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domingo, agosto 17, 2025

Imerecido

Vencemos ontem o Estrela da Amadora na Reboleira por 1-0 e estreámo-nos com uma vitória no campeonato. É isto que vai ficar para a história e é o mais importante. Mas é bom que tiremos ilações deste jogo, porque o resultado é muito mentiroso e estivemos a léguas de merecer esta vitória.

O Bruno Lage voltou a repetir o onze das últimas partidas, mas nunca nos conseguimos encontrar em campo. Campo, esse, que há que frisar estava um autêntico batatal, o que é de difícil compreensão, ainda por cima estando nós em pleno Verão e no início da temporada... O Estrela fechou-se sempre muito bem na 1ª parte e nós nunca acelerámos convenientemente o nosso jogo. Um remate de fora da área do Dahl, que passou ao lado do poste, e um calcanhar falhado do Pavlidis, depois de remate do Aursnes, com o mesmo destino, foram as nossas duas ocasiões. As do Estrela foram bastante mais perigosas, com um desvio na pequena-área do Chernov que saiu inacreditavelmente por cima e uma defesa do Trubin a remate do Gastão, que desviou a bola para o poste. Em cima do intervalo, o Schjelderup dominou bem a bola na área depois de um centro do Aursnes, mas um defesa interceptou o remate.

Quando lhe esperava uma melhoria exibicional da nossa parte depois do intervalo, nada disso aconteceu. A partida continuou muito dividida, mas o Estrela esteve muito perto do marcar num livre directo, muito mal defendido pelo Trubin, que socou a bola para a frente, com o Godoy a falhar clamorosamente o cabeceamento, quando tinha tudo para inaugurar o marcador. Ao invés, fomos nós que o fizemos, com um penalty caído do céu, aos 60’: empurrão indiscutível ao Ivanović, quando este se preparava para receber um centro largo do Dahl, e o Pavlidis marcou o respectivo penalty com força para o meio da baliza, não dando hipóteses ao guarda-redes Renan Ribeiro. Estando em vantagem no marcador e com o expectável avanço no terreno dos anfitriões, esperava-se que nós tivéssemos mais espaço e produzíssemos melhor futebol, mas mais uma vez as expectativas saíram defraudadas. A 20’ do final, lá saiu o do costume (Schjelderup), que desta vez nem fez uma exibição por aí além (aliás, como a maioria da equipa), e entrou o Prestianni, que assistiu o Ivanović para a nossa outra grande ocasião da 2ª parte, já dentro dos últimos 10 minutos, com um remate de pé esquerdo, superiormente defendido pelo Renan Ribeiro. Por incrível que possa parecer, no tempo de compensação, o Estrela teve duas enormes oportunidades(!), com o Kikas a atirar por cima depois de um erro clamoroso do António Silva, que proporcionou uma jogada rápida do adversário, e num livre do Rodrigo Pinho ainda muito longe da área, que o Trubin ficou a olhar(!) com a bola a passar muito perto do poste. Àquela distância, não se compreende que o nosso guarda-redes não se tenha ao menos feito ao lance.

Em termos individuais, não vou destacar ninguém, porque a exibição colectiva foi má demais para ser verdade.

Sim, conseguimos algo inédito no nosso clube, que foi ganhar os primeiros quatro jogos da temporada sem sofrer nenhum golo, mas fizemo-lo sem brilho absolutamente nenhum e com uma elevada dose de sorte nesta partida. Na 4ª feira, iremos ao inferno de Istambul defrontar o Fenerbahçe e a melhoria exibicional tem de ser substancial, sob pena hipotecarmos logo ali o acesso à Champions.

sábado, agosto 16, 2025

Tranquilo

Voltámos a vencer o Nice pelo mesmo resultado (2-0) na passada 3ª feira na Luz e iremos defrontar o Fenerbahçe no play-off de acesso à Liga dos Campeões. Realizámos uma boa exibição, especialmente na 1ª parte, em que conseguimos os dois golos, e não demos a mínima chance aos franceses.

O Bruno Lage repetiu a equipa da 1ª mão, mas não entrámos muito bem na partida, apresentando-nos algo desconcentrados e tendo permitido aos franceses os primeiros sustos à baliza do Trubin, que se revelou atento, nomeadamente numa saída a punhos. No entanto, a primeira vez que criámos perigo foi fatal para o Nice, com o Aursnes a fazer um 1-0 depois de assistência do Schjelderup, brilhantemente desmarcado pelo Enzo Barrenechea. Estávamos no minuto 19 e aos 27’ os papéis inverteram-se, com o Aursnes a centrar atrasado para o Schjelderup fazer o 2-0 num remate rasteiro sem hipóteses para o guarda-redes. Estava resolvida a eliminatória ainda antes da meia-hora. O único lance de verdadeiro perigo do Nice aconteceu precisamente aos 30’ com um remate de primeira ao poste, com o Trubin batido. Perto do intervalo, foi o Otamendi a fazer um cruzamento-remate com defesa para canto do guarda-redes Diouf.

A 2ª parte decresceu bastante em termos de qualidade, dado que nós estávamos satisfeitos com o resultado e o Nice nunca mostrou argumentos para colocar a baliza do Trubin em real perigo. Até porque, quando esteve perto disso, havia sempre um jogador do Benfica a cortar o lance, como aconteceu com o António Silva. Na baliza contrária, o Schjelderup esteve à beira de bisar, mas o remate de pé esquerdo bateu na trave, depois de jogada do Pavlidis. Claro está que o nº 21 foi dos primeiros a sair, pouco depois, quando o Lage começou a fazer substituições e o Prestianni, que entrou para o seu lugar, mexeu bastante com as águas. O pequeno argentino ia fazendo um golão, com um remate em arco do lado esquerdo a passar perto da trave. O Leandro Barreiro também não entrou mal e teve uma ocasião para marcar, todavia perdeu tempo na altura do remate. O último a entrar foi o Aktürkoğlu, que deste modo, se for transferido para o Fenerbahçe, não poderá jogar contra nós. Gosto bastante quando a estrutura do Benfica está atenta a estes pormenores. O Henrique Araújo, entretanto entrado, foi o protagonista da derradeira oportunidade, mas não conseguiu ter velocidade quando ficou isolado e deu hipótese ao defesa de recuperar a posição.

Em termos individuais, o Aursnes e o Schjelderup, cada um com um golo e uma assistência, foram os maiores destaques. Do Aursnes, já nada há mais a esperar, é fundamental e ponto final, mas finalmente que o Schjelderup está a ter oportunidade de mostrar a qualidade que quase todos nós víamos nele. Só falta agora ao Lage deixá-lo jogar mais tempo e não o escolher sempre que tem de fazer a primeira substituição... O Enzo Barrenechea a meio-campo está a consolidar-se, especialmente com os seus passes a rasgar, e o Dedic na direita está a revelar-se um autêntico cavalo. O Ivanović não esteve tão em destaque como em França, mas não há dúvidas de que é grande jogador.

O último obstáculo para chegar à Champions, o Fenerbahçe, vai ser complicadíssimo, mas antes disso temos hoje a estreia no campeonato frente ao E. Amadora na Reboleira. Dado que estamos com um jogo em atraso, é ainda mais importante entrarmos bem na Liga, que, convém nunca esquecer, é sempre o principal objectivo da temporada.

segunda-feira, agosto 11, 2025

Superioridade

Vencemos em Nice na passada 4ª feira por 2-0 na 1ª mão da 3ª pré-eliminatória de acesso à Liga dos Campeões. Perante o 4º classificado do campeonato francês, em teoria o mais difícil que nos poderia calhar nesta fase, demos uma boa resposta e temos a eliminatória bem encaminhada para o nosso lado.

