido em casa por causa da Covid-19, a inovação táctica dos três centrais no WC foi sol de pouca dura e voltámos ao habitual figurino do 4-4-2 (gosto sempre da racionalidades destas decisões, sempre bem pensadas e reflectidas...) O problema foi que só tivemos um avançado (Seferovic) na frente, que ainda por cima saía muitas vezes da área, tornando-a uma terra de ninguém. Mesmo assim, não acho que tivéssemos feito uma má 1ª parte, antes pelo contrário, dominámos bastante e tivemos 14 remates à baliza, embora muito poucos com a direção correcta. De qualquer maneira, deveríamos ter saído para o intervalo já em vantagem, dado que o Vertonghen, Seferovic e Everton tiveram mais do que uma situação para marcar.
 
Na 2ª parte, se era expectável a entrada do Darwin para dar mais peso ao ataque, o que eu não esperava era a saída do Everton, que até estava a ser dos mais interventivos a jogar na ala. O resultado, estava mesmo a ver-se, traduziu-se num afunilamento progressivo do nosso jogo e, consequentemente, a deixar de criar tantas oportunidades como no primeiro tempo. O Gonçalo Ramos entrou mais cedo do que o costume, por volta da hora de jogo, para substituir o inconsequente Seferovic, mas também ele teve a sua quota de golos falhados de forma incrível, com uma cabeçada perfeitamente à vontade que nem à baliza foi (já o suíço, na 1ª parte, não dominou uma bola relativamente fácil, dada pelo calcanhar do Gilberto, que o colocaria frente a frente com o guarda-redes). O tempo ia passando, a equipa ia ficando cada vez mais nervosa e as decisões do banco só a foram piorando, fazendo-a esquecer por completo os corredores: saíram também o Pizzi e o Cervi, entrando o Pedrinho e Chiquinho, o que contribuiu para um aumento exponencial de tentativas pelo meio, que não nos ajudou nada. Mesmo assim, foi no malfadado minuto 92 que tivemos a melhor ocasião da partida (de longe!) com um falhanço inacreditável do Pedrinho praticamente na pequena-área, assistido pela cabeça do Gonçalo Ramos, que por sua vez recebeu um passe também de cabeça do Darwin, depois de um centro do Grimaldo na esquerda. Até final, ainda deu para o entretanto entrado Gabriel (para o lugar do Weigl) fazer uma segunda assistência, ao falhar um passe numa transição ofensiva, para um desperdício contrário, neste caso do Edwards, cujo remate ainda agora estou para saber como não entrou... Seria o culminar do karma negativo em que todo este jogo esteve envolvido.
 
Não vou destacar ninguém em termos individuais, porque de facto não houve ninguém que se tenha salientado dos demais. A equipa lutou bastante, tentou combater a adversidade, mas falhou clamorosamente na altura de rematar a baliza. Numa altura em que isso não poderia acontecer! O problema não esteve só neste jogo, o problema vem-se arrastando há bastante tempo e a solução, NESTE MOMENTO, não é fácil. Não adianta estar a correr constantemente com treinadores (já é o terceiro e a promessa de 
“arrasar” conjuga-se agora no particípio passado), não se pode correr com o plantel inteiro e tivemos eleições há pouco mais de três meses. Se eu escrevi ‘neste momento’ em maiúsculas não foi por acaso. Todos os que estão em funções neste momento TÊM OBRIGAÇÃO de fazer a equipa sair desta situação o mais depressa possível. No final da época, far-se-á o balanço, sendo que se as coisas não melhorarem significativamente (leia-se: NO MÍNIMO, o 2º lugar e a Taça de Portugal ganha), espero que quem de direito perceba que, depois do investimento megalómano desta temporada, não tem condições nenhumas para continuar. 
 
P.S. – Completámos uma volta inteira do campeonato sem um único(!) penalty a nosso favor. Se não é inédito, alguém que me diga, sff. Ainda ontem, na 2ª parte, há um empurrão claro do André André ao Pizzi. O Pizzi está com o tronco (que é empurrado) fora da área, mas os pés dentro da área. O Sr. Nuno Almeida, que foi o VAR que não viu a mão do Nacional há duas jornadas, nada assinalou. Assim, de facto, ainda é mais complicado.

3 comentários:

Nau disse...

