terça-feira, dezembro 30, 2014
Triunfo na abertura
Vencemos o Nacional por 1-0 na 1ª jornada da fase de grupos da Taça da Liga
e terminamos o magnífico ano de 2014 a ganhar. Esteve muito longe de ser um
jogo brilhante, mas o que se pedia na volta das férias de Natal era uma vitória
numa competição que nos é muito cara e que este ano, infelizmente, é a única
para além do campeonato onde ainda estamos inseridos.
Na primeira partida sem o Enzo Pérez, colocámo-nos em vantagem logo aos 11’
numa jogada similar à que nos deu o golo frente ao Braga na Taça de Portugal:
centro do Maxi na direita e magnífica cabeçada do Jonas. Pensei que partiríamos
para uma exibição interessante, mas o jogo foi todo muito sofrível. Alinhámos
praticamente com a equipa titular, com o Cristante (o Samaris não vai poder
jogar em Penafiel) e o Talisca no meio, mas faltou-nos muito ritmo e velocidade.
Até ao intervalo, só tivemos mais um lance de perigo, num remate de pé esquerdo
do Maxi à barra. O que valeu foi que o Nacional foi praticamente inofensivo.
Ao contrário dos treinadores, achei a 2ª parte mais interessante. O Júlio
César por duas vezes safou o golo do Nacional, o Jonas teve uma cabeçada que
deveria ter tido melhor destino depois de uma assistência perfeita do Gaitán,
anularam-nos (bem) um golo do Ola John por fora-de-jogo do Lima, que interveio
no lance e o Sulejmani, que entrou para os últimos 10’, mostrou que será um
jogador a ter em conta para a segunda parte da época. Mas o resultado não se
alterou e já lá vão sete anos desde a última derrota na Taça da Liga.
Em termos individuais, destaque para os homens que intervieram no golo,
Jonas e Maxi. Quanto à mais-valia do brasileiro já ninguém deve ter dúvidas, em
relação ao paraguaio, espero bem que renove de vez. Não me interessa quanto
pede de ordenado, mas será certamente merecido. Ainda por cima, nos últimos
tempos tem acertado nos centros! Óbvia palavra para o Júlio César, que nos
safou por duas vezes e, do lado negativo, para o Ola John, que começa a ter o
público contra ele por ser molengão
muito mais vezes do que seria desejável. O que é uma enorme pena, porque é um
jogador cheio de potencial, mas viu-se bem a diferença quando o Sulejmani
entrou.
Foi um jogo que não ficará na memória, mas em que cumprimos o objectivo
principal. Concentremo-nos agora no campeonato, porque geralmente as idas a
Penafiel não são nada fáceis e nestes próximos tempos, em que os olhos vão
estar postos em nós para verem se sentimos a falta do Enzo Pérez, não convém
nada mostrar fraqueza.
quinta-feira, dezembro 25, 2014
Feliz Natal
Os meus desejos habituais de um Glorioso Natal a todos os que seguem este blog. Que o Pai Natal mantenha estes seis pontinhos no sapatinho pelo menos até ao próximo Maio.
domingo, dezembro 21, 2014
À CRAC
Vencemos o Gil Vicente (1-0) e mantivemos os seis pontos de diferença em
relação ao 2º classificado. No entanto, terá sido o pior jogo da época com a
agravante de o golo ter sido obtido na sequência de um fora-de-jogo não
assinalado ao Maxi Pereira. Ou seja, ficámos a saber como é que é ganhar à
CRAC. E o sabor pelo menos para mim não é nada bom, mas há uma coisa ainda pior
do que ganhar com um erro do árbitro: é perder com um erro do árbitro! Nesse
aspecto, o nosso historial de há 30 anos ainda nos deixa com um enorme défice.
Para esta paupérrima exibição muito contribuiu a ausência de quatro
titulares indiscutíveis: Luisão, Eliseu/André Almeida, Enzo Pérez e Salvio.
Ficou mais uma vez demonstrado que o nosso plantel é muito curto e que não
somos capazes de superar estes impedimentos. Um remate do Talisca proporcionou
uma boa defesa ao Adriano e chegámos ao golo aos 30’ numa óptima abertura do
Ola John, que desmarcou o Maxi Pereira (que estava em fora-de-jogo), este
desviou a bola do guarda-redes para o poste e o Gaitán na recarga fez o único
golo da partida. Até ao intervalo, uma cabeçada do Jonas poderia ter tido
melhor destino.
Se a 1ª parte já não tinha sido grande espingarda,
a 2ª foi de fugir. Não criámos praticamente oportunidades de golo, o que valeu
foi com o Gil Vicente demonstrou por que está em último lugar sem nenhuma
vitória. O avançado deles ainda se isolou, mas o César foi rápido a compensar e
atirou para canto aos 54’ e já perto do final se o defesa-direito deles tivesse
pé esquerdo teríamos o nosso Natal ainda mais estragado. Quanto a nós, um
remate do Talisca que foi bem defendido foi a única jogada de jeito que
fizemos. Quando soou o apito final, sentiu-se um enorme alívio no estádio.
Em termos individuais, destaque para o Gaitán pelo golo, para o Maxi
Pereira pela entrega e para o Talisca por ser o nosso único jogador que acerta
na baliza com remates fora da área. O Jonas teve uns furos abaixo do que é
habitual, assim como o complicativo Ola John apesar de ter sido dele a abertura
para o golo. Quando ao negativo, destaque novamente para o Bebé. Já frente ao
Leverkusen não levantou a cabeça e não viu o Talisca isolado na área, mas muitos
disseram que só tinha cabeça para a baliza numa situação daquelas. Hoje foi
ainda pior: na recuperação de bola depois de um canto do Gil Vicente, tínhamos
dois jogadores isolados sob a linha do meio-campo. E aquela abécula
descerebrada voltou a não levantar a cabeça e prosseguir a jogada por ele! Era
o golo da tranquilidade a pouco menos de 10’ do fim. Passei-me completamente!
Deveríamos fazer um favor à ciência e oferecer-lhe aquilo que ele tem no lugar
do cérebro para ser estudado devidamente. Como é que se pode ser tão burro?!
Num jogo para esquecer, conseguimos o mais importante que era os três pontos,
mas se não recuperarmos alguns dos lesionados o panorama fica bastante negro,
porque os suplentes não estão claramente à altura.
sexta-feira, dezembro 19, 2014
Besta negra
E pronto, já me
estragaram o Natal! Perdemos em casa (1-2) com o Braga e já não vamos ao Jamor
esta época. Independentemente das vicissitudes do jogo, o que ficará para a
história é que a primeira vitória do Braga na Luz (só nos tinha ganho em casa
uma vez nos anos 50, mas tinha sido no Estádio Nacional) fez com que
perdêssemos a oportunidade de fazer um bis
na Taça de Portugal e quiçá uma inédita a nível nacional bi-dobradinha. Dois jogos com o Braga,
duas derrotas. Incrível!
Estava com bastante
receio desta partida por causa da vitória no Dragão. Dito assim, pode parecer
contraditório, mas na ressaca de um grande triunfo daqueles pode tender a haver
alguma descompressão, tanto da parte dos jogadores como dos adeptos. Só que
essa descompressão, neste jogo, significaria sermos eliminados da segunda prova
mais importante do calendário nacional. Não acho que tenha havido essa
descompressão, até jogámos razoavelmente bem, mas o que importa é que perdemos.
Outra razão para a minha apreensão é que já se sabia que iríamos jogar sem o Salvio
e o Luisão, situação agravada com o impedimento do Samaris e, principalmente, a
saída forçada do Enzo Pérez ao intervalo. A baixa de quatro titulares
indiscutíveis foi demais para nós e nomeadamente na 2ª parte foi bastante
notória. Claro está que poderíamos ter chegado ao intervalo com o jogo
decidido, mas só marcámos um golo numa excelente cabeçada do Jonas depois de um
dos poucos centros que o Maxi Pereira acerta ao longo do ano. Estávamos no
minuto 33 e já antes o Júlio César tinha feito uma enorme defesa a um remate do
Pardo. Pardo esse que deveria ter sido expulso logo aos 11’, por ter derrubado
o Jonas quando este estava isolado. Aliás, o sr. Artur Soares Dias teve uma 1ª
parte para esquecer, porque pouco antes desse lance deveria ter havido um
penalty contra nós por mão do Jardel num livre para a área (não sei porque raio
de carga de água é que o 33 resolveu dar uma palmada na bola!!). A partida
decorria com ataques para ambos os lados, mas já perto do intervalo o Jonas
rematou muito fraco na sequência de uma das melhores jogadas do encontro,
quando estava em excelente posição para resolver a eliminatória.
Não sei porquê, mas
senti este falhanço do Jonas como um mau prenúncio para o que aí vinha. Mau
prenúncio esse que se avolumou com a saída forçada do Enzo. Entrámos
completamente desconcentrados na 2ª parte. O nosso meio-campo, com Cristante e
Pizzi, está a léguas de ser Samaris–Enzo Pérez e o Braga passou a explorar isso
muito bem. Empatou logo aos 48’ através de um canto, em que o André Almeida
falhou clamorosamente o corte ao primeiro poste e depois nenhum defesa reagiu
permitindo que o Santos marcasse de recarga ao seu próprio remate. Até nem
demos uma má resposta ao golo sofrido, o problema foi que o Braga este ano
parece que contratou guarda-redes especialistas em defenderem (quase) tudo o
que venha das nossas bandas. Já tínhamos levado com o Matheus para o
campeonato, agora apareceu um tal de Kritsyuk que defendeu tudo e mais alguma
coisa. Logo a seguir a uma excelente defesa a um remate do Lima e uma recarga
do Jonas que iria para a baliza se não fosse desviada para canto por um defesa,
o Braga colocou-se em vantagem aos 58’. O Pardo (o tal que já não devia estar
em campo…) arrancou desde o seu meio-campo(!), foi acompanhado generosamente pelo Pizzi (só faltou estender-lhe uma
passadeira vermelha), perto da área o Cristante quase que se desviou para o deixar passar e rematou perante a fraca
oposição do César para o lado contrário do Júlio César. Outro golo
inacreditável, que jamais aconteceria com Samaris e Enzo. Naturalmente, um
deles ter-lhe-ia dado uma pantufada e
não o permitiria andar a passear-se por
metade do nosso relvado. Ainda havia mais 30’ para jogar, mas também havia o Kritsyuk
na baliza. Jonas por mais que uma vez, Lima e Talisca tornaram o russo o melhor
em campo. Houve um lance na área em que pareceu que o Lima foi claramente
derrubado pelas costas, mas o sr. Artur Soares Dias também teve um critério
largo e nunca permitiu a entrada da maca quando os bracarenses simulavam
lesões.
Em termos
individuais, o Ola John foi um substituto à altura para o Salvio e o nosso
melhor jogador. O Jonas fica com um registo excelente de golos na Taça de
Portugal, mas hoje ficou a dever-nos pelo menos mais dois. O Enzo também esteve
muito bem até ao intervalo. Ao invés, o André Almeida fez uma exibição para
esquecer (aquele falhanço no canto é inacreditável) e o Gaitán pareceu que não
recuperou fisicamente de Mordor. O Pizzi, que tão bem tinha jogado frente ao Leverkusen,
mostrou ontem que ainda não é opção válida para a titularidade no lugar do
Enzo.
