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segunda-feira, dezembro 30, 2024

Péssimo

Perdemos na lagartada por 1-0 e descemos para o 3º lugar do campeonato, porque o CRAC também ganhou em casa ao Boavista por 4-0, estando agora a dois pontos de ambos. Uma derrota é sempre má, mas esta foi particularmente dolorosa pelas circunstâncias em que ocorreu, que não abonam nada a nosso favor, nem do nosso treinador.
 
Perante uma equipa que mudou de treinador há três dias(!), nós devemos ter feito uma promessa de boas-vindas e, então, oferecemos, a 1ª parte ao adversário. Foi inconcebível o que se passou, dado que os jogadores lagartos chegavam invariavelmente primeiro à bola, ganhavam praticamente todos os lances divididos e mostravam uma atitude bem superior à nossa, que pareceu de um aburguesamento (quase) total... Foram eles os primeiros a criar perigo, com o Quenda a aparecer isolado em frente ao Trubin, mas o ucraniano fez bem a mancha e fechou a nossa baliza. Nós respondemos num livre directo do Kökçü, que o Israel defendeu para canto. No entanto, um falhanço incrível do Tomás Araújo, que tentou um corte em antecipação ao Gyökeres, mas falhou e deixou o sueco fazer a jogada pela linha, resultou no 1-0 para eles aos 29’, com o sueco a assistir o Catamo para este nos fazer novo golo...! Não conseguimos reagir, porque a lagartada manietava bem a nossa saída de bola e foi o Gyökeres a aproveitar outra falha do Tomás Araújo, num mau passe em zona proibida, para colocar o Trubin de novo à prova com um remate potente de fora da área.
 
A 2ª parte foi totalmente diferente por via da entrada do Leandro Barreiro para o lugar do desastrado Florentino, que não tinha praticamente acertado um passe ofensivo nos primeiros 45’. O luxemburguês fez-nos subir imenso de produção e a etapa complementar foi totalmente nossa. Grosso modo, tivemos três oportunidades, num centro-remate do Bah que o Israel defendeu, um grande falhanço do Amdouni, a novidade no onze, ao atirar por cima em vez de o remate ser rasteiro e uma cabeçada do Otamendi num canto. No entanto, quando foi altura de mexer na equipa, o Bruno Lage esteve invariavelmente mal. Tirou o Amdouni e o Aktürkoğlu para colocar o Pavlidis e o Beste, mas só aos 75’. Ou seja, foi só a 15’ do fim que alinhámos com um ponta-de-lança de área, num jogo em que estávamos a perder...! Não contente com isso, com o Schjelderup e o Rollheiser no banco, coloca o substituto do Carreras na lateral-esquerda mais uma vez a extremo. Ele, o Beste, que tinha sido de longe o pior jogador do Benfica frente ao Estoril! Não melhorámos nada com isto, antes pelo contrário. Se o Aktürkoğlu ficou demasiado tempo em campo, porque está claramente a perder a forma com que veio, o Amdouni poderia perfeitamente ter sido desviado para a esquerda para dar espaço ao grego no meio. A cinco minutos do fim, o Lage foi mais longe de tirou o Aursnes para colocar o Arthur Cabral. Não me lembro de outra ocasião em que tenham alinhado em simultâneo os dois pontas-de-lança, mas o Lage resolveu inventar num jogo desta importância. O resultado foi o esperado, fomos inexistentes nos minutos finais, fruto da óbvia dificuldade da equipa a interpretar este esquema de jogo com dois pontas-de-lança na frente. E nesses minutos, poderíamos mesmo ter sofrido o segundo golo, mas o Catamo felizmente foi egoísta e, num lance em superioridade numérica, resolveu rematar contra um defesa nosso, em vez de abrir na esquerda, onde tinha um colega isolado. Noutro contra-ataque dos lagartos, o Gyökeres proporcionou mais uma defesa ao Trubin.
 
