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quarta-feira, dezembro 30, 2020

Dia e noite

Vencemos o Portimonense ontem na Luz por 2-1 e mantém-se tudo igual na frente, porque os outros todos também ganharam. Perante o último classificado, é óbvio que se esperava uma vitória, mas este jogo provou (como se fosse necessário) que nós estamos muito longe do nível que é exigido.
 
Com o Jardel, o Gonçalo Ramos e o Seferovic também com Covid-19, alinhámos com a mesma equipa da Supertaça e a 1ª parte até foi bastante agradável. Depois de um remate que poderia ter saído com mais força do Waldschmidt e um pontapé na atmosfera do Darwin em excelente posição, inaugurámos o marcador aos 13’ numa boa jogada de entendimento que começou numa recuperação do Weigl, abertura do Taarabt, combinação entre o Waldschmidt e o Rafa, para este, à saída do guarda-redes, assistir o Darwin que só teve de encostar. Dez minutos depois, aos 23’, aumentámos a vantagem através do Rafa, depois de uma arrancada sua e outra boa combinação atacante com o Waldschmidt e Darwin, com o nº 27 a aproveitar bem um ressalto para enganar o guarda-redes. O Portimonense tinha naturalmente de reagir e, verdade seja dita, teve sempre bastante espaço para poder trocar a bola à vontade. No entanto, não conseguiu criar assim grandes oportunidades de golo, connosco também só a ter um livre do Grimaldo para colocar à prova o guarda-redes Samuel, porque um Taarabt, num remate na zona frontal e sem ninguém à frente, não conseguiu acertar na baliza...
 
Na 2ª parte, tudo mudou de tal maneira, que parecia outro jogo. Nós devemos ter achado que o encontro estava ganho e baixámos assustadoramente o nível exibicional. Aliás, nem nunca estivemos a ganhar por dois perante este adversário e deixámos de ganhar o jogo, certo, senhores jogadores do Benfica...?! O Darwin voltou a falhar escandalosamente, e por duas vezes(!), só com o guarda-redes pela frente, atirando ao poste na primeira e por cima na segunda, e o Portimonense, depois de ter tentado cavar um penalty (o CRAC foi bem mais competente neste campo na 4ª feira passada...), lá acabou por marcar aos 92’ num autogolo de cabeça do Gilberto. Nos três minutos de compensação que faltavam para o final, ainda sofremos um bocado, mas conseguimos segurar a vantagem.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o Rafa com um golo e uma assistência. Voltei a gostar do Weigl no meio-campo, que tem a ENORME vantagem de tentar jogar ao primeiro toque, dando a bola (quase) sempre jogável para um companheiro. Ou seja, ao contrário de todos os outros médios (Gabriel, Pizzi e Taarabt) nunca emperra o nosso jogo. Está claramente a mais na equipa...! O Gilberto, pese embora o autogolo, continua com muita vontade de calar os seus críticos. O Taarabt também não esteve tão mau como de costume, o que já é uma melhoria substancial. Quanto aos outros estiveram muito sofríveis, com o Darwin (apesar do golo) e o Everton completamente fora dela.
 
Terminamos 2020 com uma exibição muito fraca e a sofrer na Luz perante o último classificado. Depois de uma 1ª parte bastante razoável, não era nada disso que se estava à espera. Mas vem em consonância com a maioria das nossas exibições desta temporada. Que, por sua vez, vêm na sequência da lamentável época passada. Com a pequena diferença que, entretanto, gastámos imenso dinheiro e melhorias nem vê-las. Já perdemos o acesso à Champions e a Supertaça. Mas a continuar a (não) jogar assim, não serão as únicas coisas que perderemos esta temporada...

sábado, dezembro 26, 2020

Perdido

Perdemos 0-2 frente ao CRAC na 4ª feira em Aveiro e vimos mais uma Supertaça ir ao ar. São já 11 derrotas frente a eles em 12 jogos deste troféu, o que é absolutamente inacreditável (mesmo que saibamos que tivemos Donatos Ramos e afins pelo caminho). Mas nem é preciso ir tão longe: esta foi a quarta derrota consecutiva frente ao CRAC, o que deveria constituir motivo de vergonha para todos os que têm a honra de vestir o manto sagrado. Mas, infelizmente, ainda há muitos que não sabem o que isso representa e implica, especialmente nestes jogos.
 
Com o Pizzi infectado com Covid-19, o meio-campo foi formado pelo Weigl e Taarabt, e até nem entramos mal, com o Everton muito activo na 1ª parte. No entanto, não criámos grandes oportunidades e, numa transição a meio-campo, o Taarabt fez a sua habitual figura de corpo presente, o Taremi isolou-se, caiu à saída do Vlachodimos e os VAR Luís Godinho e Bruno Esteves consideraram que era penalty, porque segundo as linhas o iraniano estava 18 cm em jogo. Para mim, o avançado do CRAC espera o contacto do nosso guarda-redes e deixa-se cair, mas enfim... O Sérgio Oliveira marcou bem o penalty e fez o 0-1 aos 25’. Logo a seguir, poderíamos ter empatado, mas o remate de primeira do Grimaldo, a passe do Waldschmidt, foi defendido pelo Marchesín. Até ao intervalo, nada mais de relevante se passou.
 
Na 2ª parte, houve mais oportunidades, mas maior domínio para o CRAC. Valeu-nos o Vlachodimos num remate do Uribe e um corte acrobático do Otamendi, quando o mesmo Uribe se preparava para cabecear para a baliza deserta. Do nosso lado, um livro do Grimaldo permitiu uma boa defesa ao Marchesín e, já muito perto do final, outro livre do nosso defesa-esquerdo resultou na já proverbial bola ao poste, que empataria a partida. Praticamente na resposta, o Luis Díaz, entretanto entrado, acabou com o jogo ao fazer o 0-2 em cima dos 90’.
 
Em termos individuais, o Grimaldo foi de longe o melhor, ao ser o nosso jogador mais perigoso, o Everton fez uma boa 1ª parte, mas depois desapareceu completamente, os centrais (Otamendi e Vertonghen) não estiveram mal, bem como o Gilberto na lateral-direita (confesso que me custa a perceber a perseguição que tem sido alvo; está longe de ser o pior a ocupar aquele lugar nos últimos anos), e raramente é pelo Vlachodimos que não ganhamos jogos. O Weigl esteve muito desacompanhado no meio-campo, o Rafa infeliz e algo complicativo na direita, e o Darwin praticamente não teve jogo de jeito a chegar-lhe. O Waldschmidt, à parte a abertura para o Grimaldo logo a seguir ao primeiro golo, esteve completamente fora dela e o Taarabt é verdadeiramente um caso de polícia como pode ter feito os 90’! Teve 20, repito, VINTE(!!) perdas de bola, foi um espectador privilegiado nos lances dos dois golos, emperrou completamente a nossa (já de si pouca) fluidez atacante e conseguiu estar em campo até final. Aliás, as substituições que o Jesus fez também são um caso de estudo: com o Waldschmidt completamente desaparecido, resolveu tirar o Rafa pouco depois da hora de jogo para colocar o Seferovic. Ou seja, o alemão passou a (não) jogar na linha, o que afunilou ainda mais o nosso jogo. Depois, o Jesus lembra-se de fazer três substituições aos 87’...! Repito: 87’!!! Para quê...?! Ainda por cima, nem assim o Taarabt saiu de campo!
 
O jogo não foi nada de especial, mas a diferença das duas equipas foi evidente: uma esteve (está sempre) com os dentes de fora quando joga contra a outra, a outra raramente faz o mesmo. O meu amigo Bakero assinou uma magnífica crónica aqui, onde diz tudo. Falta-nos isso mesmo: alma! Não duvidemos que, se a tivéssemos, não estaríamos a chorar a quarta derrota seguida contra o CRAC, duas das quais resultaram em dois troféus perdidos. As coisas TÊM mesmo de mudar!

segunda-feira, dezembro 21, 2020

Vlachodimos

Vencemos o Gil Vicente ontem em Barcelos por 2-0 e mantivemos distância de dois pontos para a lagartada(1-0 em casa ao Farense com um pseudo-penalty aos 90’ – valeu a pena a choradeira na semana passada em Famalicão...), com o CRAC a dois de nós (2-0 em casa frente ao Nacional).
 
O Jesus fez algumas alterações e o Otamendi, Gabriel e Rafa ficaram fora dos convocados, quiçá a pensar na Supertaça nesta 4ª feira (embora pareça que o Gabriel está lesionado e não vai mesmo poder jogar). O Jardel, Weigl e Pedrinho entraram nos seus lugares e, comparativamente com os últimos jogos, acho que nem estivemos muito mal na 1ª parte. O Gil Vicente tentava sair a jogar desde trás, mas por mais de uma vez maus passes proporcionaram-nos intercepções de bola, infelizmente desaproveitadas por bastante inépcia da nossa parte. Um remate de primeira do Everton a centro do Gilberto, uma recarga do Vertonghen em boa posição na área e um remate do Gilberto de fora da área, que ainda ressaltou num adversário, terão sido as nossas melhores oportunidades neste período. Todavia, do outro lado, bastou um livre para a área e um desvio de cabeça para dar a sensação de golo. Em cima do intervalo, o defesa Ygor Nogueira, apesar de já ter um amarelo pela mesma situação, achou que poderia continuar a saltar com os braços abertos e deixou o Gil Vicente naturalmente a jogar com dez.
 
Na 2ª parte, esperava-se que soubéssemos aproveitar a vantagem numérica e jogássemos ainda melhor. Não aconteceu. De todo! O Taarabt entrou logo no reinício para o lugar do Pedrinho, mas foi o Gil Vicente a criar enorme perigo de cabeça na sequência de dois cantos consecutivos: no primeiro, o Vlachodimos fez uma fantástica defesa e no seguinte a bola foi à barra! Inacreditavelmente o Gil Vicente estava a conseguir criar-nos mais perigo com dez do que com onze e até se pode dizer que nos colocámos em vantagem aos 59’ ‘contra a corrente do jogo’: centro do Gilberto na direita, cabeçada do Everton e desvio de cabeça do Rodrigão para a própria baliza. Pouco depois, foi novamente o Vlachodimos a salvar-nos com uma dupla defesa na sequência de um contra-ataque (sofrer um contra-ataque destes quando se está em vantagem numérica deveria dar multa de, pelo menos, meio mês de ordenado!): a defesa à recarga feita em cima da pequena-área, com o Grimaldo também a cortar a bola, é simplesmente fabulosa! Aos 65’, o Seferovic inventou uma jogada na direita e centrou para a cabeçada vitoriosa do Everton, quase em cima da linha de golo. Assim do nada (na 2ª parte,) vimo-nos com dois golos de vantagem, que fomos bem-sucedidos em manter até final. O Gil Vicente também acusou alguma descrença, o que é habitual, e nós terminámos a partida a circular a bola entre os jogadores, num magnífico futebol sem balizas...
 
