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sábado, dezembro 03, 2011

Chateadíssimo

Perdemos com o Marítimo por 1-2 e pelo sétimo(!) ano consecutivo estamos fora da Taça de Portugal antes de chegarmos à final. Isto equivale a dizer que há oito anos que não a ganhamos, o que só nos envergonha enquanto clube que mais Taças de Portugal conquistou. Não basta dizer-se que é um objectivo, e dos mais importantes, é preciso mostrar-se em campo que assim o é e, depois de estarmos a ganhar ao intervalo, permitirmos a reviravolta no marcador é uma demonstração que esta partida não foi encarada com o espírito que deveria ter sido.

Houve algumas alterações na equipa titular e percebeu-se que o Maxi Pereira, Javi García e, principalmente, o Aimar são pouco menos que insubstituíveis. Na 1ª parte, controlámos completamente a partida, mas sempre jogando a passo e colocámo-nos na frente com um penalty transformado pelo Saviola (foi a única coisa de jeito que fez enquanto jogou). Confesso que me pareceu simulação do Nolito, mas na repetição vê-se que ele é empurrado por trás e, aliás, é esse jogador que leva o amarelo e não o outro que tirou a perna antes de ele passar.

Na 2ª parte, desperdiçámos algumas boas ocasiões (e o fiscal-de-linha ajudou ao assinalar um ou outro fora-de-jogo inexistente que impediu de ficarmos com jogadores isolados), mas foi inadmissível a forma como (não) defendemos. Demos imenso espaço ao Marítimo e eles foram criando situações de perigo, acabando por dar a volta ao marcador. Se o Eduardo fez duas boas defesas que salvaram dois golos, esteve muito mal no 2º golo ao ficar a meio caminho e permitir um chapéu adversário. Quanto ao 1º golo, com um remate a 35m da baliza, era indefensável. Até final, poderíamos ter chegado ao empate, especialmente pelo entrado Aimar, com duas boas ocasiões, mas não concretizámos e fomos ingloriamente eliminados.

Quando o melhor do Benfica é o Jardel está praticamente tudo dito. O Nolito também se esforçou bastante e, no seu jeito fossão, acabou por ser o que mais perigo criou. O Gaitán voltou a durar só uma parte. O Rodrigo mal se viu, o Saviola viu-se, mas era melhor que não se tivesse visto (tirando, como já disse, o penalty), o Ruben Amorim fez dos piores jogos de águia ao peito e o Eduardo defendeu o que o Artur defenderia, e sofreu o que o Artur não sofreria.

Parece que no nosso clube há algum tempo que não se percebe o seguinte: por ser uma prova com muita tradição, pela envolvência e simbolismo do local da final, por ser um troféu que nos tem a nós como clube mais vitorioso, porque melhor que ganhar o campeonato é fazer-se a dobradinha e, PRINCIPALMENTE, por ser o último jogo da temporada (tornando-se, portanto, a última imagem desta), a conquista da Taça de Portugal tem o condão de tornar uma época positiva. E ao longo destes anos, nós temos desprezado esse facto. De uma maneira que me custa MUITO a compreender. Com a eliminação de hoje (e como eu defendo já há bastante tempo que o Benfica TEM QUE ganhar um troféu todos os anos), só a conquista do campeonato poderá tornar esta uma boa temporada (a Champions é obviamente uma utopia e ninguém de bom senso dirá que ganhar-se a Taça da Liga salva uma época…). À atenção da equipa do Benfica que daqui a uma semana voltará ao Estádio dos Barreiros para o campeonato…

3 comentários:

GuachosVermelhos disse...

A taça é a terceira competição e é preciso fazer opções...
Ganhar a Champions é passar à segunda fase/quartos/meias...
E a primeira acima de qualquer outra é o campeonato!

S.L.B. disse...

Títulos são troféus conquistados. Oitavos/quartos/meias da Champions são (muito) bons para o prestígio (e o dinheiro), mas não são títulos.

Desvalorizar a Taça de Portugal é SEMPRE um erro, especialmente quando há 5(!) dias para preparar a Champions frente ao último classificado do grupo e estando nós já apurados.

Helder disse...

A Taça é terceira opção?!?!?!? Que barbaridade!!! Campeonato nacional e a taça de Portugal devem ser SEMPRE os principais objectivos do Benfica em TODAS as épocas. E um dos objectivos já foi........