segunda-feira, outubro 31, 2022
Maravilha
quarta-feira, outubro 26, 2022
Jogaço
segunda-feira, outubro 24, 2022
Triunfo em Mordor
segunda-feira, outubro 17, 2022
Inenarrável
quarta-feira, outubro 12, 2022
Personalidade
segunda-feira, outubro 10, 2022
Guião perfeito
quinta-feira, outubro 06, 2022
Estofo
Empatámos ontem com os galácticos do PSG (1-1) na Luz e continuamos ex aequo com eles na liderança do nosso grupo da Champions, agora com 7 pontos. Foi um grande jogo de futebol aquele que tivemos o privilégio de assistir ontem, em que o resultado acabou por ser justo.
Uma das coisas que mais admiro no Roger Schmidt é que ele não inventa. Temos jogado com um determinado onze e numa determinada táctica, e, mesmo defrontando equipas mais poderosas do que nós, continuamos fiéis a isso. Ainda se aventou a possibilidade de entrar o Aursnes como terceiro médio, mas não senhor. Foi com a equipa de sempre que entrámos em campo e entrámos muito bem, com 20’ de grande nível, em que não deixámos o PSG jogar como tanto gosta. Tivemos duas enormes oportunidades de golo, mas o problema é que o PSG não tem só génios no ataque, também tem na baliza, porque o Donnarumma é igualmente de outro planeta. As defesas com o pé a um remate do Gonçalo Ramos isolado e, principalmente, o modo como impediu um golo feito do David Neres valeu logo o preço do bilhete. O PSG só precisou de ir à nossa baliza uma vez para meter a bola lá dentro: aos 22’, combinação entre os três craques, com o Messi a fazer um golão num remate em arco, sem hipóteses para o Vlachodimos. Abanámos um pouco com o golo, mas também era impossível manter a intensidade daqueles primeiros minutos. Mesmo assim, obrigámos novamente o Donnarumma a mostrar-se num remate do António Silva, que infelizmente saiu um pouco à figura. No entanto, aos 41’ marcámos mesmo, num centro do Enzo Fernández, tentativa de cabeça do Gonçalo Ramos que não chegou a tocar na bola e autogolo do Danilo.
A 2ª parte foi diferente, com os franceses a deixarem o fato burguês nos balneários, a aumentarem a agressividade e consequentemente a tomarem conta do jogo durante grande parte do tempo. Não mais conseguimos ter as investidas perigosas da 1ª parte e, nesta altura, salientou-se o Vlachodimos, que impediu por mais de uma vez que o PSG se colocasse novamente na frente: boa intervenção a remate do Hakimi, com o Neymar a fazer uma das poucas coisas de jeito no jogo todo, com uma recarga de bicicleta à barra, grande defesa a um livre do mesmo Neymar e enormíssima estirada a impedir um golão do Mbappé de fora da área. Do nosso lado, tivemos uma boa ocasião numa cabeçada do Otamendi num livre, que saiu ao lado, e uma soberana oportunidade numa arrancada do Rafa, já nos últimos dez minutos, que o Donnarumma voltou a defender, com o nosso nº 27 a não conseguir acertar bem na bola na recarga. Tivesse tido um pouco mais de pontaria e, provavelmente, teríamos chocado o mundo do futebol. Mas, de qualquer maneira, batemo-nos de igual para igual contra uma das mais poderosas equipas do mundo, portanto só podemos estar orgulhosos.
Em termos individuais, grande jogo do Florentino no meio-campo e do Vlachodimos na baliza. Também o António Silva e Bah na defesa, o João Mário no meio-campo (esteve a poupar-se em Guimarães, só pode...) e a espaços o Rafa, que teve pilhas até final, exibiram-se num patamar muito elevado. Mas, em geral, toda a equipa esteve bastante bem, com a concentração sempre em alta. Do outro lado, o Donnarumma terá sido o melhor em campo e ver como a bola é uma extensão do corpo do Messi é algo que nos remete para outra dimensão. Esqueçam todos os outros, ao nível dele, só o Maradona.
Continuamos sem perder nesta temporada, mas agora iremos receber o Rio Ave com poucos dias de descanso. Calculo que o Roger Schmidt vá fazer algumas alterações, porque o desgaste nesta partida foi imenso. Para a semana, voltaremos a encontrar o PSG em Paris, mas este ponto conseguido perante eles pode ser decisivo nas contas finais.