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quinta-feira, junho 23, 2016

Hungria - 3 - Portugal - 3

Terceiro jogo, terceiro empate. Numa das piores fases de grupos de sempre, conseguimos a qualificação para os oitavos-de-final sem ganhar nenhuma partida. Ficámos em terceiro lugar e, caso não tivesse havido alargamento do número de selecções participantes, teríamos vindo para casa. Isto num grupo em que estávamos com a Hungria, Áustria e Islândia. Acho que não é preciso dizer mais nada…

Quando entrámos em campo, já sabíamos que o empate nos bastaria. E a equipa deu mostras disso nos primeiros minutos, ao jogar a duas velocidades: devagar e parada. Só que a Hungria resolveu abanar as coisas e fez o 0-1 aos 19’ pelo Gera. Nós sentimos muito o golo e não fizemos nada para merecer o 1-1 pelo Nani aos 42’ depois de uma óptima abertura do C. Ronaldo. Mas o que interessa é que marcámos. Quando se esperava que o golo e o intervalo nos acalmasse, assistimos a uma 2ª parte de loucos. Aos 47’, o Dzsudzsák marcou um livre, a bola desviou no André Gomes na barreira e foi para dentro da nossa baliza. Três minutos depois, o C. Ronaldo surgiu finalmente e marcou um dos melhores golos do Europeu, de calcanhar depois de um centro do João Mário. Mas aos 55’, novo remate do Dzsudzsák de fora da área, novo desvio desta feita do Nani e Portugal de fora dos oitavos outra vez. O Quaresma entrou e aos 62’ cruzou para a cabeça do C. Ronaldo fazer o 3-3. Voltámos a entrar nos oitavos. Pouco depois, a Hungria começou a pagar a sorte dos ressaltos nos golos e atirou uma bola ao poste. Até final, o C. Ronaldo ainda nos poderia ter dado a vitória, mas o remate saiu por cima. Entretanto, no outro jogo, a Islândia e a Áustria estiveram empatadas até ao último minuto, quando os islandeses marcaram e ficaram com o 2º lugar do grupo, atirando-nos para o terceiro que, em termos de adversários futuros, é bastante mais simpático.

Destaque óbvio para o C. Ronaldo com dois golos e uma assistência. Mas, se calhar, era melhor alguém dizer-lhe que não é preciso estar sempre a rematar à baliza… Remates a 35 ou 40 m da baliza têm poucas hipóteses de dar em golo… É só estragação de jogo. A entrada do Renato Sanches ao intervalo mexeu (e de que maneira!) com a equipa e, por exemplo, fez com que o João Mário subisse imenso de produção. No entanto, a defesa está uma desgraça, o Ricardo Carvalho já era, o William fez figura de corpo presente no meio-campo e o Eliseu não substituiu nada bem o lesionado Raphael Guerreiro.

Como a Croácia derrotou a Espanha, iremos encontrá-la nos oitavos em vez de nuestros hermanos. A benesse dos islandeses fez com que só possamos defrontar a França, Inglaterra, Itália, Espanha ou Alemanha na final! Mas não nos deixemos enganar, se não conseguimos ganhar à Islândia, Áustria ou Hungria, não estou mesmo nada a ver como poderemos, a manter o mesmo nível exibicional, ganhar aos croatas. A não ser que a estratégia passe por ir sendo apurado sempre nos penalties até à final… Já sei que há-de vir gente falar da Itália de 82, que também teve três empates na fase de grupos e depois foi campeã do mundo, mas é impossível alguém não ficar preocupado com o que a selecção (não) tem mostrado até agora. Arriscamo-nos a sair sem honra nem glória. O que, principalmente depois do discurso do “vamos lá para ganhar o Euro”, vai parecer muito mal. Esperemos que, ao fim de três jogos, as coisas melhorem daqui para a frente.

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