origem

domingo, maio 19, 2019

O trinta e sete

Vencemos ontem o Santa Clara por 4-1 e sagrámo-nos campeões nacionais pela 37ª vez no nosso historial. Foi o quinto título nos últimos seis anos e esperemos que esta reconquista signifique igualmente o reinício de uma senda gloriosa que foi infelizmente interrompida na época passada.

Bastava-nos um ponto para sermos campeões, mas não só nenhum jogo se ganha antes de ser jogado, como também seria um pouco frustrante terminar o campeonato com um empate em casa e não ter conseguido assim uma brilhante série de 18 vitórias nos últimos 19 jogos. (E aquele empate com o Belenenses SAD foi tão escusado quanto estúpido…) Neste sentido, encarámos esta partida com a seriedade que se impunha, até porque há que dizer que o Santa Clara mostrou que pratica bom futebol e nunca desistiu durante todo o jogo. No entanto, nós revelámos uma eficácia enorme e marcámos em praticamente todas as ocasiões que tivemos. O primeiro golo surgiu aos 16’ numa abertura fantástica do Samaris, que isolou o Seferovic na área, este dominou de peito e à meia-volta rematou sem hipóteses para o guarda-redes Marco Pereira. Chegávamos aos 100 golos no campeonato! Impressionante! Os açorianos reagiram pouco depois e, na sequência de um canto, só não igualaram porque a cabeçada do Fábio Cardoso na pequena-área saiu ligeiramente por cima. Aos 23’, ampliámos a vantagem numa jogada de insistência do Rafa, com a bola a sobrar para o João Félix, que com uma simulação partiu os rins ao César (nosso ex-central) e fuzilou o guarda-redes. O trinta e sete estava perto, mas o Santa Clara voltou a criar perigo num livre do Bruno Lamas (bom jogador!) a passar muito perto do poste do Vlachodimos. A nossa vantagem começou a ficar insuperável com o 3-0 aos 39’: centro do André Almeida na direita, o Seferovic não conseguiu acertar bem na bola de cabeça, esta ressaltou num defesa e ficou à mercê do Rafa, que só teve que disparar para dentro da baliza. Mesmo em cima do intervalo, noutra boa jogada de combinação da nossa parte, o João Félix em excelente posição entro da área rematou ligeiramente por cima da barra.

Na 2ª parte, poderíamos ter aumentado o marcador logo no recomeço, mas o Rafa não dominou bem uma bola que tinha sido recuperada pelo Pizzi. O Santa Clara também teve uma boa chance, num remate de trivela do Ukra depois de uma bola perdida pelo Ferro em zona proibida, mas o remate saiu ao lado. Ainda assim fizemos o 4-0 relativamente cedo: centro do Grimaldo na esquerda aos 56’ e bis do Seferovic num remate de primeira de pé esquerdo. Igualávamos o nosso melhor registo de sempre de golos em campeonatos, conseguido em 1963/64, com o incrível número de 103! Pouco depois, aos 59’, o Santa Clara reduziu (justamente, diga-se) através de um canto, com o César a marcar na recarga, depois de uma cabeçada do Fábio Cardoso ao poste. Num gesto bonito e apesar de só ter estado uma época no Benfica, o nosso ex-central pediu desculpa pelo golo. Um dos momentos do jogo foi a entrada do Jonas aos 69’ para o lugar do João Félix. Quiçá a fazer o último jogo da carreira, o genial brasileiro entrou muito emocionado em campo e teve a equipa a tentar dar-lhe um golo, o que de certa maneira impediu que estabelecêssemos um novo recorde de golos no campeonato. Ainda teve duas ou três situações para marcar, mas o guarda-redes defendeu uma no limite e nas outras a pontaria esteve bastante desafinada. Do outro lado, o César poderia ter bisado, mas o Vlachodimos defendeu quase por instinto o remate de cabeça num canto e a recarga saiu muito por cima. Até final, ainda houve uma bola a bater na parte superior da nossa barra, entraram o Taarabt e o Salvio, para os aplausos ao Samaris (bem merecido para um jogador essencial na equipa e no plantel, e que tinha finalmente renovado esta semana) e Rafa, mas o resultado não se alterou mais.

Em termos individuais, destaque para o bis do Seferovic, que ajudou a torná-lo o melhor marcador do campeonato com 23 golos. O João Félix não começou bem o jogo, mas foi subindo de produção ao longo dele e também marcou o seu golito. O Rafa é outro dos imprescindíveis e acaba a época no 3º lugar dos marcadores com 17 golos. Incrível para quem nos anos anteriores tinha tido sempre uma relação muito difícil com a baliza…! O Samaris voltou a estar imperial no meio-campo, bem secundado pelo Florentino. Menos positiva é a prestação da nossa defesa e terminamos a época com 31 golos sofridos em 34 jogos, o que é manifestamente muito.

A análise desta brilhante conquista merecerá um post à parte, mas os números praticamente falam por si. E só quem não tem cérebro pode tirar mérito a esta vitória.

CAMPEÕES, CAMPEÕES, NÓS SOMOS CAMPEÕES!!!

Sem comentários: