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segunda-feira, janeiro 24, 2022

Paupérrimo

Vencemos em Arouca no passado sábado por 2-0 e diminuímos a distância para três pontos em relação à lagartada, que perdeu em casa contra o Braga (1-2), mantendo os nove pontos para o CRAC (3-1 em casa ao Famalicão), que já deve poder encomendar as faixas.
 
Por este andar, vou ter de consultar um dicionário de sinónimos para classificar as nossas exibições. É que não só as coisas não estão a melhorar, como parecem ir exactamente pelo caminho contrário: estivemos pior frente ao Moreirense do que contra o Paços de Ferreira e ainda pior em Arouca do que com o Moreirense. A vitória não apaga de todo a pobreza franciscana que se viu em campo e, se é verdade que o Nelson Veríssimo tem o mérito de apontar isso mesmo, não se está a ver como é que ele tem capacidade para dar a volta à situação.
 
A 1ª parte cinge-se a dois lances de perigo da nossa parte. Na única jogada minimamente aceitável deste período, logo aos 9’, o Yaremchuk tentou desmarcar o Rafa na direita, mas o passe não saiu bem medido e a bola foi cortada por um defesa, sobrando para o Darwin, que atirou contra o guarda-redes e na recarga, de ângulo difícil, não conseguiu meter a bola na baliza. Aos 32’, penalty sobre o Darwin que o próprio concretizou. E, pronto, 45’ reduziram-se a isto. Já se sabe que, em jogos destes, o mais difícil costuma ser o primeiro golo, mas nós não soubemos aproveitar essa vantagem para partirmos para uma exibição decente. E foi o Arouca a ter uma óptima oportunidade para empatar, num penalty bem escusado do Vlachodimos, que se redimiu bem ao defendê-lo com as pernas.
 
Para a 2ª parte, entrou o Everton para o lugar do inexistente Yaremchuk, mas as coisas não melhoraram. Um remate do Rafa, bem defendido pelo guarda-redes Victor Braga, foi a nossa única ocasião até bem perto do final. O resto do tempo foi penoso, connosco sem ideias, a não conseguir sair a jogar, nem ter o controlo da partida, e sempre com o credo na boca à mercê de um golo adversário. Que só não surgiu, diga-se, porque o Vlachodimos defendeu bem um remate já de ângulo difícil, mas que entraria na baliza. As substituições pouco ou nada alteraram, com excepção da entrada do Gonçalo Ramos, que acabou por fechar a partida com o 2-0 já no segundo minuto de compensação, ao desviar com grande sentido de oportunidade um centro-remate do Grimaldo para a área.
 
Em termos individuais, só se salvou o Paulo Bernardo que, por estes dias, é o único ponto de interesse dos nossos jogos. O miúdo sabe ocupar espaços, tenta jogar sempre para a frente, faz coisas de que ninguém está à espera, é uma lufada de ar fresco no nosso futebol. A única. Infelizmente, fisicamente não aguentou o jogo todo e teve de ser substituído a 15’ do fim pelo Taarabt (que, para mal dos meus pecados, ainda continua no plantel...). O Vlachodimos teve o erro no lance do penalty, mas corrigiu-o bem, e o Lazaro acabou por fazer um jogo positivo. Todos os outros estiveram bem abaixo das suas possibilidades, principalmente o Weigl, que terá feito o piro jogo com a camisola do Benfica.
 
Pensar que estamos só em meados de Janeiro e ainda teremos de levar com isto mais quatro meses é uma perspectiva assustadora! O próximo jogo é amanhã frente ao Boavista para a única competição que efectivamente temos hipóteses de ganhar: a Taça da Liga. Mas a jogar desta maneira é tudo imprevisível e arriscamo-nos seriamente a ficar a zeros em termos de troféus pelo segundo ano consecutivo. O que seria uma vergonha.

2 comentários:

joão carlos disse...

Mas parte do que se está a passar também resulta da indefinição entre jogar com três ou dois médios no meio campo que piora quando se joga com os três, mas se tenta encaixar numa táctica com dois que em nada beneficia a equipa e o primeiro tempo foi bem o espelho disso na segunda até acho que melhoramos consideravelmente, mas estranhamente a equipa durou apenas dez a quinze minutos.
Sobre o jovem vindo da formação que foi titular acho que as pessoas estão claramente a ver aquilo que queriam ver e não aquilo que esta a acontecer é que ele ainda não esta a produzir o que dizem que produz é verdade que a diferença para quem o foi substituir é abissal mas isso não fez da sua exibição algo de assinalar, não menos verdade é que com três médio centro o seu jogo subiu de um modo extraordinário e muito daquilo que se viu na segunda parte foi devido a ele mas na primeira foi um completo deserto dele e por consequência da equipa é que a falta de produção não se deveu aos avançados mas sim ao que os médios não produziram.
Vamos andar nisto porque decidimos ter um treinador provisório quando deveria ser um definitivo até para os jogadores terem a noção de que ou produziam ou no fim da época o treinador mudava assim anda tudo nesta engonha porque sabem que quem vai realmente escolher quem fica e quem sai é quem vier na próxima época e assim andamos nisto.

carlos disse...

Vai ser uma longa travessia do deserto ai vai vai....