Em termos individuais, só o Trubin esteve à altura do jogo, tendo sido o nosso melhor jogador. O Leandro Barreiro entrou muito bem depois do intervalo e, por este andar, prepara-se para roubar o lugar ao Florentino, que está a decair de produção. O Di María lutou muito, nunca se escondeu do jogo, mas não consegue fazer tudo sozinho. Ao invés, o Tomás Araújo terá feito a pior exibição desde que é titular, estando ligado ao resultado final pela forma como deixou o Gyökeres escapar. O Carreras também esteve de fugir na 1ª parte, tendo depois subido de produção (mas, mesmo assim, pouco). O Aktürkoğlu precisa desesperadamente de um pouco do banco, mas fazer um reset exibicional. O Kõkçü esteve igualmente a anos-luz do que costuma produzir. O Amdouni confirmou a ideia de que é bastante melhor a entrar durante o jogo do que a alinhar de início. O maior problema do Benfica foi esse mesmo: muitas das unidades nucleares estiveram abaixo do que era exigível.
 
Nunca poderíamos ter pedido este jogo, especialmente depois de os lagartos terem dado o estoiro na 2ª parte! Já não é nem a primeira, nem a segunda vez que o Lage lê muito mal o nosso jogo a partir do banco. Ou corrige isso rapidamente, ou não vamos a lado nenhum.

quinta-feira, dezembro 26, 2024

Na liderança

Vencemos o Estoril na Luz na passada 2ª feira (3-0) e, graças ao empate da lagartada em Barcelos frente ao Gil Vicente (0-0), saltámos isolados para o primeiro lugar do campeonato, algo que não acontecia desde que fomos campeões em 2023. Não foi a melhor das exibições, mas ao segundo match point conseguimos mesmo chegar à liderança antes do final do ano, algo que parecia impossível há um par de meses.
 
O Bruno Lage mudou a estrutura da equipa, dado que saiu o Florentino e entrou o Beste, tendo nós alinhado em 4-4-2, com o Aursnes e Kökçü no meio-campo. Na defesa, o António Silva substituiu o Otamendi, que fez uma viagem-relâmpago à Argentina e naturalmente ficou no banco. Perante uma equipa que nos trocou as voltas na escolha de campo (algo que sempre me irrita sobremaneira), não entrámos muito bem e foi mesmo do Estoril o primeiro remate perigoso à baliza, do nosso ex-jogador João Carvalho, que o Trubin defendeu à segunda. A 1ª parte foi fraca do nosso lado, somente com dois lances a registar e ambos do Pavlidis: uma bola ao poste na sequência de um canto e o 1-0 aos 28’ num remate colocado de fora da área, depois de assistência do Di María, na sequência de um mau passe do João Carvalho. Do outro lado, o Estoril teve igualmente uma grande oportunidade depois de um centro atrasado do lado esquerdo, mas a bola, depois de rematada com o pé esquerdo, ressaltou no direito do próprio jogador(!), o que fez com que saísse ao lado.
 
Na 2ª parte, melhorámos de produção e não deixámos o Estoril visar tanto as nossas redes. O Pavlidis voltou a ter uma grande oportunidade, mas, só com o guarda-redes pela frente, atirou ao lado. Como não foi golo, não deu para perceber se estava ou não fora-de-jogo, de qualquer forma foi um falhanço incrível. Saiu logo a seguir para entrar o Amdouni, que acabou por ser o homem do jogo em pouco mais de 20’ em campo. Fez o golo da tranquilidade aos 73’ numa recarga depois de um remate do Aktürkoğlu defendido pelo guarda-redes com o pé e fez o 3-0 aos 93’ numa cabeçada depois de um canto da direta do Beste.
 
Em termos individuais, e perante uma exibição mediana da maioria dos jogadores, acabou por ser o Amdouni, como já referi, o melhor do Benfica. Bisar em pouco tempo em campo é sempre um feito a realçar. Gostei que o Pavlidis tivesse regressado aos golos, embora tivesse ficado a dever ele próprio ter marcado mais um par deles... O Trubin esteve seguro quando foi preciso e o António Silva melhorou de produção em relação à Vila das Aves. Não gosto é nada de ver o Beste a extremo-esquerdo e o alemão terá feito dos piores jogos com a camisola do Benfica. Frente ao Estoril em casa, e com o Rollheiser e Schjelderup no banco, não se percebe esta insistência do Lage nele naquela posição... Lage, esse, que espero que perceba de vez que jogamos melhor com um Florentino (ou um Leandro Barreiro) a seis, dado que conseguimos defender mais à frente e recuperamos a bola mais perto da baliza adversária... Mas, de vez em quando, lá lhe dá para prescindir deles na equipa titular...
 
