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segunda-feira, novembro 07, 2022

Abafo

Goleámos o Estoril na Amoreira (5-1) e ficámos com uma distância de oito pontos para o 2º classificado, que é agora o CRAC (ganhou facilmente 4-0 ao Paços de Ferreira), porque o Braga perdeu em casa com o Casa Pia (0-1) e está agora a nove pontos de nós, mantendo-se a lagartada a 12 (3-0 sobre o V. Guimarães). Depois de uma (épica) jornada europeia e antes de uma eliminatória da Taça (no mesmo local contra o mesmo adversário), demos uma demonstração cabal do nosso poderio no momento.
 
Com as lesões do Aursnes e Gonçalo Ramos, entraram o Chiquinho e o Musa. O Estoril está a fazer um campeonato interessante e já tinha retirado dois pontos ao CRAC, pelo que este jogo se revestia de um elevado nível de perigo. As coisas começaram algo equilibradas, mas nós tivemos logo nos minutos iniciais uma óptima hipótese com um remate do Rafa, que saiu ao lado. O Estoril respondeu bem e criou uma enorme ocasião à passagem do quarto de hora, com o Rodrigo Martins a surgir isolado frente ao Vlachodimos, mas este a defender brilhantemente com o pé. No entanto, aos 25’ fomos mesmo nós a inaugurar o marcador, com um excelente cabeceamento do Musa (anda a treinar o jogo de cabeça, só pode) depois de um centro do Grimaldo na esquerda. O Pedro Henriques, que estava a comentar o jogo na Sport TV, estava a dizer que o nosso nível de eficácia nas bolas paradas estava a decair em relação ao início da época e em boa hora falou! Cinco minutos depois do primeiro golo, surgiu o segundo num canto, com assistência de calcanhar do Chiquinho e desvio também de calcanhar(!) do António Silva. Que golão! Continuámos a pressionar nos minutos seguintes, mas um canto desnecessário provocado pelo Bah proporcionou ao Estoril outra óptima ocasião, com o Musa a livrar-se por pouco de um autogolo, com um alívio para a barra, tendo o António Silva na recarga parado com o corpo um remate que também tinha boa direcção. Na sequência deste alívio, contra-ataque venenoso da nossa parte através do Rafa, mas o Enzo Fernández isolado não conseguiu desfeitear o guarda-redes. Porém, não tivemos de esperar muito pelo o 3-0, que aconteceu aos 40’ num bis do António Silva, de cabeça, depois de assistência também de cabeça do Florentino a centro do Rafa, na sequência de outro canto. (Pedro Henriques, por favor, nos jogos do Benfica é favor fazer sempre esse comentário!)
 
Na 2ª parte, apesar de termos o jogo praticamente ganho, não demos a menor hipótese ao Estoril e ainda acentuámos mais a nossa superioridade. Tanto assim foi, que só nos minutos finais é que o Estoril conseguiu pisar a nossa área! Parecia que o jogo estava 0-0 tal o nosso comprometimento com o mesmo. É impossível não encher as medidas de qualquer adepto. Atirámos uma bola ao poste pelo Musa, entretanto o Roger Schmidt começou a rodar a equipa e o recém-entrado David Neres isolou brilhantemente o João Mário, que desviou subtilmente do guarda-redes para o 4-0 aos 67’. Quem também entrou foi o Henrique Araújo que, depois de falhar perante o guarda-redes, fez um golão num remate em vólei, mas o VAR Hugo Miguel considerou que o Florentino, que estava em fora-de-jogo no início da jogada, teve intervenção na mesma. Um roubo, porque o nosso jogador nem se faz à bola! Não descansávamos e fizemos mesmo o quinto golo aos 89’ num remate fabuloso de quase 30 m(!) do Ristic, que tinha substituído o Grimaldo minutos antes. Até final, ainda deu para o Serginho ser o primeiro a marcar um golo ao Benfica fora de casa, fazendo o resultado final de 1-5, e para levarmos uma bola ao poste já mesmo em cima do apito final. Já tínhamos entrado em descompressão e estes dois lances eram escusados...
 
Em termos individuais, destaque evidente para o António Silva, que se estrou a marcar na Liga e logo por duas vezes. O João Mário também fez um óptimo jogo e está numa forma assinalável. No meio-campo, o Florentino continua um muro quase intransponível e fez bem o descanso ao Enzo Fernández (apesar de estar com uma irritante mania de perder pelo menos uma bola perigosa por jogo na saída a jogar no nosso meio-campo...). O Rafa não esteve feliz na hora de rematar à baliza, mas é sempre um perigo para as defesas contrárias. O Musa é um bocado cepo, mas enquanto marcar um golo cada vez que entra, por mim, está bem assim. Menção também especial para o Vlachodimos, que impediu que começássemos o jogo a perder.
 
Voltaremos à Amoreira na 4ª feira para a Taça de Portugal e é bom que não nos deixemos deslumbrar por este resultado. Vai ser um jogo muito difícil e nunca é demais relembrar o nosso vergonhoso palmarés de três taças ganhas em 25 anos...! E nas Caldas da Rainha aconteceu o que aconteceu, portanto, é fundamental mantermos o foco no máximo. Estamos bem lançados no campeonato, mas não só nada está ganho, como a ida ao Jamor é imprescindível!

1 comentário:

joão carlos disse...

Desta vez melhor o treinador nas primeiras substituições que foram mais cedo do que aquilo que tem sido habitual ainda assim as ultimas poderiam e deveriam ter sido bem mais cedo é que assim quem saiu acabou por não descansar nada e as ultimas terem sido por duas paragens em vez de uma só em nada nos beneficiou e até poderá ter sido um dos fatores da desconcentração final.
Mais uma vez no banco tínhamos três centrais para mais numa posição em que os treinadores quase nunca mexem sabemos que por um lado tem a ver com as lesões, mas é sobretudo pelo desequilíbrio que existe em algumas posições, mesmo que muitos por aí neguem esse facto, tanto é que o treinador prefere ter os tais três centrais a ter outros jogadores que disponíveis pelos vistos pouco ou nada contam.
De facto depois de no início da época termos estado muito fortes nas bolas paradas tivemos um período, os últimos jogos antes da paragem para as seleções e os primeiros após a mesma, em que não estivemos tão bem, mas já à alguns jogos voltamos a ser perigosos nas mesmas, basta ver os dois últimos jogos da liga dos campeões, mas alguns tem andado distraídos.