Sem o Samaris castigado, o Rui Vitória voltou a apostar no Talisca tal como tinha feito frente ao Tondela, regressando o André Almeida à posição de trinco. De resto, foi a equipa expectável e tivemos o mérito de entrar muito bem no jogo, com enorme pressão sobre os turcos que mal conseguiram sair do seu meio-campo nos minutos iniciais. Uma jogada genial do Gaitán e um remate do Jiménez, com recarga por cima do argentino, poderiam ter logo sentenciado a partida nos primeiros cinco minutos. Dois remates à figura do Jonas e um mau domínio do Gonçalo Guedes quando estava isolado foram as restantes oportunidades da 1ª parte. Do outro lado, apesar do Sneijder e Podolski, viu-se muito pouco, com excepção de dois magníficos cortes do Jardel na mesma jogada que impediram perigo na nossa baliza.
Como o Atlético Madrid empatou no Cazaquistão, uma vitória nossa dar-nos-ia a liderança isolada e a equipa subiu o ritmo na 2ª parte. Inaugurámos o marcador logo aos 52’ num livre para a área, cabeçada do Jardel para o meio e o Luisão a deixar a bola para o Jonas fuzilar. Como o Galatasaray mal tinha criado perigo até então, pensei que com maior ou menor dificuldade ganharíamos o jogo, só que os turcos marcaram no primeiro remate enquadrado com a baliza através do Podolski aos 58’. Felizmente nós não nos desconcentrámos com este revés e voltámos à vantagem aos 67’ com um golo do capitão Luisão depois de um canto do Gaitán. Faltavam 23’ para o final do jogo, mas muita coisa ainda aconteceu. Nós desperdiçámos o golo da tranquilidade numa série de ocasiões: livre rasteiro do Gaitán com boa defesa do Muslera, que também parou a recarga do Jiménez, o Jardel falhou por um triz o cabeceamento num canto, quando era só encostar, e a pior de todas pelo Jiménez depois de um contra-ataque do Gaitán que, com um toque de calcanhar, o isolou, mas o mexicano rematou fraco e o Muslera defendeu para canto. Os turcos tiveram duas óptimas ocasiões num remate fora da área do Selçuk İnan e um remate por cima já na grande-área depois de um magnífico corte do Luisão em tempo de descontos. De referir que desde os 85’ que jogámos com 10, porque o Gaitán viu um segundo amarelo ao cortar um contra-ataque muito perigoso. O que foi inadmissível foi o primeiro amarelo por protestos depois de o árbitro não ter expulso o Burak Yılmaz por ter jogado a bola com o braço, quando já tinha cartão. Nota-se um certo descontrolo emocional dos nossos jogadores nalgumas ocasiões (já se tinha visto frente à lagartada), que depois paga-se caro e o Gaitán vai fazer-nos muita falta em Astana.
Em termos individuais, destaque para o Luisão que esteve nos dois golos, para o Jardel, muito importante no 1º golo, mas principalmente na defesa, e para o Gaitán que, apesar da expulsão, teve o exclusivo da magia em campo. O Jonas lá se estreou a marcar na Champions e o Talisca esteve igualmente em bom plano, especialmente nas variações de flanco. O Gonçalo Guedes passou ao lado do jogo e o Jiménez, apesar de bastante lutador, não esteve nada feliz na concretização (tal como nos últimos jogos). Tenho alguma pena por as coisas não estarem a correr bem ao mexicano, até gosto dele, mas aquela bola quase no final não se pode mesmo falhar. Quanto ao Eliseu, seria bom que toda a gente se mentalizasse que é o menos mau defesa-esquerdo que temos (e 1000 vezes melhor do que o Sílvio).
Fico contente por as coisas nos estarem a correr bem na Europa, mas continuo a achar que o principal é o campeonato. Na melhor das hipóteses, e ficando em 1º lugar no grupo (seria uma desilusão se assim não fosse), poderemos chegar aos quartos-de-final, mas pensar mais do que isso seria utópico. Troco na hora isso pelo 35. Espero que jogadores e equipa técnica também.
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