Se há jogo que mais
me custa perder todas as épocas é o que nos elimina da Taça de Portugal. Por
várias razões: adoro ir ao Jamor; temos um registo de Taças conquistadas que é
importante manter; é o último jogo da época e quem a ganha faz a última festa
antes do defeso; o CRAC farta-se de mandar vir contra o Estádio Nacional e a
minha ética republicana obriga-me a gostar de tudo o que eles não gostam; e é
uma derrota que não tem hipótese de redenção. Ainda por cima, esta época seria
a oportunidade de tentarmos a tal inédita bi-dobradinha.
Por tudo isto, estou mesmo FURIOSO! Não contra a equipa, porque como já disse
até jogámos bem, mas com o facto de termos sido eliminados.
P.S. – Espero
SINCERAMENTE que esta derrota faça os nossos responsáveis abrirem os olhos para
as deficiências do nosso plantel, nomeadamente para o facto de haver jogadores
para os quais não há substitutos à altura. Luisão, como já se sabia, e, principalmente,
Enzo Pérez. Viu-se bem a falta que ele fez na 2ª parte, porque não tivemos
nenhum médio rompedor quando
estávamos a pressionar o Braga. Uma saída dele em Janeiro seria uma baixa
enorme a meio da época e peço aos nossos responsáveis que, se a saída for mesmo
inevitável, pelo menos negoceiem a sua permanência até final da época, mesmo
que se faça um desconto valente no preço a pagar. Tipo Garay. É que, pelo que
se viu ontem, a sua ausência fará com que os seis pontos de avanço comecem a
parecer muito pouco…
P.P.S. – O Rúben
Micael é possivelmente o jogador mais asqueroso que alguma vez pisou um relvado
de futebol. Cão!
segunda-feira, dezembro 15, 2014
Lima no Olimpo
Nove anos depois voltámos a ganhar em Mordor para o campeonato, com o
resultado fetiche sempre que triunfamos no antro do Mal: 2-0. Foi uma vitória
justa que sinceramente não esperava, não só porque o CRAC tem um plantel
superior ao nosso, como pelo facto de a partida ser arbitrada pelo sr. Jorge
Sousa. No entanto, revelámos imensa personalidade e manietámos tacticamente o
CRAC, que só conseguiu criar perigo com a lesão do Luisão nos últimos 15
minutos.
As forças do Mal entraram mais velozes e logo aos 2’ o Tello sacou um
amarelo ao André Almeida. Fiquei imediatamente preocupado, porque estava mesmo
a ver o filme de ficarmos a jogar com 10 na próxima falta do nosso improvisado
defesa-esquerdo. O CRAC criou perigo num remate cruzado do Herrera ainda na
fase inicial e teve uma excelente oportunidade pelo Jackson Martinez numa boa
jogada atacante, em que o Júlio César fez uma defesa assombrosa. Nós íamos tentando
responder, com remates do Gaitán e Talisca, e abrimos o marcador aos 36’ através
do Lima. Lançamento lateral do Maxi Pereira (podem repeti-lo ad nauseam na Sport TV para ver se
descobrem que ele pisou o terreno de jogo na altura do lançamento, mas não vão
ter sorte nenhuma…) e o Lima antecipou-se ao Danilo, marcando com a anca! Até
ao intervalo, era fundamental manter a vantagem, o que foi conseguido.
O início da 2ª parte trouxe uns quantos livres para o CRAC, mas sem nunca
criar perigo, enquanto nós alargámos a vantagem aos 56’: remate de fora da área
do Talisca, o Fabiano defende para o lado e o Lima só teve que encostar. Logo a
seguir, o Lima não conseguiu fazer o seu centro para o Talisca, que estava em
boa posição para fazer o terceiro golo. Seria o golpe de misericórdia! Uma boa iniciativa
do recém-entrado Quaresma criou-nos perigo, mas foi só depois da lesão do Luisão
aos 76’ que o CRAC teve as melhores oportunidades: duas bola de cabeça do
Jackson à barra, em lances em que o César não teve bem. Nós poderíamos ter
aumentado a vantagem num contra-ataque em que o Lima centrou para o Salvio, mas
um defesa antecipou-se e quase ia fazendo autogolo. E já perto do final, o
molengão do Ola John não conseguiu colocar a bola no Gaitán, que ficaria numa
situação de 2x1.
Em termos individuais, ÓBVIO destaque para o Lima. O futebol tem destas
coisas muito engraçadas: o Lima não estava a jogar nada desde o inicio da época,
discutiu-se muito sobre se seria de utilizar o Jonas e depois entra e qual César
Brito ou Nuno Gomes decide a partida. Pode já não fazer nada no resto do seu
percurso no Benfica, que o lugarzinho na história (e nos nossos corações) já ninguém
lhe tira. Também gostei bastante dos suspeitos
do costume, Gaitán e Enzo Pérez, que emprestam um toque de classe a tudo o
que fazem. Grande exibição do Samaris, que só levou um amarelo perto do final e
foi essencial para contar a avalanche atacante do CRAC. O Maxi Pereira foi uma máquina a parar o Brahimi e não sei por
que esperam os nossos responsáveis para renovar com ele… Regra geral a equipa
esteve toda bem, muito concentrada e entrando sem medo no campo. O Júlio César traz
muita confiança a todo o sector defensivo e resta-nos esperar que a lesão do
Luisão não seja grave, porque se viu bem a falta que ele faz (as duas bolas aos
poste foram na zona do César).
Com o CRAC a seis pontos e a lagartada (empatou com Moreirense já nos
descontos) a dez, temos uma tarefa muito importante no futuro próximo que é não
perder a concentração e achar que o campeonato já está ganho. Aliás, essa
concentração pode ser testada no jogo frente ao Braga para a Taça de Portugal. Os
minhotos estão a subir de forma e tenho medo que entremos em excesso de
euforias… E melhor que o bicampeonato era uma bidobradinha…
P.S. – Como tem sido habitual em casos semelhantes, aguardo com especial
entusiasmo a renovação de contrato do Lopetegui! Mas, se calhar, faziam-lhe uma
cura de desintoxicação antes, não? É que aquelas declarações não lembram ao
careca… (depois deste jogo ainda está mais confiante que vai ser campeão…?!)
quarta-feira, dezembro 10, 2014
500 mil euros
Empatámos com o
Bayer Leverkusen (0-0), mas poderíamos ter terminado a nossa participação nas
competições europeias com uma vitória. Dado que alinhámos só com um titular
(André Almeida, que já de si é um lateral-esquerdo emprestado), a nossa exibição foi muito melhor do que eu estava à
espera e alguns jogadores mostraram que poderão ser uma opção válida para jogar
com os crescidos num futuro próximo.
E sempre foram meio milhão de euros que entraram para os nossos cofres.
Os alemães também
jogaram com os habituais suplentes, o que lhes acabou por custar o 1º lugar do
grupo, já que o Mónaco derrotou o Zenit. Na parte final, quando o treinador se
lembrou de colocar titulares em campo, já não foi a tempo. Eles lá saberão, mas
se eu fosse seu adepto estaria furioso, porque não será propriamente a mesma
coisa jogar com o Chelsea ou com a lagartada…
Voltando ao jogo, entrámos bem e uma boa jogada do Ola John permitiu ao Lima
entrada directa nos maiores falhanços que a nova Luz já viu: em cima da linha
da pequena área, conseguiu acertar na
barra. O Leverkusen pouco incomodava o Artur, o Pizzi abria o livro durante
toda a 1ª parte e tivemos ocasiões mais do que suficientes para resolver o
jogo: o Lima rematou ao lado quando tinha o Derley sozinho no meio, o Bebé não
conseguiu meter a bola no Lima num contra-ataque de dois para um e o Ola John
tirou dois adversários do caminho, mas depois não conseguiu rematar.
A 2ª parte começou
com os alemães a acercarem-se mais da nossa baliza, mas isto só durou 15’ e
mesmo assim apenas criaram perigo relativo. Um corte do César contra um
adversário, que fez a bola passar perto do poste do Artur, foi o lance mais
perigoso. Quanto a nós, o Pizzi perdeu imenso gás e a equipa ressentiu disso. O Jesus colocou o Talisca no lugar
do Lima por volta da hora de jogo e as coisas melhoraram um bocado. O Ola John,
apesar de alguma molenguice, ia
criando qualquer coisa na esquerda, enquanto na direita o Bebé confirmou mais
uma vez que sem cérebro não se pode ser jogador de futebol. O expoente máximo
disso foi já perto do fim quando, com o Talisca c-o-m-p-l-e-t-a-m-e-n-t-e
isolado no meio, resolve continuar a jogada pela direita, com um adversário a
estorvá-lo e rematar sem grandes condições de êxito. Passei-me completamente e o Jesus provavelmente também, porque o
retirou pouco depois para fazer entrar o João Teixeira. Entretanto, também já
tinha entrado o Nelson Oliveira para o lugar do sempre esforçado Derley, que
também construiu uma boa jogada perto do final, em que um defesa impediu que a
bola chegasse ao Pizzi, que ficaria isolado.
Um jogo destes
serve sobretudo para ver quem está apto para a primeira equipa e o Pizzi, assim
que aguentar os 90’, poderá ser uma opção muito válida. Que grande 1ª parte! O
Cristante também não esteve mal, apesar de me parecer que lhe continua a faltar
alguma agressividade na recuperação depois de ser batido pelo adversário. O
Derley mostrou novamente que está em melhor forma que o Lima e, apesar de não
ser nenhum génio (também estávamos mal habituados com Cardozo e Rodrigo…),
continua a ser um jogador que me agrada bastante pela entrega e alguma
qualidade que coloca na partida. O Ola John é uma pena, porque com um pouco
mais de intensidade e constância (e menos moleza)
seria um jogador fabuloso. Assim, limita-se
a criar dois ou três bons lances por jogo. Os centrais (César e Lisandro)
também estiveram muito concentrados e praticamente sem falhas. O Nelson Oliveira
teve dois bons pormenores, mas não sei se alguma vez deixará de ser uma eterna promessa. O João Teixeira, que já se tinha destacado na pré-época, jogou os
últimos minutos e ainda deu para ver qualquer coisa, nomeadamente uma finta de
corpo em que provocou um segundo amarelo a um adversário. Para seguir com
atenção.
Negativamente
destacaram-se o Lima (aquele falhanço é imperdoável) e sobretudo o Bebé. Será
que podemos alegar que está em período experimental e devolvê-lo ao Manchester
United sem custos? De qualquer maneira, espero que lhe comecemos a descontar os
500.000€ do ordenado por conta daquela bola que não passou ao isolado Talisca e
que certamente nos daria a vitória no jogo. Que descerebrado!
Passado este
interlúdio, continuemos a nossa concentração para domingo. E há uma coisa que
não percebi: se o Jesus poupou a equipa quase toda, porque é que colocou um
titular em campo que é apenas o nosso
melhor marcador? O Talisca pregou-nos um valente susto no joelho, quis
continuar em campo, mas dizem os jornais que saiu do estádio a coxear. Vamos lá
a ver se não temos uma enorme baixa para Mordor…
domingo, dezembro 07, 2014
Enganador
Vencemos o Belenenses por 3-0 e mantivemos a distância para o CRAC a uma
semana de irmos a Mordor. Quem olhar para o resultado sem ter visto o jogo,
pode ser levado a pensar que foi fácil para nós, mas está muito enganado. O
Belenenses trouxe o autocarro muito
bem calibrado e confesso que até aos 64’ vi o caso muito malparado. Felizmente,
o golo do Lima veio abrir várias portas e lançou-nos numa vitória de mérito
inquestionável.
