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segunda-feira, fevereiro 04, 2019

Demolidor

Vencemos no WC por 4-2 e, como o CRAC empatou (0-0) em Guimarães, reduzimos a desvantagem para eles para apenas três pontos, o que quer dizer que voltámos a depender só de nós para vencermos o campeonato. Em termos psicológicos, e com a equipa a crescer a olhos vistos, é um facto nada despiciendo. Outra consequência é termos agora a lagartada oito pontos atrás de nós, com o Braga a manter-se a um ponto (ganhou 2-0 na Vila das Aves).

Se me tivessem proposto, antes do jogo, uma vitória por 4-2 no WC, eu assinaria de cruz. No entanto, chegado ao final, julgo que não deverá haver um único benfiquista que não sinta que isto soube a pouco. A nossa superioridade foi tão, mas tão evidente que só dois golos de vantagem é manifestamente insuficiente para o que vimos em campo. Ficámos a um pequeno passo de conseguir um resultado histórico, que todos vislumbrámos caso o João Félix tivesse feito o 5-1 naquele incrível falhanço. Num onze sem surpresas, entrámos muito fortes e uma boa jogada do Grimaldo na esquerda poderia ter-nos colocado em vantagem logo nos primeiros minutos. Não demorou muito até o conseguirmos, aos 11’, num cabeceamento do Seferovic, depois de um centro do mesmo Grimaldo na esquerda, brilhantemente desmarcado pelo Gabriel. Um livre do Bruno Fernandes à barreira foi a tímida resposta do outro lado, enquanto o Seferovic não conseguiu meter a bola no Rafa, isolado no meio, depois de bem desmarcado pelo Félix na esquerda. Teria sido só encostar... Voltámos a meter a bola na baliza, num remate colocadíssimo de pé esquerdo do João Félix, que o Sr. Artur Soares Dias anulou, depois de consultar o VAR, por uma acção do mesmo Félix sobre o Wendel, que em Inglaterra nunca seria falta. Comparar esta falta com a que sofreu o Gabriel no primeiro golo do CRAC na Taça da Liga é uma brincadeira de mau gosto. A lagartada estava completamente perdida em campo e nós, em vez do malfadado ‘controlar o jogo’, tentámos sempre marcar mais. Uma insistência do Pizzi resultou num remate de trivela do Félix, que infelizmente saiu com pouca força, mas no minuto seguinte (36’) fizemos finalmente o 2-0: óptima abertura do Seferovic a isolar o João Félix que, à saída do Renan Ribeiro, desviou a bola para dentro da baliza. Deveríamos ter ido com este resultado para o intervalo, mas aos 43’ o Samaris, que até fez um bom jogo, fez um tremendo disparate a meio-campo, perdendo a bola e dando azo a um contra-ataque da lagartada, que culminou num bom remate do Bruno Fernandes sem defesa para o Vlachodimos.

Para a 2ª parte, o Marcel Keiser tirou o Nani para colocar o Diaby e eu achei muito bem. As coisas não poderiam ter começado melhor para nós, porque fizemos o 3-1 logo aos 47: livre do Pizzi na direita e cabeçada ao ângulo do Rúben Dias. É muito mais fácil marcar golos de bola parada, quando, lá está, se treina... Uma das coisas que mais gosto neste Benfica do Bruno Lage é que, independentemente do resultado, só deixamos de procurar o golo aos... 90’. Assim fizemos no WC e o Jardel esteve próximo de marcar numa cabeçada num canto que saiu perto do poste. A lagartada fartava-se de falhar passes e nós metemos mais uma vez a bola na baliza, num contra-ataque muito bem feito, com remate do Pizzi e recarga do Seferovic, mas desta vez o Sr. Artur Soares Dias tinha mesmo razões para o anular, porque o suíço estava ligeiramente adiantado. Uma das poucas ocasiões do adversário foi um livre descaído para a direita em que o Raphinha atirou ao poste, mas creio se tivesse ido mais para dentro o Vlachodimos defendia. Mais uma vez em contra-ataque, o Seferovic não conseguiu fazer o que o João Félix fez na semana passada frente ao Boavista e o passe para o mesmo Félix foi cortado por um defesa. O nº 79 ficaria só com o guarda-redes pela frente... Um remate do André Almeida, quase sem ângulo, embateu na malha lateral, mas aos 73’ fizemos finalmente o merecido quarto golo através de um penalty não muito bem marcado pelo Pizzi (o Renan tocou na bola e por pouco não defendeu), a castigar um derrube do guarda-redes da lagartada ao João Félix. Três minutos depois veio o tal lance que poderia ter lançado este resultado para a história: novo contra-ataque nosso muito bom, com o Pizzi a centrar para o Seferovic atirar ao poste e, na recarga e na mesma baliza, o João Félix resolveu imitar o Bryan Ruiz...! Incrível! Logo a seguir, o nosso novo menino de ouro saiu para entrar o Cervi, mas eu achei que teria feito mais sentido sair o Seferovic, porque estava de rastos em termos físicos e temos novo jogo contra eles na 4ª feira. A pouco mais de 10’ do fim, a lagartada marcou pelo Diaby, mas o golo foi bem anulado pelo VAR por fora-de-jogo. No entanto, aos 88’, o indiscutível 1º classificado no ranking dos penalties aumentou a sua vantagem e o Bas Dost fez o 2-4 perante o Svilar, porque... o Vlachodimos foi expulso(!) por uma falta sobre o mesmo Bas Dost. E eu que pensava que a tripla penalização (penalty, expulsão e golo) tinha deixado de existir, mas aparentemente foi desde que isso não seja a nosso favor. O Sr. Artur Soares Dias e o VAR João Pinheiro acharam que o Vlachodimos não protegeu a cabeça quando o Bas Dost saltou por cima dele e mandaram-no para a rua. Sem comentários! Conseguimos controlar muito bem os sete minutos de compensação apesar de estarmos com menos um em campo. Grande personalidade da equipa a contrastar imenso com este jogo, em que delapidámos uma vantagem de dois golos em muito pouco minutos.

