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sexta-feira, abril 15, 2022

Bravura

Empatámos 3-3 em Anfield Road frente ao Liverpool na passada 4ª feira e dissemos assim adeus à Champions deste ano. Perante uma das mais fortes equipas da Europa, acabámos por aproveitar o facto de ela se ter apresentado com alguns jogadores que não costumam ser titulares para conseguir um resultado honroso, que até poderia ter sido melhor, caso tivéssemos tido uma pontinha de sorte no final.
 
Com a má notícia da indisponibilidade do Rafa, alinhou o Diogo Gonçalves no seu lugar e a primeira oportunidade até foi nossa, num remate de fora da área do Everton que passou ao lado do poste direito do Alisson, que estava batido. No entanto, a péssima maneira como defendemos desde o início da temporada foi particularmente evidente neste jogo, com o Liverpool a inaugurar o marcador aos 21’ pelo Konaté num lance a papel-químico do golo que marcou na Luz: canto, cabeçada dele no meio de dois jogadores nossos (neste caso, os dois centrais!) e bola dentro da baliza. Logo a seguir, foi a vez de a bola entrar na baliza adversária através do Darwin, mas estava fora-de-jogo. A partida não tinha pausas e o Vlachodimos impediu o Luis Díaz de aumentar a vantagem dos ingleses, mas aos 32’ fomos nós a conseguir a igualdade num bom remate do Gonçalo Ramos, isolado inadvertidamente pelo Milner. Até ao intervalo, um corte milagroso no último momento do Grimaldo impediu o Luis Díaz de colocar os ingleses novamente em vantagem.
 
Na 2ª parte, o Nélson Veríssimo fez sair o inexistente Diogo Gonçalves e fez entrar o Yaremchuk. O jogo recomeçou um pouco repartido, mas a nossa defesa teve outros dois erros clamorosos que o desequilibraram. Aos 55’, o Vlachodimos não conseguiu agarrar uma bola relativamente fácil numa saída da baliza e, como se já não bastasse isso, o Vertonghen aliviou-a para os pés do Diogo Jota, que assistiu o Firmino para fazer o 1-2. Inacreditável! O Liverpool começou a colocar os titulares que estavam no banco (Salah, Fabinho, Thiago) e dez minutos depois aumentou a vantagem para 1-3 novamente pelo Firmino que surgiu à vontade na área na sequência de um livre lateral, com a nossa defesa literalmente a dormir...! Temi que o encontro descambasse para números que nos envergonhariam, com os titulares adversários em campo (ainda entrou também o Mané) e a eliminatória decidida, mas aconteceu precisamente o contrário. Aos 73’, reduzimos para 2-3 através do Yaremchuk, que foi brilhantemente isolado pelo Grimaldo. O fiscal-de-linha começou por anular o lance, mas o VAR corrigiu-o. Aos 81’, conseguimos a igualdade noutro lance que teve de ir ao VAR: lançamento em profundidade do Weigl que isolou o João Mário, que tinha substituído o Taarabt, este deu um toque para a frente na bola e o Darwin aproveitou para desfeitear o Alisson. Brilhante resposta da nossa parte a revelar muito coração! Logo a seguir, o titular da baliza canarinha impediu a reviravolta no marcador, com uma defesa brilhante a um não menos brilhante remate de primeira do Darwin. Foi uma pena! O jogo ficou um pouco partido, connosco a acreditar na vitória, que poderia ter surgido já na compensação, não fosse o Darwin estar fora-de-jogo na altura em que desfeiteou novamente o Alisson. Um bocado de sorte poderia ter-nos dado uma vitória que, não sendo totalmente justa, premiaria a nossa resposta depois de estarmos a perder por dois golos.
 
Em termos individuais, destaque para o Darwin que meteu por três vezes a bola na baliza, mas infelizmente só uma é que contou. O Weigl fez outra partida monstruosa no meio-campo e o Everton esteve melhor do que o costume. Na defesa, só o Gilberto e o Grimaldo se exibiram a bom nível, porque os centrais e o Vlachodimos têm culpas nos golos. O Gonçalo Ramos lutou que se fartou e foi premiado com o seu primeiro golo na Liga dos Campeões.
 
Fizemos um percurso brilhante na Europa, mas infelizmente iremos acabar a segunda temporada consecutiva sem nenhum título. Resta-nos lutar pela honra, o que não é pouco. Teremos uma boa oportunidade de mostrar isso mesmo na visita ao WC neste domingo.

3 comentários:

Anónimo disse...

O possível.

Sete jogos fora: Spartak, PSV, Kiyv, Bayern, Barcelona, Ajax e Liverpool, e só perderam em Munich. Se alguém tivesse apostado nisto, hoje estava rico.

joão carlos disse...

Mas só nesta competição é que vimos essa bravura, entrega e determinação e não foi apenas neste jogo foi na vasta maioria dos jogos nesta competição e a pergunta tem de ser feita porque razão os jogadores só demonstraram nesta competição, independentemente de se jogar bem ou mal e de se cometerem erros, e nunca vimos nada que se lhe assemelhe nas competições internas e se contra um clube sem expressão nas competições internas se percebe que essa determinação não apareça nos jogos mais importantes, e nas finais, ele nunca apareceu e isso não é que é inadmissível.
O nosso processo defensivo como equipa é, sempre foi durante a época toda, patético e isto é independente de um ou outro jogador não saber defender ou defender mal, globalmente não sabemos defender e as coisas são sempre em esforço logo sempre propicio a que apareçam e depois os erros anedóticos e que porque é tudo em esforço estamos sempre no limite sem espaço para os erros, muito menos para os mais patéticos.
Se já não era novidade nenhuma que éramos um desastre nos cantos, ainda que permitir dois lances a papel químico à mesma equipa e ao mesmo jogador eleva a coisa para um nível ainda maior, passarmos a ser também nos restantes lances de bola parada não deixa de ser mais uma evolução muito negativa em relação ao mau que já éramos.

rudolfo dias disse...

"O Weigl fez outra partida monstruosa no meio-campo e o Everton esteve melhor do que o costume."
Quanto ao Weigl tens que começar a meter mais tabaco nisso, concordo quanto ao Cebola, tem sido muito mau, esteve melhor, foi mau.