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terça-feira, abril 26, 2022

Miséria

Empatámos no passado sábado na Luz frente ao Famalicão (0-0) e, em 16 jogos para o campeonato, perdemos a incrível soma de 15 pontos em casa! Tivéssemos ganho todos os jogos na Luz e estaríamos na frente do campeonato. Um autêntico pesadelo!
 
Depois de uma semana que nos elevou um pouco o espírito, o Benfica pareceu aqueles fanfarrões sobranceiros que acham que não vale muito a pena esforçar-se quando as coisas parecem no papo. Ou isso, ou o Nélson Veríssimo só sabe meter-nos a jogar como equipa pequena. O que é, convenhamos, o mais provável, dado que a exibição foi simplesmente miserável. Perante uma equipa que se fechou completamente na defesa (como nós em Anfield e no WC), nunca tivemos engenho nem arte para a conseguir superar. O encontro foi-se arrastando penosamente até final, num autêntico teste à paciência dos benfiquistas. Com o Rafa ainda magoado e o Everton castigado por amarelos, o nosso treinador resolveu apostar no Gil Dias para numa das alas, mantendo o Diogo Gonçalves no onze. No meio-campo, surgiu o Paulo Bernardo no lugar do Taarabt. E o que se pode dizer que nenhum habitual substituto aproveitou a benesse de entrar em campo. Foi já depois de metade deste primeiro tempo que conseguimos uma(!) oportunidade de golo, mas a cabeçada do Gonçalo Ramos saiu por cima e não foi possível aproveitar uma saída em falso do guarda-redes. Em cima do intervalo, foi o Diogo Goncalves a proporcionar ao guardião contrário uma defesa por instinto, com o Gonçalo Ramos a não conseguir dominar a bola na recarga.
 
A 2ª parte não trouxe alterações substanciais, embora tenhamos demonstrado uma ligeira melhoria na vontade de disputar a bola. O Nélson Veríssimo começou a mexer na equipa (e mal, como vem sendo hábito!), mas só em três lances estivemos perto do golo: um remate de recarga do entretanto entrado Radonijc, que deveria ter saído melhor, uma jogada do Gil Dias que acabou com um remate para defesa do guarda-redes e um pontapé de bicicleta do Paulo Bernardo que o Luiz Júnior também conseguiu rechaçar. De uma forma algo atabalhoada, íamos pressionando o adversário, mas sem sucesso. Do outro lado, conseguir alvejar a baliza contrária também nunca foi o forte dos famalicenses.
 
Com uma exibição tão pobre, é injusto destacar alguém, dado que a equipa esteve genericamente amorfa. Sem vontade, nem compromisso com o clube e os adeptos, não se consegue nada. Os jogadores têm de perceber em que clube é que estão e no qual nunca se pode virar a cara à luta. Seja qual seja a competição que estão a disputar! Temos a nossa posição definida na classificação, dado que a lagartada ganhou 3-0 no Bessa e tem agora oito pontos de vantagem sobre nós. E ganhámos um ponto ao CRAC, que finalmente(!) perdeu (0-1 em Braga), estando agora 14 pontos atrás deles. No entanto, perspectiva-se aqui uma hipótese que temos de evitar a todo o custo, que é o CRAC sagrar-se campeão no Luz. Por duas vezes nos últimos tempos, tivemos nós a oportunidade de fazer o inverso e por duas vezes falhámos. É o grande objectivo até final da época e os jogadores que estejam conscientes de que ganhar este jogo é imperativo. Mas só corresponde aos serviços mínimos e nunca salvará a época.

P.S. – O que compensou nos últimos dias foi que ganhámos por fim a Youth League, com uma goleada de 6-0 ao Salzburgo. Que bela maneira de celebrar o 25 de Abril! Depois de três derrotas em finais, somos finalmente campeões europeus de juniores! Agora é só ter um pouco de paciência e aproveitar aqueles jogadores, porque há alguns que prometem bastante e seria muito triste que nós não lhes déssemos espaço para evoluírem.

segunda-feira, abril 18, 2022

Galões

Triunfámos ontem no WC por 2-0 e terminámos finalmente a malapata de só ter derrotas em clássicos nesta temporada. Foi uma vitória justa, numa partida em que fomos muito inteligentes na forma como a abordámos e usámos bem as armas actuais que temos para conseguir a vitória. Foi um jogo deslumbrante da nossa parte? Claro que não. Mas ganhámos de forma limpa e justa e isso é que interessa. Estamos agora com a lagartada a seis pontos e o CRAC continua a 15, depois de ter cumprido calendário perante o Portimonense em casa (7-0), numa partida em que os algarvios jogaram com muitos suplentes. (Devem ter Champions a meio da semana, só pode... A sério que lhes dá gozo ganharem assim...?!)
 
