segunda-feira, maio 13, 2019
Só mais um
Vencemos
o Rio Ave em Vila do Conde por 3-2 e estamos a um singelo ponto de festejarmos
o 37º título de campeão do nosso historial. Tal como se esperava, foi um jogo
muito complicado, em que o Rio Ave mostrou a razão de estar a fazer uma excelente
ponta final de campeonato que lhe permitiu empatar com o CRAC há duas jornadas.
Com a
goleada deles no Nacional (4-0) mesmo antes de entrarmos em campo, a ténue
esperança de podermos ser já campeões ontem esfumou-se logo. Eu estava
obviamente bastante nervoso, mas as coisas não poderiam ter começado melhor:
golo do Rafa aos 3’ a aproveitar muito bem um mau alívio de um defesa a um
centro do André Almeida, depois de uma boa transição da nossa parte, com o
Pizzi a abrir muito bem na direita no nº 34. O mais difícil estava
(teoricamente) feito e tínhamos o resto do tempo para assentar o nosso jogo e
aproveitar eventuais falhar contrárias. Ainda antes do quarto de hora, o Pizzi
deveria ter feito melhor, num remate em arco depois de tirar um adversário no
caminho, quando estava em boa posição. A meio da 1ª parte, foi o Vlachodimos a
ajudar-nos a garantir a vitória, numa excelente defesa a um livre directo do
Nuno Santos. Depois de um golo bem anulado ao Tarantini por claro fora-de-jogo,
foi novamente o Pizzi a colocar o Leo Jardim em respeito por duas vezes, com
remates perto da entrada da área. Em cima do intervalo, aumentámos a vantagem
através do João Félix, numa jogada de contra-ataque bem construída pelo trio
Félix, Seferovic e Pizzi, com aquele a isolar o nº 21, que não chegou à bola,
mas o Léo Jardim deu um grande frango
ao não agarrá-la na saída, e o Félix só teve que encostar. O Rio Ave protestou
muito o lance por uma hipotética falta do Florentino na nossa área, mas a haver
falta (o que, para mim, não é de todo claro) ela começa fora da área, portanto
teria de ser aí marcada. O Sr. Hugo Miguel ouviu o VAR (Sr. Luís Godinho) e
validou o golo.
Com uma
vantagem de dois golos no recomeço, tínhamos tudo a nosso favor. No entanto, já
deveríamos ter mais que percebido, desde o WC na Taça e Frankfurt, que nós não
sabemos “gerir o jogo”. Reentrámos muito adormecidos e o Rio Ave reduziu logo
aos 50’ pelo Tarantini que, depois de um passe/remate do Nuno Santos, apareceu
isolado frente ao Vlachodimos, porque o André Almeida não acompanhou o resto da
defesa e o colocou em jogo. Reagimos muito bem e aos 56’ voltámos a ter uma
diferença de dois golos: excelente abertura do Ferro na esquerda para o
Grimaldo, centro atrasado, a bola ressalta num defesa e vai ter com o nosso
lateral-esquerdo outra vez, novo centro que encontra o Pizzi perto da marca de
penalty e remate rasteiro deste de pé direito, com a bola ainda a bater no
poste antes de entrar. Não deixámos o Rio Ave ter tempo para saborear a
diferença mínima e o jogo entrou numa fase de loucos com parada-resposta. Por
volta da hora de jogo, jogada parecida, com o Pizzi a variar o flanco para a
esquerda para o Grimaldo, centro deste que encontrou o André Almeida sozinho
perto da pequena-área, mas o remate de pé esquerdo foi defendido com o pé pelo
guarda-redes. A resposta veio logo depois, com nova excelente defesa do
Vlachodimos a um cabeceamento do Gelson Dala (bom jogador que os lagartos aqui têm). Esta toada estava
longe de nos ser favorável, porque tínhamos dois golos de vantagem e estávamos
a ficar muito expostos aos contra-ataques adversários. O Bruno Lage mandou (e
bem) acalmar o jogo, fechámos linhas e o Seferovic poderia ter dado a machadada
final a 15’ do fim, mas o seu remate, depois de passe de calcanhar do Rafa, foi
bem cortado pelo Rúben Semedo. Entretanto, entrou o Gedson, saindo o Pizzi,
para dar mais consistência ao nosso meio-campo, mas o Rio Ave conseguir mesmo
reduzir aos 84’ num bom cabeceamento do entretanto entrado Ronan. Bem vistas as
coisas, ainda tínhamos uma margem de dois golos que nos manteria no 1º lugar,
mas não conseguir ganhar um jogo com esta marcha do marcador teria sido muito
frustrante e inevitavelmente deixaria a equipa nervosa para a última jornada. O
Cervi e o Jonas ainda entraram para refrescar a equipa e tivemos engenho para
não deixar o Rio Ave criar grande perigo nos minutos finais. Ao invés, o Rúben
Semedo terá feito um dos cortes do campeonato mesmo em cima dos 90’, impedindo
o remate do Jonas de chegar à baliza. Teria sido o nosso golo 100 no
campeonato, mas esperemos que ele surja para a semana.
Em
termos individuais, o Samaris foi dos melhores em campo e será pouco menos que
incompreensível se não renovar. Tanto dinheiro gasto em Filipes Augustos,
Lemas, Contis e afins, que me custa a perceber que não haja dinheiro para um
jogador não só desta qualidade, como com estes anos de casa. O Rafa voltou a
ser muito importante pelo golo e pela maneira como acelera o nosso jogo. O João
Félix já fez jogos melhores, mas muito do sucesso do nosso jogo atacante passa
pela maneira como ele trata a bola. O Vlachodimos fez duas defesas que salvaram
os dois pontos de vantagem que temos.
Falta-nos
um ponto e recebemos o Santa Clara na Luz na última jornada. Nada está ganho
ainda, o futebol reserva-nos muitas surpresas e imponderáveis (pode sempre
haver uma expulsão nossa logo aos 5’ num lance de penalty), mas sejamos
realistas: caso não sejamos campeões, será uma tragédia pior do que a do
Kelvin. No entanto, da mesma maneira que o prato principal é o mais importante
num restaurante, eu quero menu completo! Ou seja, acima de tudo obviamente o
37, mas também uma vitória (até porque ela significará chegar aos 100 golos) e
o Seferovic como melhor marcador (tem um golo de vantagem sobre o Bruno
Fernandes, que irá a Mordor pelo que não é expectável que faça muitos golos).
Vamos lá, Glorioso, está quase! VIVA O BENFICA!
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