origem

segunda-feira, outubro 30, 2023

Descalabro

Empatámos no sábado frente ao Casa Pia (1-1) na Luz e deixamos fugir a lagartada na frente (2-0 no Bessa), estando agora a três pontos deles, tendo sido igualados pelo CRAC (2-0 em Vizela). Ou seja, perdemos pontos em todos os campos nesta jornada. Depois do desaire europeu a meio da semana, esperava-se uma resposta veemente da nossa parte, mas nada disso aconteceu.
 
O Schmidt mexeu muito na equipa por via das lesões do Bah, Kökçü e Musa, tendo entrado o Florentino, Arthur Cabral, com o Aursnes a passar do meio para a lateral direita. A fase lamentável que estamos a atravessar é bem exemplificada pelo facto de praticamente não termos criado oportunidades de golo na 1ª parte, fruto de uma lentidão exasperante de processos. Um remate do David Neres defendido pelo Ricardo Baptista foi a única ocasião antes de marcarmos um golo autenticamente vindo do céu: aos 44’ o João Mário fuzilou o guarda-redes, depois de assistência do Aursnes na direita, e livrou-se assim de uma substituição certa ao intervalo.
 
A 2ª parte foi bastante diferente e, infelizmente para nós, com o Casa Pia a mostrar-se muito mais em termos atacantes. Aos 52’, o Florentino tentou um corte na área, mas atingiu um adversário e fez penalty. Perante o Felippe Cardoso, o Trubin fez uma grande defesa e manteve-nos na frente do marcador. Depois deste golpe de sorte, era bom que acordássemos e tentássemos marcar mais um golo para colocar o resultado a salvo, mas foi o Casa Pia a continuar a criar oportunidades, tendo o Trubin cortado com o pé um centro muito perigoso. Entretanto, o Di María já tinha substituído o David Neres e teve uma grande ocasião num remate em arco, em que o Ricardo Baptista fez a defesa do encontro. Mas era o Casa Pia quem ameaçava mais e, depois de nova incursão pela direita em que não teve ninguém a desviar no centro da área, chegou mesmo à igualdade aos 81’ num lance caricato em que o entretanto entrado Jurásek foi novamente batido pelo Larrazabal, que ficou quase sem ângulo, mas ainda rematou para o Trubin deixar passar a bola por entre as pernas. Com aquele ângulo, a bola não pode simplesmente entrar! O lance foi tão inacreditável que houve um enorme silêncio no estádio e mesmo os adeptos do Casa Pia demoraram a celebrar. No pressing final nos últimos dez minutos, não fomos bafejados pela sorte, porque ainda atirámos duas bolas de cabeça aos ferros pelo Florentino e António Silva, uma cabeçada do Rafa foi defendida pelo guarda-redes e há um lance muito duvidoso de eventual empurrão ao entretanto entrado Tengstedt, que não foi assinalado pelo Sr. Cláudio Pereira.
 
Em termos individuais, ninguém se destacou por aí além, tal como frente à Real Sociedad. O Florentino regressou ao onze e, apesar de não estar na forma que o notabilizou na temporada passada e de ter feito um penalty imprevidente, é o único jogador de meio-campo com capacidade para roubar a bola ao adversário. O João Neves voltou a ser dos mais inconformados, mas não consegue fazer tudo sozinho. O Arthur Cabral roça cada vez mais o patético e é completamente um peixe fora de água. O João Mário fez o golo e foi só, e os laterais-esquerdos estiveram muito fracos, com o Jurásek a perder incontáveis bolas e a ser o responsável por deixar o pior acontecer sempre pelo seu lado. Quanto ao Trubin, eu prefiro guarda-redes que não defendam tantos penalties, mas que não deixem bolas quase sem ângulo passar por entre as pernas...
 
Defrontaremos amanhã o Arouca para a Taça da Liga e, para não ajudar nada à estamos com muitos problemas com lesões. Mas mais do que isso, é preciso que o Roger Schmidt perceba o que se passa e como nos deixámos chegar a esta situação. Há uma diferença abissal para o ano passado e o marasmo que vemos do banco é um sinal nada prometedor.

Sem comentários: