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segunda-feira, janeiro 31, 2005

No Minho é que está virtude!

No estádio onde há quase quatro (!) meses conseguimos a última vitória fora, voltámos finalmente a triunfar. Se conseguirmos transferir todos os jogos futuros para o estádio do Guimarães, o campeonato já não nos deve fugir. Demonstrámos mais uma vez a nossa terrível dificuldade em jogar contra 10 jogadores, mas já jogámos um futebol um pouquinho mais agradável. Com o Nuno Assis em grande plano, deixámos (espero que de vez) o pontapé-para-a-frente como sistema de jogo e finalmente circulámos a bola por todos os jogadores atacantes, criando os desequilíbrios que nos permitiram marcar. Vamos lá a ver se com um "número 10" de volta, passamos a jogar à bola outra vez se bem que a instabilidade que sempre demonstrámos esta época não nos deixe estar optimistas.

Continuando com as virtudes dessa grande região, o Braga foi ganhar ao Dragon, o que nos tempos que correm nem se pode considerar grande proeza. Fantástico jogo a vulgarizar uma equipa que, de campeã, só tem as quinas. Nós demorámos uma época inteira, com o Artur Jorge a dar cabo de uma equipa que tinha sido campeã nacional, o clube regional demorou apenas meia-dúzia de meses para dar cabo de uma equipa campeã europeia! Para acabar tudo em beleza, excelente o regresso do Maniche, com uma entrada das suas que não deixou outro remédio ao árbitro que não expulsá-lo. É tão bonito quando as máscaras caem...

sexta-feira, janeiro 28, 2005

A sorte dos campeões

No melhor jogo do ano, fomos mais felizes. Também depois de vários jogos (noutras épocas) em que fomos os melhores e por uma razão ou outra não ganhámos, haveria de chegar a nossa vez. Não me custa reconhecer que, em termos de futebol jogado, os lagartos foram superiores. Tiveram mais tempo de posse de bola, construíram melhores jogadas atacantes e tiveram o domínio do jogo, mas em termos de ocasiões de golo as equipas equivaleram-se. Lá conseguimos construir a nossas em contra-ataque, o que é algo de inédito este ano, mas continuamos a não ter fio de jogo e a basear-nos no pontapé para a frente à espera que algo aconteça. Mas quando não está o Karadas, não é o Nuno Gomes que vai ganhar as bolas de cabeça, certamente.

Quando falo de sorte, refiro-me principalmente ao timing dos nossos golos, principalmente ao 2º e 3º, pouco depois dos golos dos lagartos. Muitos amigos meus benfiquistas disseram-me que ficariam contentes com qualquer resultado, porque se perdêssemos era uma maneira do Sr. Trapattoni se ir embora. Como eu acho que, passe o que se passar, ele ficará (infelizmente) até ao final desta época, o melhor era mesmo ganharmos! Sem os lagartos e o clube regional na Taça, temos mais que obrigação de a ganhar, mas a continuar a jogar assim será complicado.

P.S. - Lá vamos ficar mais um mês sem o Miguel... Desde quando é que só o jogador sabe se está em condições de actuar, como sugeriu o Sr. Trapattoni? Dados os antecedentes, não seria melhor tê-lo poupado? Não foi por se sentir capacitado para jogar mais cedo que o previsto que o Mantorras teve o grave problema que teve?

segunda-feira, janeiro 24, 2005

À deriva

Parecia impossível, mas afinal conseguimos. Fizemos a pior exibição da época com o Beira-Mar. Mais do que o resultado, o que é extremamente preocupante é a forma e a atitude que a equipa (não) demonstra em campo. Parecíamos uma equipa de "solteiros e casados", a táctica era chutar para a frente para a cabeça do Karadas e salve-se quem puder. Até o Miguel frisou no final do jogo que não percebe porque é que não fizemos o nosso jogo habitual de trocas de bola no meio-campo e procura das alas. Será que não se pode trocar o Sr. Trapattoni pelo Miguel?! É inacreditável que, a meio de uma época, nós não tenhamos fio de jogo, querer, vontade e não me venham dizer que não temos jogadores. No ano passado, o Camacho tinha um plantel pior que este ano e conseguíamos jogar à bola!

As razões para tão paupérrima exibição não são difíceis de encontrar: falta liderança dentro do campo, alguém que incite os jogadores a ultrapassar as adversidades do jogo. Numa palavra, falta um treinador. Está mais do que visto que com o Sr. Trapattoni vamos arrastar-nos até final da época, acabamos sempre os jogos num estado lastimável, completamente "rotos" e sem capacidade para empurrar o adversário para a sua área. As estatísticas não mentem e não é por acaso que, este ano, só por uma vez (Estoril) conseguimos dar a volta ao jogo, ou seja, quando sofremos um golo o melhor que podemos almejar é o empate, porque o "importante é não perder", já que o "campeonato é longo". O que tínhamos de garra e determinação no ano passado temos de apatia e impotência neste ano. Para além da preparação física bastante deficiente, há um enorme trabalho psicológico a fazer. Aliás, agora percebe-se melhor as consequências da dispensa do psicólogo que tínhamos no ano passado.

Por outro lado, o espírito de grupo que tínhamos perdeu-se. E aqui entra a mãozinha do Sr. Veiga. As dispensas do Argel, Zahovic e Sokota não são entendíveis a não ser que alguém esteja a lucrar financeiramente com isto. Estamos a falar de três jogadores com quase quatro anos de Benfica, que, mesmo que não fossem titulares indiscutíveis, eram muito importantes no balneário (leiam o que é que o Camacho diz do Argel no seu livro). Então a dispensa do Sokota é absolutamente incompreensível mesmo em termos técnicos. Quem é que é capaz de dizer que o Karadas é melhor do que ele? Dispensa-se, porque vem aí um avançado argentino que, afinal, vai para o Barcelona. E agora ficamos sem um nem outro. Ok, não se quer renovar, não se renova, mas o que é que ganhamos a estar a pagar-lhe o ordenado para ele estar na equipa B?!


Finalmente, temos outra vez um "caso Miguel". Ou seja, "Rio Ave - parte II". Será que o Sr. Trapattoni foi o único a não ver que ele não estava em condições para fazer os 90 minutos? E, claro, agora está em dúvida para o jogo contra os lagartos. Temo o pior na próxima 4ª feira...

terça-feira, janeiro 18, 2005

Glorioso - 4 - Caceteiros Futebol Clube - 0

Foi daqueles jogos que parecem de encomenda: vitória fácil e robusta, possibilidade dos adeptos se despedirem de um jogador e golo de outro dois anos depois. E não houve nenhum jogador do Benfica lesionado, apesar de várias tentativas nesse sentido feitas por esta equipa que faz de cada jogo uma demonstração de luta livre (há quem chame "agressividade"). Como se isto não bastasse, houve uma jogada em que, com o Petit lesionado e os nossos jogadores à espera que a bola fosse rematada para fora, os caceteiros seguem o jogo e quase faziam golo. Enfim, nada a que não estejamos já habituados em equipas daquela cidade, sempre tão conformes às regras do fair-play.

Em relação ao Glorioso, com os titulares todos de volta, não há dúvidas que as coisas piam mais fino. Apesar de não termos feito um jogo soberbo, foi bastante melhor do que os últimos (também piorar era difícil). Começámos bem, logo com um penalty no 2º minuto não assinalado, e tivemos uma meia-hora inicial de bastante pressing. Na 2ª parte, depois da expulsão do jogador adversário, mostrámos que afinal sabemos tirar proveito da vantagem numérica, o jogo tornou-se fácil e vá lá não parámos ao 2º golo. E o jogo até deu para o Trapattoni fazer a substituição mais arrojada da sua carreira: tirar um médio defensivo (Manuel Fernandes) e colocar um extremo (Carlitos)!

Mas o melhor estava reservado para o fim. O Argel pode despedir-se em paz dos adeptos, que lhe dispensaram uma ovação merecida. Apesar de não ser um jogador fora-de-série, longe disso, penso que foi bastante útil ao Benfica durante o tempo que cá esteve, nomeadamente pela garra que transmitia aos colegas. Aliás, basta lembrar o jogo contra o Nacional para a Taça no ano passado, em que a sua entrada para ponta-de-lança foi absolutamente fundamental para conseguirmos dar a volta ao jogo. Claro está que sofremos alguns golos por culpa sua, mas ninguém o pode acusar de falta de profissionalismo e de não ter dado o máximo nos jogos. Se o quisermos comparar com centrais de épocas anteriores como Paulo Madeira, Ronaldo, Paredão, King, Paulão, etc. vemos bem a diferença.

No último minuto veio a cereja no topo do bolo: grande golo (a bola foi intencionalmente desviada do guarda-redes e não rematada às cegas) do Mantorras! E foi bonito ver os festejos subsequentes de todos os jogadores convocados. Agora que ele está a regressar aos poucos (esperemos que à forma que o notabilizou), só falta ensinarem-lhe a olhar para os adversários para não se colocar constantemente em fora-de-jogo para que as nossas jogadas de ataque possam ser mais imprevisíveis.

Com os saborosos resultados do fim-de-semana (empate do clube regional em Coimbra e derrota dos lagartos contra o Nacional), voltámos a colar-nos ao 1º lugar. E com a equipa toda de volta pode ser que o Trapattoni não tenha hipóteses de fazer o seu catenaccio. Como referi em posts anteriores, era tão bom que me enganasse...

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Zahovic e Sokota

As dispensas a meio da época de jogadores que têm sido titulares faz-me confusão. Se não se queria renovar contrato com eles ou são dispensados no início da época ou ficam até ao fim. Mas muitos benfiquistas terão ficado contentes com estas duas dispensas, o que não é manifestamente o meu caso. Em três anos e meio, tanto o Zahovic com o Sokota deram-nos mais alegrias do que tristezas.

Se, por um lado, compreendo que, tendo o Zahovic 34 anos, não se justificaria uma renovação de contrato, por outro convém não esquecer que, mesmo jogando a passo, era dos poucos jogadores que sabia colocar a bola jogável para os companheiros e que neste momento não temos mais nenhum "número 10" no plantel (tirando o inconsequente e "brinca na areia" Roger). Vai fazer-nos falta o seu jogo de tabelinhas e aberturas para o Simão e Nuno Gomes. Ou seja, acho que se justificaria plenamente a sua continuidade até ao final da época.

O caso do Sokota é ainda mais preocupante. Vamos trocar um jogador que, mesmo em manifesta má forma nesta época (curiosamente desde que se começou a falar da renovação ou não do contrato), é dos melhores marcadores do plantel e está identificado com o clube, por um argentino de 20 anos cuja valia pouca gente conhece e que virá para o Benfica em trânsito para um clube europeu? E será que é de pontas-de-lança que temos necessidade neste momento? Não será antes de médios e extremos? Não sei se o Sokota estava a pedir ou não muito dinheiro, mas talvez com um pouco de boa vontade se conseguisse chegar a acordo. Claro está que, se o Sokota tivesse renovado, já não viria outro e haveria alguém que não ganharia dinheiro com a transferência.

Mandarmos embora, a meio de uma época, jogadores que já estavam há um certo tempo no clube, que estavam entrosados com os companheiros e que ainda davam rendimento parece-me que é dar tiros no pé. Uma certeza tenho: com o Camacho isto nunca aconteceria.

P.S. - Ainda não era nascido para o ver jogar ao vivo, mas não me esqueço de quando vi na televisão o golão que o Cavém marcou ao Real Madrid na final da Taça dos Campeões em 1961/62. Paz à sua alma.

segunda-feira, janeiro 10, 2005

lagartos - 2 - Sr. Trapattoni - 1

Por vezes penso que não vale mais a pena "bater no ceguinho", mas enquanto o ceguinho treinar o Glorioso SLB não me resta outra alternativa. A derrota era naturalmente esperada, aliás é o que geralmente acontece quando uma equipa entra em campo "para não perder", que é o "mais importante". Até ao 1º golo dos lagartos não existimos, depois cai-nos um golo do céu (que é como quem diz dos pés do Manuel Fernandes) e uma expulsão adversária justíssima. Óptimo, pensei eu, é agora que vamos mudar as coisas. Puro engano, continuámos a jogar da mesma maneira e conseguimos certamente entrar no Guiness (depois dos Pais Natal temos mais um recorde) com 1 remate (!) em 40 minutos de superioridade numérica. E o Sr. Trapattoni vem, no final do jogo, mostrar-se muito surpreendido com o facto de não termos atacado muito durante esse período. Porque é que será? Nós, que temos sido uma equipa de cariz eminentemente ofensivo, em busca constante do golo, com um treinador que gosta imenso de arriscar, não atacámos quando estivemos em superioridade numérica? Realmente, há coisas inexplicáveis na vida... Mesmo quando questionado pelos jornalistas, no final, sobre a razão pela qual a equipa não jogou como nos últimos 10 minutos, quando tivemos mais lances atacantes dos que nos 80 precedentes, o Sr. Trapattoni disse "pois, mas também poderíamos ter sofrido mais golos em contra-ataque"! E então, qual é o problema? Perdemos menos pontos do que se tivéssemos sofrido o 3º golo por estarmos a arriscar chegar ao empate?! O facto de, nos jogos decisivos (Anderlecht, Estugarda, clube regional, Rio Ave, lagartos), termos um empate e quatro derrotas é algo que nos faz encarar o futuro com "optimismo". O que vale é que o "campeonato" é longo"...

As duas únicas coisas positivas do jogo de Sábado foram o regresso do Mantorras (que grande finta sobre o Paíto!) e o facto de faltar menos um jogo para vermos o Sr. Trapattoni fora do Glorioso. Sim, porque quanto mais cedo acabar esta época melhor. Aliás, acho que o Mancini teve uma imensa falta de consideração em relação ao nosso treinador. Toda a gente sabe, como diz o Sr. Trapattoni, que com 0-2 o jogo está perdido, para mais aos 88 minutos (!), e não é que o treinador do Inter mandou a sua equipa para a frente e conseguiu dar a volta ao jogo em 4 minutos, ganhando por 3-2 à Sampdória? Que falta de respeito!