Em termos individuais, destaque quase absoluto para o Vlachodimos: evitar o 0-1 e depois o 1-1, tornam-no indiscutivelmente a chave da vitória. O Everton fica um bom lugar-tenente, dado que está nos dois golos. Eu sou suspeito, porque gosto dele, mas é impressão minha ou com o Weigl a 6 a nossa circulação de bola melhora consideravelmente? Quanto aos outros, não saíram da mediania, com o Darwin a ter de ter o seu contrato revisto para lhe retirarem a cláusula que o impede de rematar à baliza em jogos do campeonato... O que é que foram aqueles passes para... ninguém, por mais de uma vez, quando estava em boa posição de remate...?!
 
Nesta 4ª feira, estará em disputa o primeiro troféu oficial da temporada. Será frente ao CRAC e espera-se uma atitude dos jogadores do Benfica consonante com a importância real e simbólica deste jogo.

sexta-feira, dezembro 18, 2020

Final Four

Vencemos na 4ª feira na Luz o V. Guimarães nos penalties (4-1 depois de 1-1 nos 90’) e qualificámo-nos para a final four da Taça da Liga. Alinhámos praticamente com a equipa titular, mas a exibição voltou a ser muito pobre e inclusive estivemos a perder até aos 83’.
 
A primeira ocasião foi nossa, através do Darwin num remate na passada muito ao lado, mas foi o V. Guimarães a inaugurar o marcador aos 16’ numa jogada do Marcus Edwards, que entrou pelo nosso meio-campo adentro e depois libertou na esquerda no Rochinha, que passou pelo João Ferreira como se ele não estivesse lá e assistiu o colombiano Estupinãn para o 0-1. A partir daqui, o jogo teve praticamente só um sentido, mas invariavelmente nós mostrávamos dois tipos de velocidade: devagar e parados. O V. Guimarães fechou-se bem na defesa e, para além de não termos tido a rapidez necessária para a transpor, ligávamos o ‘complicómetro’ na hora de rematar à baliza. Um disparo fraco do Taarabt e uma dupla oportunidade do Everton foi tudo o que conseguimos até ao intervalo. Do outro lado, o Miguel Luís teve um bom remate, na sequência de uma fífia do Jardel, mas o Helton Leite defendeu.
 
Para a 2ª parte, o Jesus fez entrar o Gilberto e Seferovic para os lugares do Waldschmidt e João Ferreira, mas foi só com as entradas do Pizzi e, mais tarde, do Pedrinho que as coisas começaram efectivamente a melhorar. Um cruzamento do brasileiro proporcionou ao Darwin uma excelente oportunidade, mas a cabeçada saiu com a direcção totalmente errada. O V. Guimarães ia tentando o contra-ataque e chegou a aproximar-se com algum perigo da nossa área, enquanto do nosso lado foi um remate do Pizzi, em boa posição, depois de uma finta do Darwin na linha de fundo, que deveria ter saído com mais força. Até que aos 83’ lá conseguimos finalmente empatar do jogo, num penalty do Pizzi a punir falta indiscutível do Poha sobre o Pedrinho. Houve, claro, o saltinho ridículo que me tira do sério, mas o guarda-redes começou a movimentar-se para o lado oposto e, quando corrigiu, felizmente já não foi a tempo de chegar à bola. Até final, ainda pressionámos o V. Guimarães, mas o Darwin viu o guarda-redes Trmal fazer bem a mancha e não o conseguiu desfeitear. Nos penalties, fomos nós a começar primeiro, o que é sempre uma vantagem, e não falhámos nenhum. Ao invés, no V. Guimarães, um dos remates foi ao poste e o Poha, o mesmo que tinha feito o penalty, permitiu a defesa do Helton Leite.
 
Em termos individuais, destaque para o Pizzi e o Pedrinho, que vieram dar o dinamismo que faltava ao nosso jogo, sempre muito mastigado pelo meio e com pouco uso das faixas laterais. Foram praticamente os únicos que se aproveitaram no marasmo total. O Helton Leite voltou a ser titular nas taças, mas já é altura de aprender a dimensão da grande-área. E que jogar com as mãos só se pode fazer dentro dela... E que há timings para sair da área e, uma vez saído dela, não é para estar com dúvidas sobre se joga com as mãos ou os pés...
 
O objectivo foi cumprido sem brilhantismo nenhum. Aliás, dos quatro semifinalistas que jogaram todos em casa (CRAC, lagartada e Braga) só nós é que precisámos dos penalties para passar. O Jesus deve é ter visto outro jogo, porque na flash interview e conferência de imprensa disse que “tivemos qualidade”...

segunda-feira, dezembro 14, 2020

Cinco

Vencemos ontem o Vilafranquense (5-0) na Luz e qualificámo-nos para os oitavos-de-final da Taça de Portugal. O resultado evidencia as facilidades que encontrámos, até porque aos 15’ já tínhamos marcado três golos.
 
O Jesus tinha anunciado que iria rodar a equipa e assim o fez. Logo nos instantes iniciais, o Vilafranquense obrigou o Helton Leite a uma saída corajosa e o Pedrinho conseguiu ganhar posição na área, mas atirou de pé esquerdo muito por cima. No entanto, o golo não tardou muito e foi marcado por um dos que entraram, o Gonçalo Ramos, aos 11’, depois de ser isolado pelo Gabriel e ter contornado muito bem o guarda-redes. Três minutos volvidos aumentámos a vantagem através do Pizzi, de primeira, na sequência de um centro rasteiro do Nuno Tavares na esquerda. Aos 15’, acabámos definitivamente com as dúvidas, noutro bom movimento desta feita do Seferovic, que, após ser assistido pelo Pedrinho, tirou um adversário do caminho com um toque de calcanhar e rematou rasteiro sem hipóteses para o guarda-redes, com a bola ainda a bater no poste antes de entrar. A meio da 1ª parte, o Gonçalo Ramos esteve a centímetros de marcar um golão, ao ser isolado pelo Pedrinho numa bola aérea, dominar de peito e atirar com estrondo de primeira à barra! Do outro lado, a bola bateu igualmente no poste, num livre indirecto dentro da nossa área, mas que não deveria ter valido, porque o adversário só tocou na bola e não a fez rolar antes de o colega rematar. Em cima do intervalo, aos 42’, fizemos o quarto golo num bis do Seferovic, numa boa iniciativa do Nuno Tavares, depois de o Rafa não ter libertado a bola quando devia, com esta a sobrar para um defesa que se deixou antecipar pelo nosso lateral-esquerdo. A assistência do Nuno Tavares não foi nada perfeita, mas o que valeu foi que o Seferovic fez um carrinho e conseguiu colocar a bola na baliza.
 
Na 2ª parte, o Vilafranquense conseguiu fechar melhor os caminhos para a sua baliza, mas nós também tirámos o pé do acelerador, dado que a partida estava ganha. Mesmo assim, ainda tivemos o momento de inspiração do Pedrinho, que se estreou a marcar com um golão num remate em arco com o pé esquerdo, que entrou no cantinho superior esquerdo da baliza contrária. A partir dos 65’, o Jesus, incompreensivelmente, começou a colocar os habituais titulares em campo (Darwin, Taarabt, Everton e Waldschmidt). Depois veio dizer no final que eles não entraram tão bem quanto deviam. Pois claro! O jogo estava ganho, eles têm imensos minutos nas pernas, vamos voltar a jogar já na 4ª feira na eliminatória da Taça da Liga, para quê entrarem com 5-0 a nosso favor...?! Haveria algum problema em o Gonçalo Ramos fazer os 90’, por exemplo...? Até final, a única nota saliente foi mais uma bola ao poste por parte do Vilafranquense. Portanto, mesmo num jogo contra um adversário manifestamente inferior, só não sofremos dois golos, porque a baliza tem postes...!
 
Em termos individuais, destaque para o Pedrinho, que começa a ser candidato à titularidade: um golão, um par de assistências (uma que deu golo e outra uma bola na barra) e muito dinamismo na direita é um bom programa eleitoral. Agora, só falta jogar assim perante adversários mais conceituados. O Seferovic, um eterno mal-amado, marcou outro bis e superou a meia-centena de golos pelo Benfica. Apesar de às vezes nos exasperar, não está nada mal... O Jardel voltou a ser titular, tal como na Bélgica, mas desta feita teve a braçadeira de capitão de volta. Na Bélgica, foi o Vertonghen. Deve ser por não ser preciso falar português na Liga Europa, a justificação que o Jesus deu para que o Otamendi, apesar do seu passado, fosse capitão em vez do belga... Enfim, é melhor nem comentar isto...
 
Veremos o que nos reserva o sorteio dos oitavos, mas estou com o meu amigo Bakero, que nos lembra constantemente a VERGONHA que é para a nossa história termos quatro(!) taças de Portugal ganhas nas últimas 25 épocas!! Há que reverter isto nem é rapidamente; é ontem!!!
 
P.S. – Dado que não éramos cabeças-de-série, já sabíamos que havia a forte probabilidade de apanhar um tubarão no sorteio dos 1/16 avos de final da Liga Europa. Calhou-nos o Arsenal, numa reedição da histórica eliminatória em 1991/92, que deu acesso à fase de grupos da primeira edição da Liga dos Campeões (imortal Isaías!). Considerando todo o peixe graúdo que andava por lá, o sorteio poderia ter sido bem pior, porque os londrinos estão a fazer um campeonato muito fraco até agora. No entanto, têm excelentes jogadores e a eliminatória é só daqui a dois meses, portanto muito pode mudar até lá. E é bom que nós mudemos também... Para bem melhor!

sábado, dezembro 12, 2020

Desesperante

Empatámos em Liège frente ao Standard na passada 5ª feira (2-2) e ficámos em 2º lugar no nosso grupo da Liga Europa. Na realidade (para citar a frase preferida do seleccionador nacional), mesmo que tivéssemos ganho não teria servido de nada, dado que o Rangers ganhou na Polónia ao Lech Poznan (2-0) e tinha vantagem no confronto directo connosco.
 
Com o apuramento já decidido, o Jesus fez algumas alterações na equipa, mas até nem entrámos mal, como Everton muito mexido na esquerda, embora com o eonorme pecado de ter atirado para as nuvens já na área, quando estava em óptima posição. Do outro lado, a primeira vez que o Standard foi à nossa baliza marcou: aos 12’ o Raskin, que tem para aí metade da altura do Jardel, ganhou-lhe de cabeça(!) e atirou sem hipóteses para o Helton Leite. Reagimos bem e restabelecemos a igualdade aos 16’, numa boa combinação entre o Pedrinho e o Taarabt, com este a cruzar para a área à saída do guarda-redes e o Everton a atirar de cabeça de cima para baixo para dentro da baliza. Até ao intervalo, ambas as equipas foram tentando o golo, com o Benfica a começar a desesperar-me com últimos passes invariavelmente mal feitos ou feitos para o jogador que não estava em melhor posição. Quando as coisas saíam bem, o guarda-redes Bodart começou a dar nas vistas para se tornar o melhor em campo.
 