Houve uma grande surpresa no onze inicial que foi a inclusão do recém-chegado Ivanović, em detrimento do Leandro Barreiro, e, com a lesão do Aktürkoğlu, avançou igualmente o Schjelderup. Logo desde o apito inicial, demos mostras de que somos bem melhores do que os franceses, que também estavam com problemas de lesões e de transferências dos melhores jogadores. Tivemos duas excelentes ocasiões na 1ª parte, com uma insistência do Schjelderup a bater um defesa contrário e atirar para defesa do guarda-redes Yehvann Diouf para canto e outra jogada do norueguês pela esquerda, com um centro para o Pavlidis, que só tinha de encostar, mas acertou mal na bola e o guarda-redes defendeu com o pé. Um livre directo do Ríos, ainda a uma certa distância da baliza, também foi defendido com alguma dificuldade pelo Diouf, enquanto do outro lado só houve um lance do ponta-de-lança que bateu o Otamendi, mas rematou ao lado da baliza do Trubin.

Na 2ª parte, foram os franceses os primeiros a criar perigo, com o lateral-direito Clauss a passar por dois defesas nossos, mas felizmente a rematar fraco para as mãos do Trubin. No entanto, aos 53’ fomos nós a inaugurar o marcador num golo à ponta-de-lança do Ivanović, a desviar na área um centro do Aursnes na direita, depois de jogada do Dedić. Bom cartão-de-visita do avançado croata! Os franceses acusaram o golo e nunca mais foram capazes de criar perigo para a nossa área. Por seu lado, o Ivanović teve uma boa chance de fazer um hat-trick logo na estreia, mas um remate em boa posição saiu muito por cima e noutro lance foi o guarda-redes a impedi-lo de ser feliz. O Bruno Lage ia refrescando a equipa e foi um dos substitutos, o Florentino, o outro herói improvável a fazer o 2-0 aos 88’ num remate de fora da área!

Em termos individuais, o Ivanović fez-se notar (e bem) e poderemos ter uma boa dupla de pontas-de-lança com ele e o Pavlidis, pelo menos na maioria dos jogos em que temos de atacar. Também gostei bastante do Schjelderup, que foi o nosso melhor jogador na 1ª parte, ao levar a equipa para a frente. No entanto, para (não) variar, foi o primeiro a ser substituído... A dupla de meio-campo (Barrenechea e Ríos) começa a pegar de estaca, mas o Florentino promete dar luta e o golo que marcou não deixará de o tornar mais confiante. O Aursnes, já se sabe, não consegue jogar mal e o Dedić também se exibiu em bom plano. A defesa esteve segura e o Trubin não teve muito trabalho.

Amanhã, voltaremos a defrontar o Nice no Estádio da Luz, onde se espera mais uma vitória e confirmação da ida ao play-off, onde já sabemos que nos irá calhar (outra vez) o pior adversário possível (Feyenoord ou Fenerbahçe).

terça-feira, agosto 05, 2025

Lisonjeiro

Vencemos a lagartada no Estádio do Algarve na passada 5ª feira e conquistámos a 10ª Supertaça do nosso historial. Foi uma vitória feliz da nossa parte, mas o que conta são os troféus que levamos para o museu. E, ao contrário da Taça de Portugal em que fomos claramente melhores e merecíamos ganhar, mesmo que o jogo tenha sido muito mais equilibrado, neste caso ganhámos com absoluta lisura.

Com três reforços no onze (Dedic, Barrenechea e Ríos), não entrámos nada bem na partida e a lagartada foi bastante melhor e mais perigosa na 1ª parte. Teve um golo invalidado por fora-de-jogo logo aos 7’, mas conseguiu desmontar a nossa defesa um bom par de vezes, enquanto nós praticamente não criámos perigo, dado que o nosso meio-campo tinha bastante tracção atrás, com os dois reforços já referidos juntamente com o Aursnes e Leandro Barreiro. Faltou (falta...) claramente magia e rasgos de génio ofensivo naquela zona.

Na 2ª parte, entrámos melhor, com as linhas mais juntas e a lagartada não pôde jogar tão à vontade. Claro que o facto de marcarmos relativamente cedo, aos 50’, num remate do Pavlidis e um enorme frango do Rui Silva ajudou a que tivéssemos controlado melhor as coisas. No entanto, pouco mais fizemos, dado que só noutro remate do Pavlidis, defendido para canto pelo guarda-redes, é que voltámos a criar perigo, enquanto do outro lado o António Silva foi um gigante a segurar a nossa muralha defensiva. A lagartada ainda ameaçou (aquele Luis Suárez parece-me bom jogador e o último avançado do Almería que veio para o futebol português chamava-se... Darwin), mas felizmente o resultado manteve-se até final.

Em termos individuais, o António Silva foi de longe o melhor em campo. É muito bom que comece assim a temporada e esperamos que tenha continuidade ao longo dela, para confirmar a qualidade que revelou no seu ano de estreia e que andou algo apagada nos últimos tempos. O Pavlidis merece menção por ter sido o protagonista dos nossos momentos de perigo. O Ríos fez uma 1ª parte péssima (só passes transviados e más conduções de bola), mas subiu exponencialmente na 2ª e a jogada do golo começou nele. O Barrenechea é um pêndulo a meio-campo, mas o Dedic precisa de treinar melhor os cruzamentos.

Começamos a jogar amanhã grande parte do que será a nossa temporada com o início da qualificação para a Champions frente ao Nice. O plantel ainda não está fechado (espero eu) e precisamos urgentemente de alguém com magia para o meio-campo e eventualmente outro extremo, fruto da lesão do Bruma na Eusébio Cup. Foi óptimo ganhar o primeiro troféu oficial da temporada, mas o jogo esteve longe de me encher as medidas. Aqueles reforços precisam-se e com urgência.

domingo, junho 29, 2025

Burrices

Perdemos com o Chelsea por 1-4 após prolongamento e estamos fora do Mundial de Clubes. Depois de uma vitória histórica frente ao Bayern, esperava-se que isso inspirasse o Benfica a também derrotar os ingleses, mas ao invés aumentámos o nosso registo para quatro derrotas em quatro jogos com eles. No entanto, se há algo a dizer sobre este jogo é que a nossa derrota é merecida, mesmo que seja fruto de vários erros individuais da nossa parte.

Com o Florentino de regresso ao onze, o Bruno Lage manteve o Aursnes na lateral-direita (também não há outro...!), o Leandro Barreiro no centro e o Schjelderup na esquerda, com o Kökçü a entrar para o lugar do “fatigado” (segundo o treinador) Renato Sanches. Um lance do Pavlidis semelhante ao que teve frente aos alemães, em que também não conseguiu rematar foi o nosso único ataque com algum perigo na 1ª parte. De resto, limitámo-nos a defender, não conseguíamos sair a jogar, e mal passámos do meio-campo, numa partida, em que durante a maior parte dela, fez lembrar esta de má memória. Parecíamos uma equipa pequena, de tal maneira que até ao intervalo não fizemos um único remate! Do lado contrário, o António Silva salvou de cabeça uma bola em cima da linha e o Trubin fez novamente bem uma mancha desta vez ao Cucurella.