Com o Rafa ainda de fora, o Nélson Veríssimo apostou na mesma equipa de Anfield Road. O jogo começou repartido com ambas as equipas a atacar, mas quem mais se evidenciou nos minutos iniciais foi o Sr. Fábio Veríssimo e o VAR Hugo Miguel: pisão do Coates ao Darwin, nem amarelo foi, e pisadela do Sarabia no gémeo ao Vertonghen... amarelo! Se fosse ao contrário, era vermelho certinho! Aos 14’, adiantámo-nos no marcador num passe em profundidade do Vertonghen para as costas da defesa lagarta e o Darwin a ganhar ao Coates no confronto directo, tendo depois feito um chapéu ao Adan na saída deste. Grande golo! A partir daqui, agrupámo-nos na defesa e praticamente não permitimos oportunidades aos lagartos. Até foi o Diogo Gonçalves, num remate cruzado, a proporcionar ao Adán uma boa defesa para canto. Logo a seguir, o Vlachodimos saiu muito bem aos pés do Pedro Gonçalves, impedindo-o de fazer o empate. Perto do intervalo, foi o Gonçalo Ramos de cabeça a proporcionar nova boa intervenção do Adán na sequência de um canto, com o Otamendi a fazer a recarga para dentro da baliza, mas estando em posição irregular.
 
No reinício da 2ª parte, o Everton teve um excelente remate de fora da área, a seguir a uma boa assistência do Gonçalo Ramos, com a bola a rasar o poste. Pouco depois, aconteceu a única grande oportunidade da lagartada com o Sarabia a atirar de cabeça à barra depois de um cruzamento da esquerda, com o Grimaldo a ser mal batido pelo seu compatriota. Nós fechávamo-nos muito bem e o Rúben Amorim começou a fazer substituições para tentar inverter o rumo dos acontecimentos, mas sem sucesso. Por volta da hora de jogo, nova grande jogada do VAR Hugo Miguel ao não querer ver um pontapé do Nuno Santos na cabeça do Gilberto, quando este estava no chão...! Nós íamos tentando meter alguns contra-ataques, mas nem sempre os passes saíram bem. Mesmo assim, uma iniciativa do Everton pela esquerda foi cortada in extremis para canto pelo Porro. Dentro já dos últimos dez minutos, foi outro contra-ataque pela esquerda, desta feita do Darwin, a terminar numa cabeçada do Gilberto ao lado, quando poderia ter feito a assistência para o meio, onde estava o entretanto entrado Paulo Bernardo sozinho. Mas, já depois dos 90’, o também entrado Gil Dias começou uma jogada no nosso meio-campo, passou para o Darwin na esquerda, este fez a jogada e isolou o mesmo Gil Dias para desfeitear o Adán à saída deste. Não poderia ter escolhido melhor jogo para marcar o primeiro golo coma camisola do Benfica! Nos poucos minutos até ao final do jogo, deveríamos ter insistido um pouco mais para marcar o terceiro golo, porque a lagartada estava completamente derrotada e isso dar-nos-ia vantagem no confronto directo. Mas infelizmente isso não aconteceu.
 
Em termos individuais, destaque novamente para o Darwin com um golo e uma assistência. Estamos a quatro jogos de nos despedirmos dele e só tenho pena que nos vá encher os cofres sem ter conseguido um único título para o museu. Irá ser muito provavelmente o melhor marcador do campeonato, mas sabe a pouco. O resto da equipa esteve em geral muito concentrada, consciente das suas limitações, porém sem fazer antijogo. No entanto, alguns jogadores acusaram o desgaste de dois jogos seguidos muito intensos, como por exemplo o Gonçalo Ramos, e não percebi porque é que não saíram mais cedo. Acabámos o jogo com quatro laterais (André Almeida e Gilberto de um lado, e Grimaldo e Gil Dias do outro), mas é o que temos hoje em dia.
 