A 2ª parte continuou na mesma onda, apesar de o Standard ter equilibrado a posse de bola. Aos 59’, a enésima má decisão do Taarabt a meio-campo resultou num contra-ataque que acabou no fundo da nossa baliza: o Tapsoba deve ter corrido uns bons 30 metros sem ninguém o importunar e rematou de fora da área para a bola ainda sofrer um desvio no Vertonghen. Apesar da mudança de trajectória, o Helton Leite deveria ter feito bem melhor, dado que a bola acabou por entrar numa zona muito central da baliza. Como o Rangers já ganhava na Polónia, as nossas hipóteses de ficar em primeiro lugar diminuíam exponencialmente. Mesmo assim, o Jesus começou a colocar a artilharia pesada (Pizzi e Rafa) e chegámos novamente à igualdade com um pseudo-penalty sobre o João Ferreira, que não desdenharia ao CRAC nos saudosos anos 90: não há puxão absolutamente nenhum sobre o lateral-direito, que se deixou cair assim que sentiu a mão do adversário. O Pizzi marcou o penalty com o saltinho ridículo antes de rematar (típico do Bruno Fernandes) que me irrita profundamente, porque basta o guarda-redes adivinhar o lado para defender a bola sem dificuldade, dado que ela vai com pouquíssima força. Ainda entraram o Gabriel, Seferovic e Cervi, este para defesa-esquerdo, mas não conseguimos marcar mais nenhum golo. Já na compensação, houve um lance que se tivesse sido na nossa baliza daria certamente golo, mas, como foi na dos belgas, a excelente recepção e não menos fantástico remate do Pizzi de pé esquerdo foi esbarrar no poste.
 
Em termos individuais, não houve assim nenhum jogador que se destacasse muito. O Everton acabou por fazer uma exibição mais bem conseguida do que as últimas e o Pizzi entrou bem. Ao invés, o Waldschmidt atravessa um período de menor fulgor e pareceu contagiado pelo Taarabt nas más decisões no último passe. Falando em Taarabt, na 2ª parte houve um lance paradigmático quando ele, com dois colegas sozinhos na direita, resolveu tentar isolar o Darwin no meio, mas a bola acabou interceptada por um defesa... Dos que jogam menos, ninguém aproveitou a oportunidade, com o Nuno Tavares a confirmar cada vez mais que, se for o futuro lateral-esquerdo da selecção, esta estará mesmo muito mal e o Helton Leite a dar novamente a sensação de que poderia fazer mais nos golos sofridos.
 
Tendo o objectivo da Champions no início da temporada, era só o que mais faltava não conseguirmos o apuramento na fase de grupos da Liga Europa! No entanto, apesar de sermos cabeças-de-série, fizemos apenas os serviços mínimos e ficámos em segundo lugar. Portanto, na próxima 2ª feira, em vez do Young Boys, Slavia Praga, Molde, Maccabi Tel-Aviv ou Antuérpia, pode calhar-nos o Milan, Arsenal, Manchester United, Nápoles ou Tottenham... Enfim, mas não deve haver problemas nenhum, até porque estamos a “jogar o triplo” e “vamos arrasar”...

segunda-feira, dezembro 07, 2020

Milagre

Vencemos ontem o Paços de Ferreira na Luz (2-1) e, com o empate da lagartada em Famalicão (2-2) e a derrota do Braga frente ao Belenenses SAD (1-2), estamos agora no 2º lugar do campeonato a dois pontos dos nossos vizinhos e a manter dois de vantagem perante o CRAC (4-3 em casa frente ao Tondela). Foi a chamada vitória arrancada a ferros, dado que o golo do triunfo surgiu a segundos do final do tempo de compensação!
 
Em nova jornada no meio das provas europeias e com apenas três dias entre jogos, já se calculava que esta partida não seria fácil. Para além disso, íamos defrontar uma equipa que tinha ganho ao CRAC e estava no 5º lugar. Depois de ter entrado bem na 5ª feira e até ter marcado um golo, o Weigl foi titular e o Taarabt também regressou ao onze. Até nem começámos mal, com oportunidades flagrantes para o Darwin e Pizzi, ambos só com o guarda-redes pela frente, mas a não conseguirem colocar a bola na baliza. Do outro lado, o Paços tentou sempre jogar e teve igualmente uma óptima oportunidade com o Douglas Tanque a cabecear na pequena-área (lamentável a forma como o Otamendi foi batido...), mas o Vlachodimos a fazer uma enorme defesa. E foi o Paços mesmo a chegar à vantagem através de um bom remate do lateral-esquerdo Reabciuk na sequência de um canto, depois de o Vlachodimos ter socado a bola e o Rafa não a ter conseguido dominar. No entanto, se o VAR deveria servir para alguma coisa (em vez de invalidar golos por foras-de-jogo de 5 cm...), deveria ser para ter visto que o Vlachodimos estava tapado por um avançado em claro fora-de-jogo na altura do remate. Porém, aparentemente o Sr. Bruno Esteves estava distraído... Desconcentrámo-nos e, logo a seguir, tivemos sorte em não ficar a perder por 0-2, com o Douglas Tanque em óptima posição a atirar por cima. Até ao intervalo, ainda colocámos a bola na baliza, mas esta bateu na mão do Rafa antes da recarga dele, o Taarabt rematou ao lado com o guarda-redes batido, mas do outro lado, num canto, deixámos um adversário saltar completamente à vontade(!) e tivemos sorte, porque a bola também saiu ao lado.
 
Para a 2ª parte, o Jesus resolveu tirar um dos poucos que estava a jogar ao primeiro toque, o Weigl, e o Pizzi, fazendo entrar o Gabriel e Seferovic. Fizemos a igualdade relativamente cedo, aos 58’, numa assistência do Gilberto na direita para bom remate do Rafa na passada. Jogámos pelas laterais e marcámos. Que surpresa...! Entretanto, entrou o Waldschmidt (literalmente) para o lugar do Everton e também não melhorámos nada, porque o alemão não é obviamente extremo. Talvez para tentar contrariar os muitos hatersque (incompreensivelmente) tem por aí, o Gilberto fez a segunda assistência da noite, mas infelizmente foi para o Seferovic ter a sua enésima perdida escandalosa. Logo a seguir, o Darwin, que estava a passar completamente ao lado do jogo, teve uma simulação brilhante e disparou à barra! Quase a chegar aos dez minutos finais, o Jesus resolveu tirar o único jogador que estava a levar a equipa para a frente com as suas arrancadas e, para além disso, que tinha marcado o golo, o Rafa, e colocar o Pedrinho, que deve ter alguma claúsula no contrato que o impede de ir à linha e, portanto, faz sempre a mesma movimentação da direita para o centro. O que segue a tendência da equipa de afunilar constantemente o jogo... O que valeu foi que, com 78’ de atraso, saiu o Taarabt e entrou o Chiquinho, que, apesar de estar longe de ser brilhante, ao mesmo dá alguma fluidez ao nosso futebol e não tem de dar 376 toques na bola antes de a libertar. Aos 94’, o Gabriel, que estava igualmente péssimo, a falhar n passes e a demorar séculos a libertar a bola, teve a única boa acção na partida e cruzou largo da esquerda para o Waldschmidt de cabeça aproveitar a meia-saída em falso do guarda-redes e atirar lá para dentro. Olha, outra jogada pela lateral, outra bola na baliza...! Foi daqueles golos que nos faz amaldiçoar (ainda mais) esta pandemia para o todo sempre por não o poder festejar ao vivo no estádio.
 
Em termos individuais, o Rafa foi o melhor e foi pena que não o pudesse ser durante os 90’. Ao invés, o Darwin e o Waldschmidt raramente fizeram as coisas bem, mas é um privilégio ter jogadores destes que a única acção de jeito que têm em campo pode decidir uma partida (um esteve quase e o outro decidiu mesmo). Continuo sem perceber este sacrifício do Weigl e não é por ter feito o centro do golo que vou achar que o Gabriel é melhor do que ele na posição 6. Prefiro, de longe, jogadores que fazem a bola correr do que aqueles que correm muito, mas emperram o jogo todo. Como é igualmente o caso do Taarabt, cujo timing de libertar a bola tem de levar uma volta de 180º.
 
A exibição foi muito má, salvou-se o resultado. Sim, é de realçar o facto de nunca desistirmos e termos conseguido marcar perto do final em alguns jogos, mas, com este plantel, temos OBRIGAÇÃO de estar a render muito mais! Continuo (sentado) à espera que alguém me explique o que se passou na temporada passada, principalmente o facto de termos feito a melhor primeira volta de uma equipa, desde que existem os três pontos, e uma das piores segundas voltas da nossa história. Tudo na mesma temporada! É que dá a sensação de que é algo que extravasa a questão do treinador, porque se está a repetir esta época, mas em muito menos tempo: começámos bem, todavia, a partir do Bessa, houve uma debacle em termos exibicionais (com naturais consequências em alguns resultados). Aguardo explicações de quem de direito.

sexta-feira, dezembro 04, 2020

Goleada

Vencemos o Lech Poznan na Luz por 4-0 e, a uma jornada do fim, qualificámo-nos para a fase a eliminar da Liga Europa. Foi um triunfo sem espinhas, perante um adversário muito fraco que não só está em 9º lugar no respectivo campeonato, como ainda se apresentou sem alguns titulares.
 
Ao invés, nós apresentámos a melhor equipa, reforçada com o regresso do Darwin depois da Covid-19. No entanto, os primeiros minutos foram de domínio dos polacos, embora sem criarem oportunidades de golo. O avançado deles levou um cartão amarelo logo aos 2’, facto que seria impossível numa competição portuguesa, em que não só ninguém leva amarelo sem que os árbitros abram os braços primeiro a sinalizar “é a última vez que fazes isso”, como a maior parte das vezes nos nossos jogos é um jogador do Benfica a levar o primeiro... Adiante. Nós estávamos a deixar correr um pouco o marfim, quando o Darwin amorteceu para o Pizzi proporcionar uma boa defesa ao guarda-redes, com o uruguaio a falhar inacreditavelmente a recarga. Até que aos 36’, inaugurámos o marcador, num canto do Pizzi para a cabeça do Vertonghen, que assim se estreou a marcar com a gloriosa camisola. Curiosamente, marcámos num canto quando ele foi batido directamente para a área. Ele há com cada coincidência...
 
A 2ª parte foi bem melhor, com os polacos a serem remetidos para o seu meio-campo durante praticamente todo o tempo. Começámos logo com uma oportunidade do Pizzi, que resolveu rematar contra um defesa em vez de abrir para o lado para o Rafa, que estava praticamente isolado. O Jesus preparava-se para refrescar a equipa, quando resolvemos a partida em dois minutos: aos 57’, nova assistência do Pizzi para o Darwin não falhar, e aos 58’ foi mesmo o Pizzi a marcar, com um remate rasteiro de pé esquerdo vindo do lado direito. Logo a seguir, foram ambos para o merecido descanso, juntamente com o Chiquinho, entrando o Waldscmidt, Seferovic e o regressado Weigl. O suíço ainda conseguiu falhar um golo completamente isolado, mas a um minuto do final o Weigl, com um óptimo remate rasteiro de fora da área, fechou o marcador.
 