Na 2ª parte, o sacrificado do costume (Schjelderup) lá saiu, embora ninguém estivesse a jogar nada, e entrou o Aktürkoğlu, que passou também ao lado do jogo... Grande vantagem na substituição, sem dúvida nenhuma...! Até aos 64’ continuámos sem nos lembrar que havia uma baliza do outro lado do campo, excepção a um centro do Aursnes que o guarda-redes Robert Sánchez ia deixando escapar. Se o Trubin tinha sido um dos destaques até esta partida, borrou a pintura toda no tal minuto 64’ ao permitir que o James, num livre lateral, conseguisse meter a bola na baliza, dado que o ucraniano estava mal colocado à espera do cruzamento. Erro de principiante! A partir daqui, lembrámo-nos finalmente de que o objectivo do futebol é meter a bola naquele rectângulo com redes no outro lado do campo e o Di María desmarcou bem o Pavlidis, mas este perdeu no corpo-a-corpo com o Badiashile, quando o tentou fintar para ficar isolado. Entretanto, o Bruno Lage foi fazendo substituições e colocou o Belotti e Prestianni a 20’ do fim, e foi o argentino a ter uma soberana ocasião para empatar, depois de uma óptima jogada do Aursnes na direita, mas falhou de forma clamorosa o remate quando praticamente só tinha o guarda-redes pela frente. Quando faltavam só cinco minutos para terminar o jogo, a organização deu ordens para o interromper por causa do mau tempo. Sendo que, com a previsível compensação de outro tanto, dez minutos depois ainda não tinha caído uma única pinga de água e trovões nem vê-los. Ou seja, em qualquer outro país do mundo, o jogo teria terminado sem problemas. Mas nos EUA não, tivemos à semelhança do Auckland outras duas horas(!) à espera desta vez para jogar 10’...! Inacreditável! (Vão fazer isto no Mundial de selecções para o ano, vão... Vai correr muitíssimo bem...!). Quando finalmente voltou a haver jogo, já depois dos 90’ tivemos um penalty a nosso favor caído do céu, por mão do Gusto num livre para a área. O jogador estava de costas e o braço levantado por causa do salto. Para mim, estes lances não são penalty nenhum, mas as regras agora são estas e beneficiámos dela. O Di María marcou pessimamente o penalty, rasteiro e para o meio da baliza, mas felizmente conseguiu enganar o guarda-redes e fazer o 1-1. Íamos para prolongamento sem saber bem como...

Logo no início do tempo suplementar, o Prestianni que, para além daquele falhanço, tinha errado praticamente todas as acções que tinha feito no jogo, incluindo um cartão amarelo por falta dura, falha outra intercepção e acerta de sola num adversário vendo naturalmente o segundo amarelo. Imperdoável! Curiosamente, foi com dez e durante a 1ª parte do prolongamento que melhor jogámos em toda a partida. Num contra-ataque, bem conduzido pelo Belotti, o Aktürkoğlu rematou à figura do Sánchez e noutro o Di María também permitiu a defesa do guarda-redes. Com alguma sorte, poderíamos perfeitamente ter chegado à vantagem. Em termos defensivos, fechámo-nos bem e não permitimos chances do outro lado. Só que na 2ª parte do prolongamento, tudo descambou. O Leandro Barreiro perdeu a bola no meio-campo, o Chelsea contra-atacou, o Trubin teve o segundo enorme erro do jogo ao deixar que o remate passasse por baixo do corpo, a bola ficou perto da linha, o Otamendi tentou aliviar, mas a bola ressaltou no Nkunku, que se conseguiu virar e fazer o 1-2 aos 108’... Aselhice e muito azar neste lance! Pouco depois, o entretanto entrado Tiago Gouveia tem uma boa iniciativa pela direita, mas centrou mal e um defesa atirou para canto. Aos 112’, o jogo acabou com o 1-3: perda de bola do Di María na zona de meio-campo, equipa descompensada, contra-ataque rápido e o Pedro Neto isolado frente ao Trubin não falhou. Aos 116’, o Chelsea fez o 1-4 final pelo Dewsbury-Hall, aproveitando igualmente o facto de estarmos completamente perdidos em campo.

Em termos individuais, o António Silva e o Otamendi foram os melhores do Benfica. Aliás, o António sai valorizado deste Mundial de Clubes o que é muito bom, dado que a temporada não lhe correu especialmente bem. O Di María marcou quatro penalties e foi o nosso melhor marcador na competição. Despede-se do Glorioso de uma forma mais positiva e consentânea com a sua valia, do que seria a seguir à final da Taça de Portugal. Do lado negativo, está indiscutivelmente o Prestianni que colocou em causa toda a equipa com a sua expulsão. Eu gosto dele, acho que tem potencial para se afirmar, faz coisas diferentes em campo, mas muito possivelmente colocou em cheque a sua permanência no Benfica com este jogo. Não se pode falhar desta maneira quando está todo o mundo a ver! O Trubin também acabou por estar em evidência pela negativa, depois de estrondosas exibições anteriores. Foi pena.

Conseguimos os serviços mínimos nesta competição, que era chegar aos oitavos-de-final, mas, depois de ficarmos em 1º lugar no grupo do Bayern, sinceramente esperava mais. Há muito para reflectir em relação ao plantel antes de começar a nova época, em que teremos logo no início a Supertaça e os jogos de qualificação para a Champions. Com este calendário disruptivo do Mundial de Clubes, não se avizinham tarefas nada fáceis.

sábado, junho 28, 2025

Trubin show

Vencemos o Bayern Munique na passada 3ª feira (1-0) e não só nos qualificámos para os oitavos-de-final do Mundial de Clubes, como o fizemos no 1º lugar no grupo. Ao fim de 14 jogos perante os alemães, conseguimos finalmente vencê-los!

Com a qualificação garantida, o Bayern entrou em campo sem alguns titulares, o que acabou por ser decisivo para o resultado. Quanto a nós, o Bruno Lage manteve o Prestianni a titular, colocou o Schjelderup na esquerda e o Aursnes na lateral-direita, voltando o Renato Sanches à equipa inicial e com ambos os turcos no banco. A partida disputou-se às 15h de Charlotte, perante uma temperatura de 39ºC, o que a condicionou bastante. Entrámos bem no jogo, com um remate do Di María para defesa do Neuer e inaugurámos o marcador logo aos 13’ num remate rasteiro do Schjelderup já dentro da área, depois de uma boa combinação atacante entre o Di María e o Aursnes na direita, culminada com centro atrasado deste para a entrada de rompante do norueguês. Pouco depois, o Pavlidis conseguiu isolar-se, mas dentro da área preferiu esperar pelo encosto do Upamecano em vez de tentar rematar... Imperdoável, porque poderia ter feito o segundo golo! Até ao intervalo, conseguimos controlar bem os alemães, que não colocaram a baliza do Trubin em perigo, também por causa da falta de pontaria do Sané e Muller, em particular.

Para a 2ª parte, entraram os pesos pesados do Bayern (Kimmich, Kane e Olise) e a história foi outra. Nos primeiros dez minutos, praticámos não saímos do nosso meio-campo, com o Trubin a começar a evidenciar-se, defendendo com mestria um remate do Sané isolado e outro do Muller. O Bruno Lage, vendo-nos perder gás, colocou os turcos no lugar do Prestianni e Schjelderup, e conseguimos sacudir um pouco a pressão com uma boa iniciativa do Leandro Barreiro e um bom movimento do Aktürkoğlu, que proporcionou ao Neuer uma excelente defesa. Foi a nossa única oportunidade na 2ª parte. O resto do tempo foi defender o melhor que pudemos e assistir a um verdadeiro “Trubin show”! O ucraniano defendeu tudo e mais alguma coisa, incluindo outra vez um lance com o Sané isolado à frente dele...! Inacreditável! O Bayern conseguiu meter uma vez a bola na baliza, mas o Kane passou à frente do Trubin no momento do remate do Kimmich e o golo foi naturalmente invalidado pelo VAR. Também atiraram uma bola ao poste, mas novamente em fora-de-jogo. Beneficiámos igualmente de falta de pontaria do Bayern num ou dois lances, mas tivemos capacidade de sofrimento para aguentar uma vitória muito preciosa.

