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segunda-feira, maio 01, 2017

À rasca

Vencemos o Estoril (2-1) no sábado e mantivemos os três pontos de vantagem para o CRAC que foi ganhar a Chaves (2-0). Foi um jogo bastante mais complicado do que se esperava a priori e em que só se salva mesmo o resultado. Que é obviamente o mais importante. Antes assim!

Depois de no fim-de-semana passado termos empatado do WC, mas conservado os três pontos de vantagem graças ao também empate do Feirense em Mordor, era expectável que nós entrássemos em campo a sufocar o adversário, porque temos tudo a nosso favor. Mesmo sabendo que este Estoril se revelou um osso muito duro de roer há três semanas nas meias-finais da Taça de Portugal, como agora alinhávamos com a principal equipa reforçada pelo regresso do Jonas, era de prever uma entrada determinada da nossa parte. Mas infelizmente isso não aconteceu. O Rui Vitória lá se decidiu a dar a titularidade ao Cervi em vez do inofensivo Rafa, mas o nosso maior problema continua a ser a lentidão de processos, o que perante equipas fechadas faz com que as ocasiões de golo sejam raras. Um remate do Salvio desviado por um defesa foi a única vez em que estivemos perto do golo, antes do penalty indiscutível sobre o Nélson Semedo que o Jonas concretizou para o lado oposto do Moreira aos 29’. Como o (teoricamente) mais difícil estava feito e era uma inevitabilidade o Estoril ter de atacar e abrir espaços, pensei que o jogo se tornaria mais fácil para nós. E a verdade é que tivemos duas óptimas ocasiões para alargar a vantagem, mas tanto o Cervi como o Salvio, ambos em posição privilegiada, atiraram ao lado. Quanto ao Estoril, o Kléber ainda apareceu frente-a-frente com o Ederson, mas não conseguiu fazer o desvio com força suficiente.

Um pouco à semelhança do jogo da Taça, o início da 2ª parte foi catastrófico para nós. É certo que não sofremos um golo logo na reposição de bola, mas vimos o Estoril vir para cima de nós sem conseguirmos praticamente passar de meio-campo. Só nos primeiros quinze minutos, o Kléber voltou a aparecer isolado perante o Ederson, mas a atirar-lhe a bola para as mãos, e sofremos duas bolas nos postes (Ailton e Mattheus Oliveira)! Até que aos 59’, o Estoril empatou mesmo pelo Kléber, que, beneficiando de uma escorregadela do Ederson quando ia arrancar para lhe fazer frente, atirou a bola por baixo das pernas do nosso guarda-redes. Da maneira como o jogo estava, teríamos de mudar radicalmente para conseguir voltar a estar em vantagem. Ou isso, ou ter o Jonas em campo. E foi o genial brasileiro a arrancar um remate do meio da rua para fazer o 2-1 aos 66’. Indiscutivelmente, um dos melhores golos do campeonato! Entretanto, o Carrillo já tinha entrado para o lugar do Salvio, apostando também o Rui Vitória no Jiménez (saiu o Mitroglou) e no Filipe Augusto (saiu o Jonas esgotado aos 77’). Até final, por duas vezes poderíamos ter acabado com o jogo, mas o Jiménez rematou na atmosfera, quando estava em excelente posição depois de um centro do Nélson Semedo na direita, e o Grimado atirou ao lado quando só tinha o Moreira pela frente. Com mais um homem no meio-campo (mesmo que seja o Filipe Augusto…), conseguimos controlar melhor o ataque do Estoril, que deixou de ter as auto-estradas dos primeiros quinze minutos da 1ª parte. Mesmo assim, ainda houve dois livres deles para a nossa área já mesmo em cima dos 90’, que felizmente não criaram perigo.

Em termos individuais, óbvio destaque para o Jonas que com um bis nos deu os três pontos. Pelo que lutou e se entregou ao jogo, logo atrás vem o Cervi, cuja titularidade há muito eu venho defendendo. Todo o resto da equipa esteve bastante sofrível, com o Pizzi a passar muito ao lado do jogo, o Mitroglou idem, idem, aspas, aspas, mas nenhum tão mau como o Salvio. Eu até gosto bastante do argentino, mas está a atravessar uma fase terrível em termos de confiança e por duas ou três vezes estragou contra-ataques prometedores nossos. O maior problema é que o seu substituto foi o Carrillo, que me abstenho de comentar… Não percebo porque é que o Zivkovic ficou na bancada. Outra questão é a insistência no Filipe Augusto com o Samaris também no banco. Ou o grego está de castigo internamente pela estupidez de Moreira de Cónegos (e aí nem no banco deveria estar), ou não percebo esta opção do Rui Vitória.

Faltam três jogos e precisamos de sete pontos para o desejado tetra. Neste momento, temos que apelar ao coração e espírito de sacrifício dos nossos jogadores, porque os tempos das goleadas, e consequente qualidade exibicional, do ano passado estão muito distantes. Temos saídas muito difíceis a Vila do Conde e ao Bessa e uma recepção sempre complicada ao V. Guimarães. Vai ser certamente sofrer até final.

P.S. – É certo que não estamos a jogar ao nível de épocas anteriores, mas estar a ganhar por 1-0 em casa a quatro jornadas do fim e haver benfiquistas(?) que assobiam a equipa é simplesmente estúpido. Se querem ver espectáculo, vão ao circo, sff! Nesta altura do campeonato, é simplesmente para ganhar e, se a equipa o está a fazer, é preciso ser-se bastante acéfalo para assobiá-la. Por alguma razão, a equipa não agradeceu no final como é hábito. E fez muito bem em mostrar desagrado pela situação. Cambada de idiotas!

2 comentários:

Anónimo disse...

Se a equipa não agradeceu foi pela exibição miserável.

Era só o que faltava a equipa sentir-se superior aos seus adeptos, que pagam balúrdios e enchem o estádio para ver uma equipa sem atitude em campo.

Uma equipa de aristocratas que pensa que o campeonato já está ganho simplesmente não vai ganhar nada.

Agradeço ao Jonas o que fez... salvou a equipa num momento de inspiração... sem ele, o Benfica tinha agora 1 ponto de vantagem ou até pior, tinha perdido mesmo o campeonato.

Nau disse...

À rasquinha!
Para ganhar em V. do Conde é necessária uma atitude de campeão, que não tiveram no jogo com o Estoril. Têm de entrar a mandar no jogo, de jogar rápido e de provar em campo, nos 90 e tantos minutos, que são melhores. Se não quiserem morrer na praia e defraudar os adeptos.