quarta-feira, dezembro 27, 2023
Melhoria
terça-feira, dezembro 19, 2023
Importante
sexta-feira, dezembro 15, 2023
Benfica FM | Temporada 1986/87
quinta-feira, dezembro 14, 2023
Milagre justo
Com o António Silva castigado, o Roger Schmidt lançou o Tomás Araújo no lugar dele, mantendo o Aursnes na direita e o Morato na esquerda. A ter de vencer por dois golos de diferença, não começámos muito bem a partida e foi o Salzburgo a circundar primeiro a nossa baliza, porém sem criar grande perigo para o Trubin. Foi até nossa a primeira grande oportunidade, com o Rafa isolado pelo Tengstedt a rematar por cima, quando só tinha o guarda-redes pela frente. Assumimos o domínio do jogo e inaugurámos o marcador aos 32’ num canto directo do Di María. O árbitro ainda demorou um pouco a validar o golo e confesso que não percebi a razão. Faltava um golo para ficarmos em posição de apuramento e ele surgiu em cima do intervalo (46’) pelo Rafa, depois de uma bola recuperada pelo João Neves ter ido para o Di María e este ter assistido brilhantemente o nº 27 que, desta vez, não perdoou, com um remate cruzado de pé direito. Para a 2ª parte, o Schmidt trocou o inoperante Tengstedt pelo Musa e viu-se logo a diferença. Ao invés da 1ª parte, entrámos muito bem na 2ª e poderíamos (deveríamos!) ter fechado a eliminatória logo nos minutos iniciais. Houve um remate relativamente perigoso do Kökçü, outro do Di María, mas foi o Rafa a ter a perdida mais escandalosa com um remate a meio da pequena-área(!) que acertou no guarda-redes! Inacreditável! Como geralmente acontece nestes casos, não fechámos o jogo e sofremos o 1-2 aos 57’ num remate de fora da área do Susic, que ainda desviou na perna do Tomás Araújo e não deu hipóteses ao Trubin. Tentámos reagir e lá tivemos a sacramental bola no poste, novamente do Otamendi (tal como frente ao Farense), com o Salzburgo em definitivo remetido ao seu meio-campo e a tentar sair em contra-ataque. Aos 68’, o Schmidt lá tomou consciência que, se calhar, era melhor fazer algo a partir do banco e colocou o Gonçalo Guedes. O meu coração parou durante uns segundo até ver que quem saía... não era o João Neves (estava só a ser dos melhores, para variar...), mas sim o Kökçü. Logo a seguir à substituição, o Di María veio da direita para o meio, rematou em arco, mas outra vez bola no poste! O Rafa voltou a estar na cara do guarda-redes, mas permitiu a defesa do Schlager para canto, quando já tinha tido um remate de pé esquerdo de primeira, à vontade na área, que saiu por cima, depois de um centro do Morato (possivelmente o único de jeito que fez). O Salzburgo ainda ia assustando no contra-ataque, mas o Schmidt continuava com substituições para fazer... e nada! Tinha o Jurásek no banco que poderia ter entrado para o lugar do Morato para dar mais profundidade na esquerda e o sempre esquecido Tiago Gouveia, mas nada...! Até que em cima dos 90’ colocou o Arthur Cabral no lugar do João Mário e foi este o herói improvável do jogo. Foi aos 92’ que o João Neves fez uma abertura brilhante na direita para o Aursnes, que fez um cruzamento rasteiro para a área, onde o Arthur Cabral, de calcanhar(!), atirou para o fundo das redes. Depois de tentar de rabo frente ao Moreirense, e de bicicleta contra o Farense, foi de calcanhar que conseguiu marcar. Foi o delírio e a reposição da justiça no marcador. Depois do golo, o Schmidt colocou logo (e bem) o Florentino para fechar o meio-campo e até final ainda tivemos o Di María a proporcionar nova defesa ao guarda-redes.
Em termos individuais, destaque claro para o Di María, que esteve em dois dos nossos golos e ainda atirou uma bola ao poste. Jogo monstruoso também do João Neves, que, vá lá, desta vez conseguiu fazer os 90’...! O Rafa marcou um golo, mas falhou outros quatro, portanto à semelhança do Farense não pode ter nota muito positiva. Na defesa, o Tomás Araújo cumpriu bem e não se notou muito a falta do António Silva. Quanto aos menos, o João Mário tem, como habitualmente, lugar cativo nesta categoria, o Morato terá feito dos jogos mais desastrados pelo Benfica e o Tengstedt também passou muito ao lado do jogo. Aliás, não percebo qual é a dúvida do Schmidt quanto ao avançado: dos três, o Musa é claramente o menos mau! Em relação ao Arthur Cabral, espero sinceramente que isto seja o wake-up call dele.
Livrámo-nos da vergonha que seria assistir à Europa no sofá em 2024. Voltámos a fazer uma boa exibição, mas esta pouca eficácia na concretização tem de melhorar rapidamente, porque nos ia novamente saindo muito cara...! Veremos quem nos calha em sorteio na 2ª feira, mas estando na Liga Europa é óbvio que temos de ter como objectivo chegar à final.segunda-feira, dezembro 11, 2023
Ponto de ruptura
Em relação a Moreira de Cónegos, o Roger Schmidt só colocou o Kökçü no lugar de um dos sacrificados do costume, o Florentino. A atacar para a baliza grande na 1ª parte (foi o Farense a escolher o campo e trocou-nos as voltas...), demos uma verdadeira aula prática de como falhar golos. Só do Rafa foram logo três, mais outro do João Mário já faz quatro, uma perdida isolada do Tengstedt cinco, a cabeçada ao poste do Otamendi seis e uma grande defesa do guarda-redes Ricardo Velho a um remate do Di María teria sido um 7-0 ao intervalo...! Do outro lado, só um par de remates do Mattheus Oliveira causou algum frisson na nossa baliza.
Na 2ª parte, a tendência da partida manteve-se, com o Rafa a continuar a sua senda de desperdício e o Farense a aproveitar a nossa ineficácia para aos 51’ inaugurar o marcador através do Cláudio Falcão, de cabeça na sequência de um canto. Foi um balde de água fria, completamente imerecido. Um disparo do Kökçü causou bastante perigo e outro remate do Di María voltou a colocar em acção o guarda-redes. Até que aos 63’ aconteceu o momento do jogo (e quiçá da temporada...), com as substituições que o Roger Schmidt fez: tirou o Tengstedt e o João Neves para fazer entrar o Musa e o Gonçalo Guedes. O estádio irrompeu numa contestação, principalmente por causa desta última, que nunca se tinha visto. Voltarei a isto mais adiante. Igualámos aos 71’ pelo Rafa (finalmente!) depois de uma assistência do Aursnes e até final tivemos mais algumas oportunidades, nomeadamente pelo Rafa e pelo Musa, este já mesmo em cima do apito final. Pouco antes, o Roger Schmidt tinha voltado a mexer na equipa aos 88’, entrando o Arthur Cabral para o lugar do Kökçü, mas a única coisa que o brasileiro fez foi tentar uma bicicleta(!) quando recebeu a bola de costas para a baliza, em vez de tentar algo menos difícil. Esclarecedor...
Em termos individuais, o Di María fartou-se de criar oportunidades para os companheiros, mas todos eles as desperdiçaram. O Rafa marcou o golo, mas não pode ter nota positiva, porque falhou uma meia-dúzia deles. O Aursnes lá continua a tapar buracos na lateral-direita, mas o Roger Schmidt insiste em manter-nos coxos na esquerda com o Morato. O João Mário continua a ser um a menos, mas é dos que tem lugar cativo... O Florentino e o Musa são sempre os sacrificados, quando se trata de fazer alguma alteração. Quer antes, quer durante os jogos.
Posto isto, vamos ao minuto 63’. Quando vi a placa com o nº 87, não quis acreditar! Com o Kökçü ainda a recuperar a melhor forma e em ritmo superlento, e principalmente o João Mário a manter-se inenarrável, do que é que se lembra o nosso treinador...? De tirar o único jogador do meio-campo com dinâmica, à semelhança do que fez ao intervalo em Moreira de Cónegos, que tão bons resultados trouxe, certo...?! Por tudo isto, confesso que quando vi que era o João Neves a sair não me consegui conter e fiz uma coisa inédita em mais de 40 anos a ir ver o Glorioso ao estádio: assobiei e apupei fortemente um treinador do Benfica e mostrei-lhe um lenço branco. Foi, pura e simplesmente, mais forte do que eu! Pergunto com toda a sinceridade: quantas das pessoas que estavam a ver o jogo concordaram que deveria ter sido o João Neves a sair? Arrisco-me a dizer um número: uma! Fazer aquela alteração só pode ser resultado de uma de duas coisas: ou um tal estado de alienação que não está a ver o mesmo jogo do que nós, ou tentar ser despedido! É que não fez sentido ABSOLUTAMENTE nenhum! É óbvio que condeno as pessoas que atiraram objectos para o campo em direcção do Roger Schmidt e todas as formas de violência. Ponto final. No entanto, se o estádio irrompeu naquela assobiadela monstruosa, isso deveria ter feito com que a estrutura e o próprio treinador percebessem a razão daquela atitude inédita. Porque se não há favoritos no plantel, que raramente são substituídos, então ele disfarça muito bem. E isso é inaceitável para os adeptos. Porque se toda a gente está a ver o mesmo com excepção de uma única pessoa, a probabilidade de serem todos a estar errados é, convenhamos, muito diminuta... É como aquela história de o soldado marchar ao contrário dos companheiros e a mãe ficar muito contente, porque ele era o único a estar certo. E, já agora para finalizar, não vale a pena o treinador dizer para estes ficarem em casa, que isso não vai acontecer. Portanto, esteve novamente infeliz nas declarações no final do jogo e abriu um fosso para os adeptos que dificilmente será reparado.
São raros os casos de um treinador ter sucesso num clube com grande parte dos adeptos contra ele. Por isso, é que acho que aquele minuto 63 foi o princípio do final da linha para o Roger Schmidt. Estamos a jogar muito pouco desde o início da temporada, não se vê evolução nenhuma na equipa e o treinador parece completamente perdido nas opções que toma. Vlachodimos, Ristic, Tiago Gouveia são apenas algumas delas cuja lógica ainda aguardava por ser explicada. Agora, temos estas substituições do João Neves, quando é muito claro para toda a gente que vê os jogos que este está muito longe de ser o que merece sair. Portanto, isto é muito simples: ou ganhamos por dois em Salzburgo e depois em Braga (e eu não estou nada a ver como isso poderá acontecer), ou deixa de haver margem de manobra. O próprio Roger Schmidt acabou com ela. Cabe-lhe agora ganhar ou, então, fazer o que disse na conferência de imprensa.