Em termos individuais, destaque inteirinho para o Trubin, como é óbvio! Terá sido das melhores prestações de um guarda-redes neste Mundial e chamou certamente a atenção de muitos dos tubarões... Menção igualmente para o Schjelderup pelo bom remate que deu o golo da vitória. Toda a equipa esteve muito bem pelo empenho que colocou em campo, com o Renato Sanches a ter feito a melhor exibição desde o seu regresso.

Iremos defrontar daqui a uma horas outra besta negra com quem temos três derrotas em três jogos: o Chelsea. Uma delas imensamente sofrida e outra que foi dos maiores roubos a que já assisti em competições europeias, mas três derrotas. No entanto, temos agora uma óptima chance de matar outro borrego e seguirmos para os quartos-de-final desta competição. Veremos se temos capacidade para tal, mas pode ser que esta vitória saborosa frente ao Bayern nos inspire.

domingo, junho 22, 2025

Goleada escassa

Vencemos o Auckland da Nova Zelândia por 6-0 na 6ª feira e, com a vitória do Bayern Munique perante o Boca Juniors (2-1), estamos no 2º lugar do grupo, com os alemães já apurados. Portanto, um empate frente ao Bayern na última jornada qualificar-nos-á para os oitavos-de-final do Mundial de Clubes, mas se perdermos corremos o sério risco de sermos eliminados pela diferença de golos.
 
Parece um oxímoro falar de uma goleada de 6-0 escassa, mas o que é facto é que, caso tivéssemos feito uma 1ª parte decente, provavelmente teríamos conseguido um resultado ainda mais volumoso, o que seria mais vantajoso nas contas do grupo. O Bruno Lage promoveu algumas alterações na equipa, com a entrada dos turcos, do Leandro Barreiro e do Prestianni em vez do Florentino (lesionado), Renato Sanches, Dahl e Bruma. No entanto, só conseguimos marcar o primeiro golo já na compensação num penalty do Di María por derrube ao Prestianni. Este argentino foi o único a fazer alguma coisa de diferente durante este período, em que nos fartámos de complicar o jogo, não utilizando a intensidade necessária para desmontar a defesa contrária.
 
A 2ª parte começou 2h20(!) depois do que era suposto por “condições climatéricas adversas”. O que se viu foi uma chuvita e ouviu-se alguma trovoada, mas se os americanos vão parar o campeonato do mundo de selecções em 2026 cada vez que aconteça uma coisa destas, boa sorte para cumprir o calendário... No recomeço, entrou o Dahl para o lugar do Carreras , que tinha levado um amarelo bem escusado que o vai impedir de jogar contra o Bayern. Não foi certamente por causa dessa substituição, mas voltámos completamente diferentes para a etapa complementar. De tal forma, que começámos a marcar golos em catadupa. Logo aos 53’, o Pavlidis numa boa jogada individual fez o 2-0. O Renato Sanches, que tinha entrado para o lugar do Kökçü (que saiu bastante chateado e discussão de forma veemente com o Bruno Lage), marcou o seu primeiro golo desde o regresso aos 63’, num remate fora da área ainda desviado por um defesa. O Leandro Barreiro fez um bis em dois minutos (76’ e 78’) e o Di María também fez o seu bis, novamente de penalty e novamente na compensação, por uma falta sobre ele. Chegávamos assim aos 6-0, que poderia ter sido o dobro, caso a 1ª parte tivesse sido igual à 2ª.
 
Perante uma equipa de amadores, o Pavlidis foi dos melhores, com um golo e participação directa noutros, o ‘homem do jogo’ foi o Di María, mas sinceramente não percebo a razão, o Leandro Barreiro é dos nossos melhores médios a entrar na área para concretizar e o Prestianni provou mais uma vez que merece mais tempo de jogo, porque a 1ª parte foi dos poucos a fugir ao marasmo.
 
O Boca Juniors irá certamente golear esta equipa e, portanto, julgo que a nossa qualificação está dependente de não perdermos frente ao Bayern. Seria bom para o nosso prestígio que seguíssemos em frente, embora eu tenha muito receio que esta competição vá atrapalhar (e bastante) a preparação da nova temporada em que, ainda por cima, teremos de ir às pré-eliminatórias da Champions...

quinta-feira, junho 19, 2025

Livrámo-nos de boa

Empatámos com o Boca Juniors (2-2) na passada 2ª feira na estreia no Mundial de clubes. Dado que aos 28’ perdíamos por 0-2 e a partir dos 70’ ficámos a jogar com dez, o resultado acabou por não ser nada mau.

O Bruno Lage surpreendeu ao dar a titularidade ao Bruma e Renato Sanches, ficando os turcos no banco, com o Dahl na lateral-direita, porque o Tomás Araújo ficou em Lisboa (e aparentemente ainda não tivemos tempo para arranjar um substituto para o Bah...). Nem entrámos mal no jogo, com o Renato Sanches a perder uma soberana ocasião com um remate ao lado , estando em óptima posição. O Bruma atirou ao poste pouco depois, mas o lance foi invalidado por fora-de-jogo. O problema foi que o Boca Juniors marcou na primeira vez que foi à nossa baliza, aos 22’, com o Florentino a ser mal batido na esquerda e o respectivo cruzamento a ser bem desviado pelo Merentiel. Seis minutos depois, aos 28’, os argentinos voltaram à nossa área e fizeram o 0-2 pelo antigo lagarto Battaglia de cabeça num canto, em que nós andámos aos papéis. Sentimos (e de que maneira!) ambos os golos e deixámos de conseguir ligar o nosso jogo. O Boca Juniors usava da agressividade típica dos argentinos e nós nunca conseguimos igualar isso. Quando num canto perto do intervalo o Otamendi se antecipa a um adversário e leva um pontapé, e o VAR a assinala o penalty, foi algo que caiu literalmente do céu. Tínhamos uma excelente ocasião para reduzir a desvantagem sem ter feito nada para a merecer. O Di María enganou o Marchesín na marcação do penalty, fazendo o importantíssimo 1-2 antes do intervalo, o que nos dava alguma esperança para a 2ª parte.

Depois do intervalo, o Bruno Lage fez entrar o Belotti para o lugar do Dahl, mas curiosamente jogar com dois pontas-de-lança não resultou... Sinceramente, não percebo esta insistência do Lage nesta táctica, que NUNCA resultou esta época! No entanto, o facto mais saliente deste segundo tempo foram os pouquíssimos minutos jogados, porque o jogo foi cheio de quezílias, muito físico e com imensas interrupções. A vinte minutos do fim, o Belotti levantou demasiado o pé, atingiu a cabeça de um adversário e foi expulso pelo VAR, porque o árbitro lhe tinha mostrado um amarelo. A partir daqui, confesso que pensei que já tínhamos ido... No entanto, aos 84’ outra bola parada, desta vez um canto do Kökçü na direita, propiciou ao Otamendi uma entrada de rompante de cabeça, fazendo o 2-2 sem hipóteses para o guarda-redes contrário. Logo a seguir, o Carreras poderia ter- nos dado a vitória, mas o remate de pé direito foi defendido pelo guarda-redes. Até final, menção ainda para a expulsão de um jogador do Boca Juniors por entrada violenta sobre o Florentino e para os incompreensíveis 5’ de compensação (a 1ª parte teve... 7’!).

Em termos individuais, o Otamendi foi o único a merecer destaque por ter estado nos nossos dois golos. E mais ninguém se salientou por aí além, porque, se até sofrermos o primeiro golo, até nem tivéssemos estado mal, a partir daí decaímos bastante e nunca nos reencontrámos exibicionalmente.

