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sexta-feira, janeiro 31, 2025

Bipolaridade

Vencemos a Juventus em Turim na 4ª feira (2-0) na última jornada da Champions e qualificámo-nos para o play-off como cabeças-de-série. Depois do descalabro frente ao Casa Pia e do vendaval que o áudio do Bruno Lage provocou, não poderíamos ter dado uma melhor resposta em campo. A qual confirmou que, nesta época, somos autenticamente uma equipa bipolar.

Com o Carreras castigado e o Beste prestes a ser vendido (mas a estar no banco), o Lage colocou o Bah na lateral-esquerda. O jogo começou em alta rotação e aos 6’, já poderia estar 1-3 para nós! O Di María centrou de trivela muito alto e o Pavlidis, que só tinha de encostar, não conseguiu chegar à bola, o Schjelderup rematou cruzado ao lado quando estava cara-a-cara com o guarda-redes, o Mbangula de cabeça colocou o Trubin à prova e novamente o Schjelderup, desmarcado muito bem pelo Pavlidis, permitiu a defesa com o pé do Perin. E só tinham passado literalmente meia-dúzia de minutos de jogo! Estávamos bastante melhor do que a Juventus na partida e colocámo-nos muito justamente na frente aos 16’ num alívio do Aursnes, a seguir a um canto, que o Bah dominou muito bem e isolou-se, tendo dado para o lado para o Pavlidis só ter de encostar (no entanto, o remate do grego passou muito perto do guarda-redes, pelo que ele acabou por ter alguma sorte por ter conseguido marcar; com uma baliza tão grande, não se percebe como é que ele não desviou mais a bola para não correr riscos...). A Juventus não conseguia responder, sendo o parvalhão do Francisco Conceição o jogador mais perigoso deles, e foram do Pavlidis as duas melhores oportunidades até ao intervalo, com um cabeceamento que deu a sensação de golo, mas o Perin defendeu, e, em cima do intervalo, estando completamente isolado(!), rematou à figura... Inacreditável! (Mas a dar razão àquela minha impressão de que o remate do golo também não foi nada bem feito...)

Na 2ª parte, remetemo-nos um pouco mais à defesa, mas sem deixar os italianos criar assim tantas oportunidades. Para isso, muitos contribuíram algumas intercepções que o Otamendi e o António Silva foram fazendo. No ataque, o Kökçü teve um remate ao lado logo nos primeiros minutos, mas os italianos só criaram verdadeiro perigo com um disparo do Kenan Yildiz à malha lateral. O Lage foi fazendo substituições, tendo entrado o Leandro Barreiro e o Aktürkoğlu para os lugares do Di María e Schjelderup, e foi o luxemburguês a aparecer bem na frente, mas a não conseguir desviar convenientemente um cruzamento da esquerda do turco. A dez minutos do fim, demos a estocada final através do Kökçü com um remate colocado já na área, depois de uma assistência do Pavlidis com o Aktürkoğlu a ter um papel importante, ao deixar passar a bola entre as pernas para o seu compatriota. O empate teria chegado para a qualificação, mas a vitória saberia muito melhor e, com tão pouco tempo para jogar, não seria crível que os italianos conseguissem dar a volta ao jogo, como não conseguiram. O prémio suplementar de termos ganho foi o facto de sermos cabeças-de-série no sorteio, o que nos permite ter a 2ª mão do play-off na Luz.

Em termos individuais, óbvio destaque para o Pavlidis, com um golo e uma assistência. Mas quem encheu verdadeiramente o campo foi o Florentino, que prova mais uma vez a sua imprescindibilidade neste tipo de jogos. Não deixou os adversários descansarem um só minuto! O Schjelderup voltou a ser um perigo à solta na esquerda, mas tem de melhorar o seu remate com o pé canhoto... O Di María passeou classe nalguns pormenores, embora não tenha estado envolvido nos golos. Boa partida igualmente de toda a defesa, com especial menção para o Bah numa posição que não é a sua. O Trubin esteve igualmente bastante seguro.

Altura de mudar o foco para o campeonato, algo que não tem sido muito apanágio desta equipa. Iremos à Amadora defrontar o Estrela no domingo e não podemos correr o risco de perder mais pontos para a lagartada. A Liga dos Campeões é muito boa para o prestígio, mas eu quero é títulos!

P.S. – Entretanto, aconteceu esta manhã o sorteio do play-off e só tínhamos dois adversários possíveis: Mónaco ou Brest. Eu teria preferido este, mas iremos voltar a defrontar os monegascos, que derrotámos já nesta Champions numa partida em que tivemos bastante sorte. Toda a atenção é pouco, até porque eles quererão desforrar-se disso...

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