Foi uma boa vitória em que os jogadores puxaram dos galões para não terminar uma época sem derrotar pelo menos um dos rivais. Ainda iremos receber o outro na Luz até final e espera-se naturalmente outra vitória, até porque o nosso registo com eles, desde que existe o estádio novo, é miserável. No entanto, mesmo que consigamos quatro vitórias até final, nada disso, nem a boa Champions, pode escamotear o facto de que esta temporada foi um rotundo falhanço desportivo. O segundo consecutivo. Muito terá de mudar na próxima época.
 
P.S. – Foi a primeira vez desde 2006/07 que faltei a uma ida ao WC. Já não tínhamos nada a ganhar e não estava nada optimista. Mas aprendi a lição: não volta a acontecer! :)

sexta-feira, abril 15, 2022

Bravura

Empatámos 3-3 em Anfield Road frente ao Liverpool na passada 4ª feira e dissemos assim adeus à Champions deste ano. Perante uma das mais fortes equipas da Europa, acabámos por aproveitar o facto de ela se ter apresentado com alguns jogadores que não costumam ser titulares para conseguir um resultado honroso, que até poderia ter sido melhor, caso tivéssemos tido uma pontinha de sorte no final.
 
Com a má notícia da indisponibilidade do Rafa, alinhou o Diogo Gonçalves no seu lugar e a primeira oportunidade até foi nossa, num remate de fora da área do Everton que passou ao lado do poste direito do Alisson, que estava batido. No entanto, a péssima maneira como defendemos desde o início da temporada foi particularmente evidente neste jogo, com o Liverpool a inaugurar o marcador aos 21’ pelo Konaté num lance a papel-químico do golo que marcou na Luz: canto, cabeçada dele no meio de dois jogadores nossos (neste caso, os dois centrais!) e bola dentro da baliza. Logo a seguir, foi a vez de a bola entrar na baliza adversária através do Darwin, mas estava fora-de-jogo. A partida não tinha pausas e o Vlachodimos impediu o Luis Díaz de aumentar a vantagem dos ingleses, mas aos 32’ fomos nós a conseguir a igualdade num bom remate do Gonçalo Ramos, isolado inadvertidamente pelo Milner. Até ao intervalo, um corte milagroso no último momento do Grimaldo impediu o Luis Díaz de colocar os ingleses novamente em vantagem.
 
Na 2ª parte, o Nélson Veríssimo fez sair o inexistente Diogo Gonçalves e fez entrar o Yaremchuk. O jogo recomeçou um pouco repartido, mas a nossa defesa teve outros dois erros clamorosos que o desequilibraram. Aos 55’, o Vlachodimos não conseguiu agarrar uma bola relativamente fácil numa saída da baliza e, como se já não bastasse isso, o Vertonghen aliviou-a para os pés do Diogo Jota, que assistiu o Firmino para fazer o 1-2. Inacreditável! O Liverpool começou a colocar os titulares que estavam no banco (Salah, Fabinho, Thiago) e dez minutos depois aumentou a vantagem para 1-3 novamente pelo Firmino que surgiu à vontade na área na sequência de um livre lateral, com a nossa defesa literalmente a dormir...! Temi que o encontro descambasse para números que nos envergonhariam, com os titulares adversários em campo (ainda entrou também o Mané) e a eliminatória decidida, mas aconteceu precisamente o contrário. Aos 73’, reduzimos para 2-3 através do Yaremchuk, que foi brilhantemente isolado pelo Grimaldo. O fiscal-de-linha começou por anular o lance, mas o VAR corrigiu-o. Aos 81’, conseguimos a igualdade noutro lance que teve de ir ao VAR: lançamento em profundidade do Weigl que isolou o João Mário, que tinha substituído o Taarabt, este deu um toque para a frente na bola e o Darwin aproveitou para desfeitear o Alisson. Brilhante resposta da nossa parte a revelar muito coração! Logo a seguir, o titular da baliza canarinha impediu a reviravolta no marcador, com uma defesa brilhante a um não menos brilhante remate de primeira do Darwin. Foi uma pena! O jogo ficou um pouco partido, connosco a acreditar na vitória, que poderia ter surgido já na compensação, não fosse o Darwin estar fora-de-jogo na altura em que desfeiteou novamente o Alisson. Um bocado de sorte poderia ter-nos dado uma vitória que, não sendo totalmente justa, premiaria a nossa resposta depois de estarmos a perder por dois golos.
 
