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segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Sem brilhantismo, mas ganhámos

Pela 1ª vez na nossa história, vencemos fora a Naval 1º de Maio (0-2) e mantivemos assim as distâncias para os rivais directos (10 pontos de desvantagem para o clube regional e quatro de vantagem para os lagartos). Foi um jogo melhor conseguido do que os anteriores, mas estamos longe de atingir patamares exibicionais satisfatórios. Mas desde que ganhemos já não nos podemos queixar muito.

Sem quatro titulares indiscutíveis (Petit, Nélson e David Luiz lesionados, e o Rui Costa no banco), já para não falar no Nuno Gomes e no castigado Di María, cheguei a temer o pior. No entanto, demos uma resposta positiva principalmente em termos de entrega ao jogo. Fundamental neste aspecto foi a inclusão do Binya, que não parou um minuto quieto no meio-campo, bem acompanhado pelo Maxi Pereira que também lutou bastante. Mas, sem o “maestro”, em termos de construção de jogo praticamente não existimos. A bola passava directamente dos defesas para as duas torres (Makukula e Cardozo) e o nosso futebol era feito aos repelões. Nos primeiros sete minutos houve duas bolas aos postes, uma deles e outra nossa, se bem que esta fosse por acção de um defesa contrário. O perigo da Naval praticamente esgotou-se aí, já que nos outros lances ou a bola não ia à baliza ou o Quim defendia com relativa facilidade. Aos 19’ chegámos ao golo através de mais um lançamento lateral do Binya! Saída extemporânea do guarda-redes, toque para trás do Cardozo e cabeçada do C. Rodríguez para a baliza. Até ao intervalo tivemos mais duas oportunidades, num livre do Cardozo (hoje não havia o Petit para dar antes um toque na bola e o remate saiu com perigo; porque será?) e uma cabeçada do Katsouranis na sequência de um canto.

Na 2ª parte, a partida não se alterou muito. Dávamos a posse de bola à Naval, mas defendemos razoavelmente bem. Não sou grande fã desta táctica, acho que só se deve defender um resultado com, pelo menos, dois golos de vantagem, mas perante os elementos que tínhamos em campo não parecíamos capazes de fazer mais. Sem ninguém para fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque, ou as torres ganhavam as bolas de cabeça ou então era mais um ataque da Naval. Mesmo assim, o Nuno Assis esteve em evidência ao falhar dois golos, um numa cabeçada depois de um bom cruzamento do Luís Filipe (ena, ena!) e outro porque não acreditou que o guarda-redes falhasse a intercepção depois de um livre do Adu (que entretanto entrara aos 70’ para o lugar do C. Rodríguez). A entrada do maestro aos 82’ (saiu o Cardozo) ainda deu para duas óptimas jogadas. Uma abertura dele isolou o Assis na direita, este cruzou e o Makukula tirou o golo ao estreante Sepsi (entrou aos 89’ para o lugar do infortunado Adu, que se lesionou), se bem que o ponta-de-lança tenha dito ao romeno que o deveria ter avisado que estava atrás dele (estás desculpado, Makukula!). A outra jogada resultou no 2º golo: o Rui Costa demarca o Sepsi na esquerda, que tem um bom trabalho e centra atrasado para o Assis não falhar. Estávamos a 1’ do final da compensação e ficou a sensação que se o maestro tivesse entrado um pouco mais cedo, teríamos atingido a tranquilidade bem antes.

Em termos individuais, o Binya foi o melhor do Benfica. Não só se farta de cortar bolas a meio-campo, como as endossa jogáveis para os companheiros. Ah, e já para não falar nos mortíferos lançamentos laterais que, com as duas torres agora na área, se podem tornar ainda mais eficazes. A defesa não esteve mal, se bem que o Katsouranis tenha falhado a maior parte dos lançamentos em profundidade que fazia para o ataque. O Assis acabou por estar muito em jogo, nem sempre bem, mas lá meteu um golito. O C. Rodríguez esteve bastante melhor na 1ª do que na 2ª parte, mas é claramente um jogador a manter. Acho que o Cardozo está em melhor forma que o Makukula (também é natural, porque está mais ambientado à equipa) e não percebo porque é que é ele a sair e não o outro. E mesmo só em oito minutos deu para ver que com o Rui Costa a música é outra. Espero SINCERAMENTE que ele reconsidere a sua decisão no final da época. Acrescento ainda que gostei dos cinco minutos em que o Sepsi jogou. Poderia ter marcado um golo, se a bola lhe tivesse chegado, e fez uma assistência. Acho que não se pode pedir mais em tão pouco tempo.

Espero que esta vitória nos dê moral para o importantíssimo jogo da próxima 5ª feira. É fundamental continuarmos nas provas europeias e aguardo uma reedição da atitude de Donetsk. E, já agora, com um resultado semelhante.


P.S. - Poucas coisas igualam o prazer que tenho de ir ver o Benfica ao Estádio da Luz, mas estou a pensar lançar uma petição para fazermos o resto dos jogos do campeonato fora de casa. Hoje nem a progressiva inclinação do campo que o Sr. Rui Costa (irmão desse outro grande árbitro chamado Paulo Costa) fez na 2ª parte (cada vez que um jogador da Naval caía era falta) impediu mais uma vitória. Fosse sempre assim na Luz e estaríamos na frente do campeonato.

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