O Jesus repetiu a mesma equipa de Coimbra, com o Talisca e o Jonas na
frente, mas cedo se percebeu que isso tinha sido um erro. Em jogos na Luz
perante equipas maioritariamente defensivas, tem que se jogar com um
ponta-de-lança de raiz, que prenda os centrais e seja uma presença constante na
área. Sempre! Um remate ao lado do Gaitán e uma cabeçada a rasar o poste do
Luisão foram dos poucos lances de perigo que criámos. Em termos defensivos,
praticamente não tivemos problemas já que o Belenenses mal saía do seu
meio-campo.
Na 2ª parte, o Jesus tirou o apagado Talisca e lançou o Lima. O Belenenses
cada vez recuava mais e tapava bem os caminhos da sua baliza, tornando os
nossos ataques de difícil resolução. Conseguimos finalmente desembrulhar a
partida na sequência de um canto, com a bola a ser cabeçada por três jogadores:
Jardel, Jonas e Lima, que acabou por voltar aos golos. Já estávamos com 64’ e,
apesar de a equipa não dar mostras de ansiedade, eu dava, por isso foi com
grande alívio que vi o marcador mexer a nosso favor! Seis minutos depois, o
encontro ficou praticamente resolvido, num penalty sobre o Enzo Pérez, que o
próprio converteu com um remate rasteiro e para a esquerda do guarda-redes. No
estádio, fiquei com a nítida sensação que tinha havido um empurrão
(desnecessário) ao Enzo e na televisão confirmei isso mesmo. Empurrão nas
costas não é carga de ombro, razão pela qual para mim o penalty foi bem
assinalado. O Jesus começou a rodar a equipa, tirando o Enzo (que, se visse o
amarelo, não ia a Mordor) e colocando o Pizzi, mas ainda conseguimos meter mais
um: grande jogada do Gaitán (possivelmente a melhor jogada do campeonato até
agora), a arrancar do meio-campo, passar por vários adversários e cruzar para o
Salvio só ter que encostar de cabeça. Foi aos 83’ e terminámos o jogo com elevada
nota artística.
Em termos individuais, destaque para o Gaitán pela jogada do terceiro golo.
Quem faz uma obra-prima daquelas, tem que naturalmente constar das figuras da
partida. Gostei bastante do Samaris, que com bom sentido posicional se fartou
de cortar bolas. O Enzo também me parece a subir de forma e estreou-se a marcar
esta época.
Terça-feira vamos ver se teremos uma saída digna das competições europeias
(têm a palavra os suplentes e não-convocados habitualmente). É certo que há 1
M€ para uma possível vitória, mas temos que nos concentrar é em ir a Mordor e
fazer um bom resultado. Se conseguirmos não perder em casa das forças do Mal,
daremos um passo muito importante (principalmente a nível da confiança) para
alcançarmos o tão desejado bicampeonato.
P.S. – É inevitável que a lei mude e se torne esclarecedora acerca dos
jogadores emprestados não jogarem (ou terem lesões
muito oportunas) frente aos seus clubes de origem. O Miguel Rosa e Deyverson
(os melhores marcadores do Belenenses) não jogaram contra nós e isso não foi
bonito. Prefiro que o Benfica não adopte este tipo de comportamentos, mas
sempre é preferível do que o jogador emprestado fazer um penalty desnecessário
ou dar um frango.
segunda-feira, dezembro 01, 2014
Calmo
Vencemos em Coimbra por 2-0 e mantivemos a distância na liderança do
campeonato. Estava com algum receio deste jogo, porque a seguir às jornadas
europeias geralmente só duramos meia parte, mas a oposição foi fraquíssima e
percebeu-se bem porque é que a Académica só tem uma vitória em 11 jornadas e faz
parte das equipas com o segundo pior ataque da Liga.
Como também tem sido habitual depois da Europa, entrámos fortes na partida
tentado marcar o mais depressa possível. O que aconteceu logo aos 8’ numa
abertura fantástica do Enzo Pérez para o genial Gaitán, dominar, ultrapassar o
guarda-redes com um toque com o joelho e atirar para a baliza num movimento de
classe. Fantástico! O golo teve naturalmente o condão de nos dar ainda mais
segurança e poderíamos ter ampliado a vantagem com um cabeceamento do Jonas à
barra e um remate em arco do Enzo Pérez que passou também muito perto do poste.
Em cima do intervalo, num livre para a área, o guarda-redes vem tentar socar a
bola quase no limite da grande-área, mas o Luisão conseguiu cabecear para a
baliza deserta. A repetição mostra que o Luisão estava em fora-de-jogo na
altura da bola partir, no entanto assim que ela vem no ar a defesa contrária
coloca-o em jogo. É uma bola parada, mas o lance é rápido. Todavia, é óbvio que
é um golo irregular.
Na 2ª parte, esperava-se um abaixamento de intensidade da nossa parte, mas
ainda fizemos uns bons 15’ iniciais, em que tentámos marcar mais um para fechar
o jogo de vez. O Jonas quase o ia conseguindo num remate fora da área, mas o
guarda-redes defendeu para canto. A oposição da Académica era praticamente nula
e a nossa baliza nunca esteve verdadeiramente em perigo. O Jesus fez entrar o
Ola John e posteriomente o Derley, e as coisas animaram na parte final da
partida, com o brasileiro por duas vezes e o Gaitán a terem remates que nos
poderiam ter dado o quarto golo. Não aconteceu, mas também conseguimos manter
as nossas redes invioladas.
Em termos individuais, destaque óbvio para o Gaitán pelo golão e por se ter
mostrado muito comprometido com o jogo, inclusivamente defendendo já na parte
final. O Enzo Pérez está igualmente a subir de forma e, parecendo que a sua
saída em Janeiro é inevitável, ainda para mais com a nossa vergonhosa
eliminação da Europa, vai ser uma perda muito grande. Até porque o Samaris
ainda parece muito verde (salvo
seja!) para o substituir convenientemente. Bom jogo também dos centrais, com a
mais-valia do golo do Luisão. O Salvio é que continua bastante complicativo e a
agarrar-se demasiado à bola. Já agora, convém o Enzo e o Maxi terem cuidado com
os amarelos frente ao Belenenses senão falham o jogo em Mordor.
Este encontro era muito importante para ver como a equipa reagiria ao
desastre europeu e a reacção foi, apesar da fraca oposição, muito satisfatória.
Aliás, há aqui uma série de equipas que não se sabe muito bem o que estão a
fazer na I Liga. Tudo bem (ou tudo mal, mas enfim…) que quisessem passar uma
esponja pelo que aconteceu e subir administrativamente o Boavista, mas o que já
não acho compreensível é que este ano não desçam já quatro equipas para voltar
a ter 16 no escalão principal. Que já é bastante por si só, mas mesmo assim
ainda suportável. Agora, isto com 18 faz muito pouco sentido.
P.S. – É favor não virem falar de arbitragem! Sim, o nosso segundo (repito:
s-e-g-u-n-d-o) golo é irregular, mas em Mordor quando ainda estava 1-0, o
Danilo rasteira um jogador do Rio Ave na área e o Herrera mete descaradamente a
mão à bola num canto. O sr. Olégario nada viu (como é habitual em relação
àquele clube). Claro que depois do 5-0 final, muita gente vai esquecer-se
disto, mas eu não sou “muita gente” nem sou “esquecido”.
quinta-feira, novembro 27, 2014
Desastre total
Perdemos em São Petersburgo com o Zenit (0-1) e, com a
inesperada vitória do Mónaco em Leverkusen (1-0), ficámos pela primeira vez em
seis anos fora das competições europeias antes do final do ano civil. Não há
que escamotear a realidade: é um fracasso completo e uma página negra no
currículo europeu do Benfica.
Não entrámos nada bem na partida, com o Jardel a voltar a oferecer um golo aos russos, mas felizmente estes com menos pontaria do que em Lisboa. Mas não foi só o Jardel, também o Samaris teve perdas de bola inadmissíveis na nossa zona defensiva. A partir dos 20’ estabilizámos e o Zenit deixou de criar perigo. O jogo estava muito desinteressante, mas tivemos a melhor oportunidade até ao intervalo, com uma boa arrancada do Gaitán que cruzou para o Salvio acertar… na perna de apoio do guarda-redes! A sorte protegeu os russos.
Voltámos bastante melhor na 2ª parte, a dominar completamente nos primeiros 20’. Infelizmente, revelámos novamente a falta que um Cardozo (que “não jogava nada, só sabia marcar golos, a maior deles era só encostar”) faz. É que tivemos um par de lances em que era mesmo “só encostar”, nomeadamente um remate muito torto do Luisão quando tinha só o guarda-redes pela frente (falhanço incrível!) e uma boa iniciativa do Gaitán na esquerda, que cruzou com a bola a percorrer a pequena-área sem ninguém lhe “encostar”. Por sua vez, o Zenit teve uma boa chance, com o André Almeida a salvar no último momento. O jogo decorria muito repartido, mas aos 79’ numa rara desatenção da nossa defesa, o Zenit fez o único golo do encontro: centro do Hulk na direita e entrada do Danny com um remate em volley já muito perto do Júlio César, que ainda tocou na bola. Até final, não conseguimos criar mais perigo e ainda vimos o Luisão levar um segundo amarelo numa jogada em que mais valia deixar o adversário seguir. Nessa altura, ainda não sabíamos que nem à Liga Europa íamos e a presença do capitão seria importante no jogo frente ao Leverkusen.
Quando o melhor jogador do Benfica é o André Almeida, está tudo dito. Ainda por cima a jogar a defesa-esquerdo e a levar com o Hulk durante o jogo todo! Raramente foi batido, facto para o qual contribuiu a enorme concentração com que abordava cada lance, jogando quase sempre em antecipação, a única maneira de parar o brasileiro. O Enzo Pérez fez um jogo razoável e partiram do Gaitán, apesar de alguma lentidão na parte inicial, as nossas melhores jogadas. Depois da desconcentração inicial, o Jardel subiu de produção, mas o Samaris (que levou um amarelo idiota que também o afastará do jogo frente aos alemães) continua a não mostrar que vale os 10M€ que pagámos por ele. Segundo as estatísticas, o Lima foi dos que correram mais, mas de uma maneira completamente improdutiva. Está numa forma horrível! O Salvio teve a tal grande oportunidade na 1ª parte, porém demonstrou grande irregularidade ao longo do jogo.
Houve vários factores que contribuíram para este fracasso europeu e espero que internamente sejam analisados convenientemente (em especial, as insuficiências do plantel). Os números não enganam e são cruéis, mesmo que o contexto seja variável: em cinco anos de Champions com o Jesus, só por uma vez passámos aos oitavos. Isto é o que ficará para a história, não o facto de no ano passado termos sido eliminados com 10 pontos e este ano podermos sair das competições europeias com sete pontos, quando na época do Koeman seguimos em frente na Liga dos Campeões com… oito. Sim, não tivemos sorte no sorteio, mas isso não é desculpa: se não é a primeira vez que uma equipa do pote 1 é eliminada da Europa na fase de grupos, não deve andar longe. O nosso prestígio internacional não se deve aos 33 campeonatos, mas às prestações europeias e isso não foi convenientemente tido em conta por quem de direito. Não, não estou a entrar em contradição quando digo que o meu grande desejo para esta época é o bicampeonato. Claro que é, mas nunca me passou pela cabeça ver a Europa no sofá em 2015. É uma vergonha no nosso palmarés e coloca-nos ao nível de um (com todo o respeito) Rio Ave ou Estoril. Ou da lagartada do ano passado.