Em termos individuais, destaque para o Darwin que meteu por três vezes a bola na baliza, mas infelizmente só uma é que contou. O Weigl fez outra partida monstruosa no meio-campo e o Everton esteve melhor do que o costume. Na defesa, só o Gilberto e o Grimaldo se exibiram a bom nível, porque os centrais e o Vlachodimos têm culpas nos golos. O Gonçalo Ramos lutou que se fartou e foi premiado com o seu primeiro golo na Liga dos Campeões.
 
Fizemos um percurso brilhante na Europa, mas infelizmente iremos acabar a segunda temporada consecutiva sem nenhum título. Resta-nos lutar pela honra, o que não é pouco. Teremos uma boa oportunidade de mostrar isso mesmo na visita ao WC neste domingo.

segunda-feira, abril 11, 2022

Darwin

Vencemos o Belenenses SAD por 3-1 no passado sábado com um hat-trick do Darwin. No entanto, como os dois rivais também triunfaram (a lagartada pelo mesmo resultado em Tondela e o CRAC com dois penalties, dos quais só marcou um, em Guimarães), continuamos com nove e 15 pontos de desvantagem perante eles. Defrontando uma das equipas que espero desçam de divisão, fizemos o quanto baste para ganhar sem nenhum brilhantismo, uruguaio à parte.
 
A meio da eliminatória com o Liverpool, o Nelson Veríssimo fez descansar muitos habituais titulares (Gilberto, Vertonghen, Grimaldo, Weigl, Rafa e Gonçalo Ramos), embora o belga estivesse castigado por causa dos amarelos. Entraram o André Almeida, Morato, Lazaro, Meïté, João Mário e Diogo Gonçalves. Temi o pior, que se comprovou na parte inicial com o adversário a fazer o 0-1 logo aos 3’ pelo Afonso Sousa, na sequência de uma boa assistência do Taarabt, que perdeu a bola em zona proibida no meio-campo. Começar a perder é logo um mau presságio e o que é certo é que a equipa demorou um pouco a reencontrar-se. Mas lá foi atinando e começando a empurrar o Belenenses SAD para a sua área, até que a pressão resultou aos 22’, com o Taarabt a ganhar uma boa em zona ofensiva e assistir o Darwin na área, que atirou sem hipóteses para o Luiz Felipe. Continuámos em cima do adversário e o Everton teve um bom remate rasteiro ao poste numa recarga a um remate acrobático do Darwin, que embateu num defesa. Até ao intervalo, um remate de fora da área do Rafael Camacho causou algum perigo e outro do Taarabt saiu ao lado.
 
Na 2ª parte, o jogo manteve-se praticamente na mesma, com uma boa jogada da nossa parte pouco depois do reinício, que culminou com um remate do Everton para defesa do guarda-redes e na recarga o Diogo Gonçalves a acertar mal na bola, quando tinha a baliza à mercê. No entanto, aos 54’, colocámo-nos finalmente em vantagem, novamente pelo Darwin num remate cruzado de pé direito, depois de outra assistência do Taarabt. O jogo ficou praticamente fechado quatro minutos depois com o terceiro golo do uruguaio, desta feita num remate cruzado de pé esquerdo, depois de ser muito bem desmarcado pelo João Mário. A partir daqui, o Nelson Veríssimo começou a rodar a equipa e naturalmente que o nosso ritmo foi baixando. Poderíamos ter marcado mais um ou outro golo, mas também poderíamos ter sofrido um a cerca de dez minutos do fim, porque o Meïté pôs-se a inventar perto da nossa área, foi desarmado, mas o Afonso Sousa isolado atirou por cima. Teríamos tido um final de jogo muito menos tranquilo se esta bola entrasse...
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Darwin, que lidera isolado os melhores marcadores com 24 golos, mais dez dos que os que vêm a seguir. É certinho que estaremos a ver os últimos jogos do uruguaio com o manto sagrado vestido e só é pena que vá sair do Benfica sem um único troféu conquistado. O Taarabt também esteve em destaque ao fazer quatro assistências nos dois últimos jogos: só é pena é que metade tenham sido para as equipas adversárias... O João Mário subiu de produção na 2ª parte, depois de uma 1ª algo fraca. Quem desaproveitou a oportunidade foi o Meïté e o Lazaro, que não acrescentaram nada à equipa.
 