O golo do Otamendi permitiu que não estivéssemos já praticamente eliminados e amanhã iremos defrontar o Auckland, com o objectivo de marcar o maior número de golos possível, porque a diferença de golos pode ser um factor decisivo no apuramento para o oitavos-de-final.

terça-feira, junho 17, 2025

Vitória na Liga das Nações

No início de Junho, a selecção nacional conseguiu o seu terceiro troféu a nível internacional, ao conquistar a sua segunda Liga das Nações na Alemanha. Numa final four com a Alemanha, França e Espanha, não deixa de ser um feito notável, que merece todos os elogios, porque no final o que conta mesmo são os resultados e os troféus.

No dia 4 de Junho, vencemos a anfitriã Alemanha por 2-1, depois de estarmos a perder já na 2ª parte com um golo do Wirtz aos 48’. O avançado que estorvou a acção defensiva do Rúben Dias, não o permitindo disputar o lance, estava em fora-de-jogo, mas o árbitro nada assinalou. No entanto, a resposta da selecção foi muito boa, a virar o resultado em apenas cinco minutos. O substituto Francisco Conceição marcou um golão de fora da área aos 63’ e aos 68’ o inamovível do onze, Cristiano Ronaldo, fez o 2-1, depois de uma combinação entre o Bruno Fernandes e o Nuno Mendes na esquerda, com assistência deste. Fomos bafejados pela sorte, porque se o último defesa alemão calçasse o 42 em vez do 45, teria sido fora-de-jogo... (Não acabem com esta estupidez milimétrica do VAR que não é preciso...! Como se fossem menos de 10 cm a fazer diferença alguma...) Para este jogo, o Roberto Martínez arriscou (e de que maneira) ao deixar o Vitinha no banco até à hora de jogo e a colocar o João Neves a defesa-direito... Claro que só começámos a jogar, quando aquele entrou em campo...

Quatro dias depois, a 8 de Junho, defrontámos a super-favorita Espanha (que tinha ganho 5-4 à França na outra meia-final, mas chegou a estar a ganhar por 5-1...!) e eu esperava que a nossa selecção fosse trucidada. No entanto, nada disso aconteceu. Os espanhóis estiveram sempre na frente do marcador, mas nós conseguimos ir repondo a igualdade. A Espanha foi melhor no início do jogo e inaugurou o marcador aos 21’ pelo Zubimendi, mas o Nuno Mendes (o melhor jogador do torneio!) fez a igualdade aos 26’. Em cima do intervalo, o Oyarzabal recolocou os espanhóis na frente, porém aos 61’ o Cristiano Ronaldo saiu momentaneamente do marasmo em que se encontrava (veio dizer no final que estava um pouco tocado, mas, quando assim é, o melhor é não jogar mesmo, como aconteceria com qualquer outro jogador que não ele...) e fez o 2-2 aos 61’, num golo à ponta-de-lança. Na parte final do jogo e prolongamento, fomos melhores, a entrada do Rafael Leão resultou bem, mas o jogo teve de ir a penalties e aí o Morata foi o único a falhar (defesa do Diogo Costa), com o Rúben Neves a marcar o penalty decisivo. O Roberto Martínez voltou a queimar o João Neves na direita, que sofreu bastante com o Nico Williams na 1ª parte, mas acaba por sair por cima deste torneio, com o lugar seguro, ele que estava a começar a ser muito contestado.

Também estivemos longe de deslumbrar no Euro 2016, mas o caneco está lá na vitrine. A Liga das Nações é uma espécie de Taça da Liga das selecções, mas é uma competição oficial. Além disso, nós não só vencemos a edição inaugural, como fomos a primeira selecção a bisar o triunfo, portanto, parabéns à seleçcão!

quarta-feira, maio 28, 2025

Desilusão e roubo – parte II

Perdemos frente à lagartada no Jamor no passado domingo (1-3) e ainda não foi desta que voltámos a ganhar a Taça de Portugal. Continuamos, portanto, a aumentar o nosso vergonhoso histórico de apenas três taças ganhas nos últimos 29 anos. No entanto, em relação a este jogo há muito para dizer e não é obviamente por acaso que o post tem o mesmo título do encontro frente ao Arouca. Foi mais do mesmo.

O Bruno Lage surpreendeu ao manter o Samuel Soares na baliza (tal como nos outros jogos da Taça de Portugal) e o Bruma na direita, em vez do Di María, que tinha entrado bem frente ao Braga. A outra alteração foi a entrada do Dahl para o lugar do Leandro Barreiro, dado que o Aursnes ainda não estava a 100% (e foi para o banco). Entrámos bem no jogo e a 1ª parte foi toda nossa, com algumas boas oportunidades, nomeadamente um remate do Pavlidis, que o guarda-redes Rui Silva defendeu para o poste, e outro do Bruma que foi desviado por um defesa e passou a rasar a barra. Já tínhamos tido um penalty assinalado a nosso favor logo aos 12’, mas o VAR Tiago Martins anulou-o por um fora-de-jogo do Kökçü de 20 e tal centímetros. Digo isto desde sempre e não é de agora: esta questão das linhas é ridícula e só estraga o futebol. Por mim, via-se a imagem e, havendo dúvidas, beneficiava-se a equipa que ataca, como se fazia antes do VAR. Ponto final. É uma estupidez anularem-se golos por poucos centímetros, quando é óbvio que o jogador não tirou proveito nenhum dessa putativa vantagem. Em relação a ataques da lagartada, só em cima do intervalo o inevitável Gyökeres teve um remate que o Samuel Soares encaixou sem dificuldade.

A 2ª parte não poderia ter tido um início mais forte da nossa parte. Marcámos logo aos 47’ num grande remate rasteiro de fora da área do Kökçü. Aos 50’, metemos novamente a bola na baliza pelo Bruma, depois de uma tabela maravilhosa com o Pavlidis, com um remate desviado do Rui Silva à sua saída. No entanto, o VAR Tiago Martins conseguiu descobrir uma pretensa falta do Carreras sobre o Trincão no início da jogada, quando o nosso jogador toca na bola primeiro...! O Sr. Luís Godinho, ao contrário do que fez o Sr. António Nobre frente ao Arouca, por exemplo, resolveu seguir a indicação do VAR Tiago Martins e literalmente roubar-nos o golo! Inacreditável! Sentimos imenso essa decisão da arbitragem e não fomos tão afoitos a tentar resolver o jogo com um segundo golo. No entanto, estivemos muito bem em termos defensivos e não permitimos que a lagartada criasse situações difíceis para o Samuel Soares. O Bruno Lage começou a fazer substituições e, por volta dos 70’, colocou o Renato Sanches e o Schjelderup, fazendo sair os turcos, sendo que o Kökçü estava tocado. Pouco antes dos 80’, substituiu o Tomás Araújo e Pavlidis (este de um modo incompreensível, dado que estava a conseguir manter a posse de bola e fazer a equipa defender mais à frente) pelo Aursnes e Belotti. O italiano teve uma boa oportunidade para marcar, mas o Rui Silva defendeu para canto. Entretanto, por causa de algumas entradas em campo da nossa equipa médica, o Sr. Luís Godinho resolveu dar 10’ de compensação! Pena foi que o Sr. João Pinheiro não tenha feito o mesmo na Luz frente à lagartada há umas semanas...! A meio desse período, aconteceu o lance que vai ser falado por muitos e longos anos: numa jogada perto da bandeirola de canto, o Belotti caiu no meio de uma disputa de bola com o Maxi Araújo e Matheus Reis e é agredido pelos dois! O uruguaio dá-lhe uma cotovelada na cabeça e o brasileiro pisa-lhe a nuca! De uma maneira que só se entende por ser propositada, o VAR Tiago Martins não chamou o árbitro e deixou-os continuar em campo. É absolutamente impossível, a não ser por evidente má-fé e intenção de roubar o Benfica, que não tenha visto o que se passou. Impossível! Continuávamos a controlar a partida, mas no último desses 10’ de compensação cometemos o mesmo erro do jogo frente ao Arouca e permitimos um contra-ataque adversário! Tivemos mais de uma ocasião para cortar a jogada com uma falta, pelo Florentino e António Silva, este perante o Gyökeres, que o ultrapassou e foi abalroado pelo Renato Sanches já na área. Foi uma falta difícil de perceber, porque foi por trás, sem hipótese de disputar a bola, quando o sueco ainda tinha o Otamendi pela frente! Que intervenção tão idiota! No inevitável penalty, o Gyökeres rematou de um modo que nenhum guarda-redes no mundo conseguiria lá chegar. Íamos para prolongamento com o momentum todo do lado da lagartada.

