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segunda-feira, abril 03, 2023

Sofrido

Vencemos ontem o Rio Ave em Vila do Conde por 1-0 e vamos receber o CRAC na Luz na próxima jornada com uma inédita vantagem (no meu tempo de vida, pelo menos) de 10 pontos sobre eles (também ganharam 1-0 em casa ao Portimonense). Tal como se esperava, foi uma partida bastante difícil, especialmente porque já se sabe que, a seguir às selecções, demoramos sempre algum tempo para readquirir o ritmo que vínhamos exibindo.
 
Demonstrando perceber como se passam as coisas em Portugal, o Roger Schmidt deixou o Florentino no banco, dado que tem quatro amarelos. Entrámos bem na partida e o Rafa teve uma oportunidade soberana de isolar o João Mário logo no início, mas preferiu a jogada individual e só ganhou um canto. Conseguíamos ir desmontando a defensiva do Rio Ave, mas estávamos muito complicativos na altura do último passe, que raramente saiu bem. O Rafa e principalmente o Gonçalo Guedes destacaram-se pela negativa nesse aspecto e, se o primeiro esteve na selecção, o segundo não, mas pareceu que sim, porque apresentou uma lentidão de processos nada habitual. O David Neres voltou a estar na esquerda e o João Mário na direita, quando eu acho que eles rendem mais ao contrário. Um centro da esquerda do David Neres para remate de primeira do Gonçalo Ramos, que o Jhonatan defendeu, terá sido a nossa melhor ocasião, e um remate rasteiro de fora da área do brasileiro deveria ter saído com mais pontaria. Do outro lado, sofremos um calafrio com uma cabeçada ao poste, mas a recarga em fora-de-jogo foi anulada. O nulo ao intervalo castigava a nossa pouca intensidade.
 
A 2ª parte, porém, não poderia ter começado melhor. Fizemos o único golo da partida logo aos 46’ num fuzilamento do Gonçalo Ramos de recarga, depois de um centro do João Mário na direita. Excelente trabalho do nº 20, a passar a bola por entre as pernas de um defesa e a centrar para o ponta-de-lança fazer um primeiro remate interceptado, mas depois com uma velocidade de reacção fantástica a voltar a rematar de primeira sem hipótese para o Jhonatan. A partir daqui, não tivemos engenho nem arte para aproveitar a subida no terreno do Rio Ave para criar perigo em contra-atque e, quando o fizemos por uma vez, o Rafa atirou muito por cima depois de desmarcado pelo João Mário. Ao invés, nos cruzamentos para a nossa área, passámos por alguns calafrios, nomeadamente numa cabeçada do Boateng por cima, quando só tinha o Vlachodimos pela frente. Já nos descontos, foi um remate do Hernâni a colocar à prova o Vlachodimos que defendeu para canto.
 
Em termos individuais, com o golo da vitória, o Gonçalo Ramos merece uma palavra, apesar de ter estado longe de ter feito uma exibição memorável. Quem se exibiu a alto nível foi o Aursnes, a jogar no meio durante grande parte do encontro, o Chiquinho ao seu lado e o Otamendi na defesa. O resto da equipa não passou do mediano, apesar de nunca ter virado a cara à luta.
 
É daqueles jogos que será recordado no futuro pelo mais importante: a vitória. Era essencial chegarmos ao jogo frente ao CRAC mantendo a vantagem que tínhamos, para que em termos anímicos não ficássemos desfavorecidos. Assim, o ónus da partida está todo do outro lado e se é certo de que, sem a vitória, as forças do Mal verão o seu objectivo do título muito comprometido, não faz parte da essência do Benfica jogar para o empate. Assim sendo, poder obter duas vitórias sobre o CRAC na mesma época é algo que não deveremos menosprezar. Termine a temporada como terminar.

1 comentário:

joão carlos disse...

Mais uma vez após uma paragem jogo muito pouco conseguido, para não dizer outra coisa, aliás este terá sido o jogo em que menos oportunidades criamos que para além daquela que concretizamos não tivemos mais nenhuma clara valeu que ao contrario de outros jogos em que estivemos mal não permitimos ao adversário criar grande perigo e a grande oportunidade que tiveram foi de bola parada.
Se era para evitar ficar sem o jogador para o próximo jogo, decisão que nem sequer discuto, não percebo por um lado porque não foi feita essa gestão mais cedo em jogos mais propícios a isso, ou mesmo neste, mas limpando os cartões ao invés de assim o jogador continuar em risco de ficar de fora outro jogo, depois se era para poupar fazer o jogador entrar nos últimos vinte minutos altura em que estatisticamente são mostrados muito mais amarelos acabou por ser um risco que supostamente se queria evitar.
Existiu uma quebra de rendimento acentuada na segunda parte de era mais do que previsível nos jogadores que estiveram, e jogaram bastante tempo, nas seleções já nos que só estiveram nas seleções com pouco tempo jogado já se pouco entende, para mais quando até nestes as quebras foram maiores, mas o que não se percebe mesmo é quebras de rendimento em jogadores que não foram às seleções e até tiveram alguns dias de férias.