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segunda-feira, outubro 02, 2023

Chouriço

Vencemos o CRAC na passada 6ª feira na Luz (1-0) e ultrapassámo-los na classificação, tendo agora dois pontos de vantagem perante eles e mantendo-nos a um da lagartada, que foi ganhar 3-2 a Faro (com o golo da vitória em cima dos 90’ num penalty muito duvidoso...).
 
O nosso histórico perante as forças do Mal na Nova Luz é uma desgraça, tendo conseguido agora apenas a 5ª vitória em 21 encontros para o campeonato (contra 9 do adversário). No entanto, para além do plantel actual deles estar a anos-luz do que já chegaram a ter, ainda se encontravam privados de ambos os centrais (Pepe e Marcano). Portanto, o CRAC apresentou-se na Luz com o Fábio Cardoso e David Carmo no eixo da defesa(!), e as coisas ainda ficaram piores com a (justa) expulsão daquele aos 19’ por derrubar o David Neres, que ia isolado para a baliza. Ou seja, estava tudo a nosso favor para uma vitória tranquila e quiçá dilatada para vingar tantos anos em que as coisas nos foram desfavoráveis, certo...? Errado! Porquê? Porque, para mim, o Roger Schmidt falhou na constituição inicial da equipa. Quer dizer, perante Vizela, E. Amadora e outros que tais, o Neres e o Di María não jogaram juntos, agora contra o CRAC já jogam? Por outro lado, o Florentino era muito importante nesta partida para que pudéssemos subir as linhas e fazer pressão mais à frente. Nada disto aconteceu e passámos pela vergonha de o CRAC ter sido a melhor equipa na 1ª parte, mesmo estando a jogar com 10. Aliás, foram deles as duas melhores oportunidades para marcar, com o Trubin a sair bem aos pés do Taremi e a defender igualmente bem um remate de fora da área. Com 10, o CRAC criou mais perigo do que nós, dado que só tivemos um remate por cima do Di María logo a abrir o jogo e um centro do Neres desviado por um defesa para a baliza, com o Diogo Costa a defender para canto. Muito, muito pouco.
 
Na 2ª parte, lá acordámos, pressionámos bem e o CRAC não teve tanto tempo para pensar e sair a jogar. O Musa atrapalhou-se num desvio depois de jogada do David Neres na esquerda, mas foi do Kökçü o lance mais perigoso, com uma bola ao poste depois de um alívio na área a seguir a um centro do Di María na direita. O David Neres também teve uma boa chance, porém o Diogo Costa fez bem a mancha, e o Otamendi falhou o alvo quando estava em boa posição, na sequência de um centro do João Neves a seguir a um canto. Até que aos 68’, finalmente inaugurámos o marcador num remate enrolado do Di María, que ainda tabelou num defesa e enganou o Diogo Costa, depois de jogada do David Neres na direita. Um autêntico chouriço! Até final, o Otamendi poderia ter fechado o jogo num remate já na área que saiu por cima, depois de um centro atrasado num canto, mas o CRAC também nunca revelou engenho para nos criar perigo.
 
Em relação aos destaques, referência para o David Neres, que voltou a ser o melhor do Benfica com a mais-valia de ter feito a assistência para o golo. Em mais uma prova de que o futebol é um desporto incrível, o Di María terá feito dos piores jogos desde que regressou, mas marcou o golo da vitória! Nada lhe saiu bem na 1ª parte e mesmo na 2ª esteve longe de deslumbrar, mas fica indelevelmente ligado ao resultado final. O João Neves subiu muito na etapa complementar, assim como o Rafa. O Trubin fez duas boas defesas, manteve as redes a zeros e pode ser que isso lhe dê a confiança que necessita para afastar o fantasma do Roberto que ainda paira sobre ele (sim, é a minha opinião pelo que vi até agora).
 
Devo dizer que, para mim, foi das vitórias menos saborosas perante o CRAC. Porquê? Porque, se fosse ao contrário (expulsão nossa aos 20’), teríamos sido completamente atropelados. Não só os deixámos ser melhor do que nós na 1ª parte, como tirámos totalmente o pé do acelerador assim que nos vimos em vantagem. O que me chateia mais nisto é que tenho grandes dúvidas de que tivéssemos conseguido ganhar com igualdade numérica. Tal como aconteceu em Mordor no ano passado. Ou seja, temos três vitórias nos últimos quatro jogos, mas duas delas em superioridade numérica. As expulsões foram justas em ambos os jogos, sem dúvida nenhuma, mas o CRAC conseguiu equilibrar as coisas mesmo com 10. Algo que duvido muito que nós conseguíssemos fazer. E isso deve-se à maneira como eles continuam a encarar os jogos contra nós. Caramba, eles conseguiram equilibrar o jogo com David Carmos, Zé Pedros, Wendels e Eustáquios...! Quantos jogadores deles entrariam de caras na nossa equipa? Duvido que fossem mais do que dois. E mesmo assim nós perdemos mais uma oportunidade de lhes dar um grande rombo na moral com um resultado categórico. Aliás, não é por acaso que o Sérgio Conceição disse que podem ganhar mais neste jogo do que os pontos que perderam. Eusébio queira que esteja errado!

2 comentários:

Anónimo disse...

Já li vários comentários ao jogo, e o Roger Smith é tratado (destratado) como um total ignorante, incapaz de acertar num onze para jogar contra o Porto.

Por sorte, nos 4 banhos de estratégia, tática e determinação que o Sérgio Conceição lhe deu, venceu 3 jogos (por mim, que continue com esta estatística, a levar banhos e a não acertar nos onze com que os comentadeiros acham que esmagavam o Porto).

Será que os génios da tática já pensaram se as sucessivas expulsões podem ter a ver com a forma como o Benfica aborda o jogo? É que neste jogo, teria havido duas expulsões antes do intervalo, caso vivêssemos num país futebolístico normal.
Não que o Benfica tenha jogado para tirar vermelhos. Jogou apenas para os apanhar desprevenidos.

É preciso ter a noção que este é o jogo em que eles colocam todas as fichas. É o jogo em que se costuma ver um central quarentão a ganhar sprints a putos de 18 ou 19 anos, aos 90 minutos. A intimidarem impunemente. A verem as decisões arbitrais penserem sempre para o seu lado (daí ficarem aparvalhados quando um árbitro lhes mostra um cartão vermelho).
É preciso ter noção

Anónimo disse...

Se tivesse sido para a liga dos campeões, o Porto teria terminado o jogo com 8 jogadores.
Mesmo com os árbitros amigos que os Guilhermes Aguiares lhes costumam arranjar.