Começa a ser uma tortura e um pesadelo. Ao fim de dez minutos a vê-los jogar assim, a gente já sabe que vai sofrer outro desgosto. Não sabem jogar de outra forma, viciaram-se nesta: jogo mansarrão, mastigado (lado-lado-trás-lado-atraso para o guarda-redes), uma trapalhada no meio-campo, afunilamento do ataque para o centro da área, fintas e passes curtos frente a uma muralha, bola perdida – tudo mais que previsível. Os cantos (9, ontem!) e os livres são de futebol amador e inofensivos, não há centros das laterais e falta presença na área quando lá vem um ou outro, não há remates de fora da área. Isto será modelo de jogo de equipa de um clube como o Benfica, um modelo que é sempre, sempre o mesmo, que não muda nada estejamos a ganhar, empatados ou a perder e que já está mais que visto e sabido pelos adversários? Qual é a equipa que hoje não nos humilha e tira pontos? Qual?
Os jogadores têm culpa, porque, não sendo nenhuns craques (o Benfica atual não tem nem um para amostra), podem fazer melhor, já os vimos fazer muito melhor. Faz um ano (não venham agora com a desculpa esfarrapada de que a culpa é do COVID que os afetou) que o que nos dão é o que nos deram ontem - jogos miseráveis e desgostos.
Mas a equipa técnica tem ainda mais culpas, porque não apresenta alternativas ao modelo, porque é incapaz de preparar estratégias e jogadas novas, de motivar os jogadores, de lhes incutir crença, objetividade e competitividade, de tirar de cada um o melhor que tem para dar ao coletivo – o Benfica não tem uma equipa de futebol, tem jogadores sem confiança, descrentes e desmotivados, a tratar mal a bola, a falhar dúzias e dúzias de passes e a jogar desgarradamente, inofensivos e improdutivos que dá dó de ver.
Mas o réu principal do descalabro é o visionário Vieira. A vertigem de vender, vender, o desinvestimento continuado na equipa, as compras que só ele e os seus fiéis apóstolos entendem (ou engolem em seco enquanto fazem mais uma vénia ao ídolo!), sem ter em conta as carências e os desequilíbrios evidentes do plantel vai em cinco épocas, deu nisto. Dá nisto, a fé cega, fanática, irracional nos salvadores da pátria. A princípio, quando muitos benfiquistas já defendiam que Vieira estava a dar as mãos a adversários falidos e a amigos pessoais inimigos do Benfica, não quis acreditar, não podia acreditar. Mas cada vez mais me convenço de que tinham razão. Dou-lhes razão. Primeiro, deu a mão ao Oliveira (contrato desfavorável com a NOS) e ao Porco (destroço da equipa e desinvestimento para o penta); e depois deu-a aos da 2ª circular (cedência de Nuno Santos, desinteresse por Pedro Gonçalves). Se a análise estiver correta, ficará a pergunta: por que raio um presidente do Sport Lisboa e Benfica daria a mão a inimigos declarados que nos querem afundar, em prejuízo do próprio clube? Hã?
Uma palavra para os 62% de indefetíveis do presidente e desta direção: ainda têm fé neles ou já abriram os olhos?

Francisco disse...

Mas caros Benfiquistas os apitadores fazem isso porque ninguém defende o Benfica, tirando nós os Benfiquistas, tenho pena do Rui9 Costa tinha e tenho uma grande admiração por ele mas por amor ao Benfica faça o que os outros fazem peça e exija os penaltis que nos estao semana a semana a ROUBAR.

joão carlos disse...

Neste momento estamos com as mesmas percentagens de vitórias que tivemos no tempo do Autuori, do manel jose, do souness e do jupp e nem sequer vale a pena vir comparar os planteis de então com o de agora, muito menos o que uns custaram e o que custou este, é verdade que por si só trocar apenas de treinador, como se viu pelos outros exemplos passados, não serve de nada mas quando o treinador é só mais um problema e não trás nenhuma solução não existe outro remédio que a mudança.
E não basta assumir culpa tem de se tirar as devidas consequências dessas culpas já se mudou de treinadores, já se mudou de diretor para o futebol de secretario técnico o próximo será o diretor desportivo, mas tudo se mantem igual com uma percentagem de vitorias nos últimos doze meses piores que a nossa época mais negra, é inadmissível e pelos vistos todos a culpa é de todos menos que quem efectivamente dirige e é, ou deveria ser, o responsável máximo.
A mudança de direcção, ou uma clarificação, tem de ser já não pode ser no final da época onde é necessário tempo para lançar candidaturas, campanha, esclarecimento dos sócios e eleições e isso demora mais de um mês o que daria que uma nova direcção entrava em agosto com tudo para fazer definir plantel, treinador o que daria que mais uma vez não iríamos ter pré época como deveria ser seria mais um anos a começar coxo, além de que se eles não saírem agora não é no final da época que saem aconteça o que acontecer.