Em termos individuais, com um golo e duas assistências o Pizzi foi obviamente o melhor em campo. Exaspera qualquer um com os passes para o lado e para trás, com emperrar muitas vezes o jogo, mas depois está nos três primeiros golos e uma pessoa vai dizer o quê...? Também gostei do regresso do Darwin e o facto de ter marcado pode ser muito importante para retomar a confiança. Falando em regressos da Covid-19, saúda-se igualmente o do Weigl e também com um golo. Espero que sirva para entrar de vez na equipa, porque é um jogador que nunca trava a bola e dá enorme fluidez ao nosso jogo. Entre um jogador que corra muito e outro que faça a bola correr, prefiro de longe este último. O não-aproveitamento do Weigl é um dos grandes pecados do Benfica actual. Por fim, gostaria de dizer que ou eu estou muito gagá (o que pode ser) ou o Gilberto está longe, muito longe de ser o pior lateral-direito da nossa história. Vejo toda a gente a cascarimenso nele, mas sinceramente acho que é exagerado. Não é nenhum Nélson Semedo, mas parece-me que as pessoas se esqueceram que tivemos um Douglas, um Corchia ou um Pedro Pereira não há muito tempo... O Gilberto tem algumas lacunas a defender, mas no ataque não se esconde no jogo e de vez em quando tem alguma criatividade a resolver as situações. Não me parece de todo que joguemos com menos um quando ele está em campo. (Agora se, para fazer o que ele faz, valeu em pena ele ter vindo e ter deixado sair o Tomás Tavares, isso já é outra história...)
 
Na última jornada, decidir-se-á quem fica em primeiro lugar no grupo. O Standard Liège ainda esteve a vencer por duas vezes na Escócia, mas no final foi o Rangers que prevaleceu. Assim sendo, teremos de fazer melhor resultado do que eles na 6ª jornada, mas era muito conveniente que ficássemos à frente no grupo para sermos cabeças-de-série no sorteio.

quarta-feira, dezembro 02, 2020

Melhoria

Vencemos o Marítimos nos Barreiros (2-1) na 2ª feira e mantém-se tudo igual na classificação, dado que a lagartada, o Braga e o CRAC também triunfaram nesta jornada. Já se sabe que os jogos depois das competições europeias costumam ser mais complicados (caso que piora este ano, com as jornadas da Uefa a serem condensadas por duas vezes em três semanas seguidas), mas acabámos por fazer uma exibição bastante acima das últimas.
 
Num onze sem surpresas, entrámos bem e o Everton teve um magnífico remate de fora da área que ainda tocou na barra, com o guarda-redes Charles preso ao relvado. No entanto, aos 14’, o Marítimo colocou-se em vantagem pelo Rodrigo Pinho, depois de um falhanço clamoroso do Otamendi. Sentimos um pouco o golo, mas fizemos a igualdade aos 32’ através do Pizzi, com um remate com o pé esquerdo já na área depois de um centro do Grimaldo. Até ao intervalo ainda criámos mais duas boas chances, com um centro do Pizzi que acabou por ser um remate, bem defendido pelo guarda-redes, e uma excelente rotação do Rafa na área a um passe magistral do Everton, infelizmente interceptada por um defesa. De outro lado, houve um cabeceamento perigoso que saiu ao lado.
 
A 2ª parte começou novamente bem e desta feita com o nosso golo da vitória: aconteceu aos 51’. Num bom envolvimento atacante, com uma assistência do Seferovic para o Everton passar por entre dois defesas e rematar rasteiro sem hipóteses para o Charles. A Sport TV mostrou o lance uma dezena de vezes, para ver se conseguia arranjar alguma falta do Gabriel no início da jogada, mas não é por se repetir uma mentira muitas vezes que ela se torna verdadeira. Milagrosamente, a partir daqui o Marítimo deixou de ter lesionados e dividiu o jogo connosco, embora sem criar grandes oportunidades de golo. Também nós não tivemos grande engenho para dar a machadada final na partida, apesar das substituições operadas pelo Jorge Jesus.
 
Em termos individuais, o Everton terá feito dos melhores jogos com a nossa camisola, o que se saúda, dado que a qualidade está lá. O Rafa e o Gabriel estiveram igualmente melhor do que em encontros anteriores e a nossa fluidez atacante agradece o facto. O Seferovic passou despercebido a maior parte do tempo, mas fez a assistência para o golo da vitória. Quando aos piores, acima de todos está naturalmente o Otamendi, que se não quer dar razão às teorias da conspiração, que dizem que ele é um infiltrado, está a disfarçar muito mal...
 
Num ritmo infernal, iremos já amanhã defrontar o Lech Poznan e, esperemos nós, selar a qualificação para os 1/16 avos da Liga Europa. As boas notícias são que o Darwin e o Weigl já recuperaram da Covid-19, pelo que vão permitir rodar mais a equipa. Confesso que estou curioso com o jogo para tentar perceber se esta melhoria exibicional frente ao Marítimo segue na mesma tendência ou não.

sexta-feira, novembro 27, 2020

Recuperação – parte II

Empatámos em Glasgow (2-2) frente ao Rangers e mantemo-nos em igualdade pontual com eles na frente do grupo da Liga Europa, embora com desvantagem no confronto directo por via dos golos marcados fora nos dois jogos. Por outro lado, aumentámos a vantagem para cinco pontos perante o Lech Poznan e o Standard Liège. Dado que aos 77’ estávamos a perder por 0-2, o resultado acaba por ser positivo, à semelhança do jogo na Luz.
 
O Jesus surpreendeu ao dar a titularidade ao Helton Leite na baliza e ao Chiquinho no meio-campo, mas o facto de estarmos com o Weigl, Taarabt e Darwin com covid-19 cria naturalmente dificuldades adicionais na constituição da equipa. À semelhança das partidas anteriores, fizemos uma exibição paupérrima na maior parte do tempo. Sofremos um golo logo aos 7’ pelo Scott Artfield na recarga a uma excelente defesa do Helton Leite e uma bola à barra! Tivemos sempre imensas dificuldades em criar perigo, ou porque o Everton rematava muito por cima em boa posição, ou porque o Seferovic não chegava de cabeça a um bom centro, ou porque uma boa movimentação do Rafa acabava com um remate interceptado por um defesa.
 
A 2ª parte até começou com uma boa oportunidade pelo Waldschmidt, mas a bola saiu ao lado, só que depois continuámos com o enorme problema em entrar na área contrária. E, como não temos ninguém que saiba rematar decentemente de fora da área, a questão era saber quando é que o Rangers marcava o segundo, mesmo sem ter também muitas oportunidades. Fê-lo aos 69’ pelo Roofe num remate de fora da área (lá está, dá jeito ter alguém que o saiba fazer...), depois de ter tido muito pouca oposição da nossa parte (o Vertonghen encolheu-se inclusive na altura do remate!). Caso houvesse VAR nesta competição arriscávamo-nos mesmo a estar já a perder por 0-3, dado que o Vertonghen desviou com a mão um centro da direita. O Jesus foi fazendo alterações e foi o Gonçalo Ramos a ter intervenção directa no 1-2 aos 78’, um autogolo do Tavernier, depois de um remate do nº 88 ter sido defendido pelo guarda-redes e ter ressaltado nele para dentro da baliza. Esse remate do Gonçalo Ramos foi uma recarga a um falhanço enorme do Seferovic, que se encontrava em boa posição. Estávamos por cima dos escoceses, mas mesmo assim poderíamos ter sofrido a machadada final pouco depois, quando um remate defendido pelo Helton Leite subiu na vertical e bateu na barra na descida. Mas lá fizemos a igualdade aos 81’, na nossa melhor jogada entre o Rafa, Gonçalo Ramos e Pizzi, com este a rematar forte de pé esquerdo já na área. Até final, ainda deu para um remate de recarga do Gabriel que saiu ligeiramente por cima.
 
Em termos individuais, não é fácil destacar muita gente, dado que durante a maior parte do tempo jogámos muito pouco. Só com as substituições as coisas melhoraram um pouco e, por isso, mérito para o Pizzi e Gonçalo Ramos, principalmente. Quanto aos ‘menos’, há muitos candidatos, com o Gabriel à cabeça (perdi a conta aos passes errados e perdas de bola), o Waldschmidt esteve igualmente muito longe dos seus dias e o Vertonghen está em ambos os lances de golo sofridos (salta mal na bola à barra no primeiro) e encolhe-se no segundo. O Helton Leite fez duas boas defesas, mas tem de aprender a não as fazer para cima, porque assim a bola vai cair na mesma posição da qual saiu.
 
Só um cataclismo fará com que não consigamos pelo menos um ponto nos dois jogos que faltam. No entanto, seria muito importante ficarmos em primeiro lugar, por causa da vantagem no sorteio dos 1/16 avos de final, mas para isso já dependemos de outros para tirarem pontos ao Rangers.

quarta-feira, novembro 25, 2020

Diego Armando Maradona (1960-2020)

 

Hoje morreu uma (boa) parte do futebol. Numa altura em que não havia YouTubes e afins, tínhamos esperas de quatro anos para poder ver meia-dúzia de 90 minutos deste génio com regularidade. Lembro-me vagamente da desilusão de 82, com a expulsão frente ao Brasil, e tinha dez anos quando o vi ganhar o Mundial 86 sozinho. Marcou-me profundamente a infância e era impossível não achar que estávamos perante alguém de outro mundo, porque efectivamente ele tornava a bola uma extensão do seu próprio corpo. Vi-o fintar adversários com um simples domínio de bola (Argentina - URSS no Mundial 90: aqui aos 1'15'')! A sua vida plena de excessos tornava este momento infelizmente previsível, mas o que vai ficar para a eternidade é o facto de ele ter ajudado a tornar o futebol uma obra de arte. Obrigado, Maradona!

segunda-feira, novembro 23, 2020

Samaris

Vencemos em Paredes (1-0) no sábado e qualificámo-nos para a próxima eliminatória da Taça de Portugal. Num jogo paupérrimo da nossa parte, salvou-se o mais importante.

O Jorge Jesus arriscou bastante ao deixar grande parte dos titulares fora da convocatória e colocar no banco exclusivamente jogadores da equipa B, para além de ter recuperado o Ferreyra para fazer dupla de ataque com o Gonçalo Ramos. Perante uma equipa do campeonato de Portugal, dominámos completamente como seria de esperar, mas não tivemos assim tantas oportunidades de golo. Só marcámos de bola parada, aos 26’ num livre do Cervi e bom cabeceamento do Samaris. O mesmo Cervi e o Ferreyra de cabeça tiveram igualmente boas oportunidades, mas pouco mais de realce conseguimos fazer até ao intervalo.
 
Na 2ª parte, o Paredes lembrou-se que havia uma linha de meio-campo que se podia passar, mas continuou a esquecer-se da baliza contrária. No entanto, nós não melhorámos antes pelo contrário. As coisas foram estando cada vez piores em termos exibicionais, com a escassez de oportunidades de golo a confirmá-lo. O Jesus foi mexendo na equipa, mas, como o próprio disse no final, sem grandes proveitos. Houve muita gente que desperdiçou a oportunidade de se constituir como uma alternativa válida a curso prazo.
 
Entre os menos maus encontram-se o Samaris (pelo golo), o Cervi (muito lutador como de costume) e o Chiquinho (que se entregou ao jogo, embora com alguns passes mal feitos). Ao invés, um daqueles sobre os quais eu tinha mais expectactivas, o Gonçalo Ramos, desperdiçou a oportunidade, bem como o Ferreyra, que não deverá ter outra tão cedo.
 