Até nem entrámos mal neste período, com o Leandro Barreiro, que tinha substituído o Bruma no início da compensação, a optar mal por fazer uma tabelinha com o Schjelderup, quando poderia ter rematado à baliza. No entanto, a sorte do jogo não estava de todo do nosso lado e, num livre para a área aos 99’, o Harder saltou mais alto do que toda a nossa defesa e fez o 1-2 de cabeça. O Bruno Lage fez entrar o Di María pouco depois, mas foi a vez de a lagartada fazer antijogo e não permitir que se jogasse grande parte do prolongamento. Um grande remate do Di María ligeiramente por cima da barra foi a melhor oportunidade que tivemos, mas foi a lagartada a fazer o 1-3 final em cima dos 120’ pelo Trincão.

Em termos individuais, o Florentino foi de longe o melhor jogador do Benfica. O Pavlidis também foi dos que mais se destacaram e não se percebe esta mania de o Bruno Lage o substituir sem o jogo estar decidido a nosso favor... Apesar de não ter estado nada de acordo com a sua titularidade num jogo tão decisivo, o Samuel Soares não esteve nada mal, sendo muito seguro nas bolas aéreas, embora eu não goste nada de guarda-redes que se põem a fintar adversários... (E fê-lo por duas vezes!). O Renato Sanches não tinha entrado nada mal, mas o penalty escusado e idiota mancha completamente a sua exibição.

Terminámos da pior maneira a temporada, com não-vitórias nos últimos três jogos que nos custaram os dois principais títulos. E perdemo-los de maneira semelhante: a permitir contra-ataques do adversário nos últimos minutos de compensação, quando estávamos em vantagem no marcador! Temos, de longe, o melhor plantel do futebol português e acabar a época com apenas um título (e o menos importante deles todos), a Taça da Liga, é muito frustrante. No final da partida, o Rui Costa veio finalmente insurgir-se contra a arbitragem, mas é manifestamente tarde demais. Temos muitas culpas próprias, mas fomos prejudicados de maneira evidente em lances decisivos. Há muito que reflectir para a próxima época, em que teremos de disputar as pré-eliminatórias de acesso à Champions. No entanto, antes disso teremos o Mundial de Clubes em que iremos colocar o nosso prestígio à prova.

segunda-feira, maio 19, 2025

Expectável

Empatámos em Braga (1-1) no passado sábado e, com a vitória da lagartada em casa frente ao V. Guimarães (2-0), perdemos naturalmente o campeonato. Também o teríamos perdido se tivéssemos ganho, mas ao menos isso deixaria outra imagem, porque terminaríamos com os mesmos pontos do primeiro classificado. No entanto, fizemos uma exibição muito cinzenta e, se não fosse o Trubin, até poderíamos ter perdido o encontro.

Com o Leandro Barreiro no lugar do lesionado Aursnes e o Schjelderup no do Di María, até entrámos bem na partida e foi mesmo o luxemburguês a ter uma soberana oportunidade logo nos minutos iniciais, quando, na sequência de um ressalto, se viu só com o guarda-redes Hornicek pela frente, mas atirou ao lado de pé esquerdo. Inacreditável! Depois de uma cabeçada do Paulo Oliveira num canto ter posto à prova o Trubin, foi o Pavlidis, desmarcado pelo Schjelderup, a rematar ao lado em boa posição, quando, no início da jogada, se tivesse visto o Barreiro isolado, este só tinha de encostar... Quando existem estas ocasiões evidentes desperdiçadas nos primeiros momentos dos jogos, fico logo com um mau pressentimento e isso concretizou-se aos 24’ num penalty de VAR por pisão do Tomás Araújo a um adversário (quando nem sequer está a olhar para ele...), marcado de forma indefensável pelo Zalazar. Sentimos o golo e deixámos de ter as oportunidades que tínhamos tido até então, mas houve uma parede na área ao Leandro Barreiro que, se fosse ao contrário, certamente o Sr. Miguel Nogueira (ou o VAR Bruno Esteves) teria marcado... Como era contra nós, foi carga de ombro. Obviamente...

Na 2ª parte, entrámos com o mesmo onze, mas foi o Trubin a manter-nos vivos no jogo com duas grandes defesas a um remate de longe do Zalazar e a não deixar o Ricardo Horta fazer um desvio na pequena-área. Foi só com a tripla substituição (Di María, Belotti e Bruma para os lugares do Schjelderup, Florentino e Aktürkoğlu) à passagem da hora de jogo que voltámos a pegar na partida. Fizemos a igualdade aos 63’ num balázio do Pavlidis já de ângulo difícil, descoberto pelo Di María sob a direita. Pouco depois, o João Moutinho viu o segundo amarelo e ficávamos com o caminho aberto para conseguir a vitória. Ou devíamos ter ficado... No entanto, não só nunca conseguimos desequilibrar defensivamente o Braga, como no contra-ataque poderiam ter sido eles a ganhar o jogo, não fosse o Trubin safar-nos por mais de uma vez. Em cima do apito final do árbitro, foi o Otamendi a ter cabeceamento por cima, quando estava com todas as condições para fazer bem melhor.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Trubin. Numa partida em que tínhamos de ganhar, ser o nosso guarda-redes o melhor em campo diz muito acerca da nossa exibição. O Pavlidis também foi dos menos maus e lá marcou o seu golito. O Di María entrou muitíssimo bem e talvez isto devesse ter sido feito contra a lagartada na semana passada... O António Silva também teve uma boa exibição, assim como o Florentino, que saiu um pouco cedo demais, porque é bastante melhor naquela posição do que o Leandro Barreiro, que foi para lá. Aliás, os contra-ataques do Braga na parte final do encontro não serão obra do acaso...

Perdido o campeonato, teremos no próximo domingo a final da Taça para amenizar esta desilusão. Estou farto de escrever aqui que temos um histórico recente vergonhoso na Taça de Portugal (três taças em 28 épocas!) que é obrigatório começar a reverter o mais depressa possível. Que comece já!

quinta-feira, maio 15, 2025

Falhanço

Empatámos com a lagartada (1-1) na Luz no passado sábado e não só desperdiçámos uma oportunidade de ouro para passarmos para a frente do campeonato (ou sermos já campeões, se tivéssemos ganho por dois golos), como devemos mesmo ter hipotecado as nossas hipóteses do 39º título, já que deixámos de depender de nós para o conquistar. Não me recordo de um jogo assim para o campeonato, uma autêntica final, em que quem ganhasse seria campeão (nós, lá está, desde que fosse por dois golos), mas, com este empate, se a lagartada fizer o mesmo resultado do que nós na última jornada, conquista um bicampeonato que lhe foge há 70 anos...! O que não pode deixar de constituir uma enorme desilusão para todos nós.

