sexta-feira, março 08, 2013
Letargia
Vencemos o Bordéus por 1-0 na 1ª mão dos oitavos-de-final da Liga Europa. Ganhar
sem sofrer golos é o mais importante numa 1ª mão de uma competição europeia,
mas o resultado é mesmo a única coisa positiva deste jogo. A nossa exibição foi
paupérrima e perdemos uma hipótese de ouro de ir a França com a eliminatória
completamente resolvida.
O facto de faltarem cinco titulares (Matic castigado, Maxi Pereira, Salvio,
Enzo Pérez e Lima no banco) e termos alinhado durante 90’ com 10 (Roderick a
trinco) são duas boas explicações, mas perante a inoperância do adversário
tínhamos obrigação de fazer (muito) melhor. Mesmo com a equipa secundária que
apresentámos. Não se percebe porque é que não colocámos mais vezes um bocadinho
mais de velocidade quando partimos para o ataque, quando ficou à vista de todos
que o Bordéus quebrava sempre que isso acontecia. Fizemos o único golo aos 21’
num grande remate de fora da área do Rodrigo, que a UEFA inacreditavelmente
atribuiu ao guarda-redes, Carrasso, porque a bola bateu na barra e nas mãos
dele antes de entrar. Se já não estávamos a jogar grande coisa antes do golo, a
partir daqui ainda baixámos mais o ritmo tentado controlar melhor o jogo, mas
já se sabe que o Benfica não está fadado para isso.
A 2ª parte iniciou-se com um bom remate do Cardozo que o guarda-redes
defendeu e depois houve uma jogada do Melgarejo pela esquerda que centrou mal,
quando se calhar deveria ter tentado o remate à baliza. E pronto, quanto a
perigo da nossa parte estamos conversados. Verdade seja dita que o Bordéus ia
piorando à medida que o relógio avançava, mas lá está, tal como em Aveiro, num
canto no último minuto um dos centrais falhou por um triz um cabeceamento,
quando estava na pequena-área.
Em termos individuais, o Artur (duas ou três defesas importantes) e a
defesa toda (André Almeida, Luisão, Garay e Melgarejo) foram os melhores, ou os
menos maus, do Benfica. Tudo o resto foi muito medíocre e mesmo quando entraram
os titulares (Pérez, Salvio e Lima) não conseguimos aumentar o ritmo. Até o
Jesus esteve mal na reordenação da equipa nas substituições, porque depois das
entradas dos dois primeiros, ficámos a jogar com o Gaitán atrás do
ponta-de-lança (Rodrigo) e as coisas melhoraram durante 10’, mas com a entrada
do Lima voltámos a jogar com dois pontas-de-lança e tudo piorou outra vez.
Mesmo em termos de gestão da equipa e perante o que o adversário (não)
mostrou (o Jesus bem pode enganar-se a si próprio se considera mesmo que o
Bordéus é uma boa equipa), não se percebe como é que nós não quisemos ir para
França com tudo resolvido, especialmente levando em consideração que vamos a
Guimarães três dias depois. Será uma vergonha para a nossa história se formos
eliminados por estes tipos. O público não ficou nada satisfeito com a exibição
da equipa e houve uma monumental assobiadela no final. Os jogadores amuaram e
não vieram agradecer. Eu, por princípio, nunca assobio nenhum jogador do
Benfica. Mas, se não podemos deixar de achar estranho que se assobie a equipa
depois de uma vitória por 1-0 numa competição europeia, a verdade é que esta
exibição (somada à de Aveiro e à de Braga para a Taça da Liga) confirma uma
tendência negativa que se está a tornar recorrente. Espero que este abaixamento
de ritmo seja propositado com vista a aguentarmos fisicamente as competições até
final. Caso contrário, teremos um grande problema.
P.S. – Mais um jogo europeu em casa, mais um petardo a fazer-se ouvir na
zona do costume. Custa-me a entender como é que não se faz nada quanto a isto. Tanto
por parte dos responsáveis do Benfica (há câmaras de segurança, não há? Os alemães
não tiveram problemas nenhuns em identificar os prevaricadores em Leverkusen…),
como por parte das próprias pessoas que se sentam naquela bancada. Quanto
tivermos um jogo europeu à porta fechada (que deve estar para breve), pode ser
que fiquem satisfeitos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Não vislumbro tendência negativa nenhuma..., noto ainda que tens um ouvido apurado meu caro..., quer me parecer que ouves bem melhor um pequeno petardo do que vinte (ou mais) mil imbecis assobiadores...
É verdade, os jogos posteriores não confirmaram (felizmente!) uma possível tendência negativa. Os assobiadores são imbecis, sim senhor, mas mesmo que tenhas 60.000 mil deles isso não te interditará o estádio. Como a ainda maior imbecilidade que é atirar petardos... Desculpa lá, Pedro, mas há coisas que não são defensáveis ou 'relativizáveis'. Os petardos são uma delas.
Enviar um comentário