Daqui a três semanas, teremos já nova eliminatória e é bom que joguemos bastante mais do neste encontro, já que a Taça de Portugal é um troféu que não tem merecido a atenção devida por parte do Benfica, com as três conquistas nas últimas 24 épocas(!) a comprovarem-no vergonhosamente, e isso TEM necessariamente DE mudar.

quarta-feira, novembro 18, 2020

Afastamento da Final Four

Perdemos no sábado (0-1) no Estádio da Luz frente à França e não estaremos na final four da Liga das Nações para defender o nosso título. Foi uma derrota justa perante os campeões do mundo, que se mostraram sempre muito mais perigosos do que nós. O Rui Patrício foi adiando o inevitável na 1ª parte, com umas quantas defesas fantásticas, mas teve alguma culpa o golo do Kanté aos 53', ao largar para a frente um remate. O José Fonte ainda atirou uma bola ao poste, mas não conseguimos bater o Lloris.

Ontem, numa partida sem interesse competitivo para nós, fomos vencer a Croácia em Split por 3-2. Destaque óbvio para o bis do Rúben Dias, com o golo da vitória a ser obtido já na compensação e depois de estarmos a jogar contra dez durante quase toda a 2ª parte. Chegámos ao intervalo a perder por 0-1, com golo do Kovacic aos 29', empatámos pelo Rúben Dias aos 52' na sequência do lance que valeu o segundo amarelo a um defesa contrário, demos a volta ao marcador pouco depois (60') pelo João Félix, numa jogada em que o Diogo Jota ajeitou a bola com a mão (mas não há VAR na Liga das Nações...), porém permitimos a igualdade a uma equipa a jogar com dez aos 64' num bis do Kovacic. Tivemos sorte ao marcar já depois dos 90', num frango do guarda-redes num canto, com a bola a sobrar para o Rúben Dias fazer o segundo golo.

Em termos exibicionais, poderíamos e deveríamos ter feito melhor nestas duas partidas. Contra a França, alinhámos muito a medo e oferecemos praticamente a 1ª parte. Quando quisemos reagir, já fomos um pouco tarde. Contra os croatas, a selecção esteve algo desconcentrada e é incompreensível que tenha sofrido um golo com um remate à vontade de fora da área de uma equipa que estava em desigualdade numérica.

Haverá agora um enorme hiato em termos de selecções e só voltaremos a jogar em Março, com as eliminatórias do Mundial.

terça-feira, novembro 10, 2020

Queda

Perdemos no domingo na Luz frente ao Braga (2-3) e estamos no terceiro jogo consecutivo sem vencer, com duas derrotas seguidas para o campeonato. Com tudo isto, ficámos com quatro pontos de desvantagem para a lagartada no 1º lugar (goleou em Guimarães por 4-0) e apenas dois de vantagem para o CRAC (3-1 ao Portimonense). Ou seja, depois do melhor início de campeonato de há quase 40 anos, com seis vitórias consecutivas, estamos nitidamente a perder gás. Parece a época passada, só que muito mais cedo...
 
O Jorge Jesus surpreendeu ao estrear o Samaris a titular no meio-campo e até nem entrámos mal no jogo. O problema foi que isso só durou 10’ e tivemos apenas uma oportunidade de golo, com um remate acrobático do Vertonghen num canto, mas o guarda-redes Matheus defendeu. O Braga, muito bem comandado pelo Carvalhal, foi muito eficaz a fechar todos os espaços para a baliza e inaugurou o marcador aos 38’, depois de um passe inacreditável do Otamendi, na sequência de um pontapé de baliza, permitir que o Braga recuperasse a bola e o Iuri Medeiros rematasse em arco sem hipóteses para o Vlachodimos.
 
Na 2ª parte, entraram o Seferovic e Gabriel para os lugares do Everton e Samaris, mas o reinício foi desastroso: sofremos o 0-2 aos 50’ pelo Francisco Moura, numa jogada em que a nossa defesa esteve completamente a dormir e permitiu que ele se isolasse, e o 0-3 aos 63’ num erro inacreditável do Vlachodimos, que ficou indeciso entre cabecear e rematar a bola, e acabou por perdê-la para o bis do Francisco Moura. Pouco antes deste golo, foi o Seferovic a cabecear para onde estava virado, quando tinha a baliza completamente à mercê.... Mas foi o suíço a reduzir para 1-3 aos 68’ num bom desvio com o pé direito a um centro do Rafa na direita. Entretanto, o Jesus já tinha feito entrar o Taarabt e Grimaldo para os lugares do Pizzi e Nuno Tavares, e depois à semelhança de 5ª feira substituiu o outro lateral, entrando o Diogo Gonçalves e saindo o Gilberto. Foi o nosso melhor período, com o Seferovic, com uma defesa por instinto do Matheus, e o Waldschmidt, com um falhanço inacreditável na pequena-área, a terem óptimas ocasiões para igualarem o encontro. Do outro lado, o Galeano permitiu um desvio precioso do Vlachodimos e aos 86’ reduzimos mesmo para a diferença mínima, num bis do Seferovic, depois de uma assistência de cabeça do Grimaldo. Fizemos um pressing final e o suíço ainda colocou a bola na baliza nos descontos, mas infelizmente estava em fora-de-jogo.
 
Em termos individuais, o Seferovic, com um bis, tem obviamente destaque e o Rafa terá sido dos mais constantes durante a partida. Tudo o resto esteve muito sofrível, com referência negativa para a defesa com nove golos sofridos em três jogos.
 
De recordar que na temporada passada também fizemos a melhor 1ª volta de sempre e depois o balãoestoirou de uma maneira ensurdecedora. Estes últimos três jogos deixaram-me extremamente preocupado. A equipa demonstra imensas dificuldades em defender e a conseguir dar a volta a resultados negativos. Com o investimento que se fez, é incompreensível que estejamos a assistir a um filme parecido ao do ano passado. Ainda não defrontámos o CRAC e já estamos a quatro pontos de distância da lagartada. Seria bom que os levássemos a sério, porque não só têm um bom treinador como, não estando nas competições europeias, têm muito mais tempo para preparar os jogos caseiros. Corremos o risco de estar a assistir a um Leicester no campeonato português.

sexta-feira, novembro 06, 2020

Recuperação

Empatámos ontem com o Rangers na Luz (3-3) e mantivemos o 1º lugar do nosso grupo na Liga Europa, ex-aequo com eles. Dado que tivemos um jogador expulso aos 19’ e que aos 76’ estávamos a perder por 1-3, foi um excelente resultado.
 

Depois do descalabro do Bessa, o Jesus fez descansar os dois da frente, fazendo entrar o Seferovic e deslocando o Pizzi para as suas costas, com o Rafa a entrar na equipa do lado direito. No meio-campo, também alinhou o Weigl em vez do Gabriel, com o Diogo Gonçalves a repetir a lateral-direita. Não podíamos ter tido melhor entrada, com o primeiro golo a acontecer logo no minuto inicial, numa arrancada do Rafa na direita e centro para a pequena-área, onde o central Goldson fez autogolo. Estávamos a demonstrar alguma dinâmica para afastar os fantasmas do Bessa, quando o Otamendi foi expulso aos 19’, por pretensa falta sobre um jogador isolado. Na repetição, não dá para ver o toque, mas o lance foi muito rápido e tudo bem. Entrou o Jardel, saindo o Pizzi, mas desconcentrámo-nos completamente nos minutos seguintes, com o Rangers a virar o resultado em apenas dois minutos: autogolo do Diogo Gonçalves, que colocou pessimamente o pé à bola (24’), e um remate de fora da área sem oposição do Kamara (25’). Até ao intervalo, conseguimos minimizar mais danos, apesar do Rangers ter estado muito perto do terceiro golo.
 
Não marcou mais golos na primeira, mas marcou logo no início da 2ª parte. O Jesus substituiu os laterais, entrando o Gilberto e Grimaldo (bem-vindo de volta!), mas de nada resultou, porque o Rangers fez o 1-3 aos 51’, numa jogada em que a nossa defesa esteve completamente a dormir e o Morelos só teve de encostar num centro da direita. A perder por dois e com menos um, o jogo estava perdido, certo? Por isso mesmo, não percebi a lógica da entrada do Waldschmidt e Darwin. Ir-se-ia cansá-los para quê? Demonstrando que eu percebo muito disto, o uruguaio foi absolutamente decisivo, ao fazer uma excelente jogada de insistência aos 77’ e oferecer o golo ao Rafa. De repente, nascia uma réstia de esperança, que se efetivou no primeiro minuto de compensação, numa abertura fenomenal do Waldschmidt a isolar o Darwin e este a desfeitear o guarda-redes. O estádio viria abaixo, certamente, se não estivéssemos em tempos de pandemia. Que pena!
 
O destaque individual vai obviamente para o Darwin. Confesso que estranhei o valor que pagámos por ele, mas já não há dúvidas que temos ali uma pérola. Que espero que valha vários títulos antes de valer milhões. O Waldschmidt foi igualmente decisivo na reviravolta e o Rafa terá sido o jogador mais consistente nos 90’. Quanto aos outros, estiveram sofríveis, com destaque negativo para a forma como (não) defendemos, ao deixar o Rangers entrar com relativo à-vontade na nossa defesa durante grande parte do jogo.
 
Estamos numa boa posição na Liga Europa, mas domingo teremos um jogo muito difícil frente ao Braga na Luz, em que a condição física de ambas as equipa não será a melhor. Espero obviamente uma vitória, mas lamento profundamente que esta pandemia não nos deixe dar um enorme aplaudo ao Gaitán, quando ele for substituído ou entrar a substituir alguém. Seria um momento muito merecido a um dos grandes nomes que tivemos o privilégio de ver vestido com nossa camisola nos últimos anos.

terça-feira, novembro 03, 2020

Hecatombe

Caímos com estrondo ontem no Bessa, perdendo inapelavelmente por 0-3 com o Boavista, e não aproveitámos para alargar a vantagem para o CRAC (mantém-se nos cinco pontos), que tinha sido derrotado em Paços de Ferreira (2-3). Para cúmulo, quando toda a gente pensava que este ano iria ser único por causa da pandemia, temos outro facto ainda mais raro: a lagartada está isolada no 1º lugar, com mais um ponto do que nós...!
 
Não há muito a dizer sobre o jogo de ontem. O Jorge Jesus veio dizer no final que se calhar deveria ter feito mais alterações nos titulares (só entrou o Gilberto em vez do Diogo Gonçalves em relação ao Standard Liège), o que me parece óbvio, dado que a equipa simplesmente não esteve em campo. Com tão pouco tempo de recuperação entre jogos e com um plantel tão vasto, não se percebe esta opção de jogar praticamente sempre com os mesmos. Tivemos um golo anulado ao Darwin por fora-de-jogo (já não é o primeiro nem o segundo, definitivamente o uruguaio tem de melhorar neste aspecto), mas no resto da 1ª parte (e a bem da verdade em praticamente todo o jogo) levámos um banho de bola. O Boavista marcou aos 18’ e 38’, respectivamente pelo Angel Gomes (num penalty escusado do Everton) e Alberth Elis, e as estatísticas dizem tudo: a 1ª parte terminou com 11-1(!) em remates a favor dos axadrezados...
 
Depois do intervalo, entraram o Weigl, Seferovic e Rafa, mas só este mostrou algum inconformismo. O Darwin teve um livre directo a rasar o poste logo no início e ficámos por aí. O Jesus esgotou as substituições à passagem da hora de jogo (com o Diogo Gonçalves e Cervi), mas nunca conseguimos criar verdadeiro perigo, perante um adversário que fez pressão à nossa saída de bola até aos 90’! Aos 76’, tudo ficou definitivamente selado com o terceiro golo através do Hamache.
 
