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terça-feira, março 22, 2022

Memorável

Vencemos o Estoril na Luz por 2-1 no domingo, mas como os outros dois também ganharam (o CRAC 1-0 no Bessa e a lagartada 3-1 em Guimarães) continuamos a 12 pontos do primeiro e a seis do segundo lugar. Na ressaca de uma eliminatória europeia, os jogos são sempre mais difíceis e este acabou por nos correr bem, porque marcámos em alturas-chave. No entanto, o que vai perdurar na memória de todos por muitos e longos anos é o magnífico golo do Rafa, depois de um slalom de 80 m!
 
Com o Darwin e o Taarabt castigados, o Yaremchuk voltou ao onze e o Nelson Veríssimo apostou novamente no Meïté para o meio-campo. Nos primeiros 10’ até demos um ar da nossa graça, com remates perigosos do Gonçalo Ramos e Grimaldo (de livre) que o guarda-redes Dani Figueira não conseguiu segurar, mas depois foi o Estoril a tomar conta do jogo durante grande parte do primeiro tempo. Teve maior percentagem de posse de bola e atirou uma bola ao poste de cabeça, para além de ter proporcionado ao Vlachodimos uma óptima defesa num remate de trivela. Do nosso lado, duas cabeçadas ao lado do Gonçalo Ramos e Vertonghen deveriam ter tido melhor pontaria, até que aos 34’ aconteceu um dos momentos não só do jogo, nem deste campeonato, mas de toda a história do Estádio da Luz: num canto contra nós, o Rafa recuperou a bola à saída da nossa área, correu 80 m batendo três adversários e desviou a bola do guarda-redes à sua saída. Desde o golo do Poborsky ao Braga em 1998, que não via uma obra-prima destas ao vivo! Que G O L Ã O!!! O Estoril sentiu este toque e até ao intervalo não se reencontrou.
 
A 2ª parte poderia ter começado muito mal, porque só graças ao Vertonghen é que o Estoril não marcou, dado que o belga cortou sobre a linha um remate que ia na direcção da baliza, com o Vlachodimos batido. No entanto, logo a seguir, demos uma machadada muito grande no adversário, ao fazer o 2-0 aos 53’ numa boa combinação entre o Gonçalo Ramos e o Gilberto, com aquele a rematar de pé esquerdo sem hipóteses para o guarda-redes. Ainda faltava muito tempo para o final, mas nós estávamos confortáveis com o marcador e o Estoril acabou por baixar um pouco os braços e praticamente deixou de importunar o Vlachodimos. O Rafa poderia ter bisado, mas o seu remate em arco foi defendido pelo guarda-redes. As substituições em ambas as equipas não alteraram o rumo que o jogo levava e foi do entretanto entrado Henrique Araújo a última oportunidade, com uma cabeçada ao lado depois de um centro do também entrado André Almeida.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Rafa, porque quem marca um golo daqueles tem lugar garantido no Olimpo. O Gonçalo Ramos está a passar por uma boa fase, marcando quase sempre o seu golito da ordem nos últimos jogos. O Gilberto é sempre um mouro de trabalho na lateral-direita, mesmo que uma ou outra coisa lhe saia menos bem. O Everton voltou a estar bastante discreto, assim como o Yaremchuk, mas este tem obviamente desculpa devido ao que se passa no seu país. O Meïté é que não pode ser o segundo elemento do meio-campo nos jogos em casa: uma coisa é ajudar a defender em Amesterdão, outra é construir jogo frente ao Estoril. Simplesmente, não está dá para isso!
 
Haverá agora a paragem para a selecção nacional tentar livrar-se da vergonha de não se qualificar para o Mundial do Qatar (mas para isso terá de eliminar a Turquia primeiro e, muito provavelmente, a Itália depois) e, quando o campeonato regressar, termos uma ida a Braga e depois logo a recepção ao Liverpool para os quartos-de-final da Champions. Vai ser a todo o gás!

2 comentários:

joão carlos disse...

Mesmo espaçados mais de vinte anos as similaridades entre este lance e o do checo marcado no antigo estádio, mas a escassos metros deste é absolutamente espantosa e se não estou enganado, sem ter ido ver o lance do checo, foi ele ter cruzado o campo da esquerda para a direita ao contrario deste lance que foi todo do lado esquerdo do campo.
Já era previsto o desgaste do jogo europeu a que se soma uma serie de jogadores que já estavam em evidente desgaste antes deste jogo, mas o que não se percebe é a quantidade de passes falhados sem qualquer tipo de pressão que aconteceram e que impedem a maioria das vezes de conseguir fazer três ou quatro passes seguidos sem perder a bola.
Mas eu acho que as substituições, as nossas pelo menos, mudaram o jogo a primeira ao apostar mais claramente em ter médios centro foi a chave para eles não terem reação como depois nas últimas três o voltar à situação inicial permitiu que eles voltassem a criar perigo que culminou em mais um lance patético que impediu mais uma vez a equipa não conseguir deixar de sofrer o golo da ordem.

S.L.B. disse...

Obrigado pelo comentário, João Carlos. Era para colocar o link do golo do Poborsky e esqueci-me... Já lá está. :)