Posto isto, com o descanso europeu que vamos ter em 2015, exijo ao Benfica o bicampeonato. Sim, o nosso plantel é bem mais fraco do que o dos assumidamente corruptos, mas estes estão três pontos atrás de nós e vão ter a Europa para se desgastarem. Ou ganhamos o campeonato ou esta época será um fracasso. A resposta que vamos dar em Coimbra já no domingo irá ser muito esclarecedora sobre se isto estará ou não na mente dos jogadores. E é bom que esteja!
Não entrámos nada bem na partida, com o Jardel a voltar a oferecer um golo aos russos, mas felizmente estes com menos pontaria do que em Lisboa. Mas não foi só o Jardel, também o Samaris teve perdas de bola inadmissíveis na nossa zona defensiva. A partir dos 20’ estabilizámos e o Zenit deixou de criar perigo. O jogo estava muito desinteressante, mas tivemos a melhor oportunidade até ao intervalo, com uma boa arrancada do Gaitán que cruzou para o Salvio acertar… na perna de apoio do guarda-redes! A sorte protegeu os russos.
Voltámos bastante melhor na 2ª parte, a dominar completamente nos primeiros 20’. Infelizmente, revelámos novamente a falta que um Cardozo (que “não jogava nada, só sabia marcar golos, a maior deles era só encostar”) faz. É que tivemos um par de lances em que era mesmo “só encostar”, nomeadamente um remate muito torto do Luisão quando tinha só o guarda-redes pela frente (falhanço incrível!) e uma boa iniciativa do Gaitán na esquerda, que cruzou com a bola a percorrer a pequena-área sem ninguém lhe “encostar”. Por sua vez, o Zenit teve uma boa chance, com o André Almeida a salvar no último momento. O jogo decorria muito repartido, mas aos 79’ numa rara desatenção da nossa defesa, o Zenit fez o único golo do encontro: centro do Hulk na direita e entrada do Danny com um remate em volley já muito perto do Júlio César, que ainda tocou na bola. Até final, não conseguimos criar mais perigo e ainda vimos o Luisão levar um segundo amarelo numa jogada em que mais valia deixar o adversário seguir. Nessa altura, ainda não sabíamos que nem à Liga Europa íamos e a presença do capitão seria importante no jogo frente ao Leverkusen.
Quando o melhor jogador do Benfica é o André Almeida, está tudo dito. Ainda por cima a jogar a defesa-esquerdo e a levar com o Hulk durante o jogo todo! Raramente foi batido, facto para o qual contribuiu a enorme concentração com que abordava cada lance, jogando quase sempre em antecipação, a única maneira de parar o brasileiro. O Enzo Pérez fez um jogo razoável e partiram do Gaitán, apesar de alguma lentidão na parte inicial, as nossas melhores jogadas. Depois da desconcentração inicial, o Jardel subiu de produção, mas o Samaris (que levou um amarelo idiota que também o afastará do jogo frente aos alemães) continua a não mostrar que vale os 10M€ que pagámos por ele. Segundo as estatísticas, o Lima foi dos que correram mais, mas de uma maneira completamente improdutiva. Está numa forma horrível! O Salvio teve a tal grande oportunidade na 1ª parte, porém demonstrou grande irregularidade ao longo do jogo.
Houve vários factores que contribuíram para este fracasso europeu e espero que internamente sejam analisados convenientemente (em especial, as insuficiências do plantel). Os números não enganam e são cruéis, mesmo que o contexto seja variável: em cinco anos de Champions com o Jesus, só por uma vez passámos aos oitavos. Isto é o que ficará para a história, não o facto de no ano passado termos sido eliminados com 10 pontos e este ano podermos sair das competições europeias com sete pontos, quando na época do Koeman seguimos em frente na Liga dos Campeões com… oito. Sim, não tivemos sorte no sorteio, mas isso não é desculpa: se não é a primeira vez que uma equipa do pote 1 é eliminada da Europa na fase de grupos, não deve andar longe. O nosso prestígio internacional não se deve aos 33 campeonatos, mas às prestações europeias e isso não foi convenientemente tido em conta por quem de direito. Não, não estou a entrar em contradição quando digo que o meu grande desejo para esta época é o bicampeonato. Claro que é, mas nunca me passou pela cabeça ver a Europa no sofá em 2015. É uma vergonha no nosso palmarés e coloca-nos ao nível de um (com todo o respeito) Rio Ave ou Estoril. Ou da lagartada do ano passado.
Posto isto, com o descanso europeu que vamos ter em 2015, exijo ao Benfica o bicampeonato. Sim, o nosso plantel é bem mais fraco do que o dos assumidamente corruptos, mas estes estão três pontos atrás de nós e vão ter a Europa para se desgastarem. Ou ganhamos o campeonato ou esta época será um fracasso. A resposta que vamos dar em Coimbra já no domingo irá ser muito esclarecedora sobre se isto estará ou não na mente dos jogadores. E é bom que esteja!
segunda-feira, novembro 24, 2014
Dupla goleadora
Os melhores 25’ da
época, coroados com três golos, foram uma grande ajuda para derrotar o
Moreirense por 4-1 e seguir para os oitavos-de-final da Taça de Portugal. Não
sei se foi por estarmos escaldados com as dificuldades sentidas no jogo do
campeonato (o Jesus disse que sim), mas o que é certo é que entrámos muitíssimo
bem (aos 7’ já ganhávamos por 2-0) e por mim todos os jogos seriam assim: dois
golos de vantagem ao intervalo, aumentados para três nos primeiros 15’ da 2ª
parte. Uma pessoa cardíaca como eu agradeceria.
Não só entrámos
bem, como marcámos dois golões pelo Jonas: um remate em arco de fora da área
(3’), depois de uma boa iniciativa do Salvio, e um desvio do guarda-redes (7’) depois
de uma finta genial dentro da área, na sequência de bonita combinação atacante
com um toque de calcanhar do Derley a desmarcar o Gaitán, que posteriormente assistiu
o nº 17. Ao contrário do campeonato, esta partida estava a ser fácil demais e
aos 22’ fizemos o terceiro golo pelo Salvio, depois de um defesa ter impedido o
hat-trick do Jonas e ter devolvido a
bola ao argentino, que tinha feito o centro. Mas três minutos volvidos, o
Moreirense reduziu através do Ramón Cardozo de cabeça na sequência de um livre
para área muito bem marcado, mas com os nossos centrais a dormir. Até ao
intervalo, acertámos finalmente um livre estudado, com a bola entre Enzo Pérez,
Salvio e assistência para o Derley, mas um defesa impediu aquele que seria mais
um belo golo.
A 2ª parte começou
com o Ola John no lugar do apagado (e poupado para São Petersburgo) Gaitán, mas
foi o Moreirense a criar perigo num remate rasteiro que o Júlio César defendeu
para canto. Era fundamental acabar de vez com a partida e o Salvio assim o fez
aos 57’, depois de um bom toque do Derley e uma excelente simulação do
argentino, que tirou um adversário do caminho e desviou do guarda-redes. Até
final, controlámos perfeitamente os acontecimentos, o Jesus aproveitou para
poupar o Salvio e o Enzo para a Rússia, e o guarda-redes Marafona infelizmente
impediu o terceiro golo do Jonas num remate rasteiro muito a propósito.
Destaques óbvios
para Jonas e Salvio, e não só pelos golos. O brasileiro é mesmo craque e já
leva sete golos (cinco na Taça). Cada vez que toca na bola, esta parece que
fica mais redonda e é um prazer ver a inteligência com que joga. Espero que
estes golos e assistências façam o Salvio voltar à velha forma e deixar de lado o seu lado complicativo dos últimos tempos.
Referência obrigatória também para o Derley, sempre muito combativo e com
qualidade nalguns toques de bola, foi só pena a lesão muscular já no final que
o deverá afastar por algumas semanas. Neste momento, acho-o em melhor forma que
o Lima, pelo que esta paragem é uma grande chatice. Gostei um pouco mais do
Cristante, que tem bom toque de bola e faz excelentes passes a longa distância,
mas é preciso que seja posto à prova num jogo mais difícil. Parece-me um pouco
lento na recuperação depois de ser batido por um adversário, o que, jogando a
trinco, não é um bom cartão de visita.
Foi um óptimo
ensaio para a próxima 4ª feira, em que é essencial não perder na visita ao
Zenit para podermos seguir nas provas europeias. Os russos não estarão tão
fortes como no início da época, mas vai ser certamente uma partida muitíssimo
complicada. É bom que estejamos inspirados, porque é fundamental seguirmos na
Europa.
quarta-feira, novembro 19, 2014
Arménia e Argentina
Dupla vitória da selecção nacional por 1-0 em dois encontros naturalmente
muito diferentes. O mais importante era obviamente frente aos arménios de
qualificação para o Euro 2016, que foi muito mais difícil do que se esperava,
tendo o golo surgido apenas aos 72’ pelo inevitável Cristiano Ronaldo. Confesso
que, perante o desacerto generalizado de quase todos, cheguei a ver as coisas
mal paradas, até porque os arménios ainda fizeram um ou outro contra-ataque
perigoso. No entanto, felizmente lá conseguimos marcar e agora estamos bem
posicionados no grupo logo atrás da Dinamarca (que foi ganhar à Sérvia), que contudo
tem mais um jogo. Vai ser difícil não nos qualificarmos.
Ontem frente à Argentina, a partida teve menos interesse tal como se esperava.
Estes particulares servem para federações encherem os bolsos e para comunicação
social gastar horas de emissão a fazer conjecturas tipo “tira-teimas para ver
quem é o melhor do mundo”. Se fosse só por este jogo, o prémio não ia nem para
o C. Ronaldo nem para o Messi, obviamente. Tivemos sorte em não ter sofrido nenhum
golo numa 1ª parte horrível e marcámos já nos descontos através da nova
coqueluche do lado esquerdo da defesa de quem eu nunca tinha ouvido falar:
Raphael Guerreiro. Dos que nos interessam verdadeiramente, o Enzo Pérez não
entrou e o Gaitán jogou os segundos 45’ mas aparentemente não se aleijou. Ou
seja, para mim o objectivo principal do jogo foi cumprido!
segunda-feira, novembro 10, 2014
Suadíssimo
Vencemos na Madeira
o Nacional por 2-1 e depois tivemos o duplo brinde
dos empates dos assumidamente corruptos no Estoril (2-2) e da lagartada em casa com o Paços de
Ferreira (1-1). Foi um fim-de-semana (quase) perfeito!
Com o Enzo Pérez a
trinco e o Jonas ao lado do Lima, não poderíamos ter entrado pior na Choupana,
ao sofrer um golo logo aos 52 segundos de jogo! “Olha que bom”, pensei eu, uma
partida tremendamente difícil iniciar-se logo em desvantagem…! Felizmente, a
nossa resposta não tardou com a igualdade pela cabeça do Salvio aos 7’ num frango do guarda-redes Rui Silva. Era
fundamental não ficarmos muito tempo em desvantagem, o que felizmente
aconteceu. O encontro disputava-se num ritmo muito rápido, com ambas as equipas
a tentarem marcar. Numa dessas ocasiões, valeu-nos o Júlio César numa excelente
defesa a um remate rasteiro à entrada da área (zona de onde já tinha surgido o
golo). Colocar o Enzo a trinco tem essa desvantagem de deixar a zona central
mais desguarnecida… Um remate do Jonas proporcionou igualmente uma boa defesa
ao guarda-redes e, na sequência desse canto, o mesmo Jonas fez o nosso segundo
golo: bola para a área, lance confuso, toque do Luisão que encontrou o nº 17 em
linha (sim, parece-me em linha! A não ser que queiramos andar a medir o tamanho
do calçado dos jogadores…) e desvio deste para a baliza. Dávamos a volta aos
jogo aos 19’, o que era excelente, porque já se sabe que, a seguir aos jogos
europeus, as nossas segundas partes são sempre piores do que as primeiras. Até
ao intervalo, um remate do Gaitán poderia ter tido melhor destino, mas foi o Salvio
que falhou inacreditavelmente o 1-3 numa péssima cabeçada quando estava sozinho
só com o guarda-redes pela frente. Imperdoável!