Na próxima 4ª feira, iremos a Liverpool defender o nosso prestígio europeu. A eliminatória está praticamente perdida, mas era bom que déssemos um arzinho da nossa graça. Pelo menos, a equipa irá estar fresca enquanto o Liverpool vem de um empate em casa do City, mas veremos se isso consegue fazer com que a balança esteja menos desequilibrada.

quinta-feira, abril 07, 2022

Dignos

Perdemos na 4ª feira (1-3) frente ao Liverpool na Luz e estamos a um jogo de nos despedirmos da Liga do Campeões deste ano. Fizeram uma prova bastante boa, fomos muito mais longe do que estávamos à espera, mas o problema sempre esteve no que (não) fizemos nas competições nacionais.
 
Perante uma Luz esgotada, entrámos em campo com a equipa que tem sido habitual, o que fez com que alinhássemos com 10, porque o Taarabt simplesmente não existe... Tivemos naturalmente preocupações defensivas, o que não impediu o Liverpool de ir criando perigo, com o Vlachodimos a começar a sobressair. Durámos até aos 17’, quando o central Konaté num canto fez o 0-1 de cabeça. Tentámos responder logo de seguida, mas o Everton rematou às malhas laterais. O Liverpool não descansava e só o Vlachodimos impediu o Luis Díaz de aumentar a vantagem, mas já não conseguiu fazer nada aos 34’ quando o mesmo Luis Díaz assistiu de cabeça o Mané para o 0-2, depois de um passe em profundidade, que surgiu na sequência de um mau passe do... (adivinhem lá...) Taarabt! Até ao intervalo, o Vlachodimos impediu que a vantagem inglesa aumentasse, mas mesmo em cima do apito foi o Rafa a rematar mal depois de uma boa jogada que o colocou em posição privilegiada.
 
A 2ª parte foi bastante diferente, connosco a reduzir para 1-2 logo aos 49’ através de Darwin, depois de um centro do Rafa e um falhanço escandaloso do Konaté. O Liverpool tremeu e poderíamos ter chegado à igualdade com oportunidades pelo Darwin de cabeça e Everton com defesa do Alisson. Pelo meio, o Darwin cometeu o mesmo enorme erro da 1ª parte, ao não isolar o Rafa, preferindo o remate de longe. Egoísmos devido a querer mostrar-se para a Europa toda, não, obrigado! A partir da hora de jogo, o Liverpool voltou a equilibrar o jogo, que foi decorrendo até final sem grandes oportunidades. Até que, nos 10’ finais, os ingleses voltaram a pressionar mais e conseguiram fazer o 1-3 aos 87’, numa perda de bola do Otamendi na saída do meio-campo, que deu origem a um contra-ataque venenoso concretizado pelo Luis Díaz. Até final, ainda foi o Vlachodimos a impedir o entretanto entrado Diogo Jota de aumentar ainda mais a vantagem, depois de novo mau passe do Otamendi.
 
Em termos individuais, jogão do Weigl no meio-campo, do Gilberto na direita e do Vlachodimos a impedir números ainda mais díspares. O Vertonghen também teve uma boa prestação perante uma linha avançada que tem soluções que nunca mais acabam. O Darwin, apesar do golo e das dores de cabeça que deu aos centrais contrários, pecou (e muito) a sua exibição pelo egoísmo que revelou naqueles dois lances. Por outro lado, preferiu reclamar um penalty a tentar marcar um golo, quando ia ficar só com o guarda-redes pela frente. Ainda por cima, o espanhol Sr. Gil Manzano estava a demonstrar um critério muito largo e muito dificilmente apitaria num lance daqueles. O Rafa também não esteve no melhor dos seus dias, apesar de ter feito a assistência para o nosso golo. Quanto ao Taarabt, juro que irei fazer uma festa no dia em que ele apanhar o avião para Marrocos só com bilhete de ida...!
 