Iremos fechar o ano na lagartada, que infelizmente mudou de treinador... Eu, que já estava a salivar pela ida lá com o João Pereira a treiná-los, apanhei uma tremenda desilusão, que nesta altura já não estava à espera... Enfim, de qualquer forma, é para ir lá ganhar, obviamente!

sexta-feira, dezembro 20, 2024

Em dia

Depois de mais de dois meses, finalmente lá se realizou o Nacional – Benfica, que tinha ficado interrompido no início de Setembro, com apenas oito minutos de jogo, por causa do nevoeiro. Dois golos do Di María selaram a nossa vitória e agora estamos somente a um ponto da lagartada, com o CRAC um ponto atrás de nós. Havia a ameaça de um novo nevoeiro, mas felizmente ele só surgiu no final da 1ª parte, sem causar nenhuma interrupção da partida.
 
As equipas eram obrigadas a alinhar com os mesmos jogadores de Setembro e o primeiro lance de perigo foi dos madeirenses, na sequência do lançamento lateral que foi onde o jogo tinha sido parado. Porém, este foi dos poucos lances em que o Nacional se acercou da nossa baliza, dado que pouco depois tomámos conta do jogo e tivemos mais do que suficientes oportunidades na 1ª parte para decidi-lo a nosso favor. No entanto, nessa altura emergiu logo o homem do jogo, o guarda-redes Lucas França, que fez uma enorme exibição e salvou o Nacional de uma goleada. Começou com uma defesa a uma cabeçada do Pavlidis, mas foi em dois remates do Aktürkoğlu e numa cabeçada do Otamendi onde ele fez as grandes defesas do jogo. Com o nevoeiro a ameaçar voltar, era importantíssimo chegarmos ao intervalo a ganhar, porque a partida corria o risco de ser interrompida novamente, mas isso não aconteceu.
 
Felizmente, as piores previsões não se confirmaram na 2ª parte e a visibilidade melhorou imenso. Voltámos a entrar forte e o Kökçü atirou um míssil de fora da área à barra, com o guarda-redes pregado ao relvado. Eu estava a ver a nossa vida a andar para trás, com tantas oportunidades perdidas, mas aos 59’ inaugurámos finalmente o marcador num penalty evidente a punir mão de um adversário na área, que o Di María concretizou com a frieza habitual (mas que me tira do sério...!). O Nacional nunca deu mostras de conseguir contrariar a nossa superioridade e aos 74’ selámos definitivamente a vitória outra vez pelo Di María, depois de um lance em que o entretanto entrado Amdouni esteve mal numa primeira fase, ao não deixar a bola para o argentino, mas depois assistiu-o para um remate algo fraco, mas que desviou num defesa e foi em direcção ao canto inferior direito da baliza do Lucas Franças, que bem se estirou, mas não conseguiu chegar à bola. Até final, outro jogador vindo do banco, o Leandro Barreiro, teve uma excelente cabeçada a centro do Di María, mas o guarda-redes defendeu para o poste.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Di María por ter conseguido os dois golos da vitória. O Florentino regressou bem ao meio-campo e o Aursnes foi outro jogador a elevar os níveis exibicionais em relação ao passado recente. O Carreras tem a garantia de que o lugar na lateral-esquerda é completamente dele e o Bah continua a locomotiva do lado direito. Bom regresso igualmente do Otamendi a fazer valer a sua presença física na nossa defesa. Quanto aos menos, os turcos já se exibiram em melhor plano e o Pavlidis continua muito complicativo na hora de rematar à baliza.
 
Iremos receber o Estoril na próxima 2ª feira, antes da ida à lagartada na última jornada do ano. Duas vitórias colocam-nos na liderança do campeonato e é somente isso que temos de ter em mente.

quarta-feira, dezembro 18, 2024

Justo

Empatámos no domingo na Vila das Aves perante o AVS (1-1) e perdemos os primeiros pontos a nível nacional desde que o Bruno Lage voltou ao Benfica. Perante um dos últimos classificados do campeonato, houve duas partes bastante diferentes, mas há que ter a hombridade de considerar que o resultado foi o mais adequado àquilo que se viu em campo.
 
O Bruno Lage surpreendeu ao deixar cinco titulares de fora, depois do empate europeu frente ao Bolonha. E foi uma das caras novas da equipa, o Amdouni, a inaugurar o marcador logo aos 17, depois de uma boa combinação atacante com o Aktürkoğlu, que o assistiu na perfeição. Dominámos completamente a 1ª parte, com os turcos a terem os remates mais perigosos, mas sem nunca atingirem a baliza. Do lado contrário, o Trubin limitava-se a ter uma vista privilegiada sobre o que se passava em campo.
 