Com a lesão do Amdouni, o Bruno Lage voltou a dar a titularidade ao Di María, o que se revelou uma decisão muito pouco acertada, dado que o argentino não está com pedalada para este tipo de jogos, tendo regressado há pouco tempo de lesão. No entanto, isso nem foi o maior problema da 1ª parte, mas sim o facto de a lagartada ter marcado logo aos 4’ através do Trincão, depois de uma jogada típica do Gyökeres, que o assistiu. Num jogo tão decisivo, obviamente que este golo nos afectou e nunca nos conseguimos recompor na etapa inicial. Dois remates do Di María, ambos por cima, foram os nossos únicos lances perigosos. A lagartada manietou-nos bem e nunca estivemos confortáveis no jogo, até porque o Di María funcionou como um a menos.

Na 2ª parte, o Lage teve a coragem necessária de o deixar nos balneários e colocar o Schjelderup. E a equipa veio transfigurada para bem melhor. Começámos a empurrar a lagartada para o seu meio-campo e fizemos o 1-1 ainda relativamente cedo, aos 63’ pelo Aktürkoğlu, que só teve de encostar depois de uma jogada absolutamente magistral do Pavlidis, que passou por quatro(!) adversários e cruzou para o turco, cujo remate, mesmo assim, ainda bateu no Maxi Araújo. Com mais de meia-hora para jogar, precisávamos absolutamente de marcar mais um golo para virar o campeonato para o nosso lado. No entanto, só tivemos mais uma grande oportunidade, numa boa jogada do entretanto entrado Belotti pela direita, com assistência para o Pavlidis, que atirou... ao poste! Até final, o Gyökeres atirou de fora da área para defesa do Trubin e nós, apesar do domínio intenso, só tivemos mais uma chance já na compensação, mas o Schjelderup, num ressalto, falhou clamorosamente o cabeceamento, quando poderia eventualmente ter tentado dominar a bola de peito e depois rematado à baliza (embora o ângulo fosse apertado). Entretanto, o Bruno Lage já tinha feito todas as substituições, não se percebendo de todo a última, com cinco minutos para jogar e a precisar de marcar um golo, em que tirou o melhor marcador da equipa e segundo melhor do campeonato, Pavlidis, para colocar o... Arthur Cabral...! Indescritível!

Em termos individuais, o Pavlidis terá sido o nosso melhor jogador, bem secundado pelo Florentino. E foram estas as exibições que se salientaram bastante mais do que as outras, o que, quiçá, explique o empate, dadao que só duas num jogo deste é manifestamente pouco. O Aktürkoğlu esteve longe da forma dos últimos jogos, o Carreras também não se evidenciou tanto e o Kökçü lutou mais do que jogou. O Schjelderup veio melhorar a equipa, assim como o Belotti que fez a jogada que poderia ter dado o segundo golo. A defesa não esteve mal a controlar o Gyökeres durante grande parte do encontro, mas ele já tinha feito estragos logo nos minutos iniciais.

Iremos a Braga na última jornada naquilo que está longe de ser um jogo fácil. A única vantagem é que eles já não precisam do resultado, porque o 3º lugar é apenas uma miragem (teriam de nos ganhar, esperar uma derrota do CRAC em casa frente ao Nacional e superar a desvantagem na diferença de golos). Ao invés, o V. Guimarães, que vai à lagartada, precisa de igualar o resultado do Santa Clara em Faro para conseguir ir à Liga Conferência. Portanto, tem muito por que lutar. Mas, a jogar em casa, a lagartada tem tudo a seu favor.

P.S. - Não se compreende que o VAR André Narciso não tenha dito ao Sr. João Pinheiro para ir ver o lance na 1ª parte em que, na sequência de uma bola parada, o Debast não olha sequer para a bola e só se preocupa em empurrar o Otamendi... Inacreditável!

quinta-feira, maio 08, 2025

Sofrido

Vencemos no Estoril (2-1) no passado sábado e mantivemos a igualdade pontual com a lagartada na frente do campeonato, porque eles também ganharam por 2-1 em casa ao Gil Vicente (apesar de estarem a perder por 0-1 aos 80’...!). Depois de uma 1ª parte bem conseguida, baixámos muito o nível na 2ª e sofremos escusadamente na parte final do jogo.

Apesar da disponibilidade do Di María, o Bruno Lage decidiu (e bem) deixá-lo no banco, mantendo o Amdouni na equipa titular, que foi a mesma que defrontou o AVS, com a excepção do Florentino em vez do castigado Carreras (o Dahl regressou à sua posição de origem de lateral-esquerdo). Entrámos a todo o gás e o Aursnes poderia ter inaugurado o marcador logo nos minutos iniciais, quando ficou isolado à frente do guarda-redes Robles, mas permitiu a mancha deste. No entanto, aos 7’, o mesmo Aursnes conseguiu mesmo fazer o 1-0, novamente isolado depois de assistência do Kökçü num contra-ataque rápido, ao rematar por entre as pernas do guarda-redes. O Estoril não nos conseguia criar muitas dificuldades e nós só não fomos aumentando a vantagem, porque revelámos alguma imprecisão no último passe. O segundo golo teve de surgir numa bola parada, num livre para a área, com o Dahl a colocar a bola na cabeça do Otamendi, que se antecipou ao guarda-redes.

Voltámos a entrar bem na 2ª parte, numa tentativa de fechar a partida de vez, mas não tivemos grandes chances de marcar e essa boa entrada foi sol de pouca dura. O Estoril foi equilibrando o jogo, o Amdouni lesionou-se e entrou o Schjelderup, mas nós deixámos de conseguir criar lances ofensivos. Apesar de dominar, o Estoril só teve a primeira oportunidade, porque o Otamendi fez um péssimo passe na nossa zona defensiva e depois fez penalty sobre o Begraoui. Estávamos no 65º minuto e temia-se o pior para o resto do jogo, no entanto, o Trubin foi gigante perante o mesmo Begraoui e também tivemos sorte, porque a recarga do Zanocelo bateu na barra. Livrámo-nos de boa, mas não aprendemos nada, porque logo a seguir o avançado Marqués não rematou quando estava em boa posição. O Lage chamou o Leandro Barreiro e o Belotti, mas a bola demorou a sair e o Estoril marcou... Foi aos 78’ num cruzamento do Guitane e cabeceamento do Zanocelo com o Trubin a dar a sensação de que poderia ter feito mais... Depois da entrada daqueles dois, voltámos a reassumir o jogo e o Estoril não conseguiu ter as mesmas facilidades em chegar à nossa área. E foram ambos a ter a melhor oportunidade até final, com o Barreiro a falhar o desvio e o Belotii a parecer-me derrubado na área, mas nem o Sr. João Gonçalves nem o VAR assinalaram nada... Aliás, pouco depois houve outro lance que noutros campos seria claramente penalty por mão na bola, mas não no nosso caso. Para demonstrar bem ao que vinha, o Sr. João Gonçalves deu oito minutos de compensação... Mas teve azar, porque não houve nenhum lance onde pudesse ter uma intervenção mais directa...

Em termos individuais, o Otamendi teve uma prestação irrepreensível só manchada pelo lance do penalty, que acabou por não ter consequências negativas graças ao Trubin, que também esteve bem, embora no lance do golo pudesse ter feito mais (a bola passou-lhe por baixo da mão). Quanto ao resto da equipa, os destaques são sobretudo pela 1ª parte, com o Aktürkoğlu a confirmar o bom momento, com muito dinamismo pela faixa esquerda, e o Aursnes a ser importante pela abertura do marcador (apesar do falhanço uns minutos antes...). As entradas do Leandro Barreiro e Belotti deveriam ter acontecido mais cedo, porque deram capacidade de luta à equipa, que estava a faltar naquele momento.