Enorme exibição de toda a equipa, com destaque para o João Félix, que encheu o campo. Marcou dois golos, só contou um e foi pena ter falhado o golo mais fácil da sua carreira. O Seferovic também está em grande forma e forma uma dupla temível com o Félix. O Pizzi renasceu desde que passou para a direita e o Gabriel mostrou mais uma vez a sua qualidade, apesar de ter sempre um ou outro lance em que perde uma bola fácil. Enorme personalidade do Rúben Dias que, nos jogos grandes, sobe sempre um patamar nas suas exibições. Bom jogo igualmente do Jardel, a não dar muitas veleidades ao Bas Dost. O Samaris esteve muito interventivo, mas aquela falha que deu origem ao primeiro golo deles é imperdoável. O Rafa foi outra seta apontada à baliza adversária e neste momento é uma peça imprescindível no nosso jogo.

Não me lembro de uma exibição assim tão demolidora no WC há muito tempo. Os números pecam por escasso, mas não nos deixemos inebriar. Voltaremos a defrontá-los na 4ª feira e é muito importante conseguir um resultado confortável na Luz para a 2ª mão da Taça de Portugal, que só irá decorrer daqui a dois meses. Ninguém se esquecerá desta situação, em que também houve dois meses entre as duas mãos. É muito tempo e muita coisa pode mudar, portanto é de aproveitar este bom momento para dar um passo muito firme em direcção ao Jamor. Seria uma lástima se não conseguíssemos um troféu este ano e a Taça de Portugal é o que, neste momento, está mais ao nosso alcance.

VIVA O BENFICA!

1 comentário:

Nau disse...

Que jogatana que fizemos! Bailarico da Madeira, show de bola, limpinho! A melhor resposta aos adeptos do 2º maior clube de Portugal, o CCAB - Clube dos Cabeçudos Anti-Benfica. O clube do senhor dótor da mula ruça livrou-se, ontem, de uma derrota para a História. Nossa Senhora dos Aflitos lá os salvou.
O que Lage fez em meia dúzia de jogos a treinar a equipa, é digno de estudo. Ah, Grranda Lage, és o maiorr, soce!
Tenho de dar razão aos mais críticos daquele futebolinho desgarrado, envergonhado, paupérrimo que andávamos a jogar, Rui Vitória! Este é o Benfica à Benfica, o Benfica que todos os benfiquistas desejam e no qual se reveem.
Quarta-feira é encher o Estádio (a equipa e o seu treinador merecem-no), para mais uma vitória. E nunca esquecer: à semelhança do que fizemos ontem, o Benfica terá de jogar muito melhor que o adversário, para vencer uma equipa de 11 mais a meia dúzia de amigalhaços dragartos do apito. Se não tivéssemos jogado de modo a pormos os lagartos na algibeira, como pusemos, o Dias e os outros apitadores da santa aliança tinham-nos feito a cama.