A nossa 2ª parte
foi, tal como se previa, muito pior. Acusámos desgaste físico (difícil de
compreender, já que só decorreram pouco mais de três meses na época e o jogo
europeu foi há cinco dias…), o que fez com que não criássemos perigo quase
nenhum. Ao invés, como estamos muito longe da segurança defensiva da época
passada, passámos por alguns calafrios. O Jesus colocou o Samaris no lugar do
Lima, para tentar controlar o meio-campo, mas o grego teve um par de passes
errados que resultaram em oportunidades para o outro lado… O Júlio César acabou
por não fazer nenhuma defesa de golo, mas o jogo decorreu com enormes
sobressaltos até final. Aos 70’, o fiscal-de-linha tem um erro muito grave ao
assinalar fora-de-jogo inexistente ao ataque do Nacional, quando um jogador
deles ficaria isolado. O Júlio César nem se fez ao lance quando o jogador
rematou para a baliza, pelo que tentar converter isto num golo anulado é
inequívoco sintoma de má-fé. Resta acrescentar que, já na 1ª parte, o fiscal do
outro lado tinha errado em três(!) foras-de-jogo, dois deles com prejuízo para
nós. O Sr. Bruno Paixão anda muito mal auxiliado. Desta feita o Jesus esgotou
as substituições, mas ficou provado porque é que raramente o faz: o Samaris não
teve a melhor das entradas e o Pizzi nos minutos finais falhou na tentativa de
reter a posse de bola. Quando o apito final surgiu, o meu suspiro de alívio
deve ter-se ouvido na Choupana…
Não houve ninguém
que se tivesse destacado por aí além, também porque a nossa exibição colectiva
esteve a léguas de ser brilhante. Menção para o Jonas pelo golo da vitória e
para o Júlio César pela segurança na baliza. O Salvio também foi obviamente
importante pelo golo do empate, mas aquele falhanço escandaloso só não me fica
atravessado, porque ganhámos. O Talisca esteve mais discreto, mas quando teve
bola geralmente decidiu bem. O Enzo a trinco apaga-se um bocado.
Com os resultados
deste fim-de-semana, temos agora o Guimarães a dois pontos, o CRAC a três (e
estragou a perfeição do fim-de-semana, ao não ter ficado a quatro, por causa do
empate que surgiu já aos 93’…!) e a lagartada
a oito! O campeonato vai agora parar para as selecções e para a Taça de
Portugal, e espero que consigamos recuperar alguns dos lesionados quando voltar
daqui a três semanas. Pode ser que o nosso nível exibicional melhore, mas,
enquanto continuarmos a ganhar, não me vou queixar…!
P.S. – A lagartada está muito indignada com a
arbitragem do seu jogo, mas no golo anulado ao Montero o Slimani faz-se à bola,
pelo que o fora-de-jogo é bem assinalado. [Adenda: manda a honestidade intelectual que faça aqui uma correcção: não sabia que a lei tinha mudado. Consultei o site da FIFA relativo às regras de jogo e agora só é assinalado fora-de-jogo a um jogador nesta situação se ele tocar na bola - pág. 111, exemplo 3. Como o Slimani, apesar de correr para a bola, não lhe tocou, não lhe deveria ter sido assinalado fora-de-jogo. O fiscal-de-linha errou e o golo foi mal anulado.] Quanto ao CRAC, depois de um penalty
incrível não assinalado ao Casimiro na 1ª parte (o que valeu foi que do canto
resultou o golo do empate do Estoril), o Sr. Artur Soares Dias já não teve
coragem de não assinalar outro descarado a 10’ do fim. Palavra de apreço ao
Tozé, emprestado pelo CRAC ao Estoril, que não fez como o guarda-redes Hilário
aqui há uns anos, e foi profissional na altura de o marcar fazendo o 2-1.
Infelizmente, tratando-se de um clube que envergonha o desporto, não lhe auguro
grande futuro nele…
quarta-feira, novembro 05, 2014
Balão de oxigénio
Vencemos o Mónaco
por 1-0 e mantivemo-nos na luta por um lugar nos oitavos da Champions, até porque o Bayer Leverkusen nos fez o favor
de ir ganhar ao Zenit (2-1) e assim nós ficámos igualados com os russos e a um
ponto dos franceses. Foi uma partida tremendamente complicada, em que só
conseguimos marcar muito perto do final pelo inevitável Talisca.
Iniciámos o jogo
com o Jardel e o Derley, nos lugares do Lisandro e do Lima, e com o Gaitán supostamente
recuperado dos problemas nas costas. A 1ª parte foi fraquita, mas
dever-nos-íamos ter colocado em vantagem logo aos 5’, quando o Salvio, isolado
pelo Talisca na direita e só com o guarda-redes pela frente, atirou ao lado. A
partida foi muito dividida e com poucas ocasiões para ambos os lados, acabando
uma magnífica defesa do Júlio César numa cabeçada num livre por não contar por
ter sido assinalado fora-de-jogo. Em cima do intervalo, tivemos a melhor
ocasião numa boa combinação atacante, em que o Gaitán rematou dentro da área,
mas a perna de um defesa desviou a bola que aparentemente ia direita à baliza.
A 2ª parte foi mais
interessante e jogada a um ritmo mais alto. O Mónaco criou uma grande situação,
com o Carrasco a desembaraçar-se do André Almeida e Jardel, ficar só com o
Júlio César pela frente, mas este fez uma mancha
excelente e impediu a bola de ir para a baliza. Aos 64’, o Jesus mexeu e
colocou o Lima no lugar do amarelado Samaris,
mas curiosamente a equipa demorou um bocado a encontrar-se depois desta
alteração, até porque o Enzo Pérez dava mostras de dificuldades físicas e perdemos
um pouco o controlo do meio-campo. Porém, nos últimos 15’ começámos a carregar
mais e chegámos ao golo aos 82’ num canto do Gaitán para o primeiro poste,
excelente desvio de cabeça do Derley para o segundo e o Talisca a aparecer
isolado a fuzilar o guarda-redes. Foi um enorme alívio! Alívio esse que poderia
ter tido o seu efeito anulado logo a seguir, quando o Jardel arriscou muito num
carrinho e tocou a bola com o braço dentro da área. O Sr. Fernandez Borbalán,
que minutos antes tinha inacreditavelmente cortado uma jogada nossa de três
para um para assinalar falta… a nosso favor(!), poderia bem ter marcado
penalty. Até final, conseguimos circular bem a bola e manter o Mónaco afastado
da nossa baliza.
Em termos
individuais, destaque natural para o Talisca pelo golo decisivo, para o Derley,
que se fartou de lutar, receber bem a bola de costas para a baliza e arriscar
nas movimentações e passes (acho óbvio que está em muito melhor forma do que o
Lima), e do Jardel (apesar de uma ou outra falha, mas já se sabe que ele não é
nenhum Garay). O Salvio continua tremendamente complicativo, o Enzo Pérez pouco
disponível fisicamente e o Gaitán parece ainda condicionado pela lesão. Assim
se justifica a nossa pouca produção atacante, porque o Talisca não pode fazer
tudo. O Samaris melhorou em relação ao Rio Ave, mas continua muito longe de
justificar um investimento de 10M€. Nem metade disso… Mantemos o problema no
banco, porque sem o Ola John estamos reduzidos a 12 jogadores. Antes do golo, a
opção era entrar… o Bebé. Estamos conversados quanto a isto… Por isso é que o
Gaitán e Enzo são espremidos até ao tutano.
O fundamental agora
é não perder na Rússia, porque presumivelmente o Leverkusen ganhará em casa ao
Mónaco e ficará automaticamente apurado, o que poderá querer dizer que virá
jogar à Luz na última jornada sem alguns titulares. Assim sendo, fazendo nós
quatro pontos e não ganhando o Zenit no Mónaco, apurar-nos-íamos. Mas mesmo que
o Zenit ganhasse, teríamos a Liga Europa. Sim, porque o que eu não quero mesmo
é ver a Europa no sofá a partir de Janeiro.
sábado, novembro 01, 2014
Muito sofrido
Vencemos o Rio Ave por 1-0 e vamos continuar na liderança isolada do
campeonato. Foi um triunfo imensamente complicado perante uma equipa que já nos
tinha complicado a vida na Supertaça. A incerteza pairou durante toda a partida
e o final foi um enorme alívio para todos nós.
Não entrámos nada bem e a 1ª parte foi praticamente para esquecer. Com o Gaitán a revelar problemas físicos e a ficar no banco, o Jesus colocou o Talisca na esquerda e o André Almeida para substituir o lesionado Eliseu. Mas o brasileiro a jogar a extremo é um enorme desperdício e, com o Salvio muito complicativo, não tínhamos ninguém para criar grandes situações de perigo. Um remate do Lima que o Cássio defendeu (mas incrivelmente não foi canto) e uma cabeçada do Lisandro López num canto, foi tudo o que tivemos para apresentar. O Rio Ave só teve um remate com algum perigo, mas o Júlio César defendeu bem.
Na 2ª parte, o Jesus tirou o inoperante Samaris, colocou o Gaitán e a música foi logo outra. Entrámos mais pressionantes, mais velozes e o argentino poderia ter aberto o marcador logo de início quando, só com o Cássio pela frente, rematou por cima na recarga a um livre do Lima. O Rio Ave aproveitava o nosso balanceamento atacante para contra-atacar e também se começou a acercar com perigo da nossa baliza. O único golo surgiu aos 60’ num remate em arco de fora da área do inevitável Talisca. Perdão, não foi um golo, foi um golão! O mais difícil estava feito, mas até final ainda passámos por muitos sobressaltos, porque resolvemos dar uma de tiki-taka e querer entrar com a bola colada ao pé dentro da baliza, quando o que se pedia era remates. Como não matávamos o jogo, o Rio Ave foi sempre acreditando e chegou a marcar um golo, anulado devido a fora-de-jogo. É no limite, mas está fora-de-jogo, portanto vou achar muita piada a esta nova teoria que se vai ouvir durante a semana de “poderia não ter marcado”. Pois poderia, mas o jogador está ligeiramente adiantado! Já quase no final, uma cabeçada do Tarantini passou muito perto do nosso poste e gelou-me o sangue. Com o derradeiro apito, voltei a conseguir respirar, mas saí logo do estádio algo chateado por termos feito tanta cerimónia na altura de rematar à baliza e nos termos sujeitado a um “lance fortuito” que esteve em vias de acontecer. (Sim, eu sei, ganhámos, mas saí chateado. Acontece, porque nem sempre está tudo mal quando se perde, como também não tem que estar tudo bem só porque se ganha.)
Em termos individuais, óbvio destaque para o Talisca. Nove jogos, oito golos é um cartão de visita tremendo e, tal como disse do Markovic no ano passado, é bom que desfrutemos dele durante esta época, porque a continuar assim a probabilidade de o manter para o ano é muito pouca. Gostei do esforço do André Almeida na esquerda, embora tenha inventado num lance que nos poderia ter saído caro. O Júlio César praticamente não teve trabalho e vamos lá a ver se acaba o seu entra-sai da equipa. O Enzo Pérez esteve um pouco melhor que nas partidas anteriores, ao invés do Samaris que, apesar de se perceber que não é mau jogador, tarda em justificar os 10M€ investidos nele. Por aquele valor, tem que mostrar mais e pode começar já a fazê-lo não passando a vida a jogar para o lado e para trás. O Lima continua numa forma muito sofrível, apesar de ser um constante batalhador. Quanto ao Salvio, temos que lhe oferecer um descomplicómetro.
