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sábado, dezembro 26, 2020

Perdido

Perdemos 0-2 frente ao CRAC na 4ª feira em Aveiro e vimos mais uma Supertaça ir ao ar. São já 11 derrotas frente a eles em 12 jogos deste troféu, o que é absolutamente inacreditável (mesmo que saibamos que tivemos Donatos Ramos e afins pelo caminho). Mas nem é preciso ir tão longe: esta foi a quarta derrota consecutiva frente ao CRAC, o que deveria constituir motivo de vergonha para todos os que têm a honra de vestir o manto sagrado. Mas, infelizmente, ainda há muitos que não sabem o que isso representa e implica, especialmente nestes jogos.
 
Com o Pizzi infectado com Covid-19, o meio-campo foi formado pelo Weigl e Taarabt, e até nem entramos mal, com o Everton muito activo na 1ª parte. No entanto, não criámos grandes oportunidades e, numa transição a meio-campo, o Taarabt fez a sua habitual figura de corpo presente, o Taremi isolou-se, caiu à saída do Vlachodimos e os VAR Luís Godinho e Bruno Esteves consideraram que era penalty, porque segundo as linhas o iraniano estava 18 cm em jogo. Para mim, o avançado do CRAC espera o contacto do nosso guarda-redes e deixa-se cair, mas enfim... O Sérgio Oliveira marcou bem o penalty e fez o 0-1 aos 25’. Logo a seguir, poderíamos ter empatado, mas o remate de primeira do Grimaldo, a passe do Waldschmidt, foi defendido pelo Marchesín. Até ao intervalo, nada mais de relevante se passou.
 
Na 2ª parte, houve mais oportunidades, mas maior domínio para o CRAC. Valeu-nos o Vlachodimos num remate do Uribe e um corte acrobático do Otamendi, quando o mesmo Uribe se preparava para cabecear para a baliza deserta. Do nosso lado, um livro do Grimaldo permitiu uma boa defesa ao Marchesín e, já muito perto do final, outro livre do nosso defesa-esquerdo resultou na já proverbial bola ao poste, que empataria a partida. Praticamente na resposta, o Luis Díaz, entretanto entrado, acabou com o jogo ao fazer o 0-2 em cima dos 90’.
 
Em termos individuais, o Grimaldo foi de longe o melhor, ao ser o nosso jogador mais perigoso, o Everton fez uma boa 1ª parte, mas depois desapareceu completamente, os centrais (Otamendi e Vertonghen) não estiveram mal, bem como o Gilberto na lateral-direita (confesso que me custa a perceber a perseguição que tem sido alvo; está longe de ser o pior a ocupar aquele lugar nos últimos anos), e raramente é pelo Vlachodimos que não ganhamos jogos. O Weigl esteve muito desacompanhado no meio-campo, o Rafa infeliz e algo complicativo na direita, e o Darwin praticamente não teve jogo de jeito a chegar-lhe. O Waldschmidt, à parte a abertura para o Grimaldo logo a seguir ao primeiro golo, esteve completamente fora dela e o Taarabt é verdadeiramente um caso de polícia como pode ter feito os 90’! Teve 20, repito, VINTE(!!) perdas de bola, foi um espectador privilegiado nos lances dos dois golos, emperrou completamente a nossa (já de si pouca) fluidez atacante e conseguiu estar em campo até final. Aliás, as substituições que o Jesus fez também são um caso de estudo: com o Waldschmidt completamente desaparecido, resolveu tirar o Rafa pouco depois da hora de jogo para colocar o Seferovic. Ou seja, o alemão passou a (não) jogar na linha, o que afunilou ainda mais o nosso jogo. Depois, o Jesus lembra-se de fazer três substituições aos 87’...! Repito: 87’!!! Para quê...?! Ainda por cima, nem assim o Taarabt saiu de campo!
 
O jogo não foi nada de especial, mas a diferença das duas equipas foi evidente: uma esteve (está sempre) com os dentes de fora quando joga contra a outra, a outra raramente faz o mesmo. O meu amigo Bakero assinou uma magnífica crónica aqui, onde diz tudo. Falta-nos isso mesmo: alma! Não duvidemos que, se a tivéssemos, não estaríamos a chorar a quarta derrota seguida contra o CRAC, duas das quais resultaram em dois troféus perdidos. As coisas TÊM mesmo de mudar!

7 comentários:

lawrence disse...

Nas incidências do jogo há ainda a salientar, porque será a única coisa que ainda terá consequências, a atitude do Luisão.
Estranha, sendo ele um bem comportado do sistema e da confiança do presidente.
Estará internamente a ser preparada a entrada de mais um dragarto para o seu lugar e com a sua anuência?
Sendo o episódio só para boi dormir?

joão carlos disse...