Para a semana, iremos a Liverpool e, se nos exibirmos da mesma maneira, não teremos nada a recriminar à equipa. Demos o que podíamos dar e não envergonhámos o nome do clube. No entanto, é muito giro chegar aos quartos-de-final da Champions, dá muito dinheiro e tal, mas troféus para o Museu, nada. Desde o Verão de 2019 que não temos nem um para amostra! Espero que esta boa campanha europeia não sirva para escamotear a vergonha que voltou a ser esta época.

segunda-feira, abril 04, 2022

Finito

Perdemos em Braga (2-3) na passada 6ª feira e dissemos adeus definitivo às (poucas) hipóteses que ainda tínhamos de chegar ao 2º lugar, dado que a lagartada ganhou ontem em casa (2-0) ao Paços de Ferreira (com o primeiro golo a surgir num penalty anedótico, mas enfim...) e tem agora uma confortável vantagem de 9 pontos sobre nós. Será a segunda temporada desastrosa para nós e iremos novamente começar a época mais cedo para voltar a tentar entrar na Champions, ainda por cima com treinador novo... As coisas não estão nada famosas...
 
Com o mesmo onze que derrotou o Estoril, dominámos durante muitos períodos na 1ª parte, mas sem criar grandes oportunidades de golo. Chegámos a festejar um golo do Vertonghen num canto, mas viu-se na repetição que a bola lhe bateu na mão. Aos 28’, o mesmo Vertonghen passa a mão ao de leve pelo cabelo do Ricardo Horta e o Sr. Luís Godinho assinalou falta! Inacreditável! Foi um livre mesmo em cima da linha de grande-área e o Iuri Medeiros fez o primeiro golo num remate forte e rasteiro, com o Vlachodimos a poder ter feito mais dado que a bola entrou no ângulo que o nosso guarda-redes estava supostamente a cobrir. Até ao intervalo, o Yaremchuk dominou mal a bola, quando ia ficar isolado, permitindo o corte para canto de um defesa.
 
Para a 2ª parte, o Nélson Veríssimo fez logo uma dupla substituição, com as entradas do Darwin e João Mário para os lugares do Everton e Gonçalo Ramos. No entanto, nos minutos iniciais, continuámos a revelar as mesmas dificuldades em arranjar espaços para criar perigo na baliza contrária e foi o Braga a fazer o segundo golo aos 59’ através do André Horta, numa boa combinação com o irmão Ricardo. Tudo parecia decidido, mas o Veríssimo esgotou as substituições cinco minutos depois com as entradas do Seferovic, Diogo Gonçalves e Paulo Bernardo saindo o Yaremchuk, Vertonghen e Meïté. O Vitinha (bom jogador!), que tinha entrado ao intervalo, ainda obrigou o Vlachodimos a uma defesa com o pé, mas aos 72’ o André Horta meteu escusadamente a mão à bola de uma maneira tão evidente, que nem o VAR Hugo Miguel teve coragem de não a assinalar. O Darwin marcou muito bem o penalty, fazendo o 1-2. E apenas três minutos depois, igualámos o marcador através do João Mário, depois de muito bem assistido de cabeça pelo mesmo Darwin. Com o 2-2 feito e uma recuperação assinalável, esperava-se que um forcing nosso proporcionasse a cambalhota completa no marcador. No entanto, aconteceu justamente o contrário! Aos 79’, um erro crasso da nossa defesa, na sequência de um canto, deixou que o Vitinha aparecesse à vontade depois de um cruzamento para fazer o 2-3...! Até final, ainda conseguimos empurrar o Braga para a sua área e o Seferovic, que tinha entrado muito bem no jogo, teve uma brilhante jogada individual, que só foi pena não ter dado em golo. O Rafa e o Darwin também tentaram visar a baliza adversária, mas sem sucesso e acabámos por perder ingloriamente o jogo.
 
A equipa esteve muito sofrível durante grande parte do encontro, só tendo despertado nos últimos 20’. Em termos individuais, os substitutos foram quem mais se destacou neste período, especialmente o Darwin e João Mário, bem secundados, embora em menos tempo, pelo Seferovic. Mas a sensação que deu em termos globais foi que já estávamos mais com a cabeça no Liverpool do que neste jogo. O que é algo inadmissível para um clube como o nosso.
 
Iremos defrontar os ingleses amanhã para os quartos-de-final da Liga dos Campeões e o melhor a que podemos almejar seria deixar a eliminatória em aberto para a 2ª mão. No entanto, realisticamente, acho que se cairmos com dignidade já não será mau. A época continuará a ser desastrosa, mas ter-nos-emos livrado de uma humilhação.