Na 2ª parte, tudo foi diferente. Como acontece muitas vezes na ressaca de jogos europeus, a equipa vai-se abaixo, embora neste caso isso seja um pouco incompreensível, dado que estávamos a alinhar com muitos não-habituais titulares. Ainda houve uma cabeçada do Amdouni num canto que se poderia ter constituído como uma assistência para o António Silva, mas saiu demasiado atrasada. A partir da hora de jogo, o jogo virou completamente com o AVS a tornar o Trubin um dos melhores em campo. Entre grandes defesas do nosso guarda-redes e uma cabeçada ao poste, passámos por muitas aflições. Claro que para isto contribuiu o facto de o Bruno Lage se ter lembrado de tirar o médio-defensivo (Leandro Barreiro), que até estava a ser dos melhores, e ter colocado o Aursnes a seis com o Kökçü ao lado... Foram 15’ até perceber o erro e ter colocado o Florentino para estancar a avalanche adversária no nosso meio-campo feito de pesos-plumas. O Schjelderup, também entretanto entrado, ainda colocou a bola na baliza, mas estava fora-de-jogo. No entanto, no último minuto da compensação surgiu o golo merecido dos avenses, através de um livre para a nossa área e uma segunda cabeçada do Devenish, que não deu hipóteses ao Trubin. Foi um pouco inglório por ter sido mesmo em cima do apito final, mas a justeza do resultado é incontestável.
 
Em termos individuais, não acho que tenha havido um jogador que se tenha destacado assim tanto dos outros, excepção eventualmente feita ao Trubin, que conservou a nossa baliza a zeros o mais que pôde. Até estava a gostar do Leandro Barreiro, um autêntico clone do Florentino, mas o Lage resolveu tirá-lo prematuramente. Dos habituais não-titulares, não houve nenhum que se tenha destacado por aí além, talvez só a 1ª parte do Amdouni. Na defesa, o Beste não fez esquecer o castigado Carreras e o António Silva passa por um período de inexplicável nervosismo.
 
Iremos amanhã à Choupana jogar os minutos que restam na partida frente ao Nacional. O regresso às vitórias é fundamental, para terminarmos o ano colocados ao 1º lugar, agora que deixámos escapar a oportunidade de estarmos já em 1º, quando visitássemos o WC daqui a pouco mais de uma semana.

sábado, dezembro 14, 2024

Desperdício

Empatámos em casa frente ao Bolonha na passada 4ª feira (0-0) e desperdiçámos uma oportunidade de ouro de assegurarmos já o play-off da Champions. Perante uma equipa que só tinha um ponto em cinco jornadas e que, para além do mais, alinhou com muitos suplentes, o resultado não deixou de ser uma tremenda desilusão, até porque os dois jogos que faltam são contra Barcelona e Juventus...
 
Com a equipa-tipo de regresso, até entrámos bem e metemos a bola na baliza logo aos 2’ pelo Pavlidis, depois de uma assistência do Di María, mas o grego estava fora-de-jogo. Inexplicavelmente, a partir daqui tivemos um hiato que durou uma boa meia-hora, em que os italianos tiveram muito mais posse de bola, embora sem criar grande perigo, com excepção de uma saída aos pés de um adversário pelo Trubin, que salvou um golo quase certo. Nos últimos minutos da 1ª parte, chegámos por fim à baliza contrária e o Di María teve um grande remate de primeira, depois de uma boa iniciativa do Carreras na esquerda, defendido superiormente pelo guarda-redes polaco Skorupski.
 
A 2ª parte foi completamente diferente e totalmente nossa. O Bolonha praticamente deixou de existir em termos atacantes, com excepção de uma bola logo no reinício que foi rematada à figura do Trubin. Do nosso lado, tivemos oportunidades mais do que suficientes para ganhar não um, mas dois jogos! Numa boa combinação com o Di María, o Bah teve um remate já de ângulo difícil que criou bastante perigo, o Pavlidis falhou escandalosamente uma recarga, permitindo a defesa do guarda-redes ainda no chão(!), o Aursnes viu um remate seu que ia para a baliza ser interceptado no último momento por um defesa e o Amdouni, que entretanto entrou, teve dois remates colocados de pé esquerdo, ambos defendidos pelo guarda-redes Skorupski, que foi de longe o melhor homem em campo. Tanto desperdício que espero não nos saia muito caro no futuro...
 