Desde este jogo, curiosamente no mesmo local com o mesmo adversário, que não se assistia a um desastre destes para o campeonato contra uma equipa que não os outros dois rivais. Vou naturalmente abster-me de nomear individualmente algum jogador e apenas desejo que este jogo fique recordado por todos como exemplo a não repetir. Temos obrigação de fazer MUITO mais!
 
P.S. – Independentemente do resultado, não se pode deixar passar em claro o odorzinho inconfundível aos anos 90 no Paços de Ferreira – CRAC, cortesia do Sr. João Pinheiro Nuno Almeida e do Sr. André Narciso no VAR: golo inacreditável anulado ao Paços (seria o 2-0 na altura) e penalty fantasma por pretensa mão na bola para o CRAC (que lhe deu o 1-2 antes do intervalo). O Sr. Donato Ramos ou o Sr. Fortunato Azevedo não desdenhariam uma arbitragem destas.
 
P.S. 2 – Quando a fantástica Madga me convidou para fazer o rescaldo na Bancada Independente, eu tinha-lhe dito que se calhar era melhor não, dado que as últimas vezes em que tinha participado no Benfica FM tinham sido antes do jogo do Herrera, depois da vergonha na meia-final da Taça da Liga e a seguir ao último jogo ao vivo antes do confinamento. Não ouviu o que eu disse e o resultado está à vista...! Enfim, para quem queira ter companhia na ingestão de álcool para esquecer o que se passou ontem, pode sempre ver esta catarse colectiva aqui.

sexta-feira, outubro 30, 2020

Superioridade (e rescaldo eleitoral)

Vencemos ontem o Standard Liège por 3-0 e estamos na liderança do nosso grupo na Liga Europa com seis pontos, na companhia do Rangers, no final da 2ª jornada. Foi uma vitória indiscutível perante uma equipa que se limitou a defender e fê-lo bem, dado que não tivemos assim tantas oportunidades de golo.

 

Comecemos pelo mais importante e que torna este jogo memorável: ao fim de sete meses e 27 dias, pudemos finalmente regressar à Luz para ver um jogo! Desde 2001 que eu não estava tanto tempo sem ver o Benfica ao vivo! Foi uma emoção enorme poder voltar e, ainda por cima, consegui bilhete para o meu lugar no estádio. Para além disto, uma vitória por 3-0 com uma exibição segura foi a cereja no topo do bolo.

 

O Jesus fez algumas alterações em relação ao Belenenses SAD, com a maior novidade a ser o Diogo Gonçalves a defesa-direito. Embalada pelo público, que passou boa parte do jogo a cantar e aplaudir (as saudades eram incríveis), a equipa começou muito pressionante e a tentar furar a bem fechada defensiva contrária. Mas como os belgas estavam invariavelmente com os 11 jogadores no seu meio-campo, tivemos dificuldades em arranjar espaço, de tal forma que só perto do intervalo o Pizzi, numa recarga de fora da área sem o guarda-redes na baliza, teve a única oportunidade flagrante para marcar.

 

A 2ª parte começou com o Rafa no lugar do inconsequente Pedrinho (ainda está muito verde...) e passámos a jogar com bastante mais velocidade. Aos 49’ fizemos o 1-0 através do Pizzi de penalty, depois de uma falta sobre o Waldschmidt. Logo a seguir, foi o Rafa a falhar o desvio a um cruzamento do alemão e o Standard Liège teve a sua única oportunidade de golo num canto, mas o Vlachodimos defendeu bem (não se percebe, todavia, é como é que num canto dois jogadores adversários ficaram sozinhos na nossa área...). O jogo estava muito mais movimentado e o Darwin teve um remate perigoso ao lado, depois de assistência do Waldschmidt. Até que aos 66’ dissipámos todas as dúvidas, com novo penalty, desta feita, a punir falta sobre o Nuno Tavares, com o Pizzi a deixar o Waldschmidt marcar, o que este fez com um remate colocadíssimo ao ângulo superior direito da baliza. A partir daqui, ambas as equipas começaram a fazer gestão de esforço com as substituições e o resultado final foi feito aos 76’ num bis do Pizzi com um remate em arco que desviou ligeiramente num defesa e não deu hipóteses ao guarda-redes. Até final, ainda vimos a estreia do Gonçalo Ramos na Luz, mas já não teve tempo para nada de relevante.

 

Em termos individuais, destaque para o Pizzi com dois golos, para o Gabriel que permite que a equipa jogue bastante adiantada, pois é quase um muro a meio-campo (embora às vezes se ponha a fintar em local perigoso...) e para o Nuno Tavares que está a ganhar confiança, agora que sabe que será titular nos próximos jogos por causa da lesão do Grimaldo. O Darwin desta vez não marcou, mas não pára quieto o jogo todo e o Waldschmidt também não engana de bom jogador que é. Quanto ao Diogo Gonçalves, depois de uma 1ª parte mais cautelosa, libertou-se na 2ª e pode ser que tenhamos ali uma opção muito válida para fazer o corredor direito.

 

Estamos bem lançados para passar a fase de grupos, mas convém termos noção da importância de ficar em primeiro lugar para evitar adversários teoricamente mais fortes nos 1/16 avos de final. E, para isso, uma vitória para a semana frente ao Rangers na Luz será fundamental.

 

P.S. – Tivemos anteontem nas eleições uma imensa demonstração de benfiquismo. 38.102 pessoas foram votar, estilhaçando em 68%(!) o recorde anterior de eleições em clubes em Portugal, estabelecido por nós em 2012 com 22.676 votantes. Portanto, o grande vitorioso da noite é indiscutivelmente o Sport Lisboa e Benfica. Tal como era de esperar, o Luís Filipe Vieira ganhou com 62,59% dos votos (correspondentes a 22.787 votantes), o João Noronha Lopes teve 34,71% (14.337 votantes) e o Rui Gomes da Silva foi o grande derrotado da noite com apenas 1,64% (603 votantes). Houve ainda 375 sócios que votaram em branco (1,06%). A fila no estádio da Luz demorou umas boas três horas durante a maior parte do dia, o que prova bem a vitalidade do nosso clube, porque duvido que para qualquer outra eleição uma pessoa se dispusesse a perder tanto tempo só para fazer ouvir a sua voz.

 

Como tornei público no post anterior, não votei no Luís Filipe Vieira e preferia que tivesse ganho o João Noronha Lopes, mas a democracia não é só boa quando é a nosso favor. A vitória do actual presidente é incontestável, tanto mais que ganhou em toda a linha: em cada categoria de número de votos e em número de votantes. É certo que teve a mais baixa percentagem desde que é presidente, mais de 1/3 dos votantes preferiam que ele não tivesse continuado (algo que certamente há apenas seis meses estaria longe de lhe passar pela cabeça), mas a maioria dos benfiquistas assim o decidiu e está decidido. Resta-me esperar que este último (tal como ele prometeu) mandato seja pleno de conquistas desportivas. É bom que um dos mais importantes presidentes da história do Benfica saia na mó de cima. Desejo igualmente que daqui a quatro anos, quando voltar a haver eleições, possa haver aquilo que não tem havido desde 2001: debates entre todos os candidatos e cobertura noticiosa da campanha eleitoral de todas as listas por parte dos órgãos de informação do clube. A democracia, tal como se viu pela participação massiva nestas eleições, é muito apreciada por todos nós. E a democracia é mais plena, quando há informação e troca de ideias.


Viva o BENFICA!

terça-feira, outubro 27, 2020

Eleições do Benfica – Os meus 50 votos

Por respeito a quem tem a pachorra de me ler e em nome da transparência, aqui vai o que eu tenho a dizer sobre as eleições para os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica, que decorrerão amanhã. Peço antecipadamente desculpa por o texto ser longo, mas a ocasião é muito importante. Quem só quiser saber o final, está três parágrafos abaixo.

Em primeiro lugar, quero deixar bem explícito que o actual presidente, Luís Filipe Vieira, já tem o seu nome gravado na história do nosso clube. E não é de agora, é de há muito tempo. Portanto, qualquer que seja o resultado de amanhã, isso não sairá minimamente beliscado. Novo estádio + Seixal + recuperação financeira + tetracampeonato são razões mais do que suficientes para que ele seja um dos mais importantes presidentes da história do Sport Lisboa e Benfica.
 
Em segundo lugar, quero tornar bem claro que, das cinco eleições em que ele se candidatou até agora, votei nele em quatro delas e abstive-me em 2009, por causa disto (foi uma questão formal, mas não pude de todo ser conivente com aquele tipo de procedimentos).
 
Em terceiro lugar, quero dizer que desta vez os meus 50 votos vão para João Noronha Lopes. E passarei a explicar porquê, começando pelas razões por que não voto em Luís Filipe Vieira.
 
1) As eleições servem para avaliar o trabalho que foi feito desde o último acto eleitoral e as propostas para o futuro. Não servem para demonstrações de gratidão, nem para avaliar a obra dos últimos 17 anos. E, nestes últimos quatro anos, este mandato poderia ter sido bastante melhor. Fomos duas vezes campeões, mas falhámos um penta, por falta de investimento na equipa, e ainda estou à espera que me expliquem o que se passou na temporada passada, em que desbaratámos uma vantagem de sete(!) pontos na 2ª jornada da 2ª volta. Não houve até agora nenhuma palavra a explicar este descalabro, que culminou com aquela vergonha na final da Taça.
 
2) Não se pode criticar em Setembro do ano passado a hipotética vinda de “um demagogo qualquer que o que queria era investir para ter uma superequipa, mas se não resultasse aquilo caía num instante” e não se pode ter o CEO da SAD do clube a anunciar uma redução do investimento em finais de Junho passado, e depois gastar-se muito mais do que noutros anos. Como na época do penta, por exemplo. Eu prefiro que o presidente do Benfica invista para ganhar títulos e não para ganhar eleições. E, já agora, não se pode dizer que com ele determinado treinador jamais voltará ao clube e, passado apenas um ano, esse treinador estar de volta. Quem dá o dito por não dito tantas vezes, não se pode admirar que depois não se acredite nele. Pode mudar-se de opinião, mas não um ano depois. Ou, pior ainda, em apenas dois meses...
 
3) Eu continuo a crer que não ganhámos os títulos que ganhámos de forma desonesta. Nomeadamente, obtendo favores de árbitros, como outros fizeram no passado. Mas ter o nome do Benfica envolvido em tantos processos judiciais é algo que me custa imenso e me deixa uma enorme sensação de desconforto. Se fossem só um ou dois, ainda aceitaria, mas infelizmente são muitos mais do que isso.
 
4) Dezassete anos é muito tempo. Tempo demais. Seja para o Luís Filipe Vieira, seja para outra pessoa qualquer. Eu não quero que o meu clube seja igual a outros em termos de longevidade de pessoas no poder. Porque isso inevitavelmente cria vícios e tende a confundir-se o clube e a pessoa. E obviamente o Sport Lisboa e Benfica tem de estar sempre acima das pessoas que o representam. Por alguma razão existe limitação de mandatos para as Autarquias e a Presidência da República. No Benfica, devia ser igual.
 