Na próxima 3ª feira, temos uma partida decisiva para a nossa continuidade nas competições europeias. Qualquer resultado que não uma vitória, afasta-nos delas. Se o campeonato é (e bem) a prioridade, não me passa pela cabeça ver a Europa no sofá a partir de Janeiro. Espero que esta vitória volte a dar à equipa alguma confiança e tranquilidade perdidas com a derrota em Braga.
Não entrámos nada bem e a 1ª parte foi praticamente para esquecer. Com o Gaitán a revelar problemas físicos e a ficar no banco, o Jesus colocou o Talisca na esquerda e o André Almeida para substituir o lesionado Eliseu. Mas o brasileiro a jogar a extremo é um enorme desperdício e, com o Salvio muito complicativo, não tínhamos ninguém para criar grandes situações de perigo. Um remate do Lima que o Cássio defendeu (mas incrivelmente não foi canto) e uma cabeçada do Lisandro López num canto, foi tudo o que tivemos para apresentar. O Rio Ave só teve um remate com algum perigo, mas o Júlio César defendeu bem.
Na 2ª parte, o Jesus tirou o inoperante Samaris, colocou o Gaitán e a música foi logo outra. Entrámos mais pressionantes, mais velozes e o argentino poderia ter aberto o marcador logo de início quando, só com o Cássio pela frente, rematou por cima na recarga a um livre do Lima. O Rio Ave aproveitava o nosso balanceamento atacante para contra-atacar e também se começou a acercar com perigo da nossa baliza. O único golo surgiu aos 60’ num remate em arco de fora da área do inevitável Talisca. Perdão, não foi um golo, foi um golão! O mais difícil estava feito, mas até final ainda passámos por muitos sobressaltos, porque resolvemos dar uma de tiki-taka e querer entrar com a bola colada ao pé dentro da baliza, quando o que se pedia era remates. Como não matávamos o jogo, o Rio Ave foi sempre acreditando e chegou a marcar um golo, anulado devido a fora-de-jogo. É no limite, mas está fora-de-jogo, portanto vou achar muita piada a esta nova teoria que se vai ouvir durante a semana de “poderia não ter marcado”. Pois poderia, mas o jogador está ligeiramente adiantado! Já quase no final, uma cabeçada do Tarantini passou muito perto do nosso poste e gelou-me o sangue. Com o derradeiro apito, voltei a conseguir respirar, mas saí logo do estádio algo chateado por termos feito tanta cerimónia na altura de rematar à baliza e nos termos sujeitado a um “lance fortuito” que esteve em vias de acontecer. (Sim, eu sei, ganhámos, mas saí chateado. Acontece, porque nem sempre está tudo mal quando se perde, como também não tem que estar tudo bem só porque se ganha.)
Em termos individuais, óbvio destaque para o Talisca. Nove jogos, oito golos é um cartão de visita tremendo e, tal como disse do Markovic no ano passado, é bom que desfrutemos dele durante esta época, porque a continuar assim a probabilidade de o manter para o ano é muito pouca. Gostei do esforço do André Almeida na esquerda, embora tenha inventado num lance que nos poderia ter saído caro. O Júlio César praticamente não teve trabalho e vamos lá a ver se acaba o seu entra-sai da equipa. O Enzo Pérez esteve um pouco melhor que nas partidas anteriores, ao invés do Samaris que, apesar de se perceber que não é mau jogador, tarda em justificar os 10M€ investidos nele. Por aquele valor, tem que mostrar mais e pode começar já a fazê-lo não passando a vida a jogar para o lado e para trás. O Lima continua numa forma muito sofrível, apesar de ser um constante batalhador. Quanto ao Salvio, temos que lhe oferecer um descomplicómetro.
Na próxima 3ª feira, temos uma partida decisiva para a nossa continuidade nas competições europeias. Qualquer resultado que não uma vitória, afasta-nos delas. Se o campeonato é (e bem) a prioridade, não me passa pela cabeça ver a Europa no sofá a partir de Janeiro. Espero que esta vitória volte a dar à equipa alguma confiança e tranquilidade perdidas com a derrota em Braga.
segunda-feira, outubro 27, 2014
Encomenda
Perdemos em Braga
(1-2) e vimos a nossa vantagem reduzida para um ponto em relação ao CRAC. A
partida foi muito difícil, como já se esperava, dentro, à volta e fora do
relvado. Desde há uns anos para cá que as idas a Braga têm sempre umas encomendas extra-futebol e esta não foi
excepção: ou são agressões no túnel ao intervalo, ou é a luz que falta
não-sei-quantas vezes na 1ª parte ou são agressões no relvado que só a muito
custo levam… amarelo. Enfim, é sempre cá um destes azares… Curioso é também
o facto de os cinco pontos que perdemos até agora para o campeonato terem em
comum… os jogos serem arbitrados pelo Sr. Marco Ferreira.
Não poderíamos ter
um início mais auspicioso com o nosso golo logo aos 2’ numa boa combinação
atacante pela esquerda, com o Gaitán a desmarcar o Eliseu, que temporizou muito
bem e assistiu o Talisca na marca de penalty para um desvio precioso sobre o
guarda-redes. Para um jogo difícil, nada melhor que um começo destes, que aliás
se prolongou durante a primeira meia-hora. O Braga estava completamente às aranhas, o Lima proporcionou ao
guarda-redes Matheus a primeira de uma série de defesas decisivas, o Talisca
teve um bom remate fora da área que também criou perigo, o nosso domínio era
total. O problema é que não conseguimos marcar o (merecido) segundo golo, que
nos daria outra tranquilidade. Aos 28’, num contra-ataque nosso muito mal
resolvido pelo Lima, a bola aliviada pela defesa do Braga encontra um jogador
deles no meio-campo que dá origem a um contra-ataque que terminou com o Éder a
fazer a igualdade. Foi um balde de água
fria muito imerecido naquela altura. Até ao intervalo, o Salvio e o Talisca
ainda tiveram remates que poderiam ter tido melhor destino.
Nestes jogos após
as competições europeias, as nossas segundas partes costumam não ser tão boas
como as primeiras e ontem não foi excepção. Ainda para mais, este ano há a
agravante de não termos um banco à altura. O Braga entrou muito melhor que nós
e foi aproximando-se da nossa baliza, com alguns remates que o Artur foi defendendo.
Cerca da uma hora de jogo, o Jesus fez entrar o Jonas para o lugar do amarelado
Samaris e o jogo virou a nosso favor. Acelerámos os processos atacantes e fomos
começando a criar perigo para a baliza do Braga. O problema é que o Lima está
muito fora de forma e não temos matador
à altura neste momento. O Braga lá ia contra-atacando com menos frequência, mas
num desses lances aos 81’ deu a volta ao marcador num remate da esquerda do
Salvador Agra, que passou por entre as pernas do Maxi e bateu no poste antes de
entrar na baliza do Artur. Em directo pareceu-me frango, até porque a bola entra no ângulo mais próximo, mas na
repetição vê-se que o remate é muito puxado e com força. Poderia ser defensável
se o Artur fosse mais rápido, mas não o qualificaria como frango. Até final, quase não houve jogo, como é habitual naquele
sítio e com o inevitável sururu perto do banco do Braga, mas mesmo assim mesmo no último minuto de compensação, o Matheus fez
duas defesas impossíveis no mesmo lance a uma cabeçada do Gaitán e à recarga do
Maxi. A sorte não quis mesmo nada connosco.
Em termos
individuais, gostei do Talisca naquela primeira meia-hora e também a espaços do
Gaitán e do Eliseu. O Salvio está muito individualista e precisa de soltar mais
a bola, o Enzo Pérez é bom que se mentalize que a época já começou, e o Lima
convinha que melhorasse rapidamente, porque precisamos de um avançado que
marque com regularidade. Todos os outros estiveram a um nível mediano e é
significativo que num jogo que perdemos o Jesus só tenha feito uma
substituição.
O grande objectivo
que era chegar a Mordor com os quatro pontos de vantagem já não vai ser
conseguido. Marcámos passo na primeira deslocação difícil, num jogo em que até
nem jogámos mal, mas em que sofremos em dois contra-ataques. Agora é manter a
cabeça fria e tornar este desaire fortuito com vitórias nos próximos jogos.
P.S. – O Sr. Marco
Ferreira teve uma arbitragem muito habilidosa (aliás na senda do que já tinha
feito no jogo frente aos lagartos ao Boavista). O
Danilo do Braga teve três(!) lances para amarelo na 1ª parte e só viu um.
Acabou o jogo com cinco(!) lances para amarelos, só vendo o segundo já no
período de compensação. O Ruben Micael agride o Jonas com os pitons e só vê
amarelo. O Braga fez o dobro(!) das nossas faltas, deu trancada à moda antiga e amarelos só a muito custo. Para além do
aspecto disciplinar que nos condicionou muito, há uma placagem clara na área ao
Gaitán na 2ª parte, num lance onde está a bola(!), portanto nem se pode dizer
que o árbitro não estava a olhar para lá, e penalty nem vê-lo. O Braga queixa-se
de dois penalties a favor deles, mas o primeiro é uma jogada embrulhada entre o
Eliseu e o Pardo, e no segundo há falta do Lisandro, sim senhor, mas o que eles
se esqueceram de referir é que o
avançado arrancou de um metro(!) fora-de-jogo, que não foi assinalado.
quinta-feira, outubro 23, 2014
Empate
Para não variar nos jogos da Liga dos Campeões, entrámos pessimamente no
encontro. Os primeiros 25’ foram todos do Mónaco que se fartou se nos
pressionar e falhou uma bola de baliza aberta, por causa de um ressalto no
(mau) relvado do seu estádio. Nós alinhámos com a equipa previsível, com o
André Almeida a trinco, e até ao intervalo também tivemos uma boa chance
através do Lima, que o guarda-redes defendeu bem.
Os franceses voltaram a ter uma situação de golo no início da 2ª parte, com
um remate a rasar o poste, mas depois acabaram ofensivamente. Nós fomos
melhorando de nível e obrigámos o guarda-redes deles a difíceis defesas
juntamente com uns quantos remates que deveriam ter tido melhor direcção. Foi
pena aquela jogada e posterior remate do Gaitán não ter entrado… A cerca de 15’
do final, o Lisandro, já com amarelo, teve uma entrada estúpida sobre o João
Moutinho (olha quem…) e foi naturalmente estúpido. Se estávamos por cima do
encontro até essa altura, deixámos rapidamente de estar e o objectivo passou a
ser manter a igualdade, porque não dava mesmo para mais.
Em termos individuais, elejo o André Almeida como o melhor do Benfica.
Muito certo a defender e a libertar rapidamente a bola, foi o que se pede a um
trinco. Gostei a espaços do Talisca, mas a 100% do Maxi Pereira e Luisão, que
souberam sempre transmitir calma aos colegas. O Artur está mais confiante,
embora devesse ter saído a um ou outro cruzamento. Ao invés, esperava mais do
Gaitán e Enzo Pérez, que me pareceram longe da condição física ideal. E o Lisandro simplesmente NÃO pode ter um lance daqueles depois de já estar amarelado!