Em termos individuais, o Carreras esteve muito bem na lateral-esquerda e o Di María, apesar de muito marcado na 1ª parte, conseguiu libertar-se na 2ª e muito do nosso jogo atacante passou por ele. Na defesa, o Tomás Araújo está de pedra e cal, o Otamendi, apesar de ter sempre uma ou outra falha comprometedora, conseguiu por vezes ser imperial pelo ar, e o Bah é sempre um comboio na direita. O Trubin foi igualmente essencial pelas poucas defesas que fez e que permitiram manter a nossa baliza a zeros. Ao invés, os dois turcos, Kökçü e o Aktürkoğlu, estiveram bastante abaixo do que já exibiram e a nossa produção ofensiva ressentiu-se disso. O Florentino já passou por uma fase mais exuberante do que agora, assim como o Aursnes, embora este tenha subido de produção na 2ª parte, e o Pavlidis continua a ser o rei dos golos anulados, mas falhou uma oportunidade clamorosa que não devia. Quanto aos substitutos, o Amdouni deu nas vistas por via de dois dos remates mais perigosos que fizemos.
 
Champions só voltará daqui a mais de um mês, com a recepção ao Barcelona e a ida à Juventus na semana seguinte. Dez pontos podem ser suficientes para atingir o play-off, mas convinha pontuarmos em ambas as partidas, o que não irá ser nada fácil. Falhámos o primeiro match-point, convém não falharmos os próximos dois...

P.S. - Uma palavra final para o árbitro, o romeno Radu Petrescu, que foi dos piores que vimos nos últimos tempos. Muito complicativo, a encharcar-nos de cartões, enfim, parecia um árbitro português...

terça-feira, dezembro 10, 2024

Complicado

Vencemos o V. Guimarães na Luz no sábado por 1-0 e tivemos um fim-de-semana em cheio, porque a lagartada perdeu 2-1 em Moreira de Cónegos e o CRAC empatou 1-1 em Famalicão. Estamos, portanto, a dois pontos do 1º lugar e com os mesmos pontos do CRAC, quando temos um jogo a menos. O que parecia impossível há umas semanas tornou-se real: podemos ir ao WC no final do ano em 1º lugar.

O V. Guimarães está a fazer uma temporada muito boa, tanto a nível nacional como na Liga Conferência, e foi a equipa que mais condicionou a nossa saída de bola desde o guarda-redes. Conseguimos meter a bola na baliza ainda nos primeiros 10’, mas o Pavlidis estava acampado depois de um remate do Florentino na sequência de um livre nosso para a área. No entanto, inaugurámos o marcador ainda na 1ª parte, aos 29’ numa boa combinação atacante entre o Pavlidis e o Leandro Barreiro (que substituiu o castigado Kökçü no onze), com assistência do grego para o Aktürkoğlu desfeitear o Bruno Varela. Até ao intervalo, um remate de fora da área do Pavlidis, que ainda ressaltou num defesa, foi o nosso lance de maior perigo, mas a bola passou ao lado.
 
Na 2ª parte, ainda tivemos mais dificuldades em explanar o nosso jogo atacante e a iniciativa pertenceu maioritariamente ao V. Guimarães. Um livro directo logo no reinício permitiu ao Trubin fazer a melhor defesa do jogo, mas foi numa falha tremenda do Florentino na saída de bola que houve o lance de maior perigo, isolando um adversário, que contornou o Trubin, mas o Otamendi de carrinho não permitiu que a bola chegasse ao destino. Quanto a nós, só tivemos uma verdadeira oportunidade, já no quarto-de-hora final, com um centro da esquerda do Aktürkoğlu a assistir o Pavlidis, mas o remate deste de pé esquerdo na área saiu por cima da barra.
 
Em termos individuais, destaque para o Aktürkoğlu pelo golo e para o Tomás Araújo, que se está a revelar um jogador importantíssimo na manobra atacante, principalmente pela sua capacidade de colocar a bola na frente. Aquele corte do Otamendi foi fundamental e a defesa esteve em geral bastante segura. Ao invés, do meio-campo para a frente, as coisas poderiam ter sido melhores. Não percebi a opção do Bruno Lage pelo Barreiro no lugar do Kökçü, em vez do Rollheiser, que é um jogador bem mais ofensivo. O Florentino deve ter feito dos piores jogos da época, selado com aquele tal falhanço comprometedor no final. O Aursnes também já me pareceu em muito melhor forma do que agora, mas continua a ser importante como o guarda-costas do Di María. Este não esteve tão inspirado como ultimamente e inspiração foi algo que faltou igualmente ao Pavlidis, que deveria ter fechado o jogo mais cedo.
 
