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quarta-feira, agosto 23, 2006

Fácil

Finalmente quebrámos a malapata ao conseguirmos vencer a pré-eliminatória da Champions e qualificarmo-nos para a fase de grupos. Foi a vantagem de sermos cabeça-de-série, já que este Áustria de Viena é mesmo muito fraquinho. Também, com a equipa que foi campeã privada de seis ou sete jogadores que se transferiram e mais uns quantos lesionados, era difícil fazer melhor. Mesmo assim, considero que realizámos um jogo agradável com alguns bons momentos, especialmente enquanto o maestro esteve em campo, perante uma óptima assistência de 58.110 espectadores.

A equipa titular foi a mesma da partida da 1ª mão, mas imprimimos muito mais velocidade ao jogo. A defesa deles metia água por todos os lados e logo nos primeiros minutos um excelente cabeceamento do Nuno Gomes, na sequência de um centro teleguiado do maestro, levou o guarda-redes contrário a fazer melhor defesa do jogo. O nosso domínio era total já que eles mal passavam do meio-campo e aos 21 minutos, através de um magnífico cruzamento do Manú e óptima assistência do Nuno Gomes, o Rui Costa voltou a marcar um golão com a gloriosa camisola num jogo oficial. A partir daí, acalmei, porque não se estava a ver como é que nós poderíamos sofrer um golo daquela equipa. Logo a seguir tivemos duas boas oportunidades pelo Paulo Jorge e Rui Costa, mas o guarda-redes deles, Safar, fez jus ao nome e não deixou a bola entrar. Até ao fim da 1ª parte baixámos um pouco o ritmo, mas tivemos a sorte de marcar o segundo golo mesmo antes do intervalo, numa intercepção de cabeça do Katsouranis, depois de um pontapé de baliza, que isolou o Nuno Gomes, o qual, depois de uma simulação que sentou o guarda-redes, atirou para o meio da baliza.

Com a eliminatória praticamente resolvida, poder-se-ia pensar que abrandássemos o ritmo na 2ª parte, mas isso só aconteceu depois do terceiro golo, aos 57 minutos. Um passe inadjectivável do maestro isolou dois (!) jogadores do Benfica e o Manú não foi egoísta, passando a bola ao Petit quando o guarda-redes saiu da baliza. Pouco depois, o Rui Costa saiu para ser poupado para o jogo do próximo Domingo, recebendo a maior ovação da noite, e a nossa produção de jogo ressentiu-se bastante. Também não valia a pena carregar muito no acelerador, porque a eliminatória já estava ganha e ainda estamos no início da época. Individualmente, para além do maestro (nunca é demais repetir que só para o ver vale a pena ir ao estádio), gostei bastante do Nuno Gomes, excelente nas tabelinhas e com o sentido goleador apurado, do Nélson, que está mais confiante e a subir nitidamente de forma, e do Katsouranis, que não só corta muito jogo adversário como dá fluidez no meio-campo. A defesa não teve muito que fazer, mas o Luisão não parece ainda na sua melhor forma. O Quim esteve mais ou menos seguro, mas eu continuo a ser um moreirista convicto. Todavia, venha qualquer um deles menos o Moretto! O Paulo Jorge é muito esforçado, mas esteve desastrado quando rematava à baliza, e o Manú mostrou pormenores muito interessantes (para além do cruzamento do primeiro golo, um pique aos 85 minutos impressionou-me), mas precisa de crescer um pouco e saber que por vezes tem que libertar a bola mais rapidamente.

Apesar de termos feito um bom jogo, duvido que no nosso campeonato encontremos uma equipa tão macia como esta. Depois das trapalhadas do “caso Mateus”, parece que jogaremos com o Belenenses no Domingo e aí poderemos ver se estamos realmente a subir de forma ou se a exibição de hoje só aconteceu porque defrontámos uma equipa do nível do Halmstads.

P.S. – Agradeço a todos aqueles que nos comentários me desejaram umas boas férias. No entanto, um inesperado e gravíssimo problema familiar fez com que elas terminassem abruptamente no início da semana passada. Daí também a razão do post anterior.