Sinceramente, eu já só faço contas ao apuramento para a Liga Europa: se
ganharmos os dois jogos em casa e empatarmos no Zenit, devemos lá chegar. Sim,
porque as finais perdidas ingloriamente ainda me estão (muito) atravessadas.
Mas antes disso temos é que nos concentrar no campeonato e o próximo encontro
em Braga vai ser bastante complicado. É fundamental trazer os três pontos, para
manter a pressão do lado dos rivais.
sábado, outubro 18, 2014
Jonas
Um hat-trick do Jonas, numa
estreia de sonho a titular, permitiu-nos eliminar o Covilhã (3-2) na 3ª
eliminatória da Taça de Portugal. Foi um jogo muito mais difícil do que se
esperava, também porque alinhámos com uma equipa constituída maioritariamente
por segundas linhas.
Não poderíamos ter entrado melhor, com uma arrancada do Ola John logo no
minuto inicial que terminou num claro derrube na área. Penalty indiscutível e o
Jonas a enganar o guarda-redes. Pensei que seria um passeio, mas não poderia ter
estado mais errado. Uma oferta do
Benito (como é que se pode não cortar uma bola daquelas?!) deixou que um
adversário se isolasse e repusesse a igualdade aos 9’. A partida estava muito
repartida e o Covilhã dava boa réplica. Nós até mostrávamos vontade, mas as
coisas não nos estavam a sair nada bem. Outra contrariedade ainda na 1ª parte,
com a lesão do Ola John e a estreia do ainda júnior Gonçalo Guedes, que deu
muito boa conta do recado. Uma boa jogada colectiva terminou num remate do
Pizzi, que o guarda-redes defendeu por instinto, mas ao 43’ aconteceu um balde de água fria com o 2-1 para os locais. Falta escusada do Gonçalo
Guedes, centro para a área e os centrais a dormir.
Confesso que estava a ver as coisas muito mal paradas, porque o Jesus
arriscou ao não levar nenhum titular nem para o banco e teriam de ser os que
estavam em campo a dar a volta ao jogo. O que felizmente acabou por acontecer
na 2ª parte. Aos 54’ golão do Jonas numa grande abertura do Cristante! O
brasileiro, sem deixar a bola cair no chão, deu um toque com a parte exterior
do pé e desviou a bola do guarda-redes. Que golo fabuloso! A partir daqui, deu
sempre a sensação que era uma questão de tempo até nos colocarmos em vantagem,
porque o Covilhã começava a quebrar fisicamente. O golo da vitória lá surgiu
aos 71’ numa grande arrancada do Gonçalo Guedes e num óptimo passe do Pizzi a
desmarcar o Jonas, que fez a bola passar por cima do guarda-redes. Até final,
ainda permitimos que o Covilhã jogasse mais no nosso meio-campo do que seria
desejável, mas conseguimos manter o nulo.
Em termos individuais, óbvio destaque para o Jonas. Três golos, sendo dois
deles muito bons, e uma série de pormenores de classe demonstraram que este não
engana: é mesmo craque! Também gostei bastante do Gonçalo Guedes que, com 17
anos, é uma enorme pérola e só foi pena que não tivesse marcado no último lance
de encontro. O Cristante melhorou em relação a Leverkusen (também não era
difícil…) e a abertura para o segundo golo é fantástica. O Bebé ainda fez duas
ou três arrancadas, mas tem que melhorar (e muito) a qualidade dos centros.
Nota negativa para o Benito, que até me tinha surpreendido favoravelmente na
pré-época, mas hoje esteve completamente desastrado (e ligado ao 1º golo do
Covilhã). O Pizzi no lugar do Enzo também não me convence, embora me pareça bom
jogador.
Seguimos em frente que é o que era importante, mas arriscámos demasiado ao
não convocar praticamente nenhum titular. Agora temos que nos concentrar na
partida em Braga, porque é imperioso que cheguemos a casa do CRAC no mínimo com
a vantagem actual.
P.S. – A lagartada foi ganhar a
casa do CRAC (3-1) e eliminou-os da Taça de Portugal. Acho que o presidente do CRAC,
como pessoa coerente que é, só tem uma atitude a tomar: renovar já com o
Lopetegui!
quarta-feira, outubro 15, 2014
Estrelinha
Vencemos na Dinamarca por 1-0 com um golo do Cristiano Ronaldo aos 95’! A
falta de sorte sempre presente na cara do Fernando Santos deve ter-se esquecido
de apanhar o avião para Copenhaga. A vitória caída do céu até acaba por ser
justa, porque se contabilizarmos as oportunidades de golo nós tivemos mais, apesar
de os dinamarqueses terem atirado uma bola ao poste.
Depois do ensaio em França, onde perdemos num particular na 6ª feira por 1-2,
a equipa esteve melhor em termos defensivos, mas a criar poucas oportunidades de
golo. O que valeu foi que os dinamarqueses pouco fizeram também, pelo que deu a
sensação que o jogo estava sempre controlado. No último minuto dos descontos, o
Quaresma sacou um bom centro e o C. Ronaldo teve uma elevação fantástica para
fazer o golo da vitória. Corrigimos assim da melhor maneira a derrota caseira
frente à Albânia e já só estamos a um ponto dos dois da frente. Podemos decididamente
começar a pensar na qualificação directa.
segunda-feira, outubro 06, 2014
Enganador
Vencemos o Arouca por 4-0 e mantivemos a vantagem na Liga. Quem olhar para
o resultado sem ter visto o jogo, pensará certamente que tivemos uma partida
fácil. Mas bastará olhar para o minuto do primeiro golo (75’) para se perceber
que sofremos bastante na Luz.
Não entrámos nada bem na partida. Sem o Enzo Pérez, que nem no banco ficou
(consequências de Leverkusen), a equipa entrou muito apática, com falta de
dinâmica, perante um Arouca que me surpreendeu, pois esteve longe de só vir
defender. Aliás, o Artur foi absolutamente essencial até ao intervalo para
manter o nulo (tal como referiu o Jesus no final), ao efectuar pelo menos três brilhantes
defesas. Quanto a nós, foram os remates do Talisca e pouco mais. Convém
acrescentar que o guarda-redes do Arouca, o Goicoechea, também se fartou de
defender. Perto do intervalo, o Lima lesionou-se o que permitiu a estreia do
Jonas.
No início da 2ª parte, houve poucas alterações no desenrolar do jogo. O
Arouca continuava muito bem organizado e teve novamente uma grande
oportunidade, mas o remate saiu felizmente ao lado. O Sr. Hugo Miguel lá
continuava a tentar irritar os nossos jogadores e perdoou escandalosamente o
segundo amarelo ao Bruno Amaro. O Pedro Emanuel, que não é parvo nenhum,
tirou-o logo a seguir. Nós começámos a carregar com mais força e o Lisandro
López (outra estreia) atirou de cabeça ao poste, tendo o Jonas falhado a
recarga. Até que a 15’ do fim, o Talisca arrancou de meio-campo, tabelou muito
bem com o Derley e finalizou de pé direito só com o guarda-redes pela frente.
Foi uma explosão de alegria no estádio e teve-se a sensação que a partir daqui
as coisas só podiam melhorar. O Arouca foi completamente abaixo e marcámos mais
três golos: grande jogada do Salvio e concretização do Derley (que ia falhando,
já que a bola ainda bateu no poste…!), e duas óptimas iniciativas do Ola John
pela esquerda, com centros para o Salvio (de cabeça) e o Jonas marcarem. Foi um
resultado muito pesado para o Arouca, mas a justeza da nossa vitória é
indiscutível.
Em termos individuais, gostei bastante do Derley que, apesar de um pouco
trapalhão, é muito esforçado e ficou com um golo e uma assistência para o seu
currículo, do Talisca (já é o melhor marcador do campeonato e mesmo os remates
da 1ª parte, foram todos à baliza) e do Ola John, que parece com vontade de
regressar aos bons velhos tempos. Depois de uma 1ª parte onde terá acusado a
paragem de quatro meses, o Lisando López subiu bastante na 2ª e aparenta mais
classe do que o Jardel. Palavra imprescindível também para o Artur, sem o qual
teríamos chegado a perder ao intervalo, e uma referência para o Jonas, ainda
naturalmente longe da melhor forma física, mas com um toque de bola que não
engana.
Confesso que cheguei a ver isto muito mal parado: o Arouca não usou o autocarro, nem fez antijogo e nós
estávamos a certa altura sem o Enzo Pérez, Gaitán e Lima. Felizmente, temos o
Talisca e por enquanto isso vai bastando. Estes jogos depois das competições
europeias são regra geral muito complicados e na nossa capacidade de resposta
vai estar uma das chaves para o campeonato. A Liga vai parar agora para as
selecções e depois Taça de Portugal, mas quando regressar vamos ter uma difícil
saída a Braga que, lá está, será depois do decisivo jogo no Mónaco. Veremos o
que acontecerá, mas nunca é demais repetir que era muito importante no mínimo
manter esta vantagem até à ida a Mordor.
quinta-feira, outubro 02, 2014
Confrangedor
Perdemos em Leverkusen (1-3) e comprometemos seriamente a passagem aos
oitavos-de-final da Champions. Está a
tornar-se um triste hábito fazer por esta altura o pior jogo do ano nas
competições europeias. No ano passado, foi em Paris, esta época na Alemanha.
A partida conta-se muito rapidamente: não entrámos em campo na 1ª parte e na 2ª parte já foi tarde demais. Os
alemães chegaram ao intervalo a ganhar por 2-0 e com mais oportunidades para
aumentar o marcador. Quanto a nós, a produção roçou o zero…
Na 2ª parte melhorámos, mas só porque o Leverkusen tirou o pé. No entanto, raramente
conseguimos criar perigo e o nosso golo caiu um bocado do céu, porque não
tínhamos feito nada para o justificar. Foi aos 62’ através do Salvio. Só que no
minuto seguinte, o árbitro de baliza inventou um penalty do Jardel sobre o
Kiessling e o desfecho da partida ficou logo ali selado.
Em termos individuais, destaques só se for pela negativa. O Jesus fez uma
grande asneira, que foi lançar às feras
o Cristante logo de início. Convém não esquecer que o miúdo tem 19 anos e só
tinha jogado 15’ em Setúbal, ainda por cima num jogo que já estava mais que
ganho. O Leverkusen entrava como queria na 1ª parte e o resultado foi
lisonjeiro para nós. Na 2ª parte, o nosso treinador lá emendou a mão e fez
entrar o Maxi e o Lima. A estreia do Júlio César na Champions com a nossa camisola ficou marcada pelo enorme frango do 1º golo (largou uma bola fácil
para a frente). O Gaitán e o Enzo só se fizeram notar pelos amarelos que
levaram. O Salvio não esteve melhor, mas tem o golo para contrabalançar um
pouco. É nestes jogos que podemos ver as limitações do Jardel e do Eliseu. E
mesmo assim, o central foi dos menos maus, assim como o André Almeida na 1ª
parte! Aliás, percebemos que algo está mal na equipa quando são estes dois os
jogadores que se destacam. O Luisão e o Maxi ainda foram segurando as pontas,
mas ninguém fez um jogo para mais tarde recordar.
Sim, o objectivo principal é o campeonato e, sim, é preferível uma final da
Liga Europa (com o troféu já agora) do que os quartos-de-final da Liga dos
Campeões, mas não podemos fazer este tipo de exibições na maior montra do
futebol europeu. A equipa esteve amorfa, apática e sem reacção. Não se percebe.
