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terça-feira, fevereiro 26, 2019

Inteligência

Vencemos o Chaves por 4-0 e mantivemos a distância de um ponto para o CRAC (3-0 em Tondela) a uma semana de irmos a Mordor. Com a derrota do Braga em casa frente ao Belenenses (0-2) e o empate na lagartada no Marítimo (0-0), temos agora sete e dez pontos de vantagem sobre eles, respectivamente. Depois da vitória do CRAC na 6ª feira, estávamos pressionados para não os deixar alargar a vantagem na véspera de os visitarmos e jogámos com grande paciência e inteligência emocional, conseguindo uma vitória tranquila e mais que justa.

Apesar de estar nos lugares de descida, o Chaves até entrou bem no jogo e pôs à prova o Vlachodimos por duas vezes no primeiro quarto de hora. E terminou aí as iniciativas flavienses no jogo! Nós respondemos entre esses dois lances com um cabeceamento(!) do Rafa à figura, mas inaugurámos o marcador aos 19’ através do mesmo Rafa, num dos inúmeros passes teleguiados do Gabriel para o flanco oposto, onde o Pizzi centrou, o João Félix teve uma recepção deliciosa e cruzou para o centro da área, onde um jogador do Chaves chutou contra outro, tendo a bola sobrado para o nº 27 só ter que encostar. Pouco depois, o mesmo Rafa teve uma boa oportunidade de bisar, mas o remate de primeira a centro do Grimaldo saiu por cima, e o Seferovic falhou uma recarga relativamente fácil a um cabeceamento do João Félix, que o António Filipe não conseguiu segurar. No entanto, aos 37’, marcámos o segundo graças à dupla de avançados: boa desmarcação do João Félix a passe do Seferovic, remate forte do miúdo que o guarda-redes só teve tempo de rechaçar para a frente, com o Félix a fuzilar na recarga de pé esquerdo. A bola entrou e ainda bem, mas o remate poderia ter sido colocado em vez de com força, porque deu a sensação que, caso o Félix não tivesse acertado bem na bola, ela não teria levado a direcção da baliza. Em cima do intervalo (43’), fizemos o 3-0 noutra abertura fabulosa do Gabriel a isolar o Seferovic e o suíço a desfeitear o guarda-redes, mesmo tendo sofrido um empurrão por trás. Aliás, eu já estava de pé a gritar penalty, quando a bola entrou.

Para a 2ª parte, esperava-se a reacção do Chaves, mas ela não aconteceu. Pareceu que estavam a tentar minimizar os prejuízos para não levarem uma dose igual à do Nacional. E, se foi isso, conseguiram-no. Mesmo assim, isso só aconteceu, porque também não estivemos tão felizes na concretização, com um remate do Félix logo no reinício muito por cima, quando estava em excelente posição na área, e um par de grandes defesas do António Filipe a remates do Pizzi, muito bem desmarcado pelo Gabriel (outro inacreditável lançamento longo) e pelo entretanto entrado Jonas. O Grimaldo tentou marcou um golo igual ao frente ao Boavista, mas o guarda-redes voltou a defender, porém no último minuto fizemos finalmente o quarto golo através do Jonas, bem desmarcado pelo Félix, que recargou com êxito um remate seu defendido pelo guarda-redes. Foi bom que não tivesse ficado 0-0 na 2ª parte.

Em termos individuais, destaque absoluto para o Gabriel cuja precisão no passe é superior ao GPS dos nossos telemóveis e, ainda por cima, decidiu jogar apesar de ter sabido da morte de um familiar muito próximo horas antes da partida. O Florentino exibiu-se novamente em grande plano e não engana ninguém: é craque. O Samaris, que recuou para central para o lugar do castigado Ferro, deu conta do recado e o Corchia também não esteve mal no lugar do André Almeida. O Rafa teve as melhores oportunidades na 1ª parte e está com uma veia goleadora de saudar, assim como grande parte da equipa: não me lembro de haver uma época em que tivéssemos cinco jogadores entre os oito primeiros(!) na tabela dos goleadores, sendo esta liderada pelo Seferovic com 15 golos (o Jonas está com nove e o Pizzi, João Félix e Rafa com oito).

Teremos agora finalmente quase uma semana para preparar o próximo jogo, que será em Mordor. Em condições normais, com uma arbitragem decente, não duvido que teríamos boas hipóteses de ganhar. Mas, pela amostra da Taça da Liga em Braga, tenho grandes dúvidas que isso possa acontecer. De qualquer maneira, estamos a jogar um grande futebol e não há nenhum benfiquista que não esteja contente com isso. A maneira como nesta partida fomos variando a forma de jogar para tentar entrar numa defesa superpovoada roçou o brilhantismo. E demonstra como a equipa está a crescer de jogo para jogo, relevando uma inteligência colectiva como há muito não se via: não perdemos a calma, sabemos ser pacientes, desaceleramos e aceleramos quando é preciso, é um gosto ver o Benfica actualmente. Veremos o que se irá passar no sábado.

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