6 comentários:

AvôBabado disse...

Genericamente de acordo com a tua análise. Reforço apenas que o Kikin, nos minutos em que esteve em jogo, pareceu-me um pouco parado, como que à espera que lhe passassem a bola. Tem de movimentar-se mais e também procurá-la. Quanto ao Quim, que dizer do calafrio que nos deu quando deixou bater uma bola à frente dele e ela lhe passou por cima e ia sendo golo??? Situações destas não devem acontecer num jogo desta responsabilidade. Isto nem nos juvenis... E se a bola tem entrado? Como seria? Com eles a ganharem por 1-0 na Catedral, estacionavam o combóio junto da baliza e depois ??? Continuo a achar que o Moreira devia ser a primeiríssima escolha, pois é muito melhor que o Quim. O Moretto deveria ser emprestado e como 3º guarda redes ficaria o da antiga "B" que não me lembro agora do nome.
O Mantorras continua a ser aquela máquina...

Anónimo disse...

Concordo, mais uma vez, com a tua análise ao jogo de ontem. O Benfica estava a precisar de um jogo assim, aliando o resultado à exibição. Penso que o jogo de ontem nos vai trazer uma maior tranquilidade, por forma a comecarmos da melhor maneira o campeonato. Também gostei imenso do ambiente da Catedral com os sócios/adeptos a acompanharem as claques nos canticos de apoio ao Benfica. Apenas retirei um aspecto negativo, que comeca a ser um habito, que são os consntantes assobios ao nosso jogador Beto. Ontem ainda nem o jogo tinha comecado e já uns quantos Benfiquistas (será que são verdadeiros Benfiquistas??) assobiavam-no como se aquele jogador vestisse uma camisola verde ou azul. Por que é que essa gente nao fica em casa a ver o jogo pela Tv e a comer tremoços??!!
No domingo lá estaremos novamente para apoiar e cantar pelo nosso Benfica.

S.L.B. Abraço e Força!!

Saudações Benfiquistas

GR1904 disse...

Realmente os austríacos são demasiado fracos para se poder aquilatar a sério o potencial do Benfica neste momento e julgo que o jogo de Domingo vai ser muito mais complicado. Mas esta facilidade prova o salto qualitativo do Benfica que passou a ser cabeça de série na pré-eliminatória da champions quando dantes apanhávamos equipas mais fortes por não preenchermos esse requisito. Logo, estamos a tirar proveito disso mesmo com mérito e merecimento. Em relação ao ambiente na Luz, não estive presente, mas vi na televisão que estava muito bom e era excelente que fosse sempre assim. Espero muito sinceramente que os No Name continuem a apostar no novo cântico do fado "Lisboa, menina e moça" pelas razões que já escrevi no meu blog. Não é por acaso que são o único grupo de apoio na Luz que arrasta o estádio todo.

Para o S.L.B. os meus pêsames pelo sucedido mas como dizia um dos meus, só morre quem por cá anda e um dia juntar-nos-emos todos algures por aí.

Abraços.

S.L.B. disse...

Tarirari: acho igualmente que o Moretto deveria ser emprestado. Também prefiro o Moreira ao Quim, mas o que tinha mesmo medo era que a baliza fosse entrega ao brasileiro.

Verdi NN e GR1904: obrigado pelas vossas palavras.

tma disse...

Tal como te tinha dito na nossa conversa no dia do jogo, a vitória frente ao Áustria apenas dependia de o Benfica querer. E de facto, o Benfica manifestou desde logo vontade de ganhar o jogo. É verdade que o adversário era frágil, mas tantas vezes que equipas claramente superiores falham perante adversários inferiores. Por isso, é de louvar, em 1º lugar, a atitude do Benfica e a significativa melhoria exibicional, mesmo reconhecendo que ainda há muito a melhorar (o que é bom sinal - sinal de que o Benfica tem potencial para fazer melhor do tem revelado).

PS: mais uma vez, um grande abraço muito especial...

S.L.B. disse...

Obrigado, TMA.