Não saímos goleados por alguma sorte e convém não esquecer que já este ano
tivemos uma passagem para esquecer pela Emirates
Cup. O nosso prestígio internacional não se coaduna com o que mostrámos
hoje. Uma coisa é não nos qualificarmos para os oitavos da Champions, outra é sairmos das competições europeias já em
Dezembro. Isso é impensável, mas corremos esse sério risco.
domingo, setembro 28, 2014
Sofrimento escusado
Vencemos o Estoril na Amoreira (3-2) e, juntamente com o empate entre a lagartada e o CRAC no WC, aumentámos a
distância para seis e quatro pontos, respectivamente. Depois da pré-época que
tivemos, estarmos com esta vantagem à 6ª jornada não me passaria pela cabeça
nem nos meus sonhos mais optimistas (que raramente os tenho quanto ao Benfica).
Não poderíamos ter melhor entrada em campo: o Talisca, que esteve em dúvida
depois da trancada que sofreu frente ao Moreirense, arrancou de meio-campo e só
parou quando meteu a bola na baliza logo aos 3’. Que golão! Cinco minutos
depois, o Gaitán roubou uma bola perto da área adversária e ofereceu o bis ao Talisca. Estava a ser fácil
demais e mais tarde a equipa deslumbrou-se por causa disso. A 1ª parte foi toda
nossa e, para além de boas combinações atacantes, atirámos duas bolas aos
postes (Lima e Jardel, este já depois de 1-2). O Estoril foi aparecendo no
jogo, fruto do nosso relaxamento, e reduziu a diferença aos 38’ na mesma jogada
em que também atirou ao poste. De um jogo completamente controlado, passámos
para uma situação de vantagem mínima que não augurava nada de bom.
Voltámos a entrar bem na 2ª parte, mas foi o Estoril a empatar a partida
aos 53’ numa boa jogada atacante. Estive mesmo a ver a nossa vida andar para
trás… Com uma vantagem de dois golos desperdiçada e o jogo da Champions a aproximar-se, temi que
desperdiçássemos esta magnífica oportunidade de alagar a vantagem. Mas aos 66’
a partida tornou-se mais fácil com o duplo amarelo (justíssimo) a um jogador do
Estoril por derrube ao Enzo Pérez. O Jesus já tinha feito entrar o Derley e o
Ola John, e foi o brasileiro a estar na jogada do golo da vitória aos 70’ ao
desmarcar-se bem, aproveitar o falhanço do guarda-redes, rematar quase sem
ângulo para o Lima só ter que encostar (pareceu-me nas imagens da televisão que
a bola não entraria se não fosse o toque do Lima). Até final, nunca mais
deixámos o Estoril voltar a criar perigo, enquanto nós ainda poderíamos ter
metido mais um (o Lima tem que afinar rapidamente a pontaria…).
Em termos individuais, destaque óbvio para o Talisca, que já leva cinco
golos no campeonato, gostei dos extremos (Gaitán e Salvio) e a espaços do Enzo.
Não é que tenha cometido grandes erros defensivos, mas o Jardel não pode ser o
nosso segundo central. Para terceiro, é perfeito, mas ser titular do Benfica
exige outra classe (a quantidade de passes mal feitos é assustadora). O Eliseu
também não esteve nada feliz. Ao invés, voltei a gostar do Samaris, que desta
vez só foi sacrificado mais tarde no jogo.
Temos um avanço interessante sobre os rivais, que nos permite neste momento
ir perder a Mordor e continuar no comando. Mas que este jogo nos sirva de lição
para o futuro, porque não podemos estar com dois golos de vantagem e oferecer o empate ao adversário.
Sofremos de uma maneira perfeitamente evitável.
P.S. – Convinha que a Liga e os clubes tivessem um pouco mais de respeito
pelos espectadores que pagam bilhetes para ir aos jogos. Placards publicitários
são muito bonitos e certamente muito úteis financeiramente, mas já agora
convinha não taparem a visão aos espectadores! Experimentem sentar-se na
segunda fila da bancada nascente da Amoreira e só vêm as cabeças dos jogadores,
porque as lonas publicitárias no gradeamento tapam completamente a visão do
relvado. Ah, e outra coisa, eu também gosto de ver a linha lateral do lado da
minha bancada. Se pudessem não a tapar, por mais alto que se esteja sentado na
bancada, e recuassem um pouco mais os painéis publicitários seria óptimo…!
segunda-feira, setembro 22, 2014
Muito suado
Vencemos o Moreirense e, como as três equipas que estavam connosco na
frente (Rio Ave, V. Guimarães e CRAC) não ganharam, somos líderes isolados à 5ª
jornada. Quem só vir o resultado e não souber como correu a partida, pode pensar
que foi uma vitória fácil. Nada mais errado, já que até aos 68’ estivemos a
perder e cheguei a temer o pior.
O Jesus lá resolver estrear o Júlio César na nossa baliza, mas este não
teve grande trabalho. Fomos nós a dar o pontapé inicial e demos logo o tom para
toda a 1ª parte: passe errado na saída de bola e o Moreirense a ficar com ela.
Um brilhante passe do Talisca isolou o Lima, que permitiu a defesa do
guarda-redes e foi a única coisa de jeito que fizemos em toda a 1ª parte. Foi
ainda antes dos 16’, altura do golo do Moreirense: cruzamento para a área,
Eliseu a hesitar e um adversário a cabecear à vontade para a baliza. Era
importante chegar ao intervalo pelo menos empatados, mas criámos muito poucas
oportunidades de golo para o justificarmos. Numa decisão praticamente inédita,
o Jesus fez a primeira alteração ainda na 1ª parte e colocou o Derley em vez do
Samaris aos 34’. Estava mais do que visto que tínhamos de jogar com dois
avançados, como sempre fizemos na maior parte dos jogos nos cinco anos
anteriores do Jesus.
A 2ª parte foi muito melhor conseguida, já que sufocámos o Moreirense e
praticamente não os deixámos respirar. Foram progressivamente acusando o
desgaste de estarem a jogar no campo todo na 1ª parte e as coisas ficaram
piores para eles aos 56’ num justíssimo segundo amarelo a castigar uma falta
sobre o Talisca (que acabou por sair uns minutos mais tarde), depois de uma
brilhante jogada deste. Com 10, o Moreirense praticamente não saiu do seu
meio-campo, mas nós revelámos muita inépcia atacante. Quando, num livre para a
área, tanto o Jardel como o Luisão não conseguiram marcar, comecei a pensar que
aquele não era o nosso dia. Felizmente, o Eliseu (que até então estava a fazer
um jogo horrível) descontou de vez o preço que custou ao atirar uma bomba de longíssimo da área, fazendo a
bola entrar ao canto superior direito da baliza. Foi aos 68’ e até final ainda
tínhamos mais de 20’ para tentar a reviravolta. Que surgiu 10’ depois, numa boa
jogada do Ola John (entretanto entrado para o lugar do Talisca), centro do
Gaitán e o Maxi Pereira a fuzilar. Dificilmente a vitória nos fugiria e ainda
fizemos o terceiro golo num penalty sobre o Lima, que o próprio converteu,
terminando assim uma seca de golos que já durava desde a Juventus a 24 de
Abril…
Em termos individuais, destaque para o Eliseu, por ter desengatado o jogo,
para o Ola John, cuja entrada deu cabo da cabeça do Moreirense, e para o Maxi
pela sua inesgotável energia e por mais um golito decisivo. O Derley, à
semelhança de 3ª feira, não entrou nada mal e, apesar de ter algumas limitações
técnicas, pode ser um jogador muito importante contra este tipo de equipas. O
Salvio continua longe da sua forma habitual e hoje praticamente não se viu, o
Enzo Pérez ainda parece distante da sua forma física ideal (embora a arrancada
perto dos 90’ não esteja ao alcance de qualquer um) e o Gaián também poderia
ter-se envolvido mais no jogo.
O Petit, que sempre foi o maior(!), resolveu dar-nos uma grande prenda e
foi empatar com Boavista em Mordor a zero. Não estava nada à espera disto e são
quatro pontos que as forças do Mal desperdiçam em duas jornadas consecutivas!
Continuem lá entretidos com os BATE Borisovs desta vida e a rodar
não-sei-quantos jogadores por jogo, sff. Para a semana o CRAC vai ao WC e pode
ser que os lagartos demonstrem que,
afinal, servem para alguma coisa…
quarta-feira, setembro 17, 2014
Relativizar
Perdemos em casa com o Zenit (0-2) e entrámos da pior maneira na fase de
grupos da Liga dos Campeões. Já se sabia que os russos tinham melhores
jogadores do que nós, mas a sua superioridade foi ajudada pelo facto de o Artur
ter sido expulso logo aos 18’ quando ainda por cima já estavam a ganhar por
1-0. Como o 2º golo surgiu pouco depois, o jogo ficou praticamente decidido,
embora nós tenhamos dado uma grande demonstração de brio profissional e lutado
sempre para pelo menos marcar um golo.
Entrámos muito mal na partida e um mau passe do Jardel deu origem ao golo
do Hulk logo aos 5’. Pouco mais de 10’ depois, outro mau passe do Jardel
iniciou o lance da expulsão do Artur, da qual ele também não está isento de
culpas, porque demorou os séculos habituais a sair da baliza e depois derrubou
o Danny. O Witsel fez o 0-2 aos 22’ (sem comemorar) e a partir daqui o meu medo
era que fôssemos goleados. Felizmente, os russos tiraram um pouco o pé do
acelerador e assim chegámos ao intervalo sem maiores danos.
A 2ª parte foi mais repartida, com ocasiões para ambos os lados, mas
ninguém mais conseguiu marcar. Deu sempre a sensação que o Zenit tinha o jogo
na mão e, com um homem a mais, trocava a bola com maior à-vontade fazendo assim
a gestão da partida. Nós tivemos algumas boas chances, com uma cabeçada do
Luisão e um remate do Lima, ambos defendidos pelo guarda-redes, mas por outro
lado ainda vimos o Zenit atirar uma bola ao poste pelo inevitável Hulk e o
Rondón a falhar um lance isolado.
Em termos individuais, voltei a gostar do Samaris e o Salvio melhorou em
relação a Setúbal. O Enzo continua a parecer-me longe do seu melhor em termos
físicos e o Gaitán também não se destacou como habitualmente. Em termos
negativos, menção óbvia para o Jardel que serve para os Setúbais e Moreirenses
desta vida, mas isto é outro nível e talvez fosse melhor começar a dar jogo ao
5º central da selecção vice-campeã mundial… O Artur voltou igualmente a
comprometer, porque se tem sido mais expedito a sair da baliza teria chegado primeiro
à bola. Além disso, não deveria ter feito a falta para expulsão, porque era
preferível ter sofrido o 2º golo a jogar com 11. É bom que o Júlio César
recupere depressa…
Fui para este jogo mais tranquilo que o habitual. Isto era para desfrutar,
porque o essencial é o bicampeonato. Esta época não temos um plantel
(especialmente um banco) que nos dê muitas esperanças na Europa, pelo que é bom
que concentremos energias na principal prova interna. Claro que odeio perder
(coisa que já não acontecia em casa há quase dois anos), mas quero é que a equipa
se apresente bem no domingo perante o Moreirense.
P.S. – Este jogo vai ficar na memória pelo magnífico espectáculo que os No Name deram nos últimos minutos
contagiando todo o estádio no apoio à equipa. Foram momentos belíssimos,
especialmente raros neste contexto de iminente derrota (aconteceu o mesmo
frente ao Galatasaray na época do Quique), mas que nos enchem a alma de
benfiquismo. Todos nós percebemos que a equipa deu tudo em campo e que honrou a
camisola, merecendo sem dúvida este enorme tributo.
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