5) Há um erro que o nosso presidente comete (que é, aliás, apanágio de pessoas que estão em cargos de poder) e que é, a meu ver, grave: confundir críticas a si com críticas ao clube. Não, não é de todo a mesma coisa! Porque isso faria com que nunca se pudesse criticar o presidente, logo ele teria carta branca para fazer o que quisesse. E as eleições eram escusadas, enquanto ele decidisse recandidatar-se. Imaginem que teria sido assim com o Vale e Azevedo. Só não seria ainda hoje presidente do Benfica, porque provavelmente já não existiria Benfica... E não é assim que a democracia funciona. Aliás, a democracia não é algo que nós defendamos só quando nos der jeito. Se for para chegar à presidência através de eleições, tudo bem, mas se for para debater com outros candidatos, sendo-se já presidente, aí já é “ruído”. Não, não se chama “ruído”, chama-se debate de ideias e é absolutamente fundamental num clube democrático. Só é “ruído” se os intervenientes assim o quiserem. Ainda neste ponto, os órgãos de comunicação do clube devem ser órgãos de comunicação... do clube! E não da direcção que está no poder. Seja ela qual for. Dito isto, é óbvio que esta campanha eleitoral deveria ter sido acompanhada quer pela Benfica TV, quer pelo jornal “O Benfica”. Deveria ter havido não só um debate entre todos os candidatos, como tempo de antena para as diferentes candidaturas nesses dois veículos de comunicação do clube. Chama-se democracia e, como disse o Churchill, “é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros.” Não é negociável, nem é moldável. Ponto.
 
6) Um pequeno episódio que me marcou: quando o Luisão se tornou o jogador com mais títulos pelo Benfica (a seguir à Supertaça de 2017), houve um evento no relvado da Luz que passou na Benfica TV em que estavam o presidente, o Luisão e as outras glórias mais tituladas (Humberto Coelho, Shéu, Simões e mais um ou outro, que sinceramente não me lembro). Olhei para aqueles craques todos e comecei a pensar no que poderíamos conquistar com eles hoje. Comentário do presidente: “a fortuna que nós faríamos hoje com vocês todos, se ainda jogassem.” É apenas um pormenor, mas significativo para mim. Representa uma diferente maneira de pensar. Muito boa para um gestor de uma empresa. Mas não de um clube. Ninguém vai festejar relatórios & contas para o Marquês. Acho eu.
 
Em relação à outra candidatura, não voto em Rui Gomes da Silva, porque, jamais pondo em causa o seu benfiquismo, nunca votaria em alguém que andou anos a fio a dizer, em plena televisão, que nunca se candidataria contra Luís Filipe Vieira. Ou se tem palavra e se é coerente, ou não se tem e não se é. Além disso, não me esqueço da dificuldade que o Rui Gomes da Silva teve em lidar com a opinião contrária, quando foi ministro, tendo criticando tanto os comentários do Marcelo Rebelo de Sousa ao domingo na TVI, a ponto de este se ter demitido na sequência de pressões que sofreu do director do canal. Pessoas que lidem mal com o contraditório, não, obrigado!
 
Então, porquê votar em João Noronha Lopes?
 
1) Se é verdade que era para mim um total desconhecido até se apresentar a estas eleições, a sua candidatura nasceu no seio de um conjunto de pessoas que me merecem bastante credibilidade e que têm tomado posições públicas sobre o destino do nosso clube ao longo dos anos, nas quais me revejo em muitas delas. Algumas dessas pessoas são candidatas aos seus órgãos sociais na sua lista, o que contribui para reforçar bastante esta candidatura. Para além disso, o seu currículo profissional é irrepreensível e a sua experiência em gestão numa multinacional mais do que o qualifica para gerir um ‘monstro’ como o nosso clube.
 
2) Convenceu-me logo no discurso de anúncio de candidatura ao propor uma revisão estatutária que limite a duração dos mandatos (demonstrando que não se irá perpetuar no poder) e acabe com este absurdo de uma pessoa poder ser candidato a presidente da República mais cedo do que a presidente do Benfica. Outra questão essencial: segunda volta nas eleições quando um candidato não obtiver maioria absoluta. E uma última: as pedras e os edifícios não devem votar. As casas do Benfica são dirigidas e frequentadas por pessoas. Que já são sócias do Benfica. É outro absurdo as casas terem direito de voto também.
 
3) O seu programa eleitoral é suficientemente abrangente e beneficiou de vários contributos que foi tendo ao longo do seu périplo pelas casas do Benfica, e inclusive de outras candidaturas que entretanto desistiram. Isto demonstra uma abertura de espírito que é muito salutar, porque não são só as nossas ideias que são válidas. Para além disso, o facto de existir um programa eleitoral é algo que nos permitirá no futuro responsabilizá-lo, ao verificarmos o seu grau de cumprimento.
 
4) Logo na noite da derrota com o PAOK, veio dizer que não era altura para críticas (leia-se aproveitamento político/eleitoral de desaires), o que, juntamente com as entrevistas e declarações que tive oportunidade de ler e ver, demonstram uma postura que aprecio bastante. É uma lufada de ar fresco em relação a tudo o que temos visto no futebol português nos últimos tempos.
 
Dito isto, se o candidato em quem vou votar não ganhar, obviamente não esperem de mim que me torne oposição do vencedor. Eu sou do Benfica. Não sou da pessoa A ou B. Quem ganhar será o presidente do meu clube que irei elogiar ou criticar, consoante esteja ou não de acordo com as suas decisões. Tal como tenho feito sempre até agora.
 
Para terminar, apelo veemente a que vão votar amanhã. Seja em quem for. Porque o Benfica sairá tanto mais reforçado, quanto maior seja a afluência às urnas. Não deixem que outras vozes se façam ouvir no lugar das vossas. Votem!
 
VIVA O BENFICA!

Regular

Vencemos o Belenenses SAD na Luz por 2-0 e conseguimos a 5ª vitória nos cinco primeiros jogos do campeonato. Algo que aparentemente não conseguíamos desde a primeira época do Eriksson em 1982/83. Foi um triunfo justo, mas só selado definitivamente a quinze minutos do fim, numa partida que fica entre jogos europeus e onde se notou uma menor intensidade da nossa parte.
 
No entanto, entrámos muitíssimo bem, abrindo o marcador logo aos 6’ numa boa cabeçada do Seferovic a centro do Grimaldo. O suíço juntamente com o Weigl foram as novidades no onze, nos lugares do Waldschmidt e do Gabriel. Parecia que estávamos embalados para um resultado tranquilo, até porque o Everton teve uma grande jogada pouco depois em que se isolou, mas o remate foi defendido pelo André Moreira. E, num canto, foi o Seferovic novamente de cabeça a fazer a bola passar perto do poste e a pôr um ponto final no nosso bom futebol perto dos 10’. A partir daqui e até ao intervalo, o Belenenses SAD reequilibrou as coisas, teve um remate que saiu perto do poste do Vlachodimos, enquanto nós passámos a ter alguma dificuldade em conseguir furar a defesa contrária. Uma boa combinação entre cabeças do Everton e Darwin, que terminou com o remate deste à figura do guarda-redes, foi o nosso lance mais perigoso.
 
Na 2ª parte, o jogo não se alterou muito com o Belenenses SAD a ter mais bola durante alguns períodos, mas sem conseguir perigo iminente. O Jesus fez entrar o Waldschmidt e o Pizzi para os lugares do Seferovic e Taarabt (dois a quem pouco saiu bem, tirando o golo do suíço, obviamente) por volta da hora de jogo e as coisas melhoraram, com o alemão a dar outra qualidade ao último passe. Alemão, esse, que teve uma boa oportunidade pouco depois de entrar, mas o remate cruzado saiu ao lado. O Darwin andava atrás de outro golo e até marcou um, mas estava ligeiramente fora-de-jogo, enquanto noutro lance o guarda-redes fez uma boa defesa a um remate seu de pé esquerdo. No entanto, o uruguaio conseguiu mesmo estrear-se a marcar no campeonato aos 75’, quando com uma simulação fintou o guarda-redes e atirou entre as pernas de um defesa, depois de ser isolado do Waldschmidt. Podíamos finalmente suspirar de alívio e não tivemos dificuldade em controlar a partida até ao apito final.
 
Em termos individuais, destaque novamente para o Darwin pelo golo e por nunca desistir de uma jogada. O Weigl deu solidez ao meio-campo e o Gilberto parece estar a subir de forma na direita. O Grimaldo fez uma óptima assistência para o golo do Seferovic, mas saiu lesionado aparentemente com alguma gravidade na 2ª parte. Isto está bonito com os dois laterais titulares lesionados...!
 
Boa vitória, continuação da liderança isolada no campeonanto, mas não podemos descansar, porque teremos novo jogo já na próxima 5ª feira frente ao Standard Liège. Uma partida que irá ser relembrada no futuro por, passado quase oito(!!!) meses, podermos finalmente voltar a ver um jogo ao vivo na Luz (ainda que em número reduzido de espetadores). Até qu’enfim!

sexta-feira, outubro 23, 2020

Instável

Vencemos o Lech Poznan na Polónia por 4-2 e começámos da melhor maneira a fase de grupo das Liga Europa. Somos claramente melhor equipa do que os polacos e a vitória é justa, apesar de os números não reflectirem as dificuldades por que passámos.
 
Especulava-se que iria haver algumas alterações na equipa, mas em relação a Vila do Conde acabou só por entrar o Taarabt, regressado de lesão, e sair o Rafa, tendo o Pizzi ido para a direita. Entrámos muito bem no jogo e inaugurámos o marcador logo aos 9’ num penalty do Pizzi a castigar mão na bola na área, depois de um centro do Waldschmidt. Pensei que íamos embalar para uma exibição semelhante à do Rio Ave, mas sofremos o empate pouco depois, aos 15’, através do Ishak numa jogada em que a nossa defesa foi apanhada em contrapé (e não seria a única vez...). Os polacos poderiam inclusive ter passado para a frente do marcador, mas o remate foi à barra depois de um canto. Nós tínhamos mais posse de bola, mas não criámos grandes oportunidades de golo, porque o último passe estava a custar a entrar. Também a nossa defesa estava longe de ser uma muralha e os polacos conseguiram ultrapassá-la com relativo à-vontade no nosso meio-campo. Perto do intervalo, aos 42’, passámos novamente para a frente na estreia do Darwin a marcar, com uma cabeçada portentosa a um bom centro do Gilberto na direita. Até ao intervalo, o Everton teve um lance em que ficaríamos em superioridade numérica, mas infelizmente adiantou muito a bola e o defesa interceptou-a.
 
