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segunda-feira, janeiro 24, 2005

À deriva

Parecia impossível, mas afinal conseguimos. Fizemos a pior exibição da época com o Beira-Mar. Mais do que o resultado, o que é extremamente preocupante é a forma e a atitude que a equipa (não) demonstra em campo. Parecíamos uma equipa de "solteiros e casados", a táctica era chutar para a frente para a cabeça do Karadas e salve-se quem puder. Até o Miguel frisou no final do jogo que não percebe porque é que não fizemos o nosso jogo habitual de trocas de bola no meio-campo e procura das alas. Será que não se pode trocar o Sr. Trapattoni pelo Miguel?! É inacreditável que, a meio de uma época, nós não tenhamos fio de jogo, querer, vontade e não me venham dizer que não temos jogadores. No ano passado, o Camacho tinha um plantel pior que este ano e conseguíamos jogar à bola!

As razões para tão paupérrima exibição não são difíceis de encontrar: falta liderança dentro do campo, alguém que incite os jogadores a ultrapassar as adversidades do jogo. Numa palavra, falta um treinador. Está mais do que visto que com o Sr. Trapattoni vamos arrastar-nos até final da época, acabamos sempre os jogos num estado lastimável, completamente "rotos" e sem capacidade para empurrar o adversário para a sua área. As estatísticas não mentem e não é por acaso que, este ano, só por uma vez (Estoril) conseguimos dar a volta ao jogo, ou seja, quando sofremos um golo o melhor que podemos almejar é o empate, porque o "importante é não perder", já que o "campeonato é longo". O que tínhamos de garra e determinação no ano passado temos de apatia e impotência neste ano. Para além da preparação física bastante deficiente, há um enorme trabalho psicológico a fazer. Aliás, agora percebe-se melhor as consequências da dispensa do psicólogo que tínhamos no ano passado.

Por outro lado, o espírito de grupo que tínhamos perdeu-se. E aqui entra a mãozinha do Sr. Veiga. As dispensas do Argel, Zahovic e Sokota não são entendíveis a não ser que alguém esteja a lucrar financeiramente com isto. Estamos a falar de três jogadores com quase quatro anos de Benfica, que, mesmo que não fossem titulares indiscutíveis, eram muito importantes no balneário (leiam o que é que o Camacho diz do Argel no seu livro). Então a dispensa do Sokota é absolutamente incompreensível mesmo em termos técnicos. Quem é que é capaz de dizer que o Karadas é melhor do que ele? Dispensa-se, porque vem aí um avançado argentino que, afinal, vai para o Barcelona. E agora ficamos sem um nem outro. Ok, não se quer renovar, não se renova, mas o que é que ganhamos a estar a pagar-lhe o ordenado para ele estar na equipa B?!


Finalmente, temos outra vez um "caso Miguel". Ou seja, "Rio Ave - parte II". Será que o Sr. Trapattoni foi o único a não ver que ele não estava em condições para fazer os 90 minutos? E, claro, agora está em dúvida para o jogo contra os lagartos. Temo o pior na próxima 4ª feira...

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