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quarta-feira, outubro 26, 2022

Jogaço

Vencemos ontem a Juventus por 4-3 e, a uma jornada do fim, qualificámo-nos para a fase a eliminar da Liga dos Campeões. Foi um jogo que começou por correr muito bem, mas que se complicou na parte final, porque estes italianos são sempre muito manhosos.
 
O empate bastava para selar a nossa qualificação, mas o Roger Schmidt prometeu que iríamos jogar para ganhar. E cumpriu. Apesar de o David Neres estar recuperado, manteve a aposta no Aursnes para dar mais solidez ao meio-campo e o norueguês foi dos melhores em campo. Entrámos muito concentrados e a pressionar como é nosso timbre, e inaugurámos o marcador aos 17’ na estreia do António Silva a marcar pelo Benfica, com um desvio de cabeça a um óptimo centro do Enzo Fernández. No entanto, não tivemos muito tempo para saborear a vantagem, dado que aos 21’ a Juventus empatou num canto pelo Moise Kean, numa recarga a duas defesas(!) do Vlachodimos a remates do Vlahovic. O VAR ainda demorou a analisar o lance, mas o golo foi mesmo válido. A partida estava frenética e colocámo-nos novamente em vantagem aos 28’ num penalty bem apontado pelo João Mário, a castigar mão do Cuadrado na área. A Juventus respondeu com um remate do Vlahovic na área, que passou muito perto do poste, mas aos 35’ fomos nós a elevar a contagem para 3-1 num golão do Rafa de calcanhar a centro do João Mário. De calcanhar também tentou o Kean fazer um bis, mas a bola saiu ao lado da baliza. Seria outro golão, mas felizmente não o foi.
 
A 2ª parte continuou a toada da primeira e connosco a fazer o 4-1 logo aos 50’: passe do Grimaldo a desmarcar o Rafa e este, com enorme classe, a picar a bola sobre o Szczesny. A Juventus acusou muito este golo e durante largos minutos pareceu perdida em campo. Ao invés, nós continuávamos a pressionar e a tentar marcar mais golos. Tivemos boas oportunidades pelo Gonçalo Ramos, por duas vezes, e pelo Rafa que atirou por cima, quando só tinha o guarda-redes pela frente. Praticamente na jogada seguinte, a Juventus reduziu para 2-4 aos 77’ pelo Milik (que tinha entrado ao intervalo), depois de uma boa jogada na esquerda do também entrado Samuel Iling-Junior. Que, dois minutos depois, voltou a estar em evidência no 4-3 com nova incursão pela esquerda, centro para a área, confusão e remate final vitorioso do McKennie. Passávamos de um possível 5-1 para um 4-3 em apenas meia-dúzia de minutos e o Schmidt lá se decidiu finalmente por refrescar a equipa, tirando o estoirado Bah para colocar o Gilberto na direita. Recuámos as linhas e, num puro contra-ataque, o Rafa isolou-se quase desde o meio-campo e atirou ao poste, com o Gonçalo Ramos a não conseguir fazer a recarga. Pouco depois, saíram ambos os jogadores e entraram o Musa e o David Neres. Com as substituições, reequilibrámos novamente as coisas e a Juventus deixou de ter as facilidades que provocaram os dois golos sofridos. Mesmo assim, ainda houve um remate do Matìas Soulé na nossa área que nos provocou arrepios.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o Rafa, que poderia ter marcado quatro golos, mas marcou dois e deixou a cabeça dos italianos em água. No entanto, quem me encheu mais as medidas foi o Aursnes, que mesmo a jogar sobre a esquerda, fora da posição dele, foi absolutamente fabuloso. O Enzo Fernández pode descansar nalguns jogos contra adversários mais acessíveis, porque temos ali um substituto à altura. Aliás, o argentino está a baixar de forma, facto a que não deve ser alheio a quantidade de jogos que já tem nas pernas. Outro jogador que encheu o campo foi o Florentino, sempre em cima dos italianos. O António Silva voltou a não tremer num jogo de extrema dificuldade e parece ter superado o mau momento nas Caldas. O Bah terá feito um dos melhores jogos com a camisola do Benfica, mas deveria ter saído um pouco mais cedo, dado que o Kostic na 1ª parte e o Iling-Junior na 2ª deram-lhe muito trabalho. Em geral, a equipa voltou a exibir-se a um nível muito elevado.
 
Iremos para a semana a Israel tentar fazer melhor resultado do que o PSG em Turim para ficarmos em 1º lugar no grupo. Será bastante complicado, mas, quando saiu o sorteio, quem é que diria que estaríamos nesta posição nesta altura...? Está a dar tanto gozo ver o Benfica jogar desta maneira, que às vezes até parece irreal.

2 comentários:

Rui dos Santos disse...

Penso que o Aurnes tb faz bem o lugar do Enzo.

joão carlos disse...

Mas a responsabilidade do sofrimento no final é de inteira responsabilidade do treinador que tinha estado excelente nas substituições no jogo anterior e esteve muito mal neste é que existem jogadores que não conseguem manter os mesmos índices físicos o jogo inteiro e se nalgumas posições as alternativas não existem, ou são se pouca qualidade, o que nem era o caso das duas posições na direita onde existiam opções no banco e para a qual o treinador não tinha desculpa para não alterar precisamente no lado em que mais desgaste evidenciávamos e por onde eles tiraram partido.
Já é evidente nalguns jogadores o acumulado de jogo que se vai refletindo numa menor produção é que os jogadores não aguentam jogar todos os jogos todo o tempo ou o treinador faz rotação ou faz substituições não fazer as duas vai ter consequência na forma dos jogadores.
Mais uma vez ficou evidente que não é por jogarmos com mais um médio defensivo e menos um médio ofensivo que passamos a ser menos ofensivos ou que a equipa perde a identidade ou deixamos de procurar vencer os jogos como alguns ainda acham, nem meter avançados aos montes significa atacarmos melhor.