A 2ª parte poderia ter começado com o nosso golo da tranquilidade, mas o remate do Waldschmidt foi salvo quase sobre a linha. Ao invés, foram os polacos a igualar outra vez a partida aos 48’, novamente pelo Ishak, numa recarga de cabeça a um remate defendido pelo Vlachodimos, noutro lance em que o adversário entrou sem dificuldades na nossa área. Felizmente, o Darwin estava com a corda toda e, numa excelente jogada individual, tirou um defesa do caminho e fez o 2-3 aos 60’, depois de assistência do Everton. O Jesus tentou solidificar a equipa e fez entrar o Weigl, o Pedrinho e, pouco depois, o Nuno Tavares (o Rafa já tinha entrado ao intervalo). Se, num primeiro momento, até conseguimos manter-nos por cima do jogo, com alguns remates interceptados, o que é certo é que por volta dos 70’ sentimos uma enorme pressão do Lech Poznan, de tal forma que o Jesus teve de fazer entrar o Jardel já perto do fim. Ainda apanhámos mais do que um susto, mas acabámos por selar a vitória já nos descontos (93’) no hat-trick do Darwin depois de uma boa combinação atacante na direita, que terminou num centro do Rafa para o uruguaio só ter de encostar de cabeça.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Darwin que quebrou a malapata dos golos e logo em grande estilo a triplicar. Quanto aos outros, ninguém mais sobressaiu, com o Gilberto a evidenciar o que já tínhamos percebido (é muito melhor a atacar do que a defender), o Waldschmidt a estar uns furos abaixo de Vila do Conde, o Pizzi a continuar a muito fora dela e o Everton a não conseguir ainda fazer uma exibição de encher o olho, o que é pena, porque a qualidade é indiscutível.
 
O que fica para o futuro é o que interessa mais, o resultado, mas a maneira como (não) defendemos não pode deixar de nos preocupar, porque se dá para o campeonato português, na Europa torna-se manifestamente insuficiente. Mesmo perante equipas europeias de segunda linha como é o Lech Poznan.
 
P.S. – O Jorge Jesus pode ter lá as suas teorias todas sobre os capitães das suas equipas, mas no Sport Lisboa e Benfica um jogador não pode ser capitão no terceiro jogo feito no clube. NÃO pode ponto final! Seja ele quem for e tenha passado pelos clubes por que passou. A questão nem é essa (mas está longe de ajudar, claro). Com Vlachodimos, Rafa e Gabriel em campo, é incompreensível que a braçadeira tenha passado para o Otamendi aquando da saída do Pizzi ao intervalo. Isto é o Sport Lisboa e Benfica! Que já foi capitaneado por nomes como Coluna, Humberto Coelho, Nené e Bento. Um pouco de noção, por favor. Obrigado.

segunda-feira, outubro 19, 2020

Categórico

Vencemos ontem o Rio Ave em Vila do Conde por 3-0 e, com o empate do CRAC no WC (2-2) no dia anterior, estamos agora com cinco pontos de vantagem sobre ambos, embora a lagartada tenha um jogo em atraso. Com apenas quatro jogos decorridos e 12 pontos em disputa, não se pode dizer que saiba mal esta vantagem numa fase tão precoce da competição.
 
Perante uma das melhores equipas do campeonato anterior e que esta temporada só não eliminou o Milan da fase de grupos da Liga Europa porque falhou três(!) penalties, voltámos a rubricar uma excelente exibição e a conseguir uma vitória indiscutível. Confesso que estava com alguma expectativa para esta partida, para ver se a menor qualidade exibicional frente ao Farense era uma excepção ou não. Aparentemente, foi. Entrámos muito bem no jogo e abrimos o marcador logo aos 6’, numa excelente intercepção do Gabriel já no meio-campo adversário, a bola sobra para o Rafa, que centra para a área, o Darwin toca de cabeça para trás, o Everton tira o guarda-redes do caminho com uma assistência de calcanhar para o Waldschmidt e o alemão fuzila. Grande golo! O Rio Ave teve uma boa reacção nos minutos seguintes, apesar de não ter conseguido criar grandes oportunidades de golo, e fomos nós a meter mais duas vezes a bola na baliza, através do Darwin e Waldschmidt, mas ambos os lances foram anulados pelo VAR por centímetros. Entretanto, já o André Almeida tinha sido substituído pelo Gilberto com suspeita de uma lesão nos ligamentos do joelho. Estávamos com uma malapata com o VAR, mas lá conseguimos marcar o segundo golo antes do intervalo, num bis do Waldschmidt depois de assistência do Darwin, que ganhou muito bem uma bola em profundidade a um defesa e não foi egoísta ao assistir o alemão em melhor posição.
 
Na 2ª parte, continuámos a estar por cima do jogo, com o Darwin logo de início a ter um remate rasteiro que saiu perto do poste. No entanto, o Rio Ave reequilibrou a posse de bola e o Piazon obrigou o Vlachodimos a uma boa defesa com o pé, num lance em que um avançado em fora-de-jogo estorva a movimentação do Vertonghen. Queria ver se tivesse sido golo... Começaram as substituições de parte a parte e ainda vimos um penalty ser revertido novamente pelo VAR por pretenso fora-de-jogo do Darwin no início da jogada. Das duas, uma: ou a relva estava mal cortada ou as linhas estavam tortas. É que não pareceu nada fora-de-jogo na repetição. Já se sabe que, com vantagem de dois golos, basta um do adversário para reabrir o jogo e esse esteve quase a vir, caso o Gilberto não tivesse interceptado muito bem com o peito um remate do Gabrielzinho já na área. E não foi o ‘zinho’, mas o nosso Gabriel a terminar com as dúvidas aos 84’, numa recarga vitoriosa a um cabeceamento muito torto do entretanto entrado Seferovic, depois de um centro do Pizzi na direita. Até final, o Sr. João Pinheiro entreteve-se a mostrar amarelos aos nossos jogadores, quando lances semelhantes do outro lado não valeram este tipo de sanções.
 
Com dois golos, seria difícil que o Waldschmidt não fosse o melhor em campo, mas também gostei bastante do Gabriel e do Vertonghen. O Gilberto não entrou mal e ainda bem, dado que ele será o titular nos próximos tempos por causa da lesão do André Almeida. Toda a equipa esteve globalmente bem, com o Darwin a somar mais uma assistência, mas ainda a não ter conseguido estrear-se a marcar.
 
Iremos entrar agora numa série frenética de jogos com o regresso das competições europeias e, se o campeonato é o objectivo principal, temos este ano por via do falhanço na Champions uma oportunidade muito boa de levar muito a sério a Liga Europa. Que é, deixemos de lirismos, a competição europeia que podemos almejar conquistar nos tempos mais próximos. E não é preciso recordar há quanto tempo não ganhamos um troféu europeu, pois não...?

sexta-feira, outubro 16, 2020

Pausa para selecções

Jornada tripla para a selecção com as recepções à Espanha e Suécia e a ida a França. Frente aos espanhóis foi um jogo particular, mas os outros dois foram para a Liga das Nações e o balanço é claramente positivo, com dois empates (0-0) frente a duas das melhores selecções do mundo e a vitória frente aos suecos por 3-0. Posto isto, continuamos na liderança do nosso grupo, em igualdade com os franceses, mas com vantagem na diferença de golos.

Na partida frente aos espanhóis, até foram eles que dominaram, mas nós atirámos duas bolas aos postes pelo Cristiano Ronaldo e Renato Sanches. No Stade de France, dominámos na 1ª parte, embora com um semi-regresso ao futebol sem balizas, mas na segunda a tendência inverteu-se. Contra a Suécia, o Diogo Jota deu show, com dois golos e uma assistência para o Bernardo Silva inaugurar o marcador, num jogo que ficou marcado pela ausência do C. Ronaldo, entretanto infectado com Covid-19. A boa notícia é que se confirma mais uma vez que a selecção não é ‘Ronaldodependente’ e está bastante consistente quer em termos exibicionais, quer de resultados, mesmo sem ter o seu jogador mais famoso.


O apuramento para a fase final da Liga das Nações ficou assim adiado para os jogos de Novembro, em que receberemos a França e terminaremos na Croácia. ‘Bastar-nos-á’ fazer os mesmo resultados dos franceses nos dois jogos, para podermos defender o título que conquistámos na 1ª edição.

terça-feira, outubro 06, 2020

Complicado

Vencemos o Farense na Luz por 3-2 no domingo e estamos neste momento isolados à frente do campeonato, mercê da fantástica vitória do Marítimo em Mordor (pelo mesmo resultado) no dia anterior. A lagartada, que tem o jogo em atraso da 1ª jornada, é a única equipa que ainda pode fazer o pleno de vitórias.
 
Depois das boas exibições em Famalicão e frente ao Moreirense, esperava-se alguma continuidade nesta partida, mas isso não veio a suceder. Com a saída do Rúben Dias e a lesão do Vertonghen, o Jesus faz alinha o Jardel e em estreia absoluta o Otamendi. O Farense fez um óptimo jogo, bastante desinibido e a criar-nos muitas dificuldades. Mesmo assim, chegámos à vantagem logo aos 15’ num remate do Pizzi que ainda foi desviado por um defesa, depois de uma perda de bola dos algarvios e rápida jogada do Rafa, que assistiu o nº 21. Pensei que o mais difícil estava feito relativamente cedo, o que seria um bom tónico para o resto do encontro. Puro engano! O Farense reagiu muito bem e, não fosse uma óptima defesa do Vlachodimos a um cabeceamento, teria chegado à igualdade ainda antes do intervalo. Quanto a nós, as combinações atacantes não saíram com o esclarecimento das duas jornadas anteriores e, por conseguinte, não conseguimos criar tantas oportunidades.
 
Na 2ª parte, entrámos ainda pior do que na 1ª e o Farense chegou à igualdade logo aos 54’. Erro tremendo do Otamendi a pisar um adversário que o VAR puniu com penalty, o Vlachodimos defendeu dois(!) do Ryan Gauld (o primeiro foi mandado repetir por supostamente ter saído da linha de baliza) e, na sequência do canto, o Lucca cabeceou à vontade para o 1-1. Desconcentrámo-nos por completo e só não ficámos a perder pouco depois, porque o Gauld estava em fora-de-jogo quando fez a assistência para golo. Entretanto, já tinham entrado o Pedrinho, Weigl e Seferovic para os lugares do Rafa, Gabriel e Waldschmidt. O Farense continuou por cima, sendo que finalmente a cerca de 25’ do final acordámos. Apesar disto, não criámos assim tantas oportunidades até nos termos colocado novamente em vantagem aos 79’ numa fantástica cabeçada do Seferovic a centro teleguiado do Grimaldo. E foi mesmo o suíço a bisar aos 87’, com um remate enrolado que ainda bateu no poste, depois de uma assistência do Darwin, que não foi egoísta dado que estava em boa posição para marcar. Até final, ainda sofremos mais um golo já na compensação, quando o Otamendi perdeu a bola em zona proibida (embora tenha sido mais que falta a que o Sr. Tiago Martins e o VAR Sr. Vasco Santos fizeram vista grossa) e o Patrick não teve dificuldades em marcar isolado.
 
Em termos individuais, destaque para o bis do Seferovic que foi essencial para a vitória e para o Vlachodimos por ter segurado essa mesma vitória com algumas intervenções importantes. Os restantes jogadores não fugiram muito da mediania e uma menção especial para a estreia do Otamendi, que fez uma 1ª parte com cortes que eu não via desde o Gamarra, mas uma 2ª para esquecer, tendo estado ligado aos dois golos do adversário.
 
O campeonato irá agora parar para as selecções e esperemos que as boas exibições regressem quando voltar. Sim, o Farense jogou bastante bem (mérito para o treinador Sérgio Vieira), mas uma caída assim tão a pique na qualidade do nosso jogo em apenas uma semana não deixa de causar apreensão.