Conseguimos o mais importante, especialmente numa jornada em que ambos os rivais perderam pontos. Teremos amanhã a Champions em casa frente ao Bolonha, em que uma vitória deve selar a qualificação para os play-off. Já demos mais espectáculo noutros jogos, mas continuamos a mostrar muito mais consistência do que com o Schmidt. E não há como não nos sentirmos mais tranquilos com isso.

segunda-feira, dezembro 02, 2024

Suficiente

Vencemos ontem em Arouca (2-0) e, com a magnífica vitória do Santa Clara na lagartada (1-0), reduzimos a desvantagem para o 1º lugar para cinco pontos, com menos um jogo. Conhecedores do desaire deles na véspera, esta partida era fundamental para encurtar distâncias e, apesar de uma exibição até um pouco sofrível a espaços, conseguimos o principal objectivo.

O Bruno Lage manteve o onze do Mónaco e até entrámos bem na partida com o Aktürkoğlu na esquerda a quase assistir o Pavlidis para golo, não fosse o guarda-redes Mantl desviar o cruzamento no último instante, antes de o grego cabecear para as redes desertas. No entanto, pouco depois apanhámos um susto com o avançado Trezza isolado a tentar o chapéu ao Trubin, mas este, graças à sua altura, a conseguir defender para canto. Aos 12’, inaugurámos o marcador com um autogolo do Fontán, depois de um centro do Aktürkoğlu ao qual o Pavlidis nem chegaria. Até ao intervalo, houve uma boa oportunidade para cada lado, com o Trubin a fiar-se demasiado no golpe de vista e quase a sofrer um golo de pé num remate fora da área, e o Di María, na sua jogada típica da direita para o meio, a quase fazer um golão em arco, só impedido pelo guarda-redes Mantl.

Na 2ª parte, a partida manteve-se igual, connosco a não conseguirmos imprimir um ritmo forte para tentar fechar o resultado e o Arouca a acercar-se mais vezes da nossa baliza do que seria desejável. No entanto, as oportunidades foram maioritariamente nossas, com o Pavlidis em destaque pela negativa, dado que ou o guarda-redes defendia ou ele demorava muito tempo a rematar e perdia-se em fintas escusadas. Por volta da hora de jogo, o Lage tirou os turcos e colocou o Leandro Barreiro e o Beste. O alemão esteve em evidência pela negativa, dado que falhou um par de golos certos, ao não acertar bem na bola quer de cabeça, quer com o pé esquerdo. O melhor remate da 2ª parte foi do Carreras proporcionando uma boa defesa ao guarda-redes. Até que aos 70’ beneficiámos de um indiscutível penalty por derrube do guarda-redes ao Beste, depois deste ter feito a mancha ao Pavlidis que se tinha isolado. O Di María enganou-o bem na concretização do penalty (embora eu deteste aquela maneira de marcar penalties...!) e conseguíamos ter margem de manobra com 2-0 no marcador. No entanto, desconcentrámo-nos um pouco e ainda permitimos ao Arouca atirar uma cabeçada ao poste, que, caso tivesse sido concretizada, tornaria os minutos finais muito stressantes para nós.

Em termos individuais, o Di María esteve novamente em destaque com mais um golo e um belíssimo remate em arco, que ia dando outro golão. Gostei muito do início de 2ª parte do Florentino, ao cortar uma série de bolas no meio-campo. Na defesa, o Tomás Araújo está cada vez mais imperial. O resto da equipa esteve a um nível mediano, com o Carreras, o Aktürkoğlu e o Pavlidis uns furos (bem) abaixo do que já mostraram.

Teremos a recepção ao V. Guimarães no sábado, num jogo em que não teremos o Kökçü, que viu o quinto amarelo. O mês de Dezembro será muito intenso, com jogos importantes, incluindo a ida à lagartada perto do final do ano. Mas é inegável que estamos numa fase bem positiva, que parecia impossível atendendo ao que vimos no início da temporada. De facto, sem um treinador à altura, não há bom plantel que resista.