Iremos receber a lagartada no sábado numa final como nunca me lembro de ter acontecido no campeonato: quem ganhar (nós, se for com diferença de pelo menos dois golos) será campeão. O empate favorecerá a lagartada, porque fica com vantagem no confronto directo, e uma vitória tangencial nossa coloca-nos a um ponto do título. Jogamos em casa, saibamos usar esse trunfo a nosso favor.

quarta-feira, abril 30, 2025

Goleada

Vencemos o AVS na Luz no passado domingo por 6-0, mas só recuperámos um golo para a lagartada, que também ganhou no Bessa ao Boavista por 5-0 uma horas depois. Alargámos foi a vantagem pontual para o Braga e CRAC (11 e 13 pontos), fruto do empate em Famalicão (1-1) e da derrota na Amadora frente ao Estrela. (0-2), respectivamente. A conclusão a tirar é que, na pior das hipóteses, ficaremos em 2º lugar no campeonato.
 
Este jogo era importante para tentarmos diminuir a desvantagem da diferença de golos para os rivais, que pode ser importante nas contas finais. Com a surpresa do Amdouni e Dahl no onze entrámos muito bem e metemos a bola na baliza logo aos 4’ pelo Aktürkoğlu, mas foi invalidado por causa daquela idiotice das linhas de fora-de-jogo por 8 cm...! Não percebo como é que não se faz um estudo para verificar a partir de que altura é que estar em fora-de-jogo se torna uma vantagem competitiva inequívoca. É que já se anularam grandes golos por causa de meia-dúzia de centímetros, que é impossível que tenham tido alguma influência. Como neste caso. Felizmente, não nos desconcentrámos e fizemos mesmo o 1-0 aos 8’ pelo Tomás Araújo numa recarga a um cabeceamento do António Silva num canto. O Amdouni teve duas chances para marcar, mas não conseguiu e foi o Pavlidis a fazer o 2-0 aos 23’ num canto estudado, com assistência do Dahl. Três minutos depois, o suíço lá marcou, em nova assistência do Dahl para o Amdouni rematar rasteiro sem hipóteses para o guarda-redes Ochoa. Aos 40’ fizemos o quarto golo pelo Aktürkoğlu num desvio na pequena-área a cruzamento do Pavlidis. Até ao intervalo, só deu para reparar na arbitragem inacreditável do Sr. Carlos Macedo (um nome a fixar), que conseguiu complicar uma partida que estava já decidida, o que convenhamos não é fácil...
 
Na 2ª parte, eu esperava que não abrandássemos o ritmo, porque tínhamos igualado a diferença de golos dos lagartos, mas este ainda não tinham jogado. Infelizmente, sucedeu o contrário e andámos a gerir o jogo durante um bom período no segundo tempo. Foi só após as substituições que as coisas voltaram a mexer, com as entradas do Schjelderup e Belotti aos 67’. Foi o italiano a fazer o 5-0 num desvio subtil, depois de boa combinação com o Aktürkoğlu. Estávamos de novo com o ritmo aumentado, também por via da entrada do Prestianni pouco depois, que poderia ter igualmente molhado o bico, mas foi o Otamendi a fechar a contagem aos 82’ num cabeceamento a centro do António Silva, depois de um livre do Kökçü, que o guarda-redes não conseguiu segurar. O Sr. Carlos Macedo teimava em manter-se como uma das figuras do jogo e só deu dois minutos de compensação(!), apesar de todas as substituições que houve. Uma arbitragem para esquecer.
 
Em termos individuais, gostei do Pavlidis e do Dahl. O Aktürkoğlu mantém-se em forma e o Schjelderup e Belotti voltaram a assumir-se como dois jogadores que acrescentam algo à equipa quando entram. Assim como o Prestianni, que continuo a não entender a razão de ter tão poucos minutos. O Carreras conseguiu limpar os amarelos para o Estoril, numa decisão arriscada, mas que compreendo dado que as duas últimas jornadas serão com a lagartada e a ida a Braga.
 
Iremos à Amoreira no próximo sábado e naturalmente que só a vitória interessa, para chegarmos ao jogo decisivo na Luz frente à lagartada em igualdade pontual com eles.

sexta-feira, abril 25, 2025

Na final

Confirmámos na passada 4ª feira a passagem à final da Taça de Portugal com nova vitória frente ao Tirsense, desta feita por 4-0. Com a eliminatória decidida na 1ª mão, os habituais suplentes tiveram nova oportunidade de se mostrar, mas não a aproveitaram muito bem e o jogo foi menos conseguido do que o anterior.
 
Apesar de estar no quarto escalão do futebol português, o Tirsense apresentou-se bem organizado na defesa e quase conseguiu chegar ao intervalo com a baliza a zeros, o que seria um enorme feito. Para isso muito contribuiu o ritmo lento que imprimimos ao jogo, com as oportunidades a escassear: um cabeceamento do Barreiro ao segundo poste num canto com a bola a tocar ainda no ferro e remates do Arthur Cabral e Tiago Gouveia defendidos pelo guarda-redes Tiago Gonçalves foram as únicas ocasiões que tivemos antes do golo em cima do intervalo, num desvio do António Silva a um remate do Leandro Barreiro na sequência de um canto.
 
Esperava-se uma quebra física dos homens de Santo Tirso na 2ª parte, mas nós não a aproveitámos para melhorar o nível exibicional, apesar de termos aumentado um pouco o ritmo. Logo no reinício, o Schjelderup teve um falhanço quase na cara do guarda-redes depois de centro do Bruma e foi só novamente a entrada do Prestianni que voltou a mexer com a partida, tal como no jogo da 1ª mão. O argentino, da primeira vez que tocou na bola, colocou o também entrado Amdouni em boa posição, mas o remate deste saiu ao lado. O Belotti num desvio na pequena-área e o Dahl num livre voltaram a pôr o Tiago Gonçalves à prova, mas foi já perto do final (74’) que conseguimos aumentar a vantagem num desvio do Bajrami ao segundo poste num canto, fazendo assim o seu primeiro golo com a camisola do Benfica. Pouco depois, aos 78’ o Samuel Soares(!) fez uma abertura fantástica para o Tiago Gouveia e este assistiu o Belotti para o 3-0. Já depois dos 90’, fechámos o marcador num novo canto com um golo do Leandro Barreiro numa recarga ao segundo poste, depois de cabeceamento do António Silva defendido pelo guarda-redes.
 
Em termos individuais, achei o Belotti muito comprometido com o jogo, apesar do adversário, e o Schjelderup na 1ª parte também foi dos melhores. A seguir ao intervalo, destaque para o Prestianni, que infelizmente deverá ter-se despedido dos adeptos, porque duvido que volte a jogar até final da época. Aliás, não só não se percebe esta (pouca) utilização do argentino, como mesmo neste jogo o Bruno Lage, que o tinha feito entrar aos 62’, empurra-o para lateral-direito a partir dos 80’, quando estreia o Hugo Félix na equipa principal. Incompreensível...! O Samuel Soares não teve muito trabalho defensivo, mas teve participação directa num dos golos.
 
Iremos defrontar a lagartada na final da Taça, depois de os defrontarmos também no campeonato. Vai ser um final de época muito quentinho, mas temos impreterivelmente de começar a mudar o nosso vergonhoso histórico de três taças de Portugal ganhas nos últimos 28 anos...