origem

sábado, fevereiro 10, 2024

Perdulários

Vencemos em Vizela (2-1) na passada 5ª feira e estamos nas meias-finais da Taça de Portugal. Foi uma partida que deveria ter ficado resolvida a nosso favor aos 15’ e em que acabámos por sofrer um bocado no final.
 
O Roger Schmidt promoveu a estreia a titular do Álvaro Carreras e, especialmente na 1ª parte, viu-se bem a diferença de jogar com um lateral-esquerdo de origem. Para além do espanhol, o Kökçü e o João Mário também voltaram à titularidade. No final do primeiro quarto-de-hora, poderíamos estar a golear: Rafa por duas vezes, Arthur Cabral, João Mário e Kökçü tiveram nos pés e cabeça hipóteses flagrantes de marcar, mas ou por aselhice, ou por intervenção do guarda-redes italiano Ruberto, não o conseguiram. Os falhanços do Rafa foram imperdoáveis (especialmente o primeiro)! Comecei a ficar com um mau pressentimento que seria daqueles jogos em que massacramos, mas não conseguimos marcar. Felizmente, aos 34’ o Arthur Cabral desmentiu-me ao fazer o primeiro golo: o João Mário desmarcou o Rafa na esquerda, que depois assistiu o ponta-de-lança brasileiro para inaugurar o marcador, com um remate colocado indefensável. Do outro lado, havia muitas dificuldades para criar perigo para a baliza do Trubin.
 
Na 2ª parte, a partida foi mais equilibrada, com a resposta natural do Vizela. Mesmo assim, continuamos a dominar grande parte dela, mas só conseguimos aumentar a vantagem aos 65’ através do João Mário, depois de um cruzamento do Aursnes na direita, falhanço incrível do Arthur Cabral e remate de pé esquerdo do nº 20 um pouco enrolado, mas a bola acabou por entrar e isso é o mais importante. Todos pensámos que estava tudo decidido e podíamos começar a poupar a equipa para Guimarães, mas foi puro engano. Logo três minutos depois, aos 68’, o Vizela reduziu pelo Petrov, depois de duas intervenções infelizes do António Silva, que fez um mau corte e, ainda por cima, não avançou no terreno, colocando o marcador do golo em jogo. A 20’ do fim, o Schmidt começou finalmente a refrescar a equipa e entraram o Marcos Leonardo e o Morato para os lugares do Arthur Cabral e Álvaro Carreras. E foi do Morato uma excelente oportunidade, a passe do Di María, mas não conseguiu acertar na baliza. O jogo pedia o Florentino, mas este só entrou a seis minutos do fim, juntamente com o Bah para os lugares do Kökçü e Aursnes. Conseguimos fechar bem os caminhos para a nossa baliza e o último lance de perigo foi um estoiro do Di María para boa defesa do Ruberto.
 
Em termos individuais, voltei a gostar bastante do Arthur Cabral, embora o falhanço na jogada do nosso segundo golo seja inacreditável. O Álvaro Carreras mostrou que deve ser opção perante equipas mais fechadas, porque ainda apresenta algumas limitações a defender. Caso contrário, seria titular absoluto já! O Rafa esteve muito activo, como habitualmente, mas voltou a falhar golos de baliza aberta. Não percebi porque é que o Roger Schmidt, com um jogo complicadíssimo em Guimarães três dias depois, insistiu em ter o Di María em campo até final...! Com o David Neres no banco! O João Mário acabou por estar nos dois golos e deve ser isso que os jornais relevaram para ser o melhor do Benfica... É que só podem ter visto outro jogo! Foram as duas únicas coisas de jeito que fez, em contraponto com emperrar constantemente a nossa fluidez atacante, manobrar sempre duas velocidades abaixo dos colegas, enfim... Somos tão melhores com o Aursnes naquela posição (bem sei que não se pode espremer o Bah, mas ainda assim...). Incompreensível!
 
Teremos duplo derby frente à lagartada nas meias-finais da Taça. Com a agravante da 1ª mão ser antes da ida a Mordor e da 2ª ser antes da ida ao WC...! Irão ser duas semanas muito intensas, mas há que não nos desviarmos desse objectivo fundamental que é começar a reparar o nosso vergonhoso histórico nas últimas duas décadas na Taça de Portugal.

Sem comentários: