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sexta-feira, fevereiro 23, 2024

Inconcebível

Empatámos em Toulouse (0-0) e qualificámo-nos para os oitavos-de-final da Liga Europa. Era o mais importante, mas também é a única coisa de positivo que se pode dizer do jogo de ontem.
 
Com esta sucessão de jogos e poucos dias de descanso, seria expectável que o Roger Schmidt rodasse a equipa, certo...? Errado! Dos 11 jogadores que foram titulares com o Vizela, nove foram-nos igualmente ontem! No meio-campo, o Florentino já não joga há dois jogos e o Kökçü há um, mas o nosso treinador preferiu o João Mário no meio, numa partida em que era importante defender a vantagem e ser agressivo naquela zona do terreno. Mesmo assim, na 1ª parte foram nossas as melhores ocasiões, com o Di María e o António Silva a falharem dois golos certos, e o Rafa a atirar por cima, quando estava em boa posição na área. Jogávamos muito devagar e não parecíamos interessados em fechar de vez a eliminatória, mas ainda tivemos aquelas ocasiões.
 
A 2ª parte foi um descalabro completo. Só não estamos aqui a chorar uma eliminação ou, na melhor das hipóteses, 120’ de futebol em vez de 90’, por causa de Trubin e de bastante sorte. Houve alturas da partida que fazia lembrar o célebre Marselha – Benfica de 1990, com a pequenina diferença que este Toulouse é o 13º classificado do campeonato francês...! O Schmidt colocou logo no reinício o Arthur Cabral e o Álvaro Carreras nos lugares do Tengstedt e do Morato, mas nenhum deles resultou. O espanhol, então, esteve completamente desastrado e a fazer lembrar o Jurásek... A única ocasião em que criámos perigo foi num balão de meio-campo do Aursnes (entrado aos 68’ para o lugar do David Neres), depois de uma má intervenção do guarda-redes, que falhou o passe. Na nossa baliza, só uma tremenda dose de aselhice fez com que não sofrêssemos. Isso e um Trubin que defendeu tudo o que lhe chegava. Perante este verdadeiro horror, o Schmidt mostrou a sua habitual faceta hiperconservadora e mais uma vez não ajudou a equipa em campo. Estava na cara que o Florentino deveria entrar para estancar o meio-campo, mas para além do Aursnes só entrou o Kökçü já nos cinco minutos finais (para variar...!) saindo o Di María. Quando o árbitro apitou finalmente foi um tremendo alívio, mas também, pelo menos para mim, uma irritação enorme.
 
Em termos individuais, o Trubin foi de longe o melhor, bem coadjuvado pelo João Neves, cujo espírito de sacrifício é de louvar, dado que perdeu a mãe esta semana. Todos os outros passaram completamente ao lado do jogo e dizer isto assim é um eufemismo...
 
O sorteio dos oitavos colocou-nos uma prenda no sapatinho, o Rangers, que, olhando para as hipóteses, era dos menos difíceis. No entanto, da maneira como nos estamos a exibir este ano, especialmente nas provas europeias, ainda nos arriscamos a ser eliminados por quem é teoricamente mais fraco do que nós.

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