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sexta-feira, outubro 24, 2008

Substituições infelizes

Soube a pouco o empate (1-1) conseguido em Berlim frente ao Hertha na 1ª jornada da fase de grupos da Taça Uefa. Soube a pouco porque mesmo fazendo uma exibição não muito conseguida, poderíamos ter ganho se tivéssemo sabido defender uma vantagem no marcador. E, se um empate fora é bom resultado, não esqueçamos que o Hertha estava no Pote 4 e, portanto, é dos que teoricamente não se apurará para os oitavos-de-final.

A partida começou mal mesmo antes do apito inicial. Uma inoportuna lesão de última hora do Yebda fez com que tivesse que jogar o Binya, que, apesar da sua generosidade a correr atrás dos adversários, está muito longe do aceitável na altura de passar a bola. Mesmo assim entrámos bem e poderíamos ter marcado logo aos 4’ pelo Nuno Gomes depois de uma boa arrancada do Di María. Estranhamente depois disso nunca mais conseguimos chegar com perigo à grande-área adversária durante a 1ª parte. O Hertha também só teve uma grande oportunidade pelo Voronin perto do intervalo, mas a verdade é que lhes concedíamos muito espaço à entrada da área para manobrar e rematar à vontade.

A 2ª parte trouxe o Suazo em vez do Cardozo, que estava bastante lento e era de fácil marcação para os defesas contrários. Entrámos ainda melhor do que no 1º tempo, já que logo aos 51’ num excelente contra-ataque do Suazo, o Nuno Gomes tem uma abertura genial que isola o Di María e este consegue, com alguma sorte já que a bola ainda bate no defesa, abrir o marcador. Parece que o argentino só marca golos pelo Benfica na Alemanha. O Hertha sentiu o golo e deu a sensação que, se fôssemos um pouco mais acutilantes, poderíamos ter morto o jogo logo ali. Só que inexplicavelmente o Quique Flores decidiu-se pela substituição do Katsouranis pelo Carlos Martins aos 66’. Se estivéssemos empatados eu ainda perceberia a troca, até porque o grego não estava a fazer uma exibição por aí além, mas estando a ganhar 1-0, deixar o Binya sozinho nas tarefas de marcação pareceu-me uma péssima ideia. Até porque o Di María já dava igualmente sinais de desgaste (jogou 120' há quatro dias) e era uma boa opção para sair. Pouco tempo depois, outra troca que não entendi (a não ser por motivos de ordem física de que não me apercebi): saiu o Reyes e entrou o Urreta. Quer dizer, numa altura em que deveríamos manter a posse da bola, com jogadores experientes, ficámos em campo com dois pontas-de-lança, dois extremos teenagers e muito ofensivos, e um médio-ofensivo no meio-campo. Ou seja, ninguém para segurar a bola e pouca gente para defender. O resultado foi o esperado: o Hertha começou a pressionar-nos, nós voltámos a não conseguir ter um futebol ligado e o empate acabou por surgir aos 74’ pelo Pantelic. Até final ainda apanhámos outro susto pelo Voronin, mas o resultado felizmente manteve-se.

Em termos individuais, tenho que destacar o Nuno Gomes. Grande jogo de um grande capitão. Muita generosidade a defender, uma assistência para golo e um remate perigoso fazem dele neste momento titular indiscutível do Benfica. O Quique depois que escolha entre o Suazo e o Cardozo. Também gostei muito do Luisão, praticamente intransponível. Em plano aceitável estiveram os extremos (Reyes e Di María), se bem que eu esperasse mais deles em termos de saídas para o contra-ataque, mas porventura tiveram outras ordens do banco. O resto da equipa não se portou mal, inclusive o Quim que acabou por salvar um golo contrário.

Ainda não foi ao 17º jogo que vencemos em solo germânico em jogos oficiais, mas poucas vezes teremos tido uma oportunidade tão boa. No entanto, ganhando as duas partidas em casa seremos apurados, mas acho que temos obrigação de ficar em 1º lugar. Afinal, não só viemos do pote 1, como também assim não apanharíamos as sobras da Liga dos Campeões. Veremos o que nos reserva a partida frente ao Galatasaray daqui a duas semanas.

1 comentário:

MALUCODOFUTEBOL disse...

Um resultado melhor que a exibição, subtituições de bradar aos ceús e lesões inadmissiveis atiraram o Benfica para um mau resultado. (Mas que raio... como é que um jogador profissional se lesiona no aquecimento?).
Era de prever o escalonamento da equipa, mas uma vez mais verificou-se que o Benfica não deve jogar com dois avançados mais dois alas que não defendem. Isso é jogar em 4 - 2 - 4, isto é, só dois médios a defender não dá. O futebol actual não dá para isto, basta o treinador contrário ser inteligente que o meio campo passa a ser um passador. (Está de caras que o Benfica necessita de ir ao mercado buscar um lateral direito + um médio direito já que Balboa é um autentico flop).
Di Maria, apesar do golo que marcou, continua a não me convencer e necessita de levar duas chapadas na tromba, literalmente. Haja alguém que lhe diga que o futebol profissional não é futebol de rua, nem está a jogar ao "FIFA" ou ao "PES" no computador.
Nuno Gomes merece elogios pela atitude e pela garra. Cardozo terá de passar uns jogos no banco, já que não corre, não luta, neste momento terá de passar algum tempo fora (deve ser a síndrome "titularidade garantida" que também já afectou Nuno Gomes - veja-se as diferenças do Nuno em apenas alguns meses ao saber que não tinha sempre lugar no 11).
Provavelmente, sou eu que sou demasiado exigente, mas empatar com o Hertha de Berlim não é um bom resultado. Nós somos o Benfica, caramba!!! Não era o Bayern de Munique ou era?
Finlamente, quanto a Quique, mais uma vez provou que tacticamente deixa a desejar (atenção, que eu gosto de Quique). Tal como aconteceu com o Leixões, esteve mal nas substituições e é neste tipo de jogos (principalmente na Europa) que o dedo do treinador vem ao de cima. O Benfica ainda tem de aprender a ser pragmático e a controlar o ritmo de jogo. Enquanto isso não acontecer, não passaremos de uma equipa que luta pelos titulos, mas que não os ganha. E é isso que distingue as grandes equipas: a capacidade de ganhar jogos, mesmo sem jogar bem, assim como os titulos. Porque, digam o que disserem, sem titulos não existem boas equipas.
P.S: Mas o que raio aconteceu a Yebda? Parece bruxedo. Nos ciclos importantes o Benfica nunca tem todos os jogadores disponiveis porquê? Também é por aqui que se explica a superioridade dos rivais nos ultimos anos.
P.S (2): Não quero ser advogado do diabo, mas e David Luiz? É outro Mantorras?