Alguma coisa vai muito mal quando as únicas oportunidades que criamos em todo o jogo foram da autoria do lateral esquerdo e se o processo defensivo continua a ser mau mas por ser mais difícil de trabalhar ainda se vai dando o desconto de estar ainda mal já o processo ofensivo muito mais fácil de trabalhar não se percebe como esta em tão má situação o que vale é a bazofia de sermos muito forte ofensivamente e marcarmos em quase todos os jogos e sermos dos melhores ataques da europa, hoje somos isto bazofia que nem sequer traduz a realidade que vivemos.
Há uns anos qualquer treinador que chegava de nova era dito que era mais um para queimar tal a qualidade, mais a falta dela, dos jogadores que formavam os planteis hoje podemos dizer o mesmo, mas dos jogadores que chegam mesmos que tenham uma qualidade enorme rapidamente são queimados e pouco depois parecem banais jogadores perdendo qualidades em vez de as adquirirem e de evoluírem para patamares mais altos do que aqueles que tinham antes de cá chegar.
De facto estar em desvantagem e aos oitenta e sete minutos ter feito apenas uma substituição de facto é de mestre mas como se não bastasse esse assomo de génio, digno de um qualquer treinador do paredes, as mesmas conseguiram ser as mais idiotas possíveis o que vale é que temos o melhor treinador português de todos os tempos mas infelizmente alguns só tem o que merecem por aquilo que andaram a chorar durante cinco anos.

Anónimo disse...

No actual contexto - isto é, com estes protagonistas, e com os sócios impedidos de ter acção decisiva, e imediata... - as coisas não só não vão mudar como, infelizmente, vão inevitavelmente piorar...
Razão teve Luisão no final do jogo!
Luisão fez - e bem! - o que há muitos anos já se deveria ter começado a fazer neste clube!
Infelizmente, o Benfica de hoje é um clube de conas moles, onde aquilo que interessa é o bolso e a agenda imediata de cada um. A começar no presidente, passando pelos diretores e técnicos, e terminando nos jogadores e respetivos empresários. Essa é que é a triste realidade!
Desde há muitos anos que a exigência desapareceu. Um episódio que atesta bem isso foi-me dado assistir, na primeira pessoa, quando, há uns quatro anos atrás, no final de um jogo no Seixal, em que Zlobin, ao comentar esse jogo, em que (mais uma vez!) tinha dado um frango, disse ao repórter da BTV que se sentia bem no Benfica porque, quando falhavam ninguém lhes apontava nada (mais ou menos assim, citando eu de memória...)
A verdade é que ganha quase sempre quem tem real vontade de ganhar. E quem não tenha essa vontade estará sempre mais perto do insucesso, mesmo que exista um défice de valor a seu favor!
Para dizer que, a meu ver, Luisão fez o que a esmagadora maioria dos benfiquistas gostaria de ter feito, e fê-lo nos termos, e condições, mais adequadas. Tanto foi assim que, aqueles que estão no Benfica para se servir, marimbando-se para os sócios e para os impactos que as suas negligências e omissões causam naqueles, e nos adeptos em geral, se sentiram incomodados.
Sentiram-se incomodadas, as virgens ofendidas! Se tivessem os tomates no sítio, não se sentiam ofendidos; sentiam-se fodidos, que é como eu me sinto com as merdas que eles andam repetida e sucessivamente a fazer!
Bem hajas, Luisão!
Que nunca as mãos te doam, e que continues sempre a incomodar as damas! Publicamente, claro!
(Zé das Cuecas)

Anónimo disse...

Tu és mesmo benfiquista? Estás sempre a elogiar a equipa do Porto de craques. É verdade eles são grandes craques mesmo.
Já lá vão 60 milhoes na liga dos campeoes.

lawrence disse...

Apenas para dizer que o "teu amigo Bakero" publica TODOS os comentários que me parecem não ser ofensivos ou mal-criados!
Tal como entre irmãos, também há amigos muito diferentes!
Claro que este comentário não é para publicar dado ser uma "directa" mas, a publicar, que se publique o primeiro que fiz.
Só para enquadrar a coisa!

S.L.B. disse...

Lawrence: infelizmente, a minha vida não me permite estar sempre em cima do blog para ver os comentários. Costumo aprová-lo 'por atacado' 2/3 dias depois de fazer o post. A não ser que sejam insultos directos, aprovo-os sempre a todos. Detesto a censura, especialmente quando serve para apagar opiniões contrárias (tens o exemplo publicado do anónimo que comentou acima de ti).

S.L.B. disse...

Anónimo (28/12/20 23:48): *claro que não sou benfiquista...! Que disparate, de onde é que foste tirar essa ideia...?!* [ironic mode on, para o caso de ter escapado a alguém...] Existem craques e existe o CRAC (e, sim, o CRAC tem alguns